Mostrando postagens com marcador Black Pussy. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Black Pussy. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Melhores de 2017

Ouvi quase uma centena de lançamentos este ano, alguns horríveis, outros excelentes. Foi difícil compilar apenas 10 aqui para vocês leitores, mas enfim, aí vão aqueles que julgo serem os dez melhores discos de 2017 (e uma menção honrosa). Sendo que desta feita, não irei trazer questões como pontos positivos ou negativos, me focando apenas nos álbuns.

Black Country Communion - BCCIV

Confesso que eu achava que o BCC não ia mais se reunir. Depois das pequenas brigas internas, da dissolução do California Breed e de Glenn Hughes fortalecendo sua carreira solo, eu esperaria que cada membro da banda seguisse seu destino, e pronto. Mas os caras surpreenderam todo mundo, e lançaram mais um álbum magistral. Peso em "Sway", com ótima participação dos teclados de Derek Sherinian, velocidade em "Awake", hard pegado em "The Crow", com um belo solo de baixo e órgão, tudo soando encaixado e perfeito. Há algumas canções surpreendentes, como a soturna "The Cove" e a leve "Over My Head", bem como a longa "Wanderlust", que ganharam um ar "pop" por conta dos teclados, mas nada que as torne ruins. Hughes rasgando a voz em "Collide", Joe Bonamassa fazendo estripulias com a guitarra na ótima "The Last Song for My Resting Place", a qual também emociona com sua voz e o violão, e Jason Bonham cada vez mais aperfeiçoando-se na batida que está impregnada em seu DNA. Falando em Led, quem que não imagina "The Wanton Song" quando começa "Love Remains"? Claro que a música não tem nada a ver com o clássico Zeppeliano, mas o riff é muito parecido. E que combinação arrepiante é a voz de Hughes com o piano e o violão em "When the Morning Comes"! A versão em vinil ainda conta com outra bela canção, "With You I Go", um bom presente aos fãs. Uma união de monstros da música, e que merece a primeira posição com méritos. Hughes está vindo ao Brasil para desfilar os clássicos do Purple em várias cidades, mas como seria bom vê-lo em ação com a BCC. Tomara que um dia venham aqui, e que continuem relevando as brigas para criar obras atemporais como BCCIV.


Rikard Sjöblom's Gungfly - On Her Journey To The Sun

O final do Beardfish causou algumas feridas que pareciam incuráveis para os fãs dos suecos. Porém, o líder da Banda, Rikard Sjöblom, agregou-se ao Big Big Train e manteve seu trabalho junto ao Gungfly. E é com este último que o espírito do Beardfish sobrevive. Apesar de não ser um disco totalmente conceitual, algo tradicional na sua antiga banda, isso é a única coisa que um xiita pode reclamar no que ficou registrado em On Her Journey to the Sun. Afinal, tudo o mais é sensacional. Rikard trouxe sua marca mais uma vez, evidenciando influências de diversos gigantes progressivos, como Focus ("Keith (The Son of Sun)"), Genesis ("Of the Orb"), Gentle Giant ("If You Fall Part I"), Yes ("My Hero" e "Old Demons Die Hard") e Renaissance ("Over My Eyes"). Além disso, há uma modernização no som que o gordinho faz, principalmente na faixa-título, e uma mostra muito grande do talento individual de Rikar, seja nos teclados, seja na guitarra, no baixo ou até mesmo no acordeão. Destaques para a viajante suíte “The River of Sadness”, a linda "He Held an Axe", com uma melodia emocionante, e a fenomenal "Polymixia", uma jornada instrumental de insaciáveis doze minutos, repletos de variações, para colocar On Her Journey to the Sun no pódio da minha lista. Essencial para quem curte um prog rock atual, e o comentei um pouco mais sobre ele aqui.


