O Podcast Grandes Nomes do Rock desse mês homenageia a Independência do Brasil. Para isso, apresentamos cinco blocos com alguns dos principais grupos do rock nacional, divididos por estados e regiões. Assim, ouviremos grupos do Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul, em pouco mais de duas horas de programa.
Museu do Ipiranga, em São Paulo
Track list Podcast # 41 - Dia dos Pais
Bloco 01 Abertura: "Papa Don't Preach" [do álbum True Blue - 1986 (Madonna)] "Father and Son" [do bootleg Live on Earth Tour - 1976 (Cat Stevens)] "My Father's House" [do bootleg Live at Bologna - 2005 (Bruce Springsteen)] "My Father" [do álbum Who Knows Were The Time Goes - 1968 (Judy Collins)] "Father to Son" [do álbum ... But Seriously - 1989 (Phil Collins)] "Father of Night" [do álbum New Morning - 1970 (Bob Dylan)] "Oh! Father" [do álbum Like A Prayer - 1988 (Madonna)]
Bloco 02
Abertura: "Pai" [do álbum Com Amor - 1996 (Fábio Júnior)]
"Papai Me Empresta O Carro" [do álbum Acústico MTV - 1998 (Rita Lee)]
"Como Nossos Pais" [do álbum Transversal do Tempo - 1978 (Elis Regina)]
"Pais e Filhos" [do álbum Acústico MTV - 1999 (Legião Urbana)]
"Catch Me Daddy" [do álbum Farewell Song - 1982 (Janis Joplin)]
Bloco 03 Abertura: "Daddy Where Did I Come From" [do álbum Ars Longa Vita Brevis - 1968 (The Nice)] "Another Brick in the Wall, Part III" [do álbum The Wall - 1979 (Pink Floyd)] "Father Bach" [do álbum Mother Focus - 1975 (Focus)] "I Believe in Father Christmas" [do álbum Works II - 1977 (Emerson, Lake & Palmer)] "Dear Father" [do álbum Yesterdays - 1975 (Yes)] "Father Oblivion" [do álbum Apostrophe (') - 1974 (Frank Zappa)] "Little Fugue / Father O. S. A." [do álbum Styx II - 1973 (Styx)]
Bloco 04
Abertura: "Sometimes You Can Make It On Your Own" [do álbum How To Dismantle An Atomic Bomb - 2004 (U2)]
"Father Time" [do bootleg Live at Wacken Open Air - 2007 (Stratovarius)]
"Father to Son" [do álbum Queen II - 1974 (Queen)]
"Son of Your Father" [do álbum The Last Puff - 1974 (Spooky Tooth)]
"Daddy's Gonna Pay For Your Crashed Car" [do vídeo Zoo TV: Live from Sidney - 1993 (U2)] "
"Come Away Melinda" [do álbum UFO - 1970 (UFO)]
Encerramento: "Fine Fat Daddy" [do álbum Dinah Sings Bessie Smith - 1958 (Dinah Washington)]
Publicado originalmente no blog Consultoria do Rock
O podcast Grandes Nomes do Rock desse mês homenageia um dos principais guitarristas da história do rock, Jeff Beck. Em duas horas de programa, passearemos pela carreira do músico desde seus tempos no Yardbirds até os dias de hoje, destacando canções de sua carreira solo, canções do Yardbirds, bandas contendo músicos que tocaram ao lado de Beck e um bloco especial com covers gravadas por Beck, e também regravações de composições do inglês por outros artistas.
Geoffrey Arnold Beck nasceu no dia 24 de junho de 1944, em Wallington, Inglaterra, e desde pequeno teve contato direto com a música. Aos 6 anos, Beck ouviu Les Paul tocando em uma rádio, e ali, decidiu que realmente o que ele queria ser era um guitarrista. Aos dez anos, o garoto era o principal cantor no coral da igreja da sua cidade, e com doze, teve suas primeiras lições de violão e guitarra em um violão emprestado. Insatisfeito de ter de sempre pegar um instrumento para tocar, Beck começou a desenvolver a construção de seu próprio instrumento, através da famosa tentativa e erro.
O primeiro violão foi construído colando parafusos em uma caixa de charuto, que fazia o corpo do instrumento, e uma parte da cerca de sua casa que fazia a parte do braço, com as asas de uma aeronave de aeromodelagem sendo a mão do instrumento. Posteriormente, ele percebeu que o ideal seria fazer adaptações que facilitariam a forma de tocar, entre elas, adaptar captadores elétricos e transformar o violão em guitarra.
Após encerrar o ensino médio, Beck ingressou no Wimbledon College of Art, aonde desenvolveu seus dotes como pintor e decorador, especializando-se principalmente na pintura de carros. É na Wimbledon College of Art, através de sua irmã, Annetta Beck, que ele é apresentado ao guitarrista Jimmy Page. Surgia assim uma grande amizade, a qual também foi muito conturbada.
Com 19 anos, Beck fundou seu primeiro grupo, o The Rumbles, o qual era voltado para covers de Gene Vincent e Buddy Holly. Em 1963, ocorre a primeira gravação de Beck, fazendo o solo na canção “Stealin’”, do grupo The Cyril Davies All Start, sendo essa o lado A da bolachinha, que no lado B traz a faixa “Chuckles”. Ele passou o ano de 64 trabalhando como músico de estúdio, participando de singles gravados por Phil Ryan, Johnny Howard Band e Screaming Lord Sutch.
Cris Dreja, Jeff Beck, Paul Samwell-Smith, Jim McCarthy e Keith Relf: o Yarbirds em 1965
Em 1965, Beck aumenta o número de participações. Dessa vez, Beck executa as seis cordas em gravações de Nightshift, Fitz and Startz, Chris Andrews, Stars Charity e Sandy Shaw. Esse grande número de participações, e uma indicação de Jimmy Page, fez com que Beck entrasse no lugar de Eric Clapton no Yardbirds.
A entrada de Beck no Yardbirds mudou o status do grupo para o mais elevado posto nas paradas americanas e britânicas, batendo de frente (e por muitas vezes ganhando) os grandes Beatles e Rolling Stones, apesar de Beck ter permanecido no grupo por apenas 20 meses. Nesse período, ele gravou o lado A do espetacular Having a Rave Up With The Yardbirds (1965) e o essencial Roger the Engineer (1966), também conhecido como Over Under Sideways Down, nome pelo qual foi lançado nos Estados Unidos.
