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sexta-feira, 17 de julho de 2020

Cinco Músicas Para Conhecer: Os duetos de David Bowie



David Bowie é um dos maiores artistas de todos os tempos, isso sem sombra de dúvidas. Criou discos e canções atemporais, mas não só na música ele se destacou. Foi um dos primeiros artistas a entrar no mundo da internet, sempre esteve pronto para auxiliar amigos e campanhas de caridade, bem como colaborar com amigos para ajudar na carreira do mesmo. Salvou nomes como Iggy Pop e Peter Frampton do ostracismo, bem como revelou ao mundo gigantes do porte de Stevie Ray Vaughan, Mick Ronson e Carlos Alomar, para citar só alguns. No Cinco Músicas Para Conhecer de hoje, apresento alguns dos principais duetos de Bowie ao longo de sua carreira, sempre ao lado de nomes consagrados da música, e aqui, em maioria adaptações de canções consagradas anteriormente.

"Across the Universe" - w/ John Lennon [1975]

Sucesso da carreira dos Beatles, registrada na despedida Let it Be, e composta por John Lennon, "Across the Universe" foi regravada por Bowie com a participação especial do autor cantando o refrão. Apesar da predominância vocal de Bowie ao longo dessa linda faixa, a participação de Lennon é emblemática, principalmente na segunda metade da canção, onde ele e Bowie travam um lindo dueto entoando a frase "Nothing is gonna changemy world", gritada a plenos pulmões em uma sincronia de amigos que se conhecem há anos, e com uma categoria que somente gigantes têm nessas horas. Iniciando a fase soul de Bowie, "Across the Universe" está no indispensável Young Americans, e em algumas coletâneas do camaleão. 

"Peace on Earth / Little Drummer Boy" - w/ Bing Crosby

Conheci essa canção através do especial de Natal Bing Crosby's Merrie Olde Christmas, de Bing Crosby, o qual foi ao ar em 30 de novembro de 1977, e que encontrei na internet quando buscava vídeos de David Bowie. Clássico natalino, este é um dueto arrepiante, com os vocais graves dos cantores encaixando-se perfeitamente enquanto Crosby canta "Little Drummer Boy" (tradicional natalina) e Bowie solta a voz em "Peace on Earth" (de Ian Fraser e Larry Grossman), em uma magnífica adaptação feita por Katherine K. Davis ao lado de Harry Simeone e Henry Onorati. O arranjo orquestral é extremamente apropriado para a canção, tornando-o o clima de emoção em cada pedaço das caixas de som. Em 1982, a canção foi lançada em uma bolachinha e em um EP 12", com "Fantastic Voyage" no lado B, alcançando a terceira posição nas paradas britânicas e sendo um dos compactos mais vendidos na carreira de Bowie, com mais de 400 mil cópias.

"Under Pressure" - w/ Freddie Mercury [1982]

A única faixa composta por Bowie, e curiosamente não lançada em um disco de Bowie por muito tempo, é certamente o mais emblemático e conhecido dueto do Camaleão. O duelo vocal dele com Freddie Mercury é uma das mais emocionantes audições de uma canção envolvendo o nome David Bowie na história, superada talvez somente por "Wild is the Wind". Os dois monstros sagrados ingleses revezam seus vocais, com Bowie no grave e Mercury caprichando em agudos e falsetes, em um contraste incrível. E quando ambas cantam juntos, ao final da canção, sobre como o amor é importante nas nossas vidas, bom, daí a casa literalmente cai. Bowie também fez uma versão com Annie Lennox no especial em homenagem à Mercury, Freddie Mercury Tribute Concert, em 1992, marcada por uma cara de susto de Bowie hilariante, perante o "assédio" de Lennox. A canção saiu em uma bolachinha de extremo sucesso, com a inédita "Soul Brother" no lado B, isso em 1981, e devido a esse sucesso, incluída em Hot Space no ano seguinte. Também está presente em coletâneas e álbuns ao vivo do Queen, porém sem a participação de Bowie.





"Tonight" - w/ Tina Turner [1984]

Para quem imaginaria que a união do Camaleão com a Acid Queen iria parir uma canção poderosa, com muita energia e vitalidade, a dupla entrega aqui uma canção inspirada pelo reggae, com uma latinidade e um romance clichê demais para os mais xiitas fãs do duo, mas com uma beleza e elegância que somente esses dois gigantes da música mundial poderiam criar. Na composição de Bowie com Iggy Pop, do clássico Idiot (1977), as surpresas estão presentes não só pela levada latina, que transformou totalmente o original de Iggy, mas também por que na versão aqui, Bowie faz o papel de Iggy, enquanto Tina faz o papel de Bowie, servindo como uma base sólida para os vocais graves de Bowie. Para mim, isso tornou a adaptação ainda mais linda que o original. Foi lançada no álbum homônimo de 1984 e em um compacto de relativo sucesso, com "Tumble and Twirl" no lado B. A dupla também interpretou "Tonight" ao vivo, sendo registrado no disco Tina Live in Europe (1988) e em um compacto com "River Deep, Mountain High".

