Mostrando postagens com marcador Esperanto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Esperanto. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Podcast Grandes Nomes do Rock #20: Paul McCartney


Por Mairon Machado (Publicado originalmente no blog Consultoria do Rock)

O podcast Grandes Nomes do Rock dessa semana homenageia um dos maiores nomes da história, não só da música, mas também do Reino Unido e por que não, do mundo. Estamos falando de Paul McCartney. Nascido em 18 de junho de 1942, o músico britânico está de volta ao Brasil em menos de um ano, para duas concorridas apresentações nas datas de ontem e hoje no Estádio João Havelange, no Rio de Janeiro. Em uma hora e meia de programa, iremos passar pela sua carreira solo e também como membro nos grupos Beatles e Wings, além de bandas interpretando covers para canções de todas as fases da carreira de Paul.




James Paul McCartney é o compositor mais bem sucedido comercialmente na história da música. Eleito pela BBC como o maior compositor do milênio, Paul nasceu em Liverpool, filho de Mary McCartney e James McCartney. Com cinco anos, passou a frequentar a Stockton Wood Road Primary Scholl, e aos 11 anos, chegou na Liverpool Institute. Foi nessa instituição que ele conheceu George Harrison, um garoto que morava próximo ao local e que pegava ônibus junto de Paul para estudar.

A família McCartney mudou-se para a cidade de Allerton no ano de 1955, onde em 31 de outubro de 1956, Mary veio a falecer devido a um embolismo após uma operação de mastectomia para interromper um câncer de mama. Outro garoto, que conheceria Paul um ano depois, também havia passado pelo mesmo problema, já que John Lennon perdeu sua mãe aos 17 anos, quando a mesma foi atropelada por um carro.

O avô de Paul, Jim McCartney, era um perito na tuba, enquanto o pai,  James McCartney era um grande trompetista e pianista, sendo líder do grupo Jim Mac's Jazz Band nos anos 20, e ele foi o principal professor de música do jovem Paul, ensinado-o a tocar instrumentos de sopro e violão. Obviamente, o primeiro instrumento de Paul foi um trompete, que logo foi substituído por um violão, no qual Paul compôs sua primeira canção, "I Lost My Little Girl". Apesar das aulas do pai, Paul tinha um dom para "tirar" canções de ouvidos, e assim, teve despertado também o interesse pelo piano, que começou a praticar depois de ouvir aquele que é considerado pelo próprio como seu maior ídolo, Little Richard.

The Quarrymen: Paul McCartney, Collin Hanton, George Harrison e John Lennon
Em 06 de julho de 1957, Paul conheceu Lennon tocando na St. Peter's Church Hall à frente do grupo The Quarrymen. A amizade entre os dois surgiu facilmente, e Paul passou a fazer parte dos Quarrymen como guitarrista e também compositor, ao lado de Lennon. Em 1958, Harrison entrava para os Quarrymen, e com a entrada do baixista Stuart Sutcliffe em agosto de 1960, os Quarrymen deixaram de existir, passando para Johnny and the Moondogs, The Silver Beetles e por fim, The Beatles, com a entrada do baterista Pete Best.

Os Beatles fizeram uma série de apresentações em Hamburgo, Alemanha, e também viraram atração principal no Cavern Club de Liverpool. Sutcliffe acabou deixando os Beatles para seguir carreira como pintor na Alemanha, ao lado da namorada Astrid Kirschner. Paul assumiu o baixo, e na Alemanha, o grupo gravou seu primeiro registro ao lado de Tony Sheridan, no cobiçado compacto "My Boonie".

The Beatles: John Lennon, George Harrison, Paul McCartney e Ringo Starr 
Através de "My Boonie", os Beatles chamaram a atenção de Brian Epstein, que virou o empresário do grupo, sendo que uma das principais consequências da entrada de Epstein foi a substituição de Best por Ringo Starr, em 1962. Nascia assim a principal formação daquela que é considerada a maior banda de todos os tempos, com Paul McCartney (baixo, vocais, guitarras), John Lennon (guitarras, vocais), George Harrison (guitarras, vocais) e Ringo Starr (bateria, vocais), que teve como apelido o pomposo título de Fab Four (ou, os quatro fabulosos).