Uma das principais composições dessa época é “Still I’m Sad”, uma inovadora faixa, que mistura cantos gregorianos com psicodelia, distinto do que era apresentado por todas as bandas de rock da época. Outras canções clássicas da era Beck em Yardbirds são “I’m a Man”, “Over, Under, Sideways, Down”, “Jeffs Boogie”, “Heart Full of Soul” e “Shapes of Things”, alguns exemplos primordias da importância de Beck para o rock.
Cris Dreja, Jimmy Page, Jim McCarthy, Keith Relf e Jeff Beck; formação clássica do Yardbirds
Em setembro de 1966, o Yardbirds chegou no ápice de sua carreira, com a entrada de Jimmy Page para dividir as guitarras com Beck. Um dos momentos mágicos do rock pode ser conferido no filme Blow Up (1966), onde Beck estraçalha a guitarra enquanto Page dá risadas da interpretação artística de seu colega. Infelizmente, o quinteto Yardbirds, que além de Beck e Page, contava ainda com Keith Relf (harmônica, vocais), Cris Dreja (guitarra, baixo, vocais) e Jim McCarthy (bateria), não deixou nenhum registro para a posteridade, pois em novembro de 1966, Beck foi demitido, devido principalmente a seus atrasos e ausências em diversos shows do grupo pelos Estados Unidos, além de seu perfeccionismo e temperamento explosivo.
Micky Waller, Jeff Beck, Rod Stewart e Ronnie Wood: primeira formação do Jeff Beck Group
Pós-Yardbirds, Beck mergulhou em uma carreira solo de grande sucesso, primeiramente com os singles “Hi Ho Silver Lining” (uma das raras canções a trazer a voz de Beck) e “Tallyman”, e posteriormente, fundando a Jeff Beck Groupo, cuja primeira encarnação contou com Beck nas guitarras, Rod Stewart nos vocais, Ronnie Wood no baixo, Nicky Hopkins no piano e Micky Waller na bateria.
Essa formação prontamente entrou nos estúdios da Atlantic, e em agosto de 1968, gerou um dos melhores discos daquele período, batizado Truth. Gravado em apenas quatro datas, nos dias 14, 15, 25 e 26 de maio de 1968, Truth é uma aula de guitarra, e da potência sonora que Beck exalava para o hard rock. Apesar de ser composto apenas por covers, é inegável a qualidade de pérolas como “I Ain’t Supertitious” (de Willie Dixon), “Ol’ Man River” (de Jerome Kern e Oscar Hammerstein”, e claro, os delírios instrumentais de “Beck’s Bolero”, uma obra prima composta por Page e Beck, com inspiração no "Bolero" de Ravel.
Além desses clássicos, Truth também traz a polêmica “You Shook Me”, uma versão para a peça de Willie Dixon, gravada pelo Led Zeppelin de Jimmy Page cinco meses depois do lançamento de Truth em Led Zeppelin, o álbum de estreia do grupo de mesmo nome, e que até hoje gera controvérsias de quem teria feito a versão encontrada em ambos os álbuns, com Beck defendendo que ele é o responsável pelo arranjo, e Page dizendo que apenas adaptou o que Beck já havia gravado, construindo um novo arranjo.
O fato é que Truth fez bastante sucesso, chegando na décima quinta posição nos Estados Unidos, e revelando a rouca voz de Rod Stewart para o mundo, além de um jovem Ron Wood executando linhas de baixo, algo que posteriormente, no Rolling Stones, ele deixaria de fazer.
Jeff Beck, Rod Stewart, Tony Newman e Ronnie Wood
Em julho de 1969, chega às lojas a sequência de Truth, o também espetacular Beck-Ola, trazendo Tony Newman no lugar de Micky Waller. A gravação de Beck-Ola demorou um pouco mais que Truth, agora seis datas em abril de 1969 (3, 6, 8, 10, 11 e 19). Os grandes destaques ficam por conta das versões para “All Shook Up” (Elvis Presley) e “Jailhouse Rock” (Jerry Leiber e Mike Stoller”, além da embalada “Spanish Boots”, onde podemos conferir um pouco mais do baixista Ronnie Wood, e da belíssima instrumental “Girl from Mill Valley”, composta por Hopkins.
Novamente, Beck alcançava a décima quinta posição nos Estados Unidos. Durante a turnê por este país, incidentes, brigas e o famoso Caso-Woodstock levaram ao fim da primeira geração do Jeff Beck Group em agosto de 1969. Aos que não conhecem o Caso-Woodstock, o Jeff Beck Group estava programado para ser uma das principais do evento, tanto que seu nome aparece nos cartazes promocionais. Porém, Beck desistiu de tocar dias antes do evento começar, desagrando Stewart e Wood. As ofensas foram inevitáveis, com Wood e Stewart sendo demitidos, Hopkins participando do evento como tecladista do Jefferson Airplane e Newman perdido no meio da discussão.
Rod e Ron ingressaram no Faces, enquanto Hopkins passou a fazer parte do Quicksilver Messenger Service. Já Beck afastou-se temporariamente da música, rejeitando inclusive a oferta de substituir Brian Jones no Rolling Stones (sendo que em 1967, ele já havia recusado o convite para substituir Syd Barrett no Pink Floyd), até sofrer um grave acidente de carro próximo a cidade de Maidstone, em dezembro de 1969.
Pouco antes do retiro para tratar sua lesão no crânio, causada no acidente, Beck participou do álbum Music from Free Creek, um ousado projeto com renomados artistas como Eric Clapton, Dr. John, Mitch Mitchell e Linda Ronstadt, e que foi lançado em 1973. Beck participa das canções “Cissy Strut”, “Big City Woman”, “Cherrypicker” e “Working in a Coalmine”. O retiro acabou impossibilitando a união de um super grupo, o qual começava a ser planejado, tendo Beck, Tim Bogert (baixo) e Carmine Appice (bacteria).
A ex-dupla do Vanilla Fudge acabou fundando o Cactus, e Beck cuidou de tratar dos problemas gerados pelo acidente. Quando Beck recuperou-se do acidente, decidiu formar uma nova banda. Primeiro, o guitarrista trouxe para tocar com ele o baterista Cozy Powell, e então, com o auxílio do produtor Mickie Most, Beck e Powell mandaram-se para os Estados Unidos no início de 1970, onde alugaram o renomado Studio A da Motown, localizado em Hitsville. Lá, tendo o auxílio do grupo The Funk Brothers, o trio registrou diversas faixas, voltadas para o funk e a soul music, bem no estilo motowniano, o que inspirou Beck a construir uma formação sólida para tocar esse estilo de música.
