Mostrando postagens com marcador Ian Anderson. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ian Anderson. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Discos Que Parece Que Só Eu Gosto: The London Symphony Orchestra Featuring Ian Anderson - A Classic Case (The London Symphony Orchestra Plays The Music Of Jethro Tull Featuring Ian Anderson)[1985]





Ao mesmo tempo que o rock 'n' roll se consolidava nos anos 60, e tornava-se uma potência nos anos 70, discos com orquestra e rock se tornaram lançamentos tradicionais. A fusão dos dois rendeu pérolas como Days Of Future Passed (The Moody Blues e London Symphony Orchestra, de 1967), Concerto For Group and Orchestra (Deep Purple e The Royal Philharmonic Orchestra, de 1969), Ekseption 00.04 (Ekseption e The Royal Philharmonic Orchestra, de 1971), Live - In Concert With The Edmonton Symphony Orchestra (Procol Harum e a orquestra citada no título, 1972) ou Journey To The Centre of the Earth (Rick Wakeman e a London Symphony Orchestra, de 1974), entre outros,. Uma única orquestra registrando rock 'n' roll em arranjos clássicos, era algo que poderia levar a música clássica para o jovem público dos anos setenta, e por que não, fazer com que alguns jurássicos apaixonados pelas obras de Bach, Beethoven, Chopin e cia., deixassem de torcer o nariz para a música dos cabeludos.

Como podemos ver, tanto as orquestras do Royal Philharmonic quanto a do London Symphony têm participação importante nesse mundo sinfônico + rock, e foram ambas que resolveram incrementar suas discografias, fazendo com que na segunda metade dos anos 70, uma espécie de lançamento se tornasse figura carimbada quase que constantemente. Tratava-se de gravações de músicas clássicas do estilo por uma orquestra. As primeiras gravações desse tipo foram as de Tommy (London Symphony Orchestra, de 1972) e Tubular Bells (The Royal Philharmonic Orchestra, de 1975).

A The Royal Philharmonic preferiu seguir com regravações para um único artista, e assim foram lançados Performs The Best Known Works Of Rick Wakeman (1978), Plays The Beatles - 20th Anniversary Concert (1982), Plays The Queen Collection (1982), ABBAPHONIC - ABBA's Greatest Hits (1983), Objects Of Fantasy - The Music Of Pink Floyd (1989), enquanto eventualmente trabalhou com Frank Zappa (200 Motels, de 1971), David Bedford (Star's End, de 1974), Ramases (Glass Top Coffin, de 1975), Renaissance (A Song For All Seasons, de 1978), além de seguir sua co-irmã, lançando em 1982 Hooked On Rock Classics, com regravações de Beatles, Stones, Derek and the Dominos, Survivor e outros (1982).


Alguns dos álbuns de clássicos do rock interpretados pela Royal Philharmonic Orchestra

Digo seguir a co-irmã por que foi a London Symphony quem resolveu primeiro ampliar sua homenagem ao rock, isso em 1977, quando gravou Classic Rock, coletânea dupla (no Brasil saiu em duas partes) que apresenta sucessos como "Bohemian Rhapsody" (Queen), "Life on Mars" (David Bowie), "Paint it Black" (Rolling Stones), "Whole Lotta Love" (Led Zeppelin), "God Only Knows" (Beach Boys) e mais 13 grandes clássicos de baluartes do rock, de Beatles a Ike & Tina Turner. Esse álbum inova ao re-aaranjar as canções do rock em um estilo bastante clássico, com metais e cordas simulando as guitarras, vocais e teclados, além da presença da bateria, único instrumento mais próximo ao rock.

Em 1979 veio Classic Rock Rhapsody In Black, outra coletânea de sucessos do rock 'n' roll, e a partir dos anos 80, a London Symphony trouxe Classic Rock - Rock Classics (1981), Classic Rock Rock Symphonies (1983), Rock Classic 5 - Themes And Visions (1983), The Power Of Classic Rock (1985), Classic Rock Countdown (1987) e Classic Rock - The Living Years (1989), que além de buscar clássicos do rock na década de 60 e 70, também atualizava peças do rock dos anos 80 em arranjos sinfônicos. A London Symphony, diferentemente da Royal Philharmonic, especializava-se em registra obras de diversos artistas, mas em 1985, resolveu apostar novamente no formato de um álbum exclusivo de um artista, e o homenageado da feita foi o Jethro Tull.