"Dancing In The Street" - w/ Mick Jagger [1985]

Versão dançante e super anos 80 desse clássico de Marvin Gaye, regravado por nomes como The Mamas & The Papas, The Kinks, Black Oak Arkansas e Van Halen, é outro grande sucesso de Bowie em parceria com um músico britânico, agora o Senhor Lábios de Borracha Mick Jagger. Bowie e Jagger já eram bem conhecidos na época, e uniram-se pela campanha Live Aid, regravando esse super sucesso trazendo novos locais para a letra original. Soltinha nos estúdios, a dupla canta numa alegria espontânea e contagiando muito o ouvinte. Os backing vocals gospel, a linha de baixo sinuosa, as batidas quadradas e cronometradas da bateria, e um naipe de metais grudento, são algumas das atrações de uma faixa onde a dupla gigante divide harmonicamente os vocais. Cabe ainda a Bowie citar o nosso "Brazil" na canção. Saiu em um single de extremo sucesso mundial, além de um clipe de também idêntico sucesso. Está presente em diversas coletâneas de Bowie.



quarta-feira, 21 de junho de 2017

Livro: The Rolling Stones - Gravações Comentadas & Discografia Completa [2009]



Alan Clayson é jornalista, tendo trabalho em publicações como The Guardian, Records Collectors, Ink, Mojo, Drummer, entre outros, além de ser autor de diversos livros sobre música, entre os quais o clássico Backbeat, que inspirou o filme Backbeat: Os Cinco Rapazes de Liverpool. O rapaz também liderou o grupo Clayson and The Argonauts na década de 70, além de fazer trabalhos ao lado de Yardbirds, The Pretty Things e Screaming Lord Sutch. Ou seja, o homem tem gabarito para escrever algo do porte de uma biografia que abrange toda a discografia da mais duradoura banda de rock da história, os Rolling Stones.

The Rolling Stones - Gravações Comentadas & Discografia Completa, é a obra que Clayson publicou lá fora em 2006, e que chegou ao Brasil em 2009. É um acervo fundamental para se conhecer a discografia de Jagger, Richards, Watts e cia, servindo de guia para os iniciantes e de relíquia para os veteranos. É um material impecável, com tanta informação para colecionadores e amantes dos Stones que parece que estamos diante de uma Enciclopédia Barsa voltada exclusivamente ao grupo (para quem não viveu os anos 80, a Enciclopédia Barsa - combinação dos nomes do casal que fundou a mesma, Dorita Barrett e Alfredo de Almeida Sá - idealizada em 1959, foi, e ainda é, uma das maiores referências bibliográficas de nosso país no quesito informações).

Detalhe do formato brochura
No formato brochura, com páginas do tamanho de um CD (o livro lembra um pequeno box no formato de CD, 14 x 14), são 474 páginas e oito capítulos - além do Índice e Agradecimentos - divididos em: As gravações dos Rolling Stones; Os álbuns britânicos AB - de The Rolling Stones (1964) a Between the Buttons (1967); Os álbuns britânicos e americanos AB e A - de Their Satanic Majesties Request (1967) a Shine a Light (2008); Os álbuns americanos AA - de England's Newest Hitmakers (1964) a Flowers (1967); As coletâneas britânicas CB - de Big Hits (High Tide and Green Grass) (1966) a Forty Licks (2002); As coletâneas britânicas e americanas CA - de Big Hits (High Tide and Green Grass) (1966) a Jammming With Edward (1971); As coletâneas americanas.; Discografia. 

Só essa separação dos álbuns ingleses e americanos, assim como a ordem das canções dos mesmos, já é um grande atributo do livro, pois a confusão que é saber qual é a versão americana, qual é a versão inglesa, e quando saiu cada uma delas, é uma das árduas tarefas que os fãs dos Stones tem quando começam a colecionar sua obra. Com esse livro, irá ficar bem mais fácil montar sua estante de discos.

Percorrendo The Rolling Stones - Gravações Comentadas & Discografia Completa, no primeiro capítulo, Clayson apresenta o que irá ser tratado, contando um pouco da história inicial dos primeiros anos da banda, como sua formação em 1962, o contrato com a Decca via recomendação de George Harrison, o primeiro compacto e o impacto da banda na década de 70. O que mais chama a atenção nessa espécie de introdução, é a pura realidade que Clayson assume para si quando afirma que "a discografia dos Stones é cronologicamente bagunçada em certos momentos, principalmente depois que deixaram a Decca em 1970".

Na sequência, o autor estabelece a divisão dos capítulos, e assim, mergulhamos em um mar de informações. Cada álbum tem como informações: data de Lançamento RU; data de Lançamento EUA; Produtores; Selo; Tempo Total; Faixas: compositor, duração, músicos participantes. Todos os discos oficiais lançados desde 1964 até 2008 estão na obra, e vem acompanhados por comentários do autor, incluindo curiosidades, algumas desmitificações, poucas fofocas e muitas opiniões sobre cada álbum. além de curiosidades sobre cada canção. Ou seja, é um vasto material de leitura e entretenimento, além de uma riqueza de detalhes ímpar. E não fica só na Discografia do grupo.

Os álbuns solo de Mick Jagger, Keith Richards e Charllie Watts também estão inclusos no texto. Ao mesmo tempo, temos a discografia detalhada com n° de lançamento, gravadora, faixas e data de lançamento dos compactos simples, compactos de 12 polegadas, compactos em CD e compactos duplos.

A versão americana
Ainda há um subcapítulo, Miscelânea, trazendo algumas raridades e colecionáveis do grupo, como um Flexi-disc britânico lançado pela revista New Musical Expresss com quatro canções da banda ("All Down the Line, Tumbling Dice", "Shine a Light" e "Happy") junto de outros artistas em 29 de abril de 1972, um LP alemão exclusivo para colecionadores, lançado em 4 de junho de 1980, trazendo uma inédita versão de estúdio para "I've Been Loving You Too Long", a caixa Rest of the Best (The Rolling Stones Part 2), com nada mais que quatro LPs com canções entre 1962 e 1981, e que foi lançada em 11 de setembro de 1983, entre outras curiosidades que irão atiçar os olhos dos colecionadores.

O livro saiu pela Editora Larousse, que também trouxe ao Brasil, na mesma época aqui, edições iguais a essa para as discografias de The Beatles e Bob Dylan, ambas incríveis e fundamentais para as prateleiras dos amantes de música, história e informações.

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