Famoso álbum bootleg da segunda geração do Jeff Beck Group
Em abril de 1971, surgia a segunda encarnação do Jeff Beck Group, contando com Beck, Powell, Alex Ligertwood (vocais), Max Middleton (teclado) e Clive Chaman (baixo), formação essa que entrou nos estúdios ainda em abril. A expectativa era grande para o lançamento do novo álbum de Beck, o qual era barrado por problemas entre Beck e a gravadora RAK. Quando o contrato entre ambos encerrou em maio de 1971, Beck assinou com a Epic, na época, uma subsidiária da CBS.
Ali, o novo LP começou a tomar forma, aproveitando as músicas gravadas em abril. Porém, Beck não gostou da participação vocal de Ligertwood, e então, saiu em busca de um novo vocalista, cabendo esta tarefa para Bobby Tench (guitarra, vocais). O ex-vocalista do grupo Gass entusiasmou Beck em uma apresentação de seu grupo, e claro, não desperdiçou a oportunidade de tocar com um grande nome do rock como Jeff Beck.
Essa formação então estreiou vinílicamente em Rough and Ready, lançado em 25 de outubro de 1971 no Reino Unido (09 de janeiro de 1972 nos Estados Unidos). A sonoridade totalmente nova, com influências do soul, rhythm & blues e jazz em nada se assemelhava ao peso da primeira encarnação do Jeff Beck Group, e relevava ainda mais as capacidades musicais de Beck, sendo considerado um sucesso, mesmo com atingindo a modesta quadragésima sexta posição nas paradas americanas.
Logo após o lançamento nos Estados Unidos, o Jeff Beck Group saiu para uma curta turnê de dezesseis datas pelo país, destacando principalmente as canções de Rough and Ready, com destaque para “Got the Feeling”, “Situation” (ambas lançadas em single) e “New Ways / Train Train”. Vale lembrar que a versão original americana apresenta a canção “Max’s Tune” com o nome "Raynes Park Blues”, o que foi corrigido nas versões posteriores. Talvez o maior destaque desse álbum é que Beck escreveu seis das sete faixas do mesmo, o que não havia acontecido nos álbuns anteriores.
A estrondosa turnê de Rough and Ready propiciou uma volta aos estúdios para a gravação do segundo álbum dessa encarnação. Tendo agora como produtor Steve Cropper, e a mesma formação do disco anterior, no primeiro dia de maio de 1972 chegava às lojas americanas Jeff Beck Group (09 junho no Reio Unido). Particularmente, considero este o melhor disco da carreira de Beck. Nele, as influências da soul music são ainda maiores do que no seu antecessor, com Beck voltando a trabalhar usando covers, principalmente de artistas da Motown.
Beck em 1972
Cinco das nove faixas do Disco da Laranja são covers, destacando “Tonight I’ll Be Staying Here With You” (Bob Dylan), “Going Down” (Don Nix) e “I Got Have a Song” (Stevie Wonder). Mas a melhor canção deste LP fica por conta da que o encerra, uma composição de Beck batizada de “Definitely Maybe”, a qual é uma jóia rara instrumental, aonde o guitarrista faz seu instrumento chorar usando o pedal wah-wah cry-baby. Mais uma pequena série de shows e Beck resolve acabar com o Jeff Beck Group, alegando divergências musicais. O fato maior, não revelado na época, é que Beck estava com a cabeça novamente voltada para o hard rock.
O antigo projeto de montar uma super-banda ao lado de Tim Bogert e Carmine Appica voltava a ser o alvo de Beck, ainda mais por que a dupla já havia saído do Cactus. Os ensaios entre o trio começou no início de 1972, e em agosto daquele ano, já estavam em cima dos palcos, para preencher obrigações contratuais da segunda encarnação do Jeff Beck Group. Nesses shows, além do trio citado, participaram Max Middleton e Kim Milford, o qual foi substituído na sétima apresentação por Bobby Tench, este último permanecendo até o final da turnê.
Carmine Appice, Jeff Beck e Tim Bogert, um dos principais power-trios da história
Encerradas as obrigações contratuais do Jeff Beck Group, enquanto os demais membros do Jeff Beck Group criaram o Hummingbird, Beck realizava seu sonho, fundando o power trio Beck, Bogert & Appice, um dos grandes Power-trios da história, ao lado de Cream, Taste, West, Bruce & Laing e Grand Funk Railroad. Em setembro, o BBA estreia oficialmente nos palcos, com Appice fazendo as vezes de vocalista. O poderoso som do trio impressionou os europeus, já que a turnê passou por Reino Unido, Holanda e Alemanha. Com isso, eles chegaram ovacionados nos Estados Unidos, em outubro de 1972, por onde permaneceram excursionando até o dia 11 de novembro daquele ano.
A partir de dezembro, por pressão de gravadoras e dos fãs, concentram-se na gravação de um LP, o qual é lançado nos Estados Unidos em 26 de março de 1973 (06 de abril no Reino Unido) sob o título de Beck, Bogert & Appice. O som do LP é uma mistura das duas gerações do Jeff Beck Group, mas com uma pegada seminal advinda da cozinha Bogert e Appice. O grande destaque do LP ficou por conta do mega hit “Superstition”, originalmente gravada por Stevie Wonder. Outras canções que merecem destaque são “Oh To Love You”, “Livin’ Alone” e “Black Cat Moan”. Além do trio, participaram do LP Jimmy Greenspoon (piano), Duane Hitchings (mellotron) e Danny Hutton (vocais). Três singles foram lançados: "Black Cat Moan" / "Livin" Alone" (16 de fevereiro de 1972), "I'm So Proud" / "Oh To Love You" (28 de maio de 1973) e "Lady" / "Oh To Love You" (16 dejulho de 1973). O álbum alcançou a posição # 12 nos EUA e # 28 na Inglaterra.
Beck durante a apresentação no Rainbow Theatre em 1974
Uma extensa turnê de promoção começou no primeiro dia de fevereiro de 1973, com o grupo partindo para uma turnê tocando em pequenos lugares, como salas de concerto e também em universidades pela Inglaterra, encerrando essa pequena temporada com uma apresentação no dia 18 de fevereiro no Top Rank Suite de Cardiff. No dia 20 de fevereiro, fazem uma aparição no programa de TV francês Pop Deux diante de mil pessoas, partindo para um descanso de um mês.
