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sábado, 3 de outubro de 2020

Melhores de Todos os Tempos: Anos 90

 Andreas Kisser, Igor Cavalera, Max Cavalera e Paulo Jr. Sepultura em divulgação a Chaos A. D.


Por Mairon Machado

Participação de André Kaminski, Daniel Benedetti, Davi Pascale, Eudes Baima, Fernando Bueno, Libia Brigido e Micael Machado

Os anos 90 foram marcados pela força do grunge. Nomes como Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains trouxeram para os jovens daquele período letras que narravam as realidades daqueles que sofriam, de alguma forma, problemas pessoais distintos, desde uso de drogas até brigas familiares. Ao mesmo tempo, nomes que haviam nascido nos anos 80 fincaram suas estacas como ícones símbolos de toda uma nova geração, principalmente através da dupla Metallica e Guns N' Roses, e também do ícone R. E. M.. Isso tudo na primeira metade da década, que ainda ficou marcada pelas saídas de Rob Halford do Judas Priest, e de Bruce Dickinson do Iron Maiden, bem como o retorno de Ronnie James Dio aos vocais do Black Sabbath.

Sete das bandas até aqui citadas estão presentes na lista de Melhores discos dos Anos 90 escolhidas hoje, e não por acaso, com álbuns lançados na primeira metade daquele período. A segunda metade trouxe o nascimento - mundial - de uma nova onda de bandas britânicas, e bem como o surgimento de grandes nomes no rock nacional, que fizeram os jovens e adolescentes brasileiros a curtir Charlie Brown Jr., Raimundos, Los Hermanos, Jota Quest, Skank, entre outros, porém sem causar um estardalhaço como nossa primeira posição.

Afinal, o Sepultura foi o grande nome do Brasil naqueles anos, com dois discos emblemáticos e revolucionários, e com Chaos A. D. novamente atingindo o posto de principal disco do período. O álbum de 1993 já havia conquistado essa mesma posição quando da escolha de Melhores Brasileiros na Década de 90, mas agora, através das escolhas de nossos consultores, conquista a posição em nível mundial. Mas não foi fácil. Para tal, o disco do Sepultura teve que brigar taco a taco com Grace, de Jeff Buckley. O garoto, filho de Tim Buckley, lançou sua estreia em 1994, e perdeu a primeira posição apenas na segunda votação feita entre os consultores, já que na primeira, empatou com o mesmo número de pontos que nosso campeão, como explicado abaixo.

Concorda com as escolhas,? Discorda? Achou algum absurdo? Os comentários estão à disposição. Lembrando que a pontuação é baseada no sistema da Fórmula 1, com a adição de 1 ponto para cada citação de álbum, como se fosse o ponto da volta mais rápida, tentando evitar ao máximo alguma injustiça de um álbum com mais citações não entrar em detrimento de outro com menos citações.

* A lista com os Melhores Discos escolhidos dos anos 90 nas listas originais envolvem os álbuns de cada ano, álbuns das listas de Melhores Brasileiros e aqueles discos citados na série Aqueles Que Faltaram. Esses discos estão listados no fim da postagem, após as listas individuais.

** Conforme citado, Grace e Chaos A. D. ficaram empatados na primeira posição com duas citações cada. Em uma nova votação, o álbum do Sepultura ganhou por 6 votos a 2

*** O outro empate foi entre Painkiller e Accident of Birth. Na nova votação, Painkiller ganhou por 5 votos a 3


Sepultura – Chaos A. D. [1993] (52 pontos) **

André: Não mudei em nada minha opinião sobre o disco que tanta gente aqui ama e eu não consigo ver essa qualidade toda. Arise é melhor do que ele em todos os sentidos e preferia muito mais que ele tivesse entrado. Não acho que seja um disco ruim, mas o acho demais superestimado. É o que menos gosto da fase Max.