McCartney, empunhando seu baixo Hofner


Os próximos oito anos da carreira dos Beatles seriam de muito sucesso e conquistas, através de 13 álbuns renomados, com destaque para For Sale (1964), Revolver (1966), Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967), The Beatles (1968) e Abbey road (1969). É nos Beatles que Paul eterniza sua imagem empunhando o baixo Hofner, em formato de violino. O último LP do grupo foi Let it Be, lançado entre muitas brigas internas no dia 08 de maio de 1970, três semanas após Paul lançar seu primeiro álbum solo, McCartney, onde ele é responsável por tocar todos os instrumentos e fazer todos os vocais (com pequenas participações de sua esposa, Linda McCartney, em algumas canções).

Wings: Jimmy McCulloch, Paul McCartney, Linda McCartney, Denny Laine e Gerry Conway 
Depois de McCartney, em 1971, Paul lançou seu segundo álbum solo, Ram, agora tendo o nome de Linda creditado como também autora do mesmo. Ainda em 71, Linda e Paul fundam o grupo Wings, tendo nas guitarras Denny Laine (ex-Moody Blues e Ginger Baker's Airforce) e o baterista Denny Seiwell. Com o Wings, Paul lançou sete álbuns de estúdio e um ao vivo, destacando os ótimos Band on the Run (1973), Venus and Mars (1975) e Back to the Egg (1979), além do sucesso com "Live and Let Die", canção trilha do filme homônimo de James Bond, lançado em 1973.

O Wings acabou em 1981, meses depois de um dos maiores constrangimentos da carreira do músico. No dia 16 de janeiro de 1980, o grupo iria excursionar fazendo 11 shows pelo Japão. Na chegada ao país, os oficiais locais encontraram aproximadamente 220 gramas de maconha na bagagem de McCartney. Ele permaneceu preso em Tóquio com o governo japonês sem saber o que fazer. A turnê japonesa do Wings foi cancelada e Paul acabou sendo deportado.

Com o término do Wings, Paul passou a dedicar-se a sua carreira solo. O segundo disco de sua carreira foi lançado ainda em 1980. McCartney II apresenta como destaques "Coming Up", "Waterfalls" e "Temporary Secretary", com McCartney II sendo primeiro lugar no Reino Unido, terceiro nos Estados Unidos, quarto na Áustria, quinto na Noruega e Suécia e oitavo no Japão. Em 81, o LP Concerts for the People of Kampuchea chegava as lojas, trazendo uma das últimas apresentações do Wings, nesse concerto feito para ajudar as vítimas da guerra em Camboja, ao lado de The Clash, Elvis Costello, The Who, Queen, Pretenders, entre outros.

Paul McCartney e Michael Jackson
Em 1982, lançou dois compactos contendo parcerias. O primeiro deles foi com Stevie Wonder, em "Ebony and Ivory", e o segundo com Michael Jackson e "The Girls is Mine". Nesse mesmo ano, lançou Tug of War, trazendo a participação de um super time entre os convidados, com destaque para Denny Laine Eric Stewart (10 cc) nas guitarras, Steve Gadd na bateria, Stanley Clarke no baixo e Stevie Wonder nos sintetizadores e piano. Apresentando canções do porte de "Here Today", "Tug of War" e a clássica "Ebony and Ivory", Tug of War foi um dos discos mais vendidos daquele ano, sendo primeiro lugar nos Estados Unidos (29 semanas), Reino Unido (27 semanas), Noruega (25 semanas) e Japão (18 semanas), além de segundo na Austrália e Áustria e quarto na Nova Zelândia.

Contendo uma formação similar a Tug of War, e ainda com a participação de Ringo Starr na bateria, Pipes of Peace (1983) manteve o sucesso de seu antecessor, onde o destaque foi para as gravações com Michael Jackson, "Say Say Say" e "The Girl is Mine", além da faixa-título. Porém, curiosamente ele só foi primeiro lugar em vendas na Noruega, sendo quarto no Reino Unido e Suécia, quinto no Japão, nono na Austrália e apenas décimo quinto nos Estados Unidos.

Hmmm, os anos 80 foram difíceis ...
Em 84, Paul foi o responsável pela trilha do filme Give My Regards to Broad Street, também primeiro lugar em vendas no Reino Unido, e no ano seguinte, foi atração do Live Aid de Londres, interpretando "Let it Be". Já em 86, Press to Play tornou-se o primeiro álbum de Paul a não chegar entre os mais vendidos, atingindo como posição maior a oitava no Reino Unido e Noruega. Este álbum te ma participação do guitarrista Carlos Alomar (David Bowie), e também Pete Townshend (The Who) e Phil Collins (tocando  bateria) na canção "Angry". 