Voltam a ativa no dia 28 de março de 1973, iniciando uma turnê mundial a partir dos EUA, no Music Hall de Boston, onde Beck utilizou pela primeira vez o talk box, dois anos antes de Peter Frampton explodir com o uso desse equipamento. Após dezessete apresentações pelos EUA, o trio fez o show de encerramento da turnê americana em Winterland, no dia 16 de abril, mais uma vez aclamados por mídia e público.
Como o palco era o lar do BBA, voltam para uma segunda turnê, começando no dia 26 de maio no Centre Arena de Seattle e encerrando em 8 de junho no Honolulu International do Hawaii, de onde partiram para uma série de shows pelo Japão, iniciada em 14 de junho no Nippon Budokan, e após cinco dias, encerrava a série nipônica no Koseinenkin Hall de Osaka. No dia 03 de julho, o trio dividiu o palco com David Bowie, para tocar “Jean Genie”, “Love Me Do” e “Around and Around”) em um show na Inglaterra. Ainda na Europa, em 8 de julho apresentam-se no circuito anual de festivais de rock europeu, viajando pela Alemanha Oriental, Holanda e França durante uma semana, com o show de encerramento ocorrido em 14 de julho na cidade-luz.
Em outubro daquele ano, Beck participou das gravações do álbum Lane Changer, de Michael Fennely, além de contribuir na produção do primeiro disco do Hummingbird. O término da turnê mundial seria novamente nos EUA, agora cobrindo a parte oeste e sul do país, passando por estados como Pennsylvania, Carolina do Norte, Flórida, Maryland e Georgia. Porém, no dia 17 de julho Jeff Beck dicidiu deixar o trio, alegando cansaço e falta de motivação para seguir adiante.
Da turnê japonesa foi lançado em 21 de outubro o LP Live in Japan, o que motivou o trio a se reunir novamente. Assim, em 21 de novembro de 1973 se mandam para uma série de shows que passou pela Inglaterra, tocando em cidades como Brighton, Liverpool, Sheffield, Bristol e Londres, além das escocesas Glasgow e Edinburgo, onde a turnê foi encerrada em 29 de fevereiro de 1974, tocando no Caley Theater.
Durante a turnê inglesa, registram o show de 26 de janeiro de 1974, realizado no Rainbow Theatre, o qual foi apresentado no programa americano de shows Rock Around the World. Este foi o último registro do BBA, mostrando alguns sons que fariam parte do segundo álbum da banda. Algumas canções aparecem na compilação Beckology, lançada em 1991.
As sessões de gravação do segundo álbum começaram em janeiro de 1974, porém, brigas internas levaram a separação do trio antes do lançamento do mesmo, que até hoje aguarda um lançamento oficial. Várias cópias piratas circulam pela internet, e é possível perceber que a sonoridade da BBA ainda manteria o padrão do excelente álbum de estreia.
O segundo álbum não foi lançado oficialmente, mas é possível encontrá-lo através de diversos sites e blogs mundo afora. Do show no Rainbow Theatre, “Blues Deluxe” e “BBA Boogie” foram lançadas oficialmente na caixa Beckology (1991), enquanto em fevereiro de 1975, saiu o álbum Beck, Bogert & Appice Live in Japan, registro da passagem do power trio pelas terras nipônicas, e que foi lançado primeiramente no Japão, em uma edição limitada e rara, e posteriormente na europa e Estados Unidos.
Meses depois do término do BBA, Beck resolveu voltar para a carreira solo, tendo como banda de apoio o grupo Upp. Por outro lado, o Upp acabou lançando dois interessantes discos com a produção e participação especial de Beck, os raros Upp (1974) e This Way Upp (1975).
Em outubro de 1974, começam as gravações do primeiro álbum solo da carreira de Beck, mesmo período que Beck chegou a realizar alguns testes para substituir Mick Taylor no Rolling Stones, mas a incompatibilidade de gênios entre Beck e Richards fez com eu o ex-colega Ron Wood assumisse a guitarra, e Beck seguisse em carreira solo.
Jeff Beck, um mestre inspirador para o mundo das guitarras
Batizado de Blow by Blow, é um dos mais cultuados discos da carreira de Beck. Abrangendo a onda de fusion e jazz que assolava a Europa na metade dos anos 70, o guitarrista, apoiado por Max Middleton (teclados), Phil Chen (baixo) e Richard Bailey (bateria), gerou um dos melhores discos instrumentais da década de 70, inspirando nomes como Dave Murray, Eddie Van Halen e Ritchie Sambora. Vários são os destaques, dentre eles “Thelonius” (com a participação de Stevie Wonder), “Scatterbrain” (trazendo arranjos de George Martin) e “Constipated Duck”. Destaque também para a versão de “She’s a Woman” (original do Beatles). Não à toa, Blow by Blow foi o primeiro disco do guitarrista pós-Yardbirds a chegar entre os cinco mais nos Estados Unidos, atingindo a quarta posição, sendo este até hoje o mais bem sucedido disco da carreira do músico.
Uma longa turnê começou nos Estados Unidos, após um pequeno show em Londres, no dia 29 de Março de 1975. Durante abril e maio, Beck tocou abrindo para a Mahavishnu Orchestra, naquelas datas que muitos dizem terem sido os melhores shows que o guitarrista já fez, apesar do famoso incidente no show de Ohio, Cleveland, onde o talk box do guitarrista falhou durante a apresentação de “She’s a Woman”, e para piorar, uma corda se quebrou pouco depois. Revoltado, Beck destruiu a guitarra e o talk box em pleno palco.
Outro ponto relevante dessa turnê foi a participação do World Rock Festival, do mestre Yuya Uchida, realizado no dia 07 de agosto de 1975, no Japão. Beck interpretou sete canções, além de uma performance instrumental arrasadora entre bateria e guitarra (na companhia de Johnny Yoshinaga) e uma viagem de ida com o baixista Feliz Pappalardi (Mountain) e o vocalista Akira “Joe” Yamanaka (ex-companheiro de Yuya na Flower Travellin’ Band).