Daniel: Com esta lista que conseguimos chegar, ao menos o primeiro lugar é um álbum de primeira linha. O Sepultura com sua formação clássica, no ápice da inspiração e uma coleção de canções inesquecíveis como "Refuse/Resist", "Territory" e "Slave New World" , para ficar apenas nas mais óbvias. Goste-se (ou não), este é um dos mais influentes álbuns do Heavy Metal noventista. Eu adoro.

Davi: Fiquei feliz em ver o Sepultura no topo da lista porque acho que eles nunca tiveram o merecido reconhecimento em nosso país, então foi meio surpreendente quando recebemos a notícia de que eles eram o número 1 da lista. Para mim, esse é o auge do Sepultura. A banda apresentava uma sonoridade extremamente pesada, com arranjos bem elaborados e uma notável evolução técnica. Já começavam aqui com as experimentações com a cultura brasileira, o que seria mais aprofundado em seu sucessor, Roots. O repertório é forte e traz clássicos como "Refuse/Resist", "Territory", "Slave New World", "Kaiowas", além da escrachada versão de "Polícia" (Titãs). Belo e merecido resgate.

Eudes: O disco “brasileiro” do Sepultura, como dizem. Canções pesadíssimas, com algum jogo de cintura (não muito, vamos combinar). Mas, de fato, o álbum distingue a banda do cipoal de bandas pesadíssimas do período, com nuances rítmicas, e mesmo melódicas, de certa influência nativa, impensáveis para a concorrência gringa. "Refuse/Resist" e "Territory" grudam na memória. Não por acaso, foram os singles. Pena que “Polícia” não tenha entrado no repertório, tendo saído como bônus apenas em edições posteriores. De fato, olhando retroativamente, bem que “Ponta de Lança Africano (Umbabarauma)” poderia ter saído aqui e se transformado na melhor faixa do disco.

Fernando: Lembro do dia que peguei esse disco da loja e fui correndo para casa ouví-lo. Num primeiro momento eu estranhei toda pluraridade do material do álbum. Tinha thrash, tinha hard core, tinha punk, tinha até viola. Demorei para absorver tudo e encontrar uma unidade no todo, ainda guardo meu LP da época e é sem dúvida um dos principais discos já lançados no Brasil e no mundo. Eu só tenho um pensamento de pesar sobre o álbum: suas experimentações deram tão certo que incentivaram seu próximo lançamento Roots, que, apesar do sucesso fora, é um disco muito abaixo de Chaos AD e seus anteriores.

Libia: Muito bom ver em primeiro lugar uma das mais importantes bandas nacionais, sendo até hoje citada por diversas bandas no mundo como uma das suas principais influências. No momento do Chaos A. D., a música passava pelas mais diversas e ecléticas transformações, e nessa situação, o Sepultura estava destinado a ter um papel fundamental, como uma das mais inovadoras bandas de metal dos anos 90. E assim foi um álbum que surpreendeu com o seu som genuíno, dessa forma, levando a banda para uma nova fase. Para mim, os destaques desse álbum são as faixas “Refuse/Resist”, “Territory”, “Biotech is Godzilla”, “Slave New World” e “Propaganda”. A produção de Andy Wallace é fantástica, realmente capturou a essência da banda, dando um novo senso de clareza e definição. Foi o último grande sucesso da banda para a maioria dos fãs, mas Sepultura é uma banda que se recusou a parar no tempo.

Mairon: Disco revolucionário na carreira dos caras, Chaos A. D. levou o nome Sepultura para patamares jamais imaginados por algum grupo de metal brasileiro. A sonoridade mudou, o grupo ficou pesado, principalmente pelas percussões de Igor Cavalera, e claro, pelo vocal gutural de Max. Não é meu preferido do grupo, mas tem ótimos momentos, principalmente na surpreendente abertura de "Refuse/Resist", na viola caipira de "Kaiowas", a pesadíssima "Amen" e o cover muito bem trabalhado de "The Hunt". Acho exagerada a primeira posição, mas que o disco foi seminal para a criação de Roots, e colocar o Brasil na linha de frente do Heavy Metal, ah, isso foi. Mais comentários sobre o álbum tracei aqui, na lista de Melhores de 1993, e aqui.