Cнова в СССР ou Back in the USSR foi lançado em 1988 originalmente apenas na União Soviética, apresentado Paul McCartney interpretando somente covers para diversos sucessos dos anos 50 e 60, e Paul voltava ao topo das paradas em 1989, com lançamento de Flowers in the Dirt, destacando "My Brave Face", "Put in There", "This One" e "Figure of Eight". Flowers in the Dirt foi primeiro lugar na Noruega e no Reino Unido, sendo segundo na Suécia e nono no Japão. Dentre os principais convidados neste álbum estão: David Gilmour (guitarra), Elvis Costello (teclados, voz) e Nicky Hopkins (piano).

McCartney fez uma série de shows entre 90 e 91, tendo inclusive alguns com participações de uma orquestra. O maior destaque foi em abril daquele ano, quando tocou pela primeira vez no Brasil, levando 184 mil pessoas ao estádio do Maracanã e batendo o recorde de público para a apresentação de um artista solo.  

Essa série de shows foi registrada no LP triplo ao vivo Tripping the Live Fantastic, lançado em outubro de 1990. Em maio de 91, saíram os álbuns Unplugged e Liverpool Oratorio, esse último uma colaboração de Paul com Carl Davis para comemorar o 150 aniversário da The Royal Liverpool Philharmonic Orchestra.

Já em 93, Paul estourava no planeta através do sucesso de "Hope of Deliverance", um dos maiores hits de sua carreira, pertencente ao LP Off the Ground. Mesmo com todo o sucesso de "Hope of Deliverance", Off the Ground foi o segundo álbum de Paul a não alcançar a primeira posição em vendas, sendo segundo na Alemanha e Noruega, quarto na Áustria e Nova Zelândia, quinto na Suíça, Alemanha, Inglaterra e Japão e apenas décimo sétimo nos Estados Unidos.

A elucidativa capa de Paul is Live
Ainda em 93, mais um ao vivo chegava as lojas. Paul is Live apresenta canções registradas durante a turnê de Off the Ground, e tem na capa seu maior destaque: uma sátira aos supostos boatos de que Paul havia falecido em um acidente de carro que ocorreu em 1966, onde pistas teriam sido disponibilizadas pelos Beatles através das capas dos discos e músicas lançadas posteriormente. A capa do LP Abbey Road é uma das que contém mais informações, ao lado da capa de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Em Paul is Live, McCartney atravessa a mesma rua da capa de Abbey Road (a Abbey Road St.) está pisando de sapatos com seu pé-esquerdo na faixa de segurança e também segurando a coleira de um cachorro com a mão esquerda (em Abbey Road ele porta um cigarro com a mão direita e também está caminhando descalço e descompassado em relação aos demais Beatles, sendo a forma descalça uma maneira de se enterrarem os mortos em algumas culturas orientais). Além disso, o fusca do lado esquerdo está com a placa 50IS, referente aos cinquenta anos de Paul  naquele ano (em Abbey Road, a placa do mesmo fusca é 28IF, referente aos 28 anos que Paul teria no ano de lançamento daquele LP), e finalmente, o carro funerário da capa de Abbey Road não existe mais em Paul is Live.

De novo essa história que eu sou Billy Shears ...
Para completar o ano de 93, Paul lançou o primeiro álbum do projeto The Fireman, um grupo de experimentações eletrônicas consistindo apenas de Paul e do produtor e baixista Youth (ex-Killing Joke). O nome desse álbum é Strawberries Oceans Ships Forest.

Depois de quatro anos longe dos estúdios, volta com a trilha de Standing Alone e também com Flaming Pie, ambos lançados em 1997, onde os destaques maiores para Flaming Pie ficaram por conta de "Young Boy", "Beautiful Night" e "The World Tonight", e com o álbum tendo também a participação de Ringo Starr e George Martin. Flaming Pie alcançou a primeira posição na Grécia, sendo segundo no Reino Unido e Estados Unidos, terceiro na Noruega, sexto na Áustria, nono na Alemanha, Austrália e Espanha e décimo na Suíça. Ainda nesse ano, foi condecorado como Cavalheiro Britânico por seus serviços prestados à música do Reino Unido.