Alguns dos lançamentos da série Classic Rock, com a London Symphony Orchestra

Acompanhada pelo líder flautista, vocalista, violonista, batedor de escanteio, falta, pênalti e também goleiro e técnico do Jethro Tull Ian Anderson, além de participações especiais do guitarrista Martin Barre, do baixista Dave Pegg e do tecladista Peter Vitesse, ou seja, a formação do Jethro Tull que gravou o controverso Under Wraps (1984), e que precisava fazer alguma coisa para poder "arrumar o filme" que havia sido queimado bastante, a London Symphony Orchestra entrou nos estúdios com a intenção de lançar um álbum de Natal em 1985, e assim nasceu A Classic Case (The London Symphony Orchestra Plays The Music Of Jethro Tull Featuring Ian Anderson). Os arranjos ficaram a cargo de David "Dee" Palmer, que acompanhou o Jethro Tull durante boa parte da década de70, ora fazendo arranjos orquestrais ora sendo tecladista.

Porém, parece que o tiro acabou saindo pela culatra. O disco em si acabou sendo tão renegado quanto Under Wraps, e quase todos os fãs de Jethro Tull que eu conheço acabam desprezando seu lançamento. Nosso próprio colega, André Kaminski, ao fazer a Discografia Comentada dos britânicos, se quer mencionou UMA LINHA para A Classic Case. Desconheço as razões para o André ter feito isso, e tão pouco o julgo mal, mas isso só atesta que A Classic Case é um álbum esquecido na vasta discografia de Anderson e cia.


Contra-capa da versão internacional

Porém, eu realmente não entendo isso. Esse foi um dos primeiros discos ligados ao Tull que conheci (Aqualung, Thick as a Brick, The Broadsword and The Beast e Benefit vieram todos juntos à esse, através de um amigo do Micael que é apaixonado pela banda), e foi um caso de amor a primeira ouvida. A união de orquestra com a flauta furiosa de Anderson me causou um impacto muito forte, o suficiente para que A Classic Case se tornasse meu disco favorito da banda por muitos anos (até ouvir A Passion Play), e principalmente, ter sido minha primeira aquisição dos caras. Além disso, o repertório escolhido a dedo mistura canções de todas as fases do Tull, sendo então uma bela entrada ao mundo musical dos britânicos.

A super clássica "Locomotive Breath" surge com o poder das cordas entoando o riff inicial do piano. Os metais emulam os vocais, e o grande destaque é a flauta de Ian Anderson, que repete as linhas vocais e o magistral solo desse petardo de Aqualung (1971) em sua totalidade. O dedilhado de violão mais famoso da história dos britânico introduz "Thick As A Brick". As cordas fazem a parte vocal, e ao longo de pouco mais de quatro minutos, temos aqui apenas três partes do clássico álbum homônimo de 1972, contando novamente com a presença importante da flauta de Anderson, mas sem impactar tanto quanto a original.


Lado A

"Elegy" é uma das mais belas faixas registradas em A Classic Case. A combinação entre orquestra e a flauta causa emoções fortíssimas até em uma estátua. Um registro perfeito, que supera inclusive o original, lançado em Stormwatch (1979), assim como "Boureé", um espetáculo orquestral que impressiona pela sua imposição sonora logo de início, até baixo e flauta trazerem o consagrado riff de Bach. Na sequência, o que ouvimos em Stand Up (1969) está também registrado aqui, com Anderson mandando ver no solo de flauta, e a orquestra fazendo intervenções pontuais. Fechando o Lado A, a surpreendente "Fly By Night". Gravada por Anderson no seu álbum solo Walk Into Light (1983), aqui ela mantém o mesmo arranjo oitentista registrado originalmente, mas ganhou um clima de trilha sonora de filme de ficção científica através da orquestra, o que elevou em muitos pontos sua criação e inserção no álbum.

Outro super-clássico, "Aqualung", abre o lado B com a orquestra assumindo todos os postos. Um dos principais sucessos da banda, aqui é tratada com toda a honra e grandiosidade que merece, sem tirar uma nota do lugar. "Too Old To Rock 'n' Roll To Young To Die" é outra que a orquestra encaixou super bem. A guitarra da introdução está presente, as cordas emulam os vocais de Anderson, o saxofone. Tudo encaixadinho e agradável aos que apreciam a obra. O Medley com "Teacher", "Bungle In The Jungle", "Rainbow Blues" e "Locomotive Breath" possui a participação de Anderson na flauta, e os metais fazendo uma participação dançante e boa para aumentar o som durante a audição.