Micael: Para mim, este é o melhor disco de heavy metal lançado por uma banda nacional em todos os tempos (ao lado de Theatre of Fate, do Viper). É dos raros discos que eu gosto da primeira à última faixa (um pouquinho menos de "Clenched Fist", mas apenas dela), e não apenas de uma ou duas ou das "mais conhecidas". Muita gente exalta Roots, mas, para mim, o auge do Sepultura (e não só dele, como do metal nacional) está aqui!


Jeff Buckley – Grace [1994] (52 pontos)

André: Oh céus, de novo esse cara. Lá se foram uns 5 anos desde que o ouvi pela primeira e única vez. Ouvindo de novo e... de boa... não dá. Muito sono, uma emoção que não me soa honesta, aquele vocal falseto bregaço em "Corpus Christi Carol" e um excesso de baladas que não faz o baterista de suas músicas nem suar um pouco que seja, sendo "Last Goodbye" a única um pouco mais animadinha. Me parece que a audição de hoje me foi mais desagradável do que da primeira vez. Definitivamente não é para mim.

Daniel: Devo confessar minha completa ignorância tanto do artista quanto do álbum. Entretanto, apenas em afrontar a sonoridade monocromática da lista, já se encontra méritos em sua presença aqui. Ouvi com atenção, gostei do trabalho e retornarei a ele posteriormente.

Davi: Único álbum desse talentoso artista que teve sua carreira interrompida por conta de uma fatalidade. O disco é muito bonito, mas é um trabalho bem triste, meio deprê. A sonoridade mistura elementos do folk com o rock alternativo que estava em voga na época ("Eternal Life" poderia ter sido gravado por qualquer banda grunge). É um trabalho muito bem gravado e muito bem executado que, infelizmente, só teve seu reconhecimento após a morte do rapaz. Os melhores momentos, para mim, ficam por conta de "Grace", "Last Goodbye", "Lover You Should´ve Come Over" e a linda releitura de "Hallelujah".

Eudes: De longe, o melhor disco da década. Menos mal que apareça na lista. Para gente como eu, que acreditava que melodias arrebatadoras, performances emocionantes e execuções contundentes era coisa do passado, este álbum reacendeu a esperança e aqueceu o coração. Grace é um disco antigo, e já era muito velho quando foi lançado. Mas daquela antiguidade atemporal. Na verdade, o disco é original estranhamente porque cruza, de forma inusitada e surpreendente, sons que estão soltos no ar desde diferentes épocas. A faixa de abertura, “Mojo Pin”, é assim. Parece com muita coisa e não parece com nada. Como se as sonoridades que você ouviu e amou ao longo da vida se mesclassem todas ali. Mas, para um padrão tão alto, estabelecido logo nos primeiros minutos do jogo, o álbum se equilibra maravilhosamente bem. Canções como “Lilac Wine”, o hit “So Real”, a misteriosa “Lover, You Should've Come Over”, com sua cornucópia instrumental e a lindíssima “Corpus Christi Carol” se ombreiam com a faixa de abertura e garantem a homogênea excelência do disco. Nem a hoje insuportável “Hallelujah” (Leonard Cohen), em versão de chorar, fica atrás. Um disco que a gente pode chamar de clássico, sem medo de estar banalizando o termo.

Fernando: Confesso que não ouvi tantas vezes quanto esse disco merece. É um disco que eu sei que é bom, que eu sei que tem músicas fantásticas, mas acabo lembrando mesmo só de "Hallelujah". Talvez o que falte seja eu comprar o disco e aí sim ter a obrigação de ouví-lo com atenção. Porém, o álbum é bastante melancólico e talvez não sirva para qualquer momento. Melancolia que combina com o sentimento de perda quando se sabe que o artista partiu tão cedo.