Paul e Linda McCartney (1970)
No ano de 1998, Paul passou por  mais um triste problema pessoal ligado ao câncer de mama, quando sua esposa Linda veio a falecer da doença no dia 17 de abril. Linda foi a principal influência da vida de Paul pós-Beatles, sendo inclusive ela quem o levou a adotar o vegetarianismo como estilo de vida, no ano de 1975. A morte de Linda abalou profundamente McCartney, que acabou passando todo o ano sem fazer gravações, tendo como único registro o segundo álbum do The Fireman, Rushes.

Em 99, lançou o disco de covers Run Devil Run, bem como a trilha Working Classical, ambos de péssimo desempenho comercial. Nesse mesmo ano, seu nome foi indicado para a Calçada da Fama do Rock, o que acabou sendo confirmado em maio do ano 2000, quando recebeu o prêmio pela Academia Britânica de Compositores e Escritores. Ainda em 2000, lança o disco experimental Liverpool Sound Collage, flertando com música ambiente e eletrônicos.

Já em 2001, saiu a coletânea Wingspan: Hits and History, trazedo canções do  ex-Beatle entre 1970 e 1984, seguido de Driving Rain, o primeiro álbum de inéditas desde Flaming Pie, contando agora com uma banda de apoio formada por Rusty Anderson (guitarras), Gabe Dixon (teclados), David Kahne (teclados, guitarras), Abe Laboriel Jr. (bateria, voz) e seu filho, James McCartney (guitarras), além de ter sido um dos protagonistas do The Concert for New York City, realizado no dia 20 de outubro daquele ano em homenagem as vítimas dos atentados de 11 de setembro.

Em 2002, Paul lançou mais um álbum ao vivo, Back in the U. S., apresentando os grandes momentos da turnê de Driving Rain pelos Estados Unidos, seguido de Back in the World (2003), o qual contém apresentações da mesma turnê, porém ao redor do mundo. 

Paul e Linda McCartney, enfatizando a importância do vegetarianismo para Lisa Simpson
Somente em 2005, após apresentar-se no dia 06 de fevereiro como a principal atração do show do intervalo da trigésima nona edição do Super Bowl american,  Paul voltou com um novo álbum de estúdio, Chaos and Creation in the Backyard, terceiro colocado em vendas na França, Suíça e Itália, quinto na Dinamarca, sexto nos Estados Unidos e Canadá e oitavo na Alemanha e Noruega, alcançando a décima posição no Reino Unido. Nesse álbum, destacam-se "This Never Happened Before", "Fine Line" e "Too Much Rain", e a formação que acompanhou Paul nesse disco é Rusty Anderson, Jason Falkner (guitarra), James Gadson (bateria), Nigel Godrich (programações), Brian Ray (guitarra) e Abe Laboriel Jr. (percussão).

Em 2006, Ecce Cor Meum chega às lojas apresentando mais uma peça clássica, agora um oratório dividido em quatro movimentos. Memory Almost Full (2007) manteve a boa fase de vendas de Paul, com destaque para as clássicas "Dance Tonight" e "Only Mama Knows". Paul toca todos os instrumentos na maioria das canções, com exceção de "Only Mama Knows", "You Tell Me", "Vintage Clothes", "That Was Me", "Feet In The Clouds", and "House of Wax", as quais possuem a participação de Paul 'Wix' Wickens (teclados), Rusty Anderson (guitarra) e Abe Laboriel Jr. (bateria). Memory Almost Full ficou em segundo lugar na Dinamarca, terceiro nos Estados Unidos e Suécia, quarto na Noruega e quinto no Reino Unido.

Esse foi o último álbum solo de Paul, que ainda lançou Electric Arguments (2008) pelo The Fireman. Depois, vieram os ao vivos Good Evening New York City (2009) e Live in Los Angeles (2010), os quais registram a extensa turnê Up and Coming Tour, que passou ano passado pelo Brasil em novembro com um show espetacular em Porto Alegre, bem no dia do meu aniversário e onde eu particularmente me emocionei muito, e também duas apresentações em São Paulo.