Lado B

Para fechar o álbum, uma versão praticamente idêntica para "Living In The Past", com o baixão, flauta e tudo mais, e "Warchild", uma faixa soberana, com uma orquestração que modificou totalmente o arranjo original, tornando-a muito mais próxima a grandes trilhas sonoras do que a pérola progressiva do álbum homônimo de 1974, e que encerra com chave de ouro esse rico trabalho clássico,

Depois, vieram We Know What We Like: The Music Of Genesis (1987), e só nos anos 90 a London Symphony resolveu investir alto nesse tipo de lançamento, com cinco discos em 1994 - Symphonic Music Of The Rolling Stones, Plays The Music Of The BeatlesPlays The Music Of Abba - Symphonic RockFortress: The London Symphony Orchestra Performs The Music Of StingOrchestra On The Rock - Queen - The Long Goodbye - dois em 1995 - Symphonic Music Of Procol Harum e Plays The Music Of The Eagles, além do disco Symphonic Music of Yes, outro projeto com arranjos de David Palmer, ao lado de Bill Bruford, Steve Howe e Jon Anderson. A partir dos anos 2000, pararam os lançamentos desse tipo, até por que a nova geração musical já havia praticamente abandonado o estilo clássico, mas A Classic Case ficou para a história, tanto pelo seu ousado - na época - estilo de adaptação de canções progressivas com arranjos clássicos como por ser um dos álbuns ligados ao Jethro Tull menos comentados em toda sua história, seja para bem ou para o mal. Concordam?
Contra-capa da versão americana e britânica


Track list

1. Locomotive Breath
2. Thick As A Brick
3. Elegy
4. Boureé
5. Fly By Night
6. Aqualung
7. Too Old To Rock 'n' Roll, Too Young To Die
8. Medley (Bungle in the Jungle / Rainbow Blues / Locomotive Breath)
9. Living in the Past
10. Warchild

terça-feira, 2 de maio de 2017

Direto do Forno: Tim Bowness - Lost in the Ghost Light [2017]



O nome de Tim Bowness é conhecido dentro do atual cenário do rock progressivo. Quem se atualiza e não vive no passado da década de 70, reconhecerá Tim como o parceiro de Steven Wilson no projeto No-Man, cujo primeiro álbum, Loveblows & Lovecries – A Confession (1993), é uma mistura de synthpop, artpop e até trip-hop que faz muita gente - principalmente os fãs de Wilson - se surpreender com o que está saindo das caixas de som, em nada lembrando nomes consagrados como Porcupine Tree ou Blackfield, por exemplo.

Em paralelo ao No-Man, Bowness lançou-se em carreira solo em 2004 com My Hotel Year, conquistando mesmo o mercado prog com Stupid Things That Mean The World, que alcançou a décima posição em vendas no Reino Unido no ano de seu lançamento, 2015. Agora, ele está no seu quarto álbum, Lost in the Ghost Light, o qual está sendo lançado nos formatos somente com CD, CD + DVD e LP 180 gr duplo. É um álbum conceitual, que trata sobre um músico de rock clássico no final de sua carreira, tendo que conviver com os ônus e os bônus de estar nos palcos e nos estúdios depois de muito tempo em ativa. Nas palavras do próprio Tim: "Se isto parece como uma ópera rock, cheira como uma ópera rock, então ..."



A banda de apoio de Tim é de primeira, com Stephen Bennett (teclados, guitarras), Colin Edwin (baixo, Porcupine Tree), Bruce Soord (guitarras, The Pineapple Thief), Hux Nettermalm (bateria, Paatos) e Andrew Booker (baterista, Sanguine Hum e Peter Banks), além de Steven Wilson na mixagem e masterização, bem como os músicos convidados Kit Watkins (teclados, Happy The Man e Camel), Steve Bingham (baixo, No-Man), e Andrew Keeling (arranjos orquestrais e de flauta, e que trabalho com Robert Fripp).

O álbum abre com o ritmo suave de "Worlds of Yesterday", levado pelo dedilhado da guitarra, o baixo fretless e a voz sussurada de Bowness, em uma linha que irá agradar em cheio aos fãs de Spock's Beard, e com um breve mas chamativo solo de flauta, além da magistral guitarra de Soord solando hipnotizantemente. A longa "Moonshot Manchild" mantém o clima Spockiano, destacando a grande presença dos sintetizadores e uma levada floydiana que irá agradar aos apreciadores da fase pós-Waters do grupo inglês, principalmente pela presença de vocalizações, tudo isso temperado com um moogzinho fascinante, essencialmente no solo do trecho central da canção, o qual traz sensações de relaxamento para o corpo muito boas, assim como as melhores criações do progressivo.