Libia: Eu não conhecia o Jeff Buckley, foi realmente uma bela surpresa, e quando fui pesquisar soube que foi o único álbum lançado, pois o artista foi embora desse mundo precocemente. A voz dele é doce, a musicalidade é apaixonante e assim ouvi repetidas vezes a música “Last Goodbye”. Ainda com uma curta passagem na Terra, quando ouvimos bandas formadas anos depois podemos identificar a influência de Jeff Buckley. E mais uma vez o produtor Andy Wallace conseguiu extrair toda a essência de um artista, trazendo toda a emoção de sua voz nas músicas com um instrumental perfeito e equilibrado.

Mairon: Das diversas novidades que conheci por conta dessas listas, a que mais fui agraciado em conhecer é exatamente Grace. Quando ouvi esse disco pela primeira vez foi exatamente para a lista de 1994. Meu mundo caiu. Como pude ficar tanto tempo sem conhecer tal obra? O tempo passou e o disco cada vez mais foi conquistando espaço em minhas audições. Me tornei um fã de Jeff Buckley. Adquiri shows, singles, relançamentos, e descobri um talento impressionante, que infelizmente partiu cedo demais. Essa obra é fantástica. Os vocais de Buckley são algo de sobrenatural, principalmente pelos agudos e variações que ele consegue alcançar (ouça a faixa-título e me diga se não é verdade). A banda é foderosa ("So Real" e "Eternal Life"), os arranjos arrepiam ("Dream Brother" e "Last Goodbye"), as harmonias são esplêndidas ("Mojo Pin" e "Corpus Christi Carol"), e claro, Buckley é o dono de tudo, exalando sensualidade e drama através de acordes tristes e sua linda voz em faixas belíssimas, como "Lilac Wine", "Lover, You Shoul've Come Over". Grace também tem a melhor versão de "Hallelujah" que alguém já gravou, e só por ela, já merecia estar entre os dez mais. Mas, o conjunto da obra é muito mais que isso. O melhor disco dos últimos 30 anos fácil fácil, e a certeza de que havia muito mais música boa nos anos 90 além da cena metálica!

Micael: Nunca parei para ouvir um disco inteiro de Jeff Buckley, e meu conhecimento de sua obra musical se resumia à excelente versão para "Hallelujah", de Leonard Cohen, além de alguns fatos de sua trágica carreira. Por conta da inclusão nesta lista, fui ouvir Grace sem muitas expectativas, e encontrei um álbum onde, apesar das variações musicais dentre as faixas, o clima é predominantemente tristonho, algo que em geral me agrada, mas os tons mais agudos de Buckley em algumas passagens me fizeram ficar com um "pé atrás" em relação às músicas do disco. De todo modo, achei o "lado B" muito melhor que o "lado A" ("Lover, You Should've Come Over" é excepcional, e "Eternal Life", até por ser mais agitada que as demais, me agradou bastante), mas não o suficiente para considerar incorporar Jeff Buckley à lista de artistas que sigo mais atentamente. Um bom disco, mas não o suficiente para me cativar!


Metallica – Metallica [1991] (47 pontos)

André: Tudo o que devia ser falado sobre este disco já foi. Então vou me focar naquilo que sempre me chamou atenção. Lars Ulrich sempre foi considerado um baterista limitado e no começo da carreira do Metallica, errava pra caralho. Quão irônico é a vida quando eu ouço este disco e creio ter ele a melhor mixagem de bateria que eu já ouvi na vida. Fico imaginando como seria o disco se o Lars fosse um grande baterista.

Daniel: Eu não consigo ser totalmente isento para falar deste álbum. Basta dizer que se hoje estou escrevendo estes absurdos por aqui, este disco foi um dos culpados. Não foi o primeiro álbum que comprei, mas foi o que me iniciou no caminho do Rock e do Metal. Dito isto, ainda o acho um trabalho de primeira linha.