Paul recebendo o Gershwin Prize (2010)

Ainda em 2010, no dia 2 de junho, McCartney foi agraciado pelo presidente norte-americando Barack Obama com o Prêmio Gershwin, por suas contribuições à música popular, fazendo uma pequena apresentação na Casa Branca, e atualmente, Paul está no Brasil para novamente, encantar aos que estiverem presentes no estádio Engenhão nos dias 22 e 23 de maio com clássicos de sua carreira solo, nos Beatles e nos Wings, sendo esse podcast apenas uma palhinha de uma carreira vitoriosa e repleta de sucessos.

Discografia solo de Paul McCartney
Track listing Podcast # 19: Singing the Black

Bloco 01
Abertura: "Róisín Dubh (Black Rose): A Rock Legend" [do álbum Black Rose: A Rock Legend - 1979 (Thin Lizzy)]
"Black Licorice" [do álbum We're an American Band - 1973 (Grand Funk Railroad)]
"Black Country Rock" [do álbum The Man Who Sold the World - 1971 (David Bowie)]
"Black Serenade [do álbum Christ Illusion (versão japonesa) - 2006 (Slayer)]
"Black Leather Fantasy" [do single Black Leather Fantasy - 1977 (Urchin)]
"Black Sabbath" [do bootleg Ozzy Meets The Priest - 1992 (Black Sabbath)]

Bloco 02
Abertura: "Fade to Black" [do álbum Doomsday for the Deceiver - 1986 (Flotsam & Jetsam(]
"Black Pearl" [ do álbum Sonic Brew - 1999 (Black Label Society)]
"Black Funeral" [do álbum Mad Grandiose Bloodfiends - 1997 (Ancient)]
"Black Metal" [do álbum Black Metal - 1982 (Venom)]
"Black Breath" [do álbum Sons of Satan Praise The Lord - 2002 (Entombed)]
"Black Betty [do álbum Sucking the 70's - 2000 (Throttlerod)]

Bloco 03
Abertura: The March of the Black Queen [do álbum Queen II - 1974 (Queen)]
"Black Night" [do bootleg June 18, 2009 Galaxy Theater, Santa Ana, California -  2009 (Uli Jon Roth)]
"Black Country Woman" [do bootleg Sun Dazed L. A. Day 5 - 1977 (Led Zeppelin)]
"Black Magic Woman / Gypsy Queen" [do bootleg São Paulo 1973-10-19 - 1973 (Santana)]
"Black Diamond Bay" [do álbum Desire - 1976 (Bob Dylan)]
"Black Diamond" [do bootleg East Lansing, MI Oct, 21/1974 - 1974 (Kiss)]

Bloco 04
Abertura: "Paint it Black" [do bootleg Monterey Pop Festival - 1967 (The Animals)]
"Black no 1" [do bootleg Even Snow Dies - 1994 (Type O Negative)]
"Black Coffee" [do álbum Eat It - 1973 (Humble Pie)]
"Black Horse" [do álbum Dedicated to You, But You Werent Listening - 1971 (Keith Tippet Group)]
"Black Hearted Woman" [do álbum The Allman Brothers Band - 1969 (The Allman Brothers Band)]

Bloco 05
"White Man, Black Man" [do álbum Live - 1973 (James Gang)]
"Black Flame" [do álbum Turn of the Cards - 1975 (Renaissance)]
"Black Cloud" [do álbum Way Back to the Bone - 1998 (Trapeze)]
"Blackbird" [do bootleg Up and Coming Brazil Tour - 2010 (Paul McCartney)]

Encerramento: "Back in Black" [do bootleg Live Phoenix, Arizona 2000 - 2000 (AC/DC)]

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Maravilhas do Mundo Prog: Esperanto - Eleanor Rigby [1975]




Acredito que todos que acompanham o blog sabem que não sou um grande fã de Beatles. Apesar de ter quase a coleção completa dos álbuns oficiais em vinil, de reconhecer a importância do grupo para o mundo da música, e claro, da capacidade de criação de cada um dos Fab Four (principalmente McCartney e Harrison), vários são os aspectos que me levam a preferir outras bandas em detrimento do quarteto de Liverpool, como se isso importasse muito.