Styx - The Mission
Depois de 14 anos sem lançar material inédito, o grupo Styx resolveu sacudir a poeira, e motivou seus fãs a criarem enorme expectativa quanto ao seu primeiro disco de estúdio dessa década. Diversas postagens e entrevistas diziam que The Mission seria um álbum conceitual, e como a banda sempre foi especialista em fazer álbuns conceituais (vide Paradise Theater, Kilroy Was Here e The Grand Illusion, por exemplo), era inegável que o que viria em 2017 só podia ser de alta qualidade. E assim o é. O melhor de tudo nesse álbum é que parece que voltamos aos aos 70, e estamos ouvindo o Styx em sua melhor fase. Logo de cara, após a vinheta "Overture" (há mais duas vinhetas em The Mission, as quais são "Ten Thousand Ways" e "All Systems Stable"), somos levados pelo rockzão de "Gone Gone Gone". Quer balada típica do Styx, então segura a emocionante "Locomotive" ou a estonteante "The Greater Good", onde a voz de Lawrence Gowan, em duelo com Tommy Shaw, lembra muito a de Dennis DeYoung. Gowan, que aliás, dá um espetáculo solo ao piano em "Khedive", linda faixa para relembrar peças como "Clair de Lune". Junto com isso, tudo aquilo que caracterizou a banda, sejam grandes vocalizações, excelentes arranjos, produções fenomenais, estão presentes em The Mission. Algumas faixas soam imponentes, tais como em "Hundred Million Miles from Home", "Time May Bend", "The Outpost" e a épica "Red Storm", forte candidata a melhor do disco (só o dedilhado de violão dessa música já vale umas 4 posições na lista de melhres). Outras soam como o velho Styx em ação, na voz debochada de James Young em "Trouble at the Big Show", nas vocalizações de "Mission to Mars" ou quando o hammond é a força propulsora de "Radio Silence". Forte candidato a melhor disco da banda desde o seu retorno, e fácil um Top 3 de 2017.


Roger Waters - Is this the Life We Really Want?



Um disco que foi muito ouvido por mim esse ano é este Is this the Life We Really Want?, de Roger Waters. Para quem é fã de Pink Floyd, é uma nostalgia revisitada de várias fases da banda, sem soar como um caça-níqueis. É muito difícil não se envolver sentimentalmente com faixas como "Broken Bones", "Déjà Vu", “The Last Refugee”, “The Most Beautiful Girl” e "Wait for Her", para quem aprecia a fase The Final Cut/Pros and Cons of Hitch-hiking, ou a faixa-título, "Bird in a Gale”, "Smell the Roses" e “Picture That” para quem é mais do período Wish You Were Here/Animals. Letras poderosas, melodias envolventes, canções marcantes e a certeza de que Waters ainda é capaz de criar música de alta qualidade. Waters está vindo ao Brasil em 2018, já estou com o ingresso comprado, e a certeza de que será mais um espetáculo inesquecível para todos aqueles que sabem apreciar sua obra. Outro álbum que também fiz questão de comentar mais para vocês, aqui.



U2 - Songs of the Experience

Ansiedade predominava pelo novo lançamento do U2. Sempre é uma surpresa o que os irlandeses fazem, e não foi diferente dessa feita. Songs of the Experience é mais um disco que deverá ser absorvido aos poucos. As canções tem muitos elementos de experimentação, como os eletrônicos de "Get Out of Your Own Way", e os teclados/pianos em "Love Is All We Have Left", "Love Is Bigger Than Anything in Its Way" e "The Little Things That Give You Away". Claro, também há aquelas faixas para os fãs cantarem o refrão em plenos pulmões, "Red Flag Day", "You're the Best Thing About Me", e aquelas que soam descoladas das demais, mas que as audições subsequentes fazem da mesma uma boa canção, no caso "Landlady" e "Summer of Love" Me trouxe lembranças da tríade Achtung Baby - Zooropa - Pop, com elementos de No Line on the Horizon, mas no fim das contas, é o U2 criando outro álbum fundamental e digno de sua discografia. Alguns falam que o U2 virou cópia de si mesmo, que virou inferior as bandas que ele influenciou, mas é tudo balela. "Lights of Home" ganha disparada a posição de melhor música do disco, seguida por "The Blackout", "13 (There is a Light)" e a dançante "American Soul", a qual poderia facilmente ter estado nos discos da tríade que citei acima. E que coisa bem bonitinha é essa "The Showman (Little More Better)", cada vez ganhando mais pontos comigo. O U2 continua tão importante quanto o foi nos anos 80, 90 e 2000, e se adaptando ao mercado sempre de forma positiva para quem está com os ouvidos abertos ao que Bono e cia. é capaz de criar. Fizemos um Test Drive com o disco aqui, e mesmo que o pessoal tenha malhado, não vá pensando que eles tem razão.