Davi: Disco divisor de águas na carreira do Metallica e que, para mim, ainda é seu melhor trabalho. Muita gente fica puta comigo quando digo isso. Não me levem a mal. Adoro os 4 primeiros trabalhos dos caras, mas aqui considero seu ápice. Conseguiram atacar o heavy metal no mainstream. James Hetfield evoluiu bastante enquanto cantor. A qualidade de gravação é impecável (o som de bateria, principalmente, é foda). "Enter Sadman", "Sad But True", "Wherever I May Roam" e até mesmo a balada "Nothing Else Matters" marcou quem viveu aquela geração. Álbum extremamente bem feito e com um impacto que poucas vezes foi visto.

Eudes: Vou nem dizer nada, só que qualquer disco que tenha pequenos hinos roqueiros como "Enter Sandman", "Sad but True", "The Unforgiven", "Nothing Else Matters" e "The God That Failed", como diria o velho Gonzagão, é danado de bom! Um disco de ruptura com o passado, sem maldize-lo, mas afirmando caminhos novos. Lembro que as revistas especializadas ferveram, na época, com a controvérsia em torno do que se chamou de “disco pop do Metallica”. Já faz tempo que os fãs ortodoxos foram pacificados, mas não foi fácil dar cavalo de pau num transatlântico como o Metallica. A banda, contudo, passou com mérito por esta delicada manobra que, no passado, liquidou tantas bandas talentosas. E o fato de que a obra se trata de uma “traição ao movimento” apenas me faz simpatizar mais com ela.

Fernando: Já falei sobre o disco na discografia comentada da banda que fiz há bastante tempo. É inegável que é um dos discos de metal mais importante da história. Segundo as fontes da minha cabeça, esse disco foi talvez o maior responsável por angariar fãs para o metal. Eu não tinha um único amigo da minha idade ali por volta de 91-92-93 que não ouvia ese disco sempre. Podem falar que a banda amaciou o som, pode falar que tinha balada e pode vir com toda a lenga lenga metaleira sobre a banda ter se vendido. Acredito que era o disco que a banda queria fazer, independendente de produtor ou gravadora e foram extremamente felizes no resultado. Se você hoje tem raivinha por que a banda ficou super famosa e até sua prima mais nova de segundo grau passou a gosta de metal e invadiu seu mundinho o problema é seu.

Libia: O artista tem a necessidade de criar algo com uma abordagem diferente e os anos 90 era um ambiente perfeito para isso. Assim surgiram vários álbuns que de alguma forma mudaram o cenário para sempre, e quando há uma boa mudança muitos vão jogar pedras e aplaudir, totalmente natural, ainda mais se tratando das bandas já reconhecidas na época. O Metallica fez isso lançando o disco que ficou mais conhecido como “Black Album”, chegando a conquistar outras tribos fora do Thrash Metal e consequentemente influenciando nas criações das bandas de Rock Alternativo. Vejo isso de forma muito positiva, pois engajou o público da nova geração para o Heavy Metal e até hoje podemos observar isso. O álbum começa com a verdadeiramente excelente "Enter Sandman", e ao longo do caminho, os destaques particulares para mim incluem "Wherever I May Roam" e a balada "Nothing Else Matters".

Mairon: O álbum preto apresentou o Metallica para uma nova geração de fãs (eu incluso), que delirou com um vasto repertório de clássicos. Qualquer admirador de rock pesado conhece (e curte) "Enter Sandman" e "Sab But True", e ainda, se aproveita para conquistar uma gatinha tocando as baladas "Nothing Else Matters" e "The Unforgiven". Existem canções que ficaram eclipsadas por esses quatro sucessos, mas com qualidades similares ou até melhores, seja nas velozes "Holier Than Thou" e "The Struggle Within", ou nas pesadas "Through the Never", "Don't Tread On Me", "The God That Failed" e "Or Wolf And Man". Para mim, as melhores ficam por conta de "Wherever I May Roam" (que baita introdução) e "My Friend of Misery", uma das raras oportunidades que Jason Newsted teve de mostrar por que foi escolhido para substituir o lendário Cliff Burton.