Mas para mim isso importa, fazer o quê. Um dos aspectos significativos é o fato de que quase tudo o que eu ouço que tenha sido composto pelos Beatles, e que foi regravado depois, ficou muito melhor (óbvio, na minha mente) na versão cover. É assim com "I Am the Walrus" (Frank Zappa), "Across the Universe" (David Bowie), "Help" (Deep Purple), "Every Little Thing" (Yes) e tantas outras. Contudo, sem sombra de dúvidas, a que mais me chama a atenção é a de uma banda quase desconhecida no mundo da música, e que é uma das maiores maravilhas entre as composições beatleriana, "Eleanor Rigby". O grupo que criou essa maravilha, um mero proto-prog belga de nome Esperanto.

Esperanto é a língua inventada em 1887 por Zamenhof, que combinava elementos de várias línguas com a intenção de se tornar um idioma universal. O que o grupo de mesmo nome, nascido no início dos anos 70, tem em comum, é a união de membros de diferentes países a fim de construir algo que é comum em todas as línguas: música e sentimento. 

Compacto do Wallace Collection
O grupo nasceu em 1971, quando o violinista Raymond Vincent, nascido na Bélgica, decidiu largar seu projeto com o grupo Wallace Collection, a fim de enveredar-se por uma carreira musical de aventuras e experimentações. Raymond então passou a tocar com Daniel Lademacher e Roger Wollaert, mas o trio durou poucas semanas. Após isso, acompanhou o músico Bruno Libert ao lado de Dirk Bogaert. Libert estudava musicologia enquanto tocava piano nos teatros de Bruxelas, interpretando musicais da Broadway. Raymond aproveitou essa experiência para divulgar suas ideias e objetivos em relação ao seu futuro.

Álbum solo de Raymond Vincent

A primeira participação efetiva de Raymond foi a gravação do álbum Metronomics, uma espécie de trilha sonora para propagandas e campanhas de prevenção. Insatisfeito, contou com o ombro de Libert, que aceitou encarar o projeto musical idealizado por Raymond, e saíram então atrás de novos músicos.

Na cidade de Mons, no centro-oeste da Bélgica, acabaram descobrindo dois irmãos de natureza italiana: Gino Malisan e Tony Malisan. O primeiro tocava baixo, enquanto o segundo era um exímio baterista. Começaram então a ensaiar em um camarim de um pequeno café do centro de Bruxelas, tendo ainda o guitarrista Edouard Meinbach, escrevendo diversas canções que culminariam na primeira demo do quinteto.

As cordas do Esperanto: Raymond Vincent, Godfrey Salmon e Tony Harris

Esta demo chegou até a Inglaterra, onde o produtor David Mackay, que havia trabalhado com Raymond na época do Wallace Collection, concordou em divulgar o nome da banda para gravadoras. Porém, Raymond achava (com razão) que o grupo precisava de mais gente, que apenas como quarteto não iriam longe. A tarefa de David seria angariar os músicos necessários para completar a banda, que ainda não havia sido batizada. O primeiro a entrar no projeto foi o vocalista Glenn Shorrock. Nascido na Austrália, Shorrock trabalhou com o grupo Twilights, além de ter lançado discos solos sem sucesso. Shorrock morava em Londres há algum tempo, fato que propiciou o conhecimento de muitos artistas e pessoas anônimas, mas de extremo potencial.

Trio feminino de vozes do Esperanto: Janice Slater, Joy Yates e Bridget Lokelani Dudoit

Entre essas pessoas, estava o trio de vocalistas do grupo de Cliff Richard. Conhecidas como Bones, Joy Yates (Nova Zelânia), Janice Slater (Austrália) e Bridget Dudoit (Hawai), elas facilmente concordaram em entrar para o projeto, que já contava então com oito pessoas. Mas ainda faltava mais gente. Eis que surgiu Brian Holloway, outro australiano, para empunhar as seis cordas. Holloway era um dos responsáveis pelas gravações da London Studios. Quando soube do que estava na cabeça de Raymond, sugeriu uma audição com músicos que trabalhavam para ele na London. Entraram assim Godfrey Salmon (violino), Tony Harris (viola) e Timothy Kraemer (violoncelo), nascendo então a primeira formação do que foi batizado como Esperanto.

A boa estreia do Esperanto

A ideia de exploração musical de Raymond era simples: uma orquestra que tocasse rock, apenas isso. E foi isso que o Esperanto fez. Durante algumas semanas, os 12 músicos trancaram-se em uma fazenda no condado de Cornwall (Inglaterra), ensaiando e compondo muito. De lá, foram para Houyet, na Bélgica, passando mais algumas semanas escondidos em outra fazenda. Voltaram para Londres e registraram o excelente primeiro álbum, Rock Orchestra, lançado em 1973 através da A&M Records. Desse álbum, canções como "Statue of Liberty", "Never Again" e a fantástica "Gypsy" exaltavam o trabalho das cordas e vocal.