Black Pussy - Power




Quando ouvi esse disco pela primeira vez, logo de cara percebi que ele estaria na minha lista de melhores de 2017. Foi um dos álbuns que mais ouvi esse ano, muito em virtude de um som psicodélico altamente alucinógeno, pegado, com grudentas frases de guitarra e vocais, mas também com suas várias fontes de inspirações no hard setentista. As faixas te deixam em êxtase, com vontade de sair pulando pela casa e curtindo o rock 'n' roll de primeira que sai das caixas de som, em especial "Girlfriend", "Full Tilt Boogie", "Parasols", "Take You There", e o petardo "Home Sweet Home", uma sonzeira que sintetiza a psicodelia e o hard com perfeição. Ainda por cima, entrevistei Dustin Hill, o líder dos americanos, em uma entrevista muito legal. Quer mais?





Tuber - Out Of The Blue
Quando ouvi o disco Out of the Blue, jurei que estava sendo captado por algum prédio de festas de Manchester. O som post-punk é muito forte, só que com o passar da primeira música, você percebe que ali há uma novidade, e que os "ingleses" na verdade é um quarteto grego, que está em ação desde 2010. Os caras misturam eletrônicos e peso sem piedade, e isso é o principal no Tuber, como atestam "Cat Class" e "Moon Rabbit", faixas que vão deixar-te encucado com o que está sendo criado ali. Esse é o segundo álbum do grupo, perfeito para quem aprecia grupos como Smiths ou Joy Division, mas com um detalhe, tudo instrumental, e com fortes pitadas de Stoner. Curti muito ouvir Out of the Blue, principalmente " Luckily Dead", "Noman", "Russian" e a faixa-título. Para ser surpreendido, e conquistar o Top 10 da minha lista.


Supersoul - Faith Bender
Ouvi o Supersoul na finaleira do ano, bem daquelas do sem queres. Estava ocupado no trabalho, e não tinha percebido que tinha deixado o youtube selecionado no modo reprodução automática. Depois de curtir uma das minhas bandas preferidas de 2015 (Naxatras), entrou um riffzão setentista, uma voz carregada de efeitos e uma sonzeira animalesca. Meus ouvidos começaram a vibrar na frequência daquele som, e tive que parar o que estava fazendo para conferir o que era. Supersoul é outro power trio da Grécia, e nesse seu álbum de estreia, entrega aos fãs um som sujo, pesado, e repleto de energia. São 14 faixas, que fazem você sair de uma pancada violenta ("Faith Bender", "Freedom Prayer", "Mind Me When I'm Gone" e "The Manipulator") para faixas dançantes ("Gold") e até blues ballad hardona ("Came Back To Moscow"). "Blackhorse", "Jacob Williams" e "The Torment" soam modernas, mezzo White Stripes, mas ao mesmo tempo tem aquela veia de antiguidade, que agrada fácil. Como resistir as vocalizações do refrão de "Sea Of Tears"? Ainda temos espaço para a experimentação de "Carve My Stone", o blues elétrico "Wrong Side Of Suicide", a delicadeza de "Divine", enfim. Ótimo disco, e vida longa para o Supersoul. Ah, não engane-se com a capa, o álbum não é nada careta.


Electric Octopus - Driving Under The Influence Of Jams
Ano passado, o Electric Octopus entrou na minha lista de Melhores de 2016 com um álbum de uma hora e dez minutos, tendo apenas três canções. Pois em 2017, eles conseguiram fazer algo ainda melhor, mais delirante, e confesso, para poucos. Afinal, os caras vieram com uma fome do cão, e deixaram-se viajar por suas inspirações mais diversas para criar um álbum de 3 horas e 54 minutos somente de improvisos longos, viajantes, ácidos, chapantes, tudo o que você precisa para ficar naquele "barato" sem usar nenhum alucinógeno além da música. São nove faixas onde baixo e bateria (e camadas de teclados) criam a base para a guitarra de Tyrell Black ressonar maravilhosamente nas caixas de som. É voltar ao tempo dos longos improvisos de nomes como Grateful Dead, Allman Brothers, Canned Heat, e por aí vai. Um dos grandes momentos, para os mais chegados, é quando a base de "Walk on the Wild Side" (Lou Reed) surge para guiar as explorações de guitarra em "New Jam #2". Obviamente que um álbum dessa duração não é comum, e o mesmo foi lançado somente para download, mas olha, você não irá desperdiçar quatro horas ouvindo esse petardo. Pelo contrário, vai ver como ainda há músicos capazes de, com muita inspiração, usufruir de uma boa e bela jam. Aproveito também para indicar os outros três discos lançado pelo trio esse ano, Chaotic Wavemaker, Iliudi e Smokyhead, ambos igualmente acachapantes.