Micael: O disco que mudou o patamar comercial não só do Metallica, mas do heavy metal em geral a nível mundial. Mais "acessível" que os registros anteriores da banda, mas ainda "pesado" o suficiente para agradar à maioria dos antigos fãs. O "álbum preto" trouxe muitas faixas que viraram clássicos da discografia do grupo, vendeu horrores e catapultou o quarteto ao patamar de "gigantes" do show business mundial. Gosto do disco, mas o acho inferior aos clássicos da época com o saudoso Cliff Burton. O que não o faz menos merecedor de figurar aqui.


Pearl Jam – Ten [1991] (45 pontos)

André: Deve ser a quarta ou quinta vez que já falei isso, mas nem o Pearl Jam e nem nada do que o Eddie Vedder fez na vida me agrada de fato. E já tentei muitas e muitas vezes, porém desisti e assumi de vez que o Pearl Jam nunca será uma banda que irei gostar. Não sei explicar, mas creio que uma vibe meio "alternativa" que há no som dos caras não me vai. Isso não acontece com o Alice in Chains e outras contemporâneas da época que eu gosto.

Daniel: Em conjunto com Nevermind, Ten foi um dos responsáveis pela explosão daquilo que se convencionou a musicalmente ser chamado de ‘grunge’. Ao contrário de Nevermind, deste álbum eu gosto bem mais. Guitarras marcantes e ótimos vocais de Vedder fazem deste disco uma coleção de clássicos impressionantes. Minha canção preferida é a sensacional “Black”.

Davi: Ótimo álbum de estreia da trupe de Eddie Vedder. O Pearl Jam é uma das grandes bandas dos anos 90 e os caras já iniciaram em grande estilo. Embora seja o grande ídolo de 90% dos fãs, Eddie Vedder foi o ultimo a entrar no grupo. Quando se juntou aos garotos, boa parte dos arranjos já estavam elaborados e acabou contribuindo bastante na construção das letras. Não há dúvidas que a escolha foi correta. Eddie Vedder se encaixou como uma luva no som dos caras, além de ter um grande carisma no palco. "Jeremy", "Alive", "Even Flow" e "Black" tocaram bastante nas rádios da época, mas não dá para ignorar sons do porte de "Once", "Porch" e "Why Go". Discaço!

Eudes: Outro disco, não só representativo, mas brilhante, do período. Claro que sou movido por um sentimento que tive na época, depois do naufrágio de meus ídolos de adolescência nos anos 80, de “puxa vida, temos rock de novo”. Mas, reouvindo o disco para escrever estas maltraçadas, meu encanto por estas canções não diminuiu em nada. O bom gosto em mesclar uma abordagem zeppeliniana para canções originais e muito inspiradas, em torno da voz guia de Eddie Vedder, arrebatam a gente. Este álbum, como Nevermind, vai resistir a bem mais que trinta anos. Dá licença que vou ali tocar o riff de “Even Flow” em minha air guitar.

Fernando: Até hoje o melhor disco do Pearl Jam e, tenho certeza, que a té a banda tem consciência disso. A quantidade de clássicos que estão presentes nesse disco é enorme e até hoje fico em dúvida sobre a música preferida. Quando se compara Ten, Nevermind e Dirt vemos o quanto o tal do grunge era somente um movimento de bandas que tinham em comum a época de seu surgimento e não uma sonoridade única, muito parecido com a NWOBHM.

Libia: Excelente álbum de estreia de uma banda fundamental dos anos 90. Aqui estava um frontman com uma presença de palco inteiramente nova, cuja voz se esforçava muito pela sinceridade das composições, sem recorrer a sentimentos fáceis ou coros de autoglorificação. Os Hits “Once”, “Even Flow”, “Alive”, “Black” e “Jeremy” quase que ofuscam a beleza da segunda parte do álbum. As composições são de temas fortes e sombrios e possui uma qualidade instrumental absurda. Esse clássico levou a banda a ser uma das mais bem sucedidas do movimento grunge até hoje.