Esquerda para direita: Bridget Lokelani Dudoit, Glenn Shorrock, Janice Slater, Raymond Vincent, Tony Harris, Brian Holloway, Timothy Kraemer e Godfrey Salmon (em pé); Bruno Libert, Tony Malisan, Gino Malisan e Joy Yates (sentados)


O Esperanto excursionou pela Inglaterra, abrindo para o grupo Sha Na Na, fato que causou problemas para a banda, já que o público do Sha Na Na não estava preparado para ouvir as experimentações de Raymond e cia., sendo que o jornal Melody Maker acabou batizando o grupo de pseudo-hippies. Mesmo assim, seguiram na estrada, dessa vez ao lado do Strawbs, tocando principalmente na Itália, onde uma série de gravações e apresentações na TV foram feitas em Roma, Napoli e Turim. Porém, apesar dos shows, o grupo não tinha conhecimento de como Rock Orchestra saía-se nas vendas.

O sombrio e excelente Danse Macabre

De volta para a Inglaterra, os 12 músicos reuniram-se no castelo de Welsh, no País de Gales. Ali, encontraram uma atmosfera sombria cercada de histórias antigas sobre batalhas e caçadores que morreram sob os pés dos muros do castelo, e que pode ser conferida no excelente segundo álbum da banda, Danse Macabre, lançado em 1974, com um pesado trabalho progressivo que pode ser conferido em pérolas como "The Journey", "The Duel", The Castle" e "The Decision".

Neste segundo álbum, o Esperanto não contava mais com a participação de Shorrock, que decidiu voltar para a Austrália, mas conta com as letras de Peter Sinfield (Supertramp, King Crimson, Emerson Lake & Palmer, Premiata Forneria Marconi) e com a voz de Keith Christmas, que era um cantor solo de relativo sucesso no mundo folk. A entrada de Sinfield foi responsável pela virada na direção musical do trabalho da banda. 

Formação  pós-Danse Macabre. Vincent, Salmon, Gino e Tony Malisan (acima); Keith Christman, Libert, Kraemer e Harris (abaixo)

O grupo partiu para excursionar pelo Reino Unido ao lado do Magma. Ao mesmo tempo que causavam impacto nos shows, não sabiam quanto estavam vendendo, levando a mais uma mudança na formação do grupo, com a saída do trio feminino, de Tony Harris e também de Christmas, obviamente pelo choque musical do seu estilo folk com o progressivo do Esperanto.

Para seu lugar, Roger Meakin e Kim Moore foram os escolhidos. Desta vez, foram para Paris, onde instalaram-se no famoso Chateau de Herouville (que já havia recebido Elton John e Jethro Tull) para gravar o terceiro álbum. Produzido por Robin Cable (Queen, Genesis, Van der Graaf Generator), Last Tango foi lançado em 1975, e é a peça definitiva para fechar a trilogia de álbuns do Esperanto com chave de ouro, alem de ser nossa maravilha, que abre esse espetacular álbum.

Roger Meakin, Kraemer e Libert
"Eleanor Rigby" começa com barulhos de teclados apresentando a batalha entre baixo, violoncelo e bateria, para que então os dois violinos executem o pesadíssimo tema central, com complicadas notas intercaladas por escalas de baixo e ótimas viradas da bateria. Esta sessão instrumental repete-se, pesadíssima, deixando apenas baixo e bateria fazendo uma marcação sombria, com as quebradas batidas na caixa e nos pratos cercadas de tensão e curiosidade com o que vai surgir dali.

Violinos e violoncelo saltam das caixas de som, fazendo um segundo tema, que é repetido pelos teclados, e a introdução cresce, absurdamente hipnotizante, para que finalmente os acordes do violino apresentem o famoso acorde "Em" da canção original, trazendo a voz de Roger, acompanhada por baixo, bateria e cordas. A linda voz de Kim surge na ponte da primeira estrofe que leva para o emotivo e grudento refrão, cantado por ambas, tendo ao fundo uma guerra descomunal com sessões marcadas e trabalhadas ao extremo entre baixo, teclado e bateria, além da espetacular participação das cordas.