Universal Hippies - Dead Hippie's Revolution



Terceira banda grega, e essa segue os moldes clássicos do Stoner. Canções instrumentais, arrastadas, com solos de guitarra chapantes e muita viagem lisérgica. O que chama a atenção, além da mentalidade Stoner, é a influência hard rock, explícita nos riffs de guitarra e nos solos talhados a martelo para satisfazer os ouvintes. Procurem as faixas "Holy Slave", "Mariner's Dream", "Mountain", ou melhor, procure ouvir todo o álbum. Mais uma bela banda saindo da Terra de Zeus.


Menção honrosa

Robert Plant - Carry Fire


Cada novo lançamento da carreira de Plant mostra como o eterno vocalista do Led Zeppelin se reinventou de tal forma com o passar do tempo e continua capaz de alegrar os ouvidos dos fãs dos britânicos. Ouvi Carry Fire muito recentemente (o disco saiu em outubro) e por isso, não consegui colocá-lo numa posição acima dos demais, apesar de ele ter ficado um tempo nas minhas preferências. Nesse álbum, Plant buscou influências no seu passado hippie, e entregou canções belíssimas, tais como "New World" e o climão oriental da faixa-título. Temos a participação especial de Chrissie Hynde na viagem "Bluebirds Over the Mountain", e o som da The Sensational Space Shifters, que novamente acompanha Plant, com os elementos acústicos sensacionais, sendo o viola de Seth Lakeman e os violões de Justin Adams outras grandes atrações. Para quem curte Led Zeppelin III, "The May Queen" e "Carving Up the World Again... A Wall and Not a Fence" são uma macarronada com molho de calabresa, e "Season's Song" leva o prêmio de melhor canção de Carry Fire lindíssima e viajante através da voz de Plant. Belo disco, que merece ainda mais audições.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Entrevista: Black Pussy



Versão em português

Uma das grandes bandas da atualidade no cenário americano, e que aos poucos vem sendo citada como referência de boa música no mundo inteiro, é o grupo de Portland, Oregon, Black Pussy. O grupo lançou seu terceiro full lenght no mês de maio, e esteve excursionando pelos Estados Unidos nos últimos meses. Durante a excursão, o vocalista e guitarrista Dustin Hill nos concedeu essa entrevista, na qual comenta sobre o atual momento da banda, algumas polêmicas que o nome Black Pussy causou no sempre conservador país da América do Norte, e muito mais. Confira.



1. Baú do Mairon: Olá Dustin, obrigado por esta entrevista. Gostaria primeiro de falar sobre a promoção do novo disco, Power. Vocês tiveram a agenda cheia nos últimos meses, com shows em todo o Estados Unidos. Como tem sido a receptividade de seus fãs com as novas canções?

Dustin Hill: Sim, a turnê tem sido lotada, para promover o Power, e isto é um dos motivos que demoramos para responder. Tem sido uma psicodelia em nossa nave-espacial. Então, os fãs realmente estão descobrindo os novos sons. Eu realmente não poderia pedir uma recepção melhor.

2. Quais foram os principais momentos do processo de gravação de Power que você pode nos contar?

A gravação de foi realmente compatível. Eu coloquei muito mais tempo na pré-produção desta vez, o que permitiu-me concentrar nas afinações versus partes no estúdio, e exercer um pouco o papel de produtor. Algumas das principais coisas para este registro foram apenas testar todos os diferentes tipos de instrumentos e misturar ideias.