Após a maratona de shows, Beck partiu para gravar seu segundo álbum solo. Seguindo a mesma linha de Blow by Blow, Wired chegou às lojas em maio de 1976, e é mais um grande disco instrumental lançado pelo guitarrista. Dessa vez, Max Middleton (teclados), Jan Hammer (teclados), Wilbur Bascomb (baixo), Narada Michael Walden (bateria), Richard Bailey (bateria) e Ed Greene (percussão) auxiliaram na criação de petardos como “Blue Wind”, “Led Boots”(uma interessante homenagem ao Led Zeppelin), “Sophie” e a fantástica versão para “Goodbye Pork Pie Hat”, de Charles Mingus.
Jan Hammer e Jeff Beck: monstros do fusion em 1977
Apesar de não ter se saído tão bem quanto Blow by Blow (Wired alcançou a décima sexta posição na Billboard), é um grande disco, que deve ser buscado por todos os apreciadores de guitarra e jazz rock. A turnê de promoção foi feito ao lado da Jan Hammer Group, contando com Jan Hammer (teclados), Tony Smith (bateria), Fernando Saunders (baixo) e Steve Kindler (violino, cordas). Dessa turnê, saiu Jeff Beck with the Jan Hammer Group Live, lançado em 1977, o primeiro disco ao vivo gravado por Beck oficialmente.
Esse também foi o último disco do guitarrista na década de 70, já que os altos impostos ingleses o mandaram para viver nos Estados Unidos durante um ano. Mesmo com alguns ensaios em um ambicioso projeto envolvendo o baixista Stanley Clarke e o baterista Gerry Brown (que infelizmente não passou de alguns ensaios), Beck teve como grande momento durante três anos uma excursão de três semanas tocando no Japão, em novembro de 1978, na companhia de Stanley Clarke, Tony Himas (teclados) e Simob Phillips (bateria).
Lentamente, a vontade de gravar um novo disco foi contagiando Jeff, e no final de 1979, estava finalizado seu terceiro disco solo. There and Back foi lançado em junho de 1980, tendo algumas lembranças da época de Wired e Blow by Blow, mas adaptando-se aos sons dos anos 80. O line-up é o mesmo da turnê pelo Japão, à excessão do fato de Mo Foster ter substituído Stanley Clarke. Destaques nesse álbum ficam por conta de “Star Cycle”, “The Pump” e “Space Boogie”. There and Back atingiu a vigésima primeira posição nos Estados Unidos, tendo uma longa turnê por Japão, Reino Unido e Estados Unidos.
Beck e Clapton, dividindo o palco nos anos 80
Os anos 80 começaram com Beck dividindo o palco ao lado de Eric Clapton, Sting, Phil Collins, Bob Geldof, Donovan entre outros, em uma série de concertos pela Anistia Internacional. Beck também participou de outra ação beneficente, o ARMS CONCERT, em busca de doações para pessoas com esclerose múltipla, que pode ser conferido hoje no DVD ARMS Charity Concerts, onde em mais um dos momentos mágicos da música, Jimmy Page, Eric Clapton e Jeff Beck dividiram as atenções durante “Layla” e “Tulsa Time”, sendo esta a única vez que os três guitarristas do Yardbirds tocaram juntos.
Rod Stewart e Jeff Beck em 1984
Após os shows beneficentes, o guitarrista afastou-se novamente da música, até julho de 1985, quando ressurgiu com Flash, seu quarto álbum de estúdio, dessa vez trazendo diversos vocalistas convidados, com destaque para Rod Stewart interpretando a versão para “People Get Ready”, original de Curtis Mayfield. Mais um disco bem sucedido, permanecendo oito semanas entre os cincoenta mais bem vendidos nos Estados Unidos, apesar da sonoridade pop. Outro destaque fica por conta de “Escape”, a qual recebeu o prêmio Grammy de melhor música instrumental de 1985. “People Get Ready” foi um dos três singles do LP. Os outros dois foram “Get Us All in the End” e “Wild Thing” (esse último gravado mas não incluído no álbum).
Terry Bozzio, Jeff Beck e Tony Himas
Mais quatro anos se passaram até que Beck desse as caras novamente, agora com Jeff Beck’s Guitar Shop, lançado em outubro de 1989. Nele, é retomado a época do power trio, contando com a participação de Tony Himas (teclados) e Terry Bozzio (bateria). Carregado pelo single de “Stand on It”, Jeff Beck’s Guitar Shop recebeu o Grammy de Melhor Disco de Rock Instrumental de 1989, e é sem dúvidas o melhor disco de Beck nos anos 80. Os longos anos afastados do palco se deveram principalmente por Beck ter problemas de audição, ouvindo zumbidos ao invés de sons. Tratamentos foram feitos nesse período, mas ainda hoje, ele sofre com alguns barulhos.
Com apenas cinco discos em carreira solo, Beck entrou nos anos 90 voltando aos anos 60, sendo músico acompanhante em discos de nomes como Roger Waters (Amused to Death, de 1992) e Kate Bush (The Red Shoes, de 1993). O grande destaque porém ficou por conta do lançamento da caixa de três CDs Beckology, trazendo raridades desde o período com o The Tridents (pré-Yardbirds) até as sessões de gravação de Jeff Beck’s Guitar Shop.
Ele gravou a trilha sonora para o filme Frankie’s House (1992) e o ótimo Crazy Legs, um tributo ao grupo Gene Vincent and the Blue Caps, lançado em 29 de junho de 1993, aonde o guitarrista apresenta dezoito clássicos da carreira de Gene Vincent, acompanhado pelo grupo The Big Town Playboys, formado por Mike Sanchez (vocais, piano), Adrian Utley (guitarra), Ian Jennings (baixo), Leo Green (saxofone) e Clive Deamer (bateria).
Você, ouça esse podcast
Ainda em 1993, Beck acompanhou Paul Rogers no álbum Muddy Water Blues: A Tribute to Muddy Waters, e nesse mesmo ano, uma participação especial em um show do Guns N’ Roses acabou sendo frustrada novamente pelos problemas de audição do músico, levando-o a afastar-se novamente dos palcos e estúdios por seis anos. Em 1995 foi lançada a coletânea Best of Beck, indicada apenas para completistas.
Somente em 1999 o mundo voltaria a ouvir um album inédito do ingles. Who Else!, acompanhado por Pino Palladino (baixo), Bob Loveday (violino), Steve Alexander (bateria) e Simon Wallace (sintetizador), além da presença de outros nomes como Jan Hammer, Manu Katché e Clive Bell. A sonoridade é uma mescla de eletrônicos com fusion, e os principais destaques ficam por conta de “Psycho Sam”, “Space for the Papa” e “THX138”.