Mairon: Pearl Jam raiz. Levado pelos vocais insanos de Eddie Vedder, e pela rifferama de Mike McCready e Stone Gossard, os caras criam uma coletânea de sucessos para a eternidade, marcando o grunge definitivamente com "Once", "Even Flow", "Alive", "Black", "Jeremy" e "Porch", no mínimo seis das onze faixas que se tornaram conhecidíssimas. E óbvio, todas ótimas. "Black" é tristíssima, mas linda. "Porch" e "Once" são para sair pulando pela casa. "Even Flow", "Alive" e "Jeremy" são para cantar a plenos pulmões. Ainda temos "Why Go", outra paulada. "Deep", "Garden", "Oceans" e "Release" destoam um pouco da forças que as citadas têm, mas também são ótimas faixas. Só não é o melhor disco do grunge por que o Temple of the Dog carrega esse mérito, mas foi um disco super bem resgatado pelo Davi e que ganhou realmente seu status agora, já que ficou de fora vergonhosamente da lista de 1991.

Micael: De todas as bandas que caíram no rótulo "grunge" na década de 1990, o Pearl Jam sempre foi a que mais me agradou, e este ainda é, para mim, seu melhor registro. Tenho uma relação emocional enorme com este álbum, o que nubla um pouco meu julgamento com relação a ele. Gosto muito de todas as faixas do álbum, e, em qualquer show da banda ainda hoje, qualquer uma delas que toque ainda levanta a galera de forma como poucas outras na história do grupo consegue. Mais um clássico importantíssimo de sua década!


Black Sabbath - Dehumanizer [1992] (42 pontos)

André: Gosto de Dehumanizer. É aquele disco que não se espera muito dele mas que agrada e diverte. Dio canta muito e há várias canções que me animam tais como "TV Crimes" (com um clipe hilário) e "Buried Alive" com um riff típico daqueles tempos mais pesados da época de Ozzy. Talvez seja um pouco exagerado considerá-lo como um melhor da época, mas eu gosto e não ligo de estar aqui.

Daniel: Este é um dos casos de discos que todo mundo adora, mas eu não consigo achar tudo isso que se fala. Claro, “TV Crimes” e “I” são incríveis, embora o resto não consiga me comover. Assim sendo, não consigo ver a presença deste álbum como normal em uma lista tão acirrada como esta.

Davi: Tenho alguns amigos que citam esse como seu álbum favorito do Sabbath. Não concordo que seja nem o melhor da fase Dio (para mim, o título fica com Heaven and Hell), mas não tem como negar que é um disco bem legal e que causou um certo impacto nos headbangers da época. Lembro que ouvi bastante o CD na época, assim como um boot ao vivo que tinha em fita k7 dessa turnê, e me recordo que canções como "Computer God", "I" e "Time Machine" não saíam dos meus ouvidos. Legal sua aparição por aqui.

Eudes: O Black Sabbath fez oito discos nos anos 70, dos quais cinco estão na eternidade e os outros dois ainda espancam a concorrência, sem ser lembrado na lista dos Dez Mais daquela década, e entra em segundo lugar com sonoridade descaracterizada, com Dehumanizer... nos anos 90! O tico e o teco aqui não conseguiram processar. Não que o disco seja ruim, mas definitivamente as coisas não batem. Única explicação sensata que ouvi foi do boss Mairon Machado: “turma gosta é do Dio e não do Black Sabbath”! Vai ver, é isso mesmo! Mas tem coisas legais: a banda emulando o velho Sabbath em “After All/The Dead” e “Letter from Earth”, o solo excepcional de Iommi em "Too Late" e Vinny Appice chupando partes de bateria de John Bonham em "Computer God".