"Kill The Pain That’s Killing You" muda todo o ritmo leve do disco até então, com uma frenética bateria e uma aguçante guitarra que nos remetem aos últimos discos de David Bowie, com a guitarra repleta de efeitos sendo o centro das atenções, nessa que é a faixa mais agitada de Lost in the Ghost Light. "Nowhere Good To Go" volta ao ritmo suave das faixas anteriores, com alguma orquestração e aquela sensação de leveza novamente impregnando o corpo. 
Versão CD + DVD

Chegamos na faixa-título, uma comovente balada com predomínio de piano e teclados, onde seu trecho final ficará alguns dias em sua cabeça ("you'll be the silent and them can make some noise"). A vinheta "
You Wanted To Be Seen" é uma faixa estranha, com um clima soturno, bastante divergente das demais faixas do álbum, mas que por ser curta, acaba passando despercebida, e para fechar o disco, Ian Anderson surge com sua flauta na linda "Distant Summers", não por acaso aquela que para mim é a melhor faixa do álbum, principalmente pela virada que ela faz a partir dos seus dois minutos. Apenas ouvindo para descrever o que acontece no disco, seja pelo ritmo empolgante de baixo e bateria ou pelo malucaço moog que permeia os vocais de Tim, e o encerramento, putz, Steve Hackett irá se admirar, com certeza.

Enfim, uma ótima surpresa esse novo álbum de Tim Bowness, com belas harmonias e composições que preencherão o coração dos amantes do rock progressivo, apesar de não ser um disco revolucionário. Destaque também para a bela capa conceitual do disco, criada por Jarrod Gosling, e que mostra um pouco do que ouviremos nos pouco mais de 43 minutos de um álbum que já promete emplacar nas listas de dez melhores lançamentos de 2017.


Capa e contracapa da vesão CD + DVD


Track list

1. Worlds Of Yesterday 
2. Moonshot Manchild 
3. Kill The Pain That’s Killing You
4. Nowhere Good To Go
5. You’ll Be The Silence
6. Lost In The Ghost Light
7. You Wanted To Be Seen
8. Distant Summers 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais – IT, a união dos maiores flautistas do progressivo




Por Mairon Machado (Publicado originalmente no blog Consultoria do Rock)

Notícias Fícticias que Gostaríamos que Fossem Reais é uma sessão da Consultoria do Rock onde apresentamos notícias fictícias, mas que poderiam se tornar reais em algum momento de nossas estadas aqui na Terra. A intenção não é gerar polêmcias ou controvérsias sobre determinados fatos, mas apenas incitar a discussão sobre o que ocorreria se o mesmo fato chegasse a acontecer.

Quem são os maiores flautistas da história do rock? Bom, o leitor mais atento logo vai reconhecer em Ian Anderson (líder do grupo britânico Jethro Tull) e Thijs Van Leer (líder do grupo holandês Focus) os principais candidatos para preencher essa lacuna, estando completamente corretos em sua resposta. Ambos possuem carreiras magníficas liderando suas bandas durante os anos 70, não sendo apenas flautistas, mas também multi-instrumentistas, com Ian tocando (e muito bem) saxofone, violão, acordeão e harmônica, além de cantar, e Thijs esmerilhando órgão, piano e claro, cantando seus tradicionais yodels (técnica vocal muito empregada pelo cantor).

O sonho de muitos proggers em unir essas duas lendas vivas do rock progressivo vem desde o lançamento dos primeiros álbuns de cada grupo, afinal, quem nunca confundiu “House of the King” (Focus) como sendo uma canção do Jethro Tull que atire a primeira pedra. Mas graças a uma produção independente unindo ambos, finalmente os admiradores dos diferentes e ao mesmo tempo similares estilos dos músicos podem conferir essa união no álbum IT, cujo nome, apesar de significar a palavra "isto", é formado pelas iniciais dos músicos.

Ian Anderson

Passeando logicamente pela carreira de seus principais grupos, Ian e Thijs exibem-se com soberania e distinção não somente na flauta, mas também nos outros instrumentos citados, criando versões por vezes longes das originais, e que você só irá reconhecer talvez pela melodia central, mas distante de ser algo depreciativo.