Beck nos anos 2000
Em 06 de fevereiro de 2001, You Had It Coming foi lançado, com destaque para a bela “Dirty Mind”, a qual recebeu o Grammy de Melhor Performance de Rock Instrumental daquele ano. Outros destaques ficam por conta de “Earthquake” (composta por Jennifer Batten) e a bela recriação para “Rollin’ and Tumblin’’, de Muddy Waters. O som é ainda mais eletrônico, principalmente pelo uso de programações e a ausência de bateria.
Mantendo uma regularidade de um álbum a cada dois anos, em 05 de agosto de 2003 sai Jeff, misturando hard rock, jazz, fusion e música eletrônica, tendo destaque as faixas “Plan B”, “Trouble Man”, “Bulgaria” e “JB’s Blues”. Jeff gerou o quarto Grammy para Beck, novamente como Melhor Performance Instrumental, dessa vez por conta de “Plan B”.
Após uma turnê abrindo para B. B. King, e de ter participado do Crossroads Guitar Festival de 2004, Beck afastou-se de novo do mundo da música. Em 2006, foi lançado o primeiro de dois bootlegs oficiais, chamado Live at BB King Blues Club, o qual foi gravado ao vivo em 2003. No ano seguinte, Official Bootleg Live USA ’06 complementou uma série que ainda prevê lançamentos inéditos ao vivo da carreira de Beck. Já em 2007, Beck acompanhou Kelly Clarkson na gravação de “Up to the Mountain (MLK Song)” para um episódio da série American Idol.
Em 10 de novembro de 2008, Live at Ronnie Scotts apresentou um show do guitarrista em 2007, na companhia de Jason Rebello (teclados), Vinnie Colaiuta (bateria) e Tal Wilkenfeld (baixo), que gerou mais um Grammy para Beck, dessa vez com a versão de “A Day in the Life”.
O guitarrista homenageando Les Paul
A participação na faixa “Black Cloud” do disco Years of Refusal (Morrissey) e a indução à Calçada da Fama são os principais momentos no ano de 2009, para no ano seguinte, nascer o seu último disco de estúdio até então, Emotion & Commotion, lançado em abril de 2010 e apresentando covers para “Corpus Christi Carol”, “Over the Rainbow” e “Nessun Dorma”. O principal destaque porém é para a participação de uma orquestra em diversas faixas, que colocaram mais uma vez Beck entre os vinte mais vendidos nos Estados Unidos, chegando na décima primeira posição. “Nessun Dorma” ganhou o Grammy de Melhor Performance de Pop Instrumental, enquanto “Hammerhead” recebeu o Grammy de Melhor Performance de Rock Instrumental.
Jimmy Page e Jeff Beck, ao vivo
Ainda em 2010, Beck participou do álbum The Imagine Project, ao lado de Seal, Pink e Herbie Hancock, entre outros, recebendo mais um Grammy em 2011 por melhor performance vocal na faixa “Imagine”. A partir de então, saiu em uma longa excursão mundial, tendo uma super banda de apoio, com Narada Michael Walden (bateria), Rhonda Smith (baixo) e Jason Rebello (teclados). Essa formação gravou Live and Exclusive from the Grammy Museum, em 22 de abril de 2010, para um público seleto de 200 pessoas, com o álbum sendo lançado em outubro do mesmo ano.
Já em 22 de fevereiro de 2011, o CD/DVD Rock & Roll Party: Honoring Les Paul, gravado ao vivo em 09 junho de 2010, homenageou este que é uma das maiores influências de Beck, um grande nome do rock, eleito quinto maior guitarrista de todos os tempos pela Rolling Stone, e também um dos mais influentes músicos da história.
Discografia completa de Jeff Beck
Track list Podcast # 36 – Roger Waters
Bloco 1
Abertura: “Go Fishing” [do álbum The Pros and Cons of Hitchiking - 1984(Roger Waters)]
“Take Up Thy Stethoscopy and Walk” [do álbum The Piper at the Gates of Dawn - 1967 (Pink Floyd)]
“Set the Controls for the Heart of the Sun” [do álbum A Saucerful of Secrets - 1968 (Pink Floyd)]
“Grantcheaster Meadows” [do álbum Umma Gumma - 1969(Pink Floyd)]
“Pigs” [do álbum Animals - 1977 (Pink Floyd)]
“In the Fletcher’s Memorial Home” [do álbum The Final Cut - 1983 (Pink Floyd)]
Bloco 2
Abertura: “Radio Waves” [do álbum Radio K.A.O.S. - 1987 (Roger Waters)]
“Give Birth to a Smile” [do álbum Music from The Body - 1970 (Roger Waters)]
“The Pros and Cons of Hitchiking part 10” [do álbum The Pros and Cons of Hitchiking - 1984(Roger Waters)]
“Towers of Faith” [do álbum When the Wind Blows - 1986 (Roger Waters)]
“Home” [ do álbum Radio K.A.O.S. - 1987 (Roger Waters)]
“Perfect Sense Part I & II” [do álbum Amused to Death - 1992 (Roger Waters)]
“Each Small Candle” [do álbum In the Flesh Live - 2000 (Roger Waters)]
Bloco 3
"Watching TV" [do álbum Amused to Death - 1992(Roger Waters)]
“I don’t Know Satisfaction” [do álbum Fresh - 1973 (Sly & The Family Stone)]
“Young Americans” [do bootleg Live in the 70's - 1974 (David Bowie)]
“Why does Love Got to be So Sad” [do álbum Layla and Other Assorted Love Songs - 1970 (Derek and the Dominoes)]
“Indoor Games” [do álbum Lizard - 1971 (King Crimson)]
“Jody” [do álbum Rough and Ready - 1972 (Jeff Beck)]
Bloco 4
Abertura: “Knockin’ on Heaven’s Door” [do álbum Music from The Dybbuk of The Holy Apple Field - 1998 (Roger Waters)]
“Across the Universe” [do álbum Tribute to John Lennon - 1985 (Roger Waters)]
“Astronomy Domine” [do álbum Nothingface - 1989 (Voivod)]
“Ibiza Bar” [do álbum Replicants - 1995 (Replicants)]
“Have a Cigar” [do EP Miscellaneous Debris - 1992 (Primus)]
“In the Flesh” [do álbum The Wall Live in Berlin - 1990 (Scorpions)]
Encerramento: “Ça Ira – Act III” [do álbum Ça Ira - 2005 (Roger Waters)]
Por Mairon Machado e Diogo Bizotto (Publicado originalmente no blog Consultoria do Rock)
O Podcast Grandes Nomes do Rock desta semana é mais que especial. Afinal, você é o nosso convidado para comemorar o aniversário de um ano da Consultoria do Rock. Neste programa, passearemos pela nossa curta história, mas que vem gerando muitas alegrias para todos nós, colaboradores, editores, redatores e seguidores do blog. Dessa forma, ouviremos canções relacionadas às primeiras postagens feitas no blog, às mais acessadas, às bandas que receberam maior número de matérias e uma homenagem às principais seções que temos por aqui.