3. Temos dois grandes vídeos do novo álbum: "Slice of Paradise" e "Home Sweet Home". Conte-nos sobre a história destes vídeos, e por que essas canções foram as escolhidas para terem os vídeos promocionais.

Temos agora um vídeo fresquinho para "Parasols". Estamos super animados com ele, já que apresenta Nathan Barnatt (n. r. ator e dançarino). Quanto aos dois primeiros lançamentos, aquelas eram as canções que tínhamos acabado de fazer. 



4. Vocês estão lançando seu terceiro álbum completo. Conte-nos sobre o sentimento de alcançar esse número - e alguns EPs - hoje em dia, onde a música parece ter perdido seu valor, no sentido de que as pessoas, em geral, não param para ouvi-la. Somente tem a música como fundo para fazer outras coisas.

Sinto-me abençoado por poder escrever tantos discos, ou devo dizer, estou abençoado que os deuses enviaram eles em meu caminho. Somos apenas artistas, então, tentamos não nos preocupar se as pessoas estão ouvindo agora, apenas queremos fazer a arte. Se as pessoas terminam prestando atenção a isto, isto é legal. E se elas não fazendo, isto realmente não importa enquanto estivermos fazendo isso. A vida é curta, faça seu destino.

5. Black Pussy é uma banda que aqui no Brasil, está começando a conquistar seu espaço. Por favor, conte-nos sobre os primeiros dias do grupo.

Bem, lá no início era apenas eu com uma ideia. Fui sortudo o suficiente para encontrar um grupo que queria ser parte da luta. Realmente, nós mantínhamos a mesma ideia naquela época, e é o que tentamos fazer, a melhor arte que pudermos, e excursionar tanto quanto possível.

6. Em nosso país, tivemos algumas informações, pela internet, sobre alguns problemas da Black Pussy, relacionados com o nome do grupo. Isto é verdade?

Sim, existe um pouco de controvérsia. Isto pare ser uma forma do mundo no momento, ou talvez seja como o é o rock 'n' roll. De qualquer forma, não estamos importando com este tipo de gente, eles não pertencem ao rock n' roll.

7. Acredito que vocês tomaram a atitude correta em manter o nome. Com tantos absurdos acontecendo no mundo hoje em dia, as pessoas se preocuparem com algo tão fútil quanto isto é estúpido. Parabéns! Porém, se possível, gostaria honestamente de ouvir uma opinião sobre o polêmico texto de Kristy Love, feito dois anos atrás, criticando fortemente vocês.

Para falar sério tanta bobagem neste artigo, é pura perda de tempo. É só um absurdo para ganhar cliques. Estamos na estrada por cinco anos direto, e temos 5 álbuns sob este nome da banda. É somente sobre música e ter um tempo legal com todo mundo.

O primeiro EP, Galaxies


8. Vamos falar sobre seu primeiro EP, com uma única faixa, “Galaxies”. Uma incrível peça musical com 22 minutos, que nos traz memórias de grandes canções psicódelicas dos anos 70. Como foi a criação desta canção?

On Blonde foi nosso primeiro lançamento. Galaxies era apenas outro projeto de arte que queríamos fazer. Não há regras na arte. Isto surgiu ao mesmo tempo, de forma muito rápida, e foi gravada ao vivo. Fizemos apenas duas tomadas, pegamos a segunda e lançamos ela.

9. Então, “Galaxies” foi gravada ao vivo. Eu a acho uma baita música. Vocês ainda a fazem nos shows?

Nós tocamos ela de vez em quando, quando o público não nos deixa sair do palco. É sempre uma ótima noite quando isto ocorre.

10. Adoro quando o Black Pussy mergulha em caminhos psicodélicos, lembrando bandas clássicas como Hawkwind  ou Blue Oyster Cult, mas fazendo uma mistura inovadora, com algo na linha do Monster Magnet. Quais são as principais influências de vocês?

As bandas que você mencionou são todas influências. Isto é desafiadoramente uma mistura de gêneros que nós fazemos, mas sempre mantemos uma ideia da psicodelia do final dos anos 60 no ingrediente. Syd Barrett é uma enorme influência para mim, o gancho entre o pop e o psicodélico.

11. On Blonde e Magic Mustache, os dois primeiros full length, trazem lembranças do grunge do rock alternativo, muito diferente de  “Galaxies”. Por que vocês decidiram mudar o som da banda?