Pelo contrário, IT é uma aula de boa música. Gravado em duas semanas no estúdio caseiro de Anderson, esse álbum duplo divide-se entre canções compostas pelo líder do Jethro Tull e canções compostas por Van Leer. Portanto, no disco 1 temos as canções de Anderson, começando pela emocionante versão de “Pussy Willow” (Jethro Tull), com Thijs no piano e Ian no violão. Sem explorar os clássicos, a dupla concentra-se em canções mais desconhecidas do Jethro Tull, oferecendo “Round”, “Just Try To Be”, “Boureé” (essa com um show de Thijs Van Leer), “Only Solitaire”, “Wondering Aloud” (na sua versão do álbum Living in the Past, de 1973, com Thijs no órgão e Ian na flauta), “Slipstream”, “From Later” e as arrepiantes “Dark Ages” e “Thinking Round Corners”, recriadas com órgão de igreja, saxofone e com belos duelos entre as flautas.

Thijs Van Leer
O disco 2 explora as canções do Focus, abrindo com uma interpretação sensacional para a já citada “House of the King”, com Ian no violão e saxofone e Thijs no piano e flauta, além da fantástica “La Catedrale de Strasbourgh” (cantada por Anderson), “Sylvia” (com Anderson no violão e flauta, enquanto Thijs está apenas no órgão), “Focus I”, Focus II”, “Out of Vesuvius”, “Delitiae Musicae”, “Focus 8” e “King Kong”, essa em uma versão muito melhor do que a encontrada no fraco Focus (1985).


Além disso, a carreira solo dos músicos também foi destacada. No disco 1, as canções “Walk Into Light” (do álbum de mesmo nome, lançado em 1983) e "At Their Father's Knee" (extraída de Divinities: Twelve Dances With God, lançado em 1995) foram as escolhidas, enquanto no disco 2, “Reigen Seliger Geister” (presente em Introspection 3, lançado em 1977) e "Hollywood Blues" (do álbum I Hate Myself for Loving You, de 1987) são as que irão lhe encantar, além da maravilhosa versão para "Siciliano (from Sonata In E Flat Major For Flute & Harpsichord)", de Bach. A curiosidade maior é que as canções da carreira solo de Anderson são interpretadas por Van Leer, e vice-versa.

Bruce Dickinson, convidado especial de IT
Outro grandes destaque de IT é a participação de convidados mais que especiais. Bruce Dickinson (Iron Maiden) foi chamado para fazer os vocais de uma versão linda e extremamente acústica para “Cross Eyed Mary”, com Thijs no piano e no órgão de igreja, além de Ian no acordeão, violão e mandolim, enquanto Jan Akkerman (guitarrista do Focus) é o responsável pelo alaúde na também linda interpretação para “Focus III”.

Como bônus, uma divertida versão para a clássica “Hocus Pocus” (Focus), com Dickinson tocando baixo, Anderson na bateria, Akkerman na guitarra e Van Leer no órgão. Os hilariantes yodels de Anderson e Dickinson são impagáveis, e certamente irão propiciar muitas risadas.

Mas o que importa realmente é a união de dois gênios do rock progressivo em um disco único. Sonoridades clássicas brotam em todo o álbum, e é impossível saber qual dos dois se destaca mais, até por que eles são responsáveis por todos os instrumentos (a menos nas canções citadas), o que torna o trabalho ainda mais atraente. Encomende o seu e prepare-se para pouco mais de duas horas de uma viagem de ida com destino ao paraíso, onde você irá querer ficar por um bom tempo.

Disco 1: "The Ian Songs"

1. Pussy Willow
2. Just Try To Be
3. Boureé
4. Round
5. Dark Ages
6. Walk Into Light
7. Only Solitaire
8. Slipstream
9. Wondering Aloud
10. Thinking Round Corners
11. Cross Eyed Mary
12. At Their Father's Knee
13. From Later

Disco 2: "The Thijs Songs"

1. House of the King
2. La Catedrale de Strasbourgh
3. Sylvia
4. Delitiae Musicae
5. Reigen Seliger Geister
6. Focus I
7. Focus II
8. Focus III
9. Focus 8
10. Out of Vesuvius
11. Hollywood Blues
12. King Kong
13. Siciliano (From: Sonata In E Flat Major For FLute & Harpsichord)
14. Hocus Pocus [Faixa Bônus]

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...