Walk the Walk, Talk the Talk
Ainda por cima, para comemorar, quem ganhará o presente é você. Para isso, basta revelar (e acertar) através dos comentários quais são os títulos das canções do Skid Row e do Bon Jovi presentes neste Podcast. O primeiro a responder corretamente ganhará Walk the Walk, Talk the Talk, CD do grupo rockabilly Head Cat, que conta com Lemmy Kilmister, baixista e vocalista do Motörhead. Portanto, ouça o podcast, descubra quais são as músicas citadas, e, ao som do programa, assopre a velinha, comemorando conosco esse primeiro ano de vida.
No dia 28 de novembro de 2010 nascia a Consultoria do Rock. Através das mãos e das mentes de Daniel Sicchierolli, Diogo Bizotto, Eduardo Luppe e Fernando Bueno, o blog veio ao mundo de maneira tímida. A primeira postagem foi uma breve análise do álbum Immortal, do grupo Shaman, seguido de uma resenha sobre o álbum New Generation, da banda AOR brasileira Auras. Inicialmente, cada entrada no blog contava normalmente apenas com a capa de um determinado álbum e uma breve discussão a respeito do mesmo, deixando para que os membros e seguidores o discutissem através dos comentários.
Aos poucos, novos consultores foram agregados ao quarteto citado. Leonardo Castro, Mairon Machado, Micael Machado, Ricardo Lira e Rafael "CP" passaram a frequentar o sistema de postagens da Consultoria, ajudando a fazer surgir as primeiras seções. A primeira delas foi Os Previsíveis, uma divertida brincadeira que consistia em resenhar lançamentos antes mesmo que esses fossem lançados, criada por Daniel Sicchierolli. Sua primeira aparição ocorreu no dia 27 de dezembro. Dois dias depois, nasceu a coluna Ooops ...I did it Again, criada por Leonardo Castro, que passou a avaliar a regravação de álbuns e músicas pelo mesmo artista original, em uma tentativa de reviver ou homenagear o próprio passado.
Uma das colaborações mais importantes na primeira fase do blog, gerando grande discussão e visibilidade, foi uma belíssima matéria a respeito das obscuridades escondidas por trás do EP The Soundhouse Tapes, primeiro lançamento oficial do Iron Maiden, até hoje um dos artigos mais acessados do blog, de autoria de Ricardo Lira. Outra de extrema relevância foi a estreia do colaborador Davi Pascale, contando detalhes sobre a gravação do álbum Creatures of the Night (Kiss) e a primeira vinda do grupo ao Brasil, que também se mantém, até hoje, uma das mais acessadas.
Mairon Machado passou a trazer, semanalmente em todas as quintas-feiras, as Maravilhas doMundo Prog, apresentando canções do gênero dignas de muito destaque, cuja estreia ocorreu no dia 6 de janeiro. Além disso, Mairon também é o responsável por criar o Podcast Grandes Nomes do Rock, a princípio semanal, agora mensal, cujo propósito é contar a história de um grande nome do estilo, passeando musicalmente por sua carreira. Com a finalidade de resgatar artistas não necessariamente ligados ao rock, mas de relevância e com trabalhos dignos de respeito, Mairon Machado e Diogo Bizotto criaram a coluna A Little Respect, analisando álbuns ou mesmo toda a discografia desses nomes, trazendo uma visão mais democrática e abrangente dentro do blog.
Primeira reunião dos membros da Consultoria
Ainda em janeiro de 2011, Diogo Bizotto apresentou a seção I Wanna Go Back, uma coluna semanal e posteriormente quinzenal, que trouxe novamente à tona os velhos tempos do AOR, através da análise de álbuns lançados na época onde o subgênero era presença constante nas paradas de sucesso, e mesmo diversos discos mais recentes, apresentando novos e velhos artistas que continuam a carregar a bandeira do estilo.
A fim de expressar sua criatividade e imaginação, Micael Machado criou as Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais, instigando os leitores a abrirem suas mentes e viajarem em situações praticamente impossíveis de acontecer relacionadas a seus artistas favoritos. Micael também é o idealizador da coluna Discos que Pareceque Só Eu Gosto, na qual, a partir da primeira edição, versando sobre Titanomaquia, malogrado disco dos brasileiros do Titãs, os colaboradores apresentam e defendem álbuns renegados pela maioria, mas que, segunda a ótica do autor, são capazes de lhes proporcionar muito prazer auditivo.
Por sua vez, Daniel Sicchierolli reviveu os Clássicos eAchados, uma seção que apresenta raridades e curiosidades ligadas a algum material discográfico cujas particularidades são desconhecidas do grande público. Daniel também criou o DarkRoom, onde, através da disponibilização de um arquivo de áudio contando com dez faixas distintas, o leitor do blog é convidado a adivinhar quais são os artistas presentes, sem dica alguma.
O colaborador Rafael "CP" abriu seu baú do passado e criou a coluna Shows Inesquecíveis, na qual cada redator rememora momentos marcantes vividos em shows de artistas dos quais são muito fãs. Rafael também foi o responsável pela primeira edição das DiscografiasComentadas, que, desde então, vêm semanalmente apresentando a análise de toda a discografia de estúdio de um determinado grupo ou artista.