Com este projeto, uma das principais coisas é que não há regra. Fazemos o que sentimos naquele momento, e colocamos isto para fora.

A bela versão em roxo transparente de Power

12. Os EPs Galaxies e Where the Eagle Flies foram lançados em vinil, sendo o último em uma belíssima versão vermelha. On Blonde foi lançado em um incrível vinil transparente, e Power foi lançado uma versão em vinil roxo transparente muito embasbacante. Por que vocês escolheram fazer estes lançamentos?

Amamos arte e queríamos dar as pessoas algo especial e limitado. Todos os nossos lançamentos são limitados, e quando eles esgotam, esgotam para sempre. Então, fazemos uma nova cor para a próxima prensagem. É uma forma de você saber que realmente tem a primeira edição. A primeira tiragem de On Blonde era um vinil preto de 180 gram as, e a versão clara é a segunda tiragem, limitada a 1000 peças com uma diferente cor na capa também. É sempre somente arte para nós.

A versão transparente de On Blonde


13. Qual a sua opinião sobre o espalhamento de sons pela internet, seja através de torrents ou blogs de download?

Pegue isto! Se as pessoas estão ouvindo, isto realmente não importa como.

14. Vocês tiveram a oportunidade de tocar na Europa recentemente. Como foi a experiência?

Sim, acabamos de fazer uma turnê europeia. Tocamos no Desert Fest London e Berlin. Foi incrível. Nada de negativa para dizer sobre isto. Estou louco para voltar.

15. E sobre o Brasil, o que você conhece de nossa música?

Conheço algumas bandas de metal muito bem, e já estive no samba da Toca do Coelho. Mas sei que existe muito a conhecer. Eu adoraria excursionar por aí, ou passar algumas semanas para poder absorver algo.

16. Quais os próximos passos para a carreira do Black Pussy, e qual é o grande sonho, como músicos, de todos os membros do grupo?

Sempre o mesmo para nós: escrever, gravar e excursionar. Estamos vivendo o sonho completamente. O grande sonho é uma turnê mundial.



17. Por favor, envie uma mensagem para seus fãs aqui no Brasil, e novamente, obrigado por sua atenção.

É muito legal termos fãs no Brasil, o que significa que precisamos fazer uma turnê por aí e fazer a festa. Apreciamos toda a força que dirigem para nós permanecermos com o verdadeiro rock 'n' roll, não importa de qual forma. Espero vê-los em breve



English version

One of the great bands of the present time in the American scene, and that little by little has been cited as reference of good music in the whole world, is the group of Portland, Oregon, Black Pussy. The group released its third full lenght in May, and has been touring the United States for the past several months. During the tour, vocalist and guitarist Dustin Hill gave us this interview, commenting on the current moment of the band, some controversies that the name Black Pussy caused in the ever conservative country of North America, and more. Check it.



1. Hello Dustin, thank for this interview. I wish first to talk about the promotion of the new album, Power. You have a busy schedule in last months, with shows in all USA. How have been the receptivity of your fans to the new songs?

Yeah the tour has been super busy in support of the Power album hence why it's taken awhile to write this interview. It gets psychedelic out here in the spaceship. So far the fans have been really digging the new tunes. I really couldn't ask for a better reception.

2. How were the main moments of the Power record process that you can talk to us?

The tracking of Power went really smooth compatibly. I put a lot more time into pre-production this go around to be able to focus on tones vs parts in the studio which enabled me to take more of a producer roll. Some of main things for this record were just testing all different kinds of instruments and mix ideas.

3. We have two great videos from the new album: "Slice of Paradise" and "Home Sweet Home". Tell us about the history of these videos, and why do you choose these songs to make a promotional video-clips.

We have a brand new video for Parasols right now; Which we're super stoked on featuring Nathan Barnatt. As for the first two releases those are songs we were just stoked on getting out.

4. You are in the third full lenght. Tell us about the feeling of reach it – and some EPs – in this time, where music seems to be lost its value, in the sense that mostly of people, in general, don’t stop to listen it. Only have music as a background to do other things.