Kim Moore e Raymond Vincent

O peso das cordas e do baixo é ensurdecedor, voltando aos barulhos de teclados do início da canção, com o tema central feito pelos violinos. Entender e reproduzir a linha de baixo é uma missão para semanas de estudo, bem como as intrincadas viradas de Tony. O espetacular arranjo de cordas nos leva para a segunda parte da letra, com Kim e Roger cantando juntos. Após o refrão, apenas com violino e violoncelo ao fundo, os irmãos Malisan ficam sozinhos novamente, começando um belíssimo tema feito por Raymond. Kim começa a gemer em cima da melodia do violino de Raymond, com Godffrey e Timothy repetindo o tema de Raymond, trazendo os teclados para encerrar essa maravilha com o esplendor do refrão e uma sensacional descida de escala em "C" feita ao mesmo tempo por violino, violoncelo e baixo.

Esperanto em pausa na gravação de Last Tango: Raymond Vincent, namorada de Vincent, Gino Malisan, Roger Meakin, esposa de Meakin, Timothy Kraemer, Kim Moore

Ainda de Last Tango, eu poderia ter apresentado qualquer canção como uma maravilha, desde a linda "Still Life", a dançante "Painted Lady", a balada "Obsession", os delirantes 12 minutos de "The Nape" ou o tango da faixa-título, mas "Eleanor Rigby" é o mais perfeito sinônimo para o nome dessa sessão.

Poster da turnê com o Sha Na Na (acima) e Magma (abaixo)

Depois de Last Tango, o grupo excursionou mais uma vez com sucesso por Reino Unido e Europa, com destaque para apresentações em festivais famosos, como o de Reading, Newcastle, Paradiso (Holanda) e Montreux (Suíça), esses últimos ao lado do Premiata Forneria Marconi, mas infelizmente, a A&M não renovou o contrato com o grupo, devido às baixas vendas dos álbuns, que hoje são raridades disputadas no tapa. Mas cada dedada no olho vale a pena, porque os minutos registrados dos sulcos destes três trabalhos são valiosos, tendo em "Eleanor Rigby" uma amostra perfeita do que era a composição e o trabalho dos músicos do Esperanto.

Mesmo tendo reduzido sua formação, o Esperanto não resistiu ao peso do dinheiro, mas tem seu trabalho reconhecido através de blogs como o Consultoria do Rock, que se prestam a homenagear essa que, sem sombra de dúvidas, é a principal banda do rock progressivo belga, e uma das melhores a fundir tantos estilos e nacionalidades no mesmo palco.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Podcast Collector's Room #28


Durante algum tempo, comandei o Podcast Collector´s Room. Seguem então aqueles que eu apresentei, bem como s que não foram publicados oficialmente no ar, e também os que estão surgindo na Consultoria do Rock
 
O Podcast da Collector's room está de volta, trazendo muita guitarra em clássicos do rock pesado nos anos 70 e 80, canções gravadas ao vivo, bloco de obscuridades e uma homenagem ao artista da semana, aqui escolhido a dedo especialmente para você leitor da Collector's Room, levando a você o melhor da música do melhor dos tempos

Para baixar, clique aqui

E não esqueça de ouvir a todo volume!
Track list Podcast Collector's room # 28
Uriah Heep - Free 'n' Easy
Álbum: Innocent Victim (1977)
Judas Priest - Diamonds and Rust
Álbum: Sin After Sin (1977)
Uli Jon Roth - Eleison
Álbum: Beyond The Astral Skies (1984)
James Gang - Stop!
Álbum: Live In Concert (1971)
Moby Grape - Miller's Blues
Álbum: Vintage: The Very Best of Moby Grape (1993)
Glenn Hughes - Written All Over Your Face
Álbum: Soufully Live In The City Of Angels (2004)
Esperanto - Eleanor Rigby
Álbum: Last Tango (1975)
Bodkin - Three days After Death pt. 1
Álbum: Bodkin (1972)
Silberbart - Chub Chub Cherry
Álbum: 4 Times Sound Razing (1971)
Grand Funk Railroad - Big Buns
Grand Funk Railroad - Out To Get You
Álbum: Good Singin', Good Playin' (1976)
Frank Zappa - If Only She Woulda
Álbum: You Are What You Is (1981)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...