Outras seções adicionadas com o passar do tempo e que até hoje continuam dando as caras com frequência, são os Artigos Especiais , apresentando os mais diversos assuntos relacionados ao universo da música, e os Reviews de Shows, ilustrando as experiências vividas nos recentes espetáculos por nós frequentados. Aos poucos, cada vez mais amigos começaram a colaborar. Alguns com menor frequência, como Jairo Granado Jr. e Vinícius Moretti, outros com mais assiduidade, caso dos companheiros Adriano KCarão, Thiago Reis, Pablo Ribeiro e Marco Gaspari.
Algumas tietes presentes na festa de lançamento do blog
Com o crescimento do blog, foram formadas algumas parcerias, tanto com blogs amigos, auxiliando na mútua divulgação, como com as gravadoras Hellion Records e Shinigami Records, onde, através da criação da coluna Diretodo Forno, resenhamos álbuns enviados por essas gravadoras e apresentamos nosso ponto de vista acerca desses lançamentos e relançamentos. Recentemente, também foi estabelecida uma amizade com o blog Van do Halen, presente em todas as sextas-feiras através da coluna Cinco Discos Para Conhecer, que apresenta cinco álbuns considerados essenciais à compreensão da carreira de determinado artista ou gênero, além de constituir um bom guia para iniciantes.
Atualmente, são treze os colaboradores fixos. Cada um é responsável pelo que escreve, assim como exercita uma determinada função na construção deste blog, cujo alicerce é o leitor que nos prestigia diariamente. Enquanto alguns escrevem em maior quantidade, outros agilizam parcerias, divulgações e mantém na ativa o nome Consultoria do Rock através do nosso espaço no Facebook e no Twitter. Através de todos esses esforços, conseguimos a bela façanha de, em menos de um ano, conquistar 200 mil acessos, fato consolidado no último dia 22 de novembro, cifra jamais imaginada quando criamos a Consultoria do Rock, conquista alcançada através de muita democracia nas decisões e de uma grande dose de respeito mútuo.
Consultores discutindo sobre determinada postagem a respeito do Guns N' Roses
Brigas acontecem, discussões, ameaças de morte, mas tudo em reservado e com muito respeito. Estando cada um em um canto do país, somos todos amigos virtuais, e nos juntamos neste espaço para discutirmos como se fosse nosso bar, o recinto onde ouvimos música, bebemos uma cerveja, comemos uns petiscos e, principalmente, nos divertimos e aprendemos sobre uma de nossas paixões.
Todos nós temos uma profissão, uma família, e o tempo dedicado para fazer tarefas pessoais, mas de alguma forma, arranjamos espaço na agenda para mantermos o blog na ativa, com postagens diárias, e nossa melhor resposta é o grande número de acessos diários. Ao todo, as cinco matérias mais acessadas são as seguintes (dados obtidos até hoje, 28 de novembro de 2011):
Algumas bandas receberam mais atenção do que outras. Não necessariamente por serem a paixão maior de um ou outro colaborador, mas pelo grande número de curiosidades e de material relacionado a esses artistas, além do interesse gerado no público leitor. É o caso do Iron Maiden (22 postagens), Yes (19), Kiss (14), Black Sabbath (13), Deep Purple (12), Dream Theater (11) e Judas Priest (10).
A forma como o blog começou, do zero, a partir de amigos que se conheceram através da internet, e que, através do boca-a-boca e da divulgação pelos meios virtuais, trabalharam a fim de congregar mais e mais colaboradores e leitores, é uma demonstração de que, se não somos profissionais no que fazemos, e nem pretendemos ser, nossa paixão pela música é tão grande, que conseguiu conquistar o coração de diversas pessoas que nos acompanham, gerando, atualmente, cerca de 1 mil acessos diários.
Nosso objetivo e trazer informação e entretenimento para você
É claro que ainda temos muito a melhorar, esse é um de nossos objetivos. Para o próximo ano, algumas mudanças devem ocorrer, como um maior equilíbrio na criação e divisão dos artigos e seções, além da busca por novas parcerias. Tudo a fim de melhorar nosso contato com o leitor, e fazer da Consultoria não o melhor blog da internet, mas um local onde o leitor possa discutir música de igual para igual, sem ser criticado pelo que ouve, pelo que pensa ou por qualquer tipo de preconceito, como ocorre em muitos blogs ligados à música país afora.
Esperamos contar com você, com sua leitura, seus comentários e sua participação por muitos anos. Que este primeiro, um ano de grande aprendizado para todos os consultores, tenha lhe proporcionado muitas alegrias, novidades e conhecimento sobre seu artista favorito ou sobre artistas sobre os quais você nunca ouviu falar, mas conheceu aqui. Principalmente: que você tenha tido o prazer de ter estado conosco. Com certeza, a felicidade em termos leitores tão assíduos é o nosso salário e a força que faz com que tragamos, diariamente, uma matéria novinha em folha para ser publicada.
Parabéns ao som de um bom e velho vinil!
Long Live Consultoria do Rock, e solta o som!
Track list Podcast #33 - Dream Theater parte II
Bloco 1
Abertura: “The Glass Prison” [do album Six Degrees of Inner Turbulence – 2002]
“Stream of Consciousness” [do álbum Live at Budokan – 2004]
“Octavarium” [do bootleg Symphonic Cover – 2011 (Çağdaş Gençlik Senfoni Orkestrası)]
“Constant Motion” [do álbum Systematic Chaos - 2007]
Bloco 2
Abertura: “This Dying Soul” [do álbum Train of Through – 2003]
“Child in Time” [do álbum In Rock – 1970 (Deep Purple)]
“Lazy” [do bootleg Official Bootleg Made in Japan – 2006]
“Master of Puppets” [do bootleg Sao Paolo – 2010 (Metallica)]
“The Thing That Should Not Be” [bootleg Official Bootleg Master of Puppets – 2004]
“The Prisoner” [do bootleg Hammersmith Odeon – 1982 (Iron Maiden)]
“22 Acacia Avenue” [do bootleg Official Bootleg The Number of the Beast – 2005]
Bloco 3
Abertura: “The Root of All Evil” [do álbum Octavarium – 2008]
“Acid Rain” [do álbum Liquid Tension Experiment 2 – 1999 (Liquid Tension Experiment)]
“Life in Still Water” [do álbum Parallels – 1991 (Fates Warning)]
“Platt Opus” [do álbum When Pus Comes to Shove – 1998 (Platypus)]
“Cactus” [do album Heathen – 2002 (David Bowie)]
“Rage Absolute” [do album All for You – 2004 (Annihilator)]
Encerramento: “Repentance” [do álbum Systematic Chaos – 2007]