I feel blessed that I've been able to write this many albums or should I say I'm blessed that the gods send them my way. We're just artist so we try not to be concerned if people are listening now, we just want to make the art. If people end up caring about it cool; and if they don't, it really doesn't matter as long as we're doing it. Life is short do thy destiny.

5. Black Pussy is a band that here, in Brazil, is beginning to conquer its space. Please, tell us about the first days of band.

Well in the early days it was just me with an idea. I've been lucky enough to find a team that wants to be apart of the struggle. Really we've held to the same idea the whole time and that is to try and make the best art we can; and tour as much as possible.

6. In our country, we had some information, by internet, about Black Pussy’s troubles, because of the name of the band. Is it truth?

Yeah there has been a little controversy. It just seems to be the way of the world at the moment or maybe it's always been like this in rock n' roll. Either way we're not caving to these people, they don't belong in rock n' roll.

7. I believe that you have been took the correct attitude in keeping the name. With so many absurdities happening in the world today, people worrying about something as futile as that is stupid. Congratulations! However, if is possible, I wish would honestly like to hear from you an opinion about the polemical Kristy Love text, made two years ago criticizing strongly the band 

To get to deep into her bullshit article is a waste of time. It's all click bait nonsense. We've been on the road for 5 years straight and have 5 albums out under this band name. It's only about the music and having a good time with everybody.


The First EP, Galaxies


8. Let's talk about your first EP, with an only song, "Galaxies”. An incredible musical piece with 22 minutes, that brings memories of great psychedelic songs from the seventies. How was the creation of this song?

On Blonde was the first release. Galaxies was just another art project we wanted to do, there are no rules in art. It came together pretty quick and was recorded live. We only did 2 take and kept the second and pressed it.

9. So, “Galaxies” was caught in the act. I think that it is a great song. Do you still made it live?

We play it live every once in awhile when people won't let us get off stage. It's always a great night when it happens.

10. I like so much when Black Pussy dives in psychedelic ways, remembering classical bands like Hawkwind or Blue Oyster Cult, but making and innovative mix, with something like Monster Magnet. Which are the main influences of Black Pussy’s musicians?

The bands you mentioned are all influences. It's defiantly a mixing of genres we do, but always keeping a hint of that late 60's psychedelic in the ingredients. Syd Barrett is a huge influence for me, the pop hooks with the psychedelic.

The Red version of Where The Eagle Flies' EP


11. On Blonde and Magic Mustache, the two first full length, bring memories from grunge and alternative rock, very different that “Galaxies”. Why you decide to change the sounds of the band?

With this project one of the main things is there are no rule. We do what we feel at the moment and put it out.

12. The Eps “Galaxies” and the “Where the Eagle Flies” were released as vinyl, since that the last one is a beautiful red version. On Blonde was released in an awesome clear vinyl, and Power is being released in a CLEAR PURPLE VINYL version very dizzying. Why do you choose to do these releases?

We love art and we want to give people something special and limited. All our color releases are limited runs and when they are gone, they are gone forever. Then we do a new color for the next pressing. It's a way of truly knowing you have a first edition. On Blondes first run was 180 gram black vinyl and the clear is the second run limited to a 1000 with a different color cover as well. It's always about the art for us.

13. What is your opinion about the spreading of songs by internet, either through torrents or through download’s blogs?

Take it! If people are listening, I really don't care how.

The Red Orange Version of Magic Mustache


14. Do you have some opportunity to play in Europe? In a positive case, how was the experience? In negative case, is there some expectations to do it?

We just did a euro tour. We played Desert Fest London and Berlin. It was awesome. Nothing negative to say about it. Can't wait to head back.

15. And about Brazil, what do you know from our music?

I know some of the metal bands quite well and have been down the samba rabbit hole. But I know there's a lot I'm missing. I'd love to tour down there or just come hang for a couple of weeks to soak some up.



16. What is the next steps from Black Pussy’s career, and what is the great dream, as musicians, of all members band?

Always the same for us, writing, recording and touring. We are living the dream fully. The great dream is to tour the world.

17. Please, send a message to your fans here in Brazil, and again, thank you for your attention

It's pretty sweet we have fans in Brazil, which means we need to get a tour going down there so we can party. We appreciate all the support which drives us to stay true to rock n' roll no matter what. Hope to hang soon.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...