Fernando: Quando eu lembro de Dehumanizer imediatamente vem à minha cabeça os refrães de "Too Late" e "I". Sei que os fãs mais fanáticos pelo Sabbath tem outras como exemplo do disco, mas eu lembro até de onde eu ouvi essas duas músicas pela primeira vez. Mas ouvindo recentemente curti bastante "After All", o que me fez até a ouvir de novo a música quando o disco acabou. Foi uma excelente volta do Dio que poderia ter rendido muito mais se não fosse toda aquelas história do show de "despedida" do Ozzy pouco tempo depois de seu lançamento (alías, não é impressionante o Ozzy ter falado em despedida há quase 30 anos atrás e estar aí até hoje?).

Libia: Nos anos anteriores ao Dehumanizer banda passava por um momento complicado apesar das formações impecáveis e excelentes álbuns na minha opinião. Em 1992 a banda veio com todo aquele veneno e fúrias cativantes que entraram nas veias metálicas dos fãs para sempre. O álbum começa de forma retumbante com a bateria de Vinny Appice e os vocais lindamente raivosos do Ronnie James Dio. Apesar das tensões existentes na época, prefiro lembrar dessa formação épica com Geoff Nicholls nos teclados e sintetizadores. A banda se encaixou nas tendências dos anos 90 provando que poderia recapturar elementos de uma era anterior enquanto ainda soava moderna e relevante. Quando escuto “Time Machine” eu me sinto em outro planeta e quando toca “I” até paro de existir. Dio passou como um raio pelo Sabbath nessa época, mas esse disco permanece grandioso nos nossos ouvidos.

Mairon: Minha relação com Dehumanizer foi contada aqui. Então, para complementar, só digo que o impacto desse retorno de Dio aos vocais do Sabbath após 10 anos (como naquela época dez anos parecia algo tão distante ...) foi chocante, e pariu um dos melhores discos que já ouvi. "I" (principalmente), "After All", "Time Machine" e "Buried Alive" são faixas espetaculares. Iommi está impecável. Appice soltando o braço. Butler com vontade de tocar, e Dio, simplesmente fazendo uma performance como não se via há anos. Disco de cabeceira para qualquer um que aprecie Heavy Metal, e um dos melhores do Sabbath.

Micael: Quando este disco foi lançado, eu ainda não conhecia bem o Black Sabbath ou sua história, portanto não soube dimensionar o tamanho da volta de Ronnie James Dio à banda. Hoje, passados tantos anos e com um conhecimento um pouco maior, sei que, comercialmente, foi um renascimento importante para o grupo e que, infelizmente, durou muito pouco (sendo retomando tempos depois na forma do Heaven and Hell). Musicalmente, acho Dehumanizer do mesmo nível de Mob Rules, ou seja, um belo e agradável disco, mas inferior aos clássicos da fase Ozzy e ao primeiro registro de Dio com a banda. Mesmo assim, vale (e muito) a audição!


Guns N’ Roses – Use Your Illusion II [1991] (39 pontos)

André: Este sim é o melhor disco da década. Cheia de grandes canções, sei que foi o disco que influenciou muita gente a mergulhar de vez no rock. Outra grande vantagem é que ele envelheceu muito bem, suas canções continuam incríveis, a banda usou melhor de teclados e outros instrumentos e mesmo as canções não tão conhecidas parece que funcionam para serem singles ou clássicos.

Daniel: O Guns N’ Roses eram realmente gigantes no início dos anos 90. Particularmente, eu não consigo ver este álbum separado de seu irmão gêmeo, mas ambos são trabalhos de Hard Rock de ótimo nível. Tenho uma ligeira simpatia por este por conta de "You Could Be Mine" e seu videoclipe sensacional.

Davi: Axl Rose sempre foi um maluco egocêntrico. Lançar dois LPs duplos, no mesmo dia, é a cara dele hehehe. Lembro que, na época, optei pelos 2 CDS. Os encartes eram tão grossos que na hora que você ia encaixar de volta na caixinha acabava rasgando kkk O disco, em si, é bem legal. Lembro que escutei "Pretty Tied Up", pela primeira vez, na transmissão do Rock in Rio 1991 e gostei da música de cara. O clipe de "You Could Be Mine" com Arnold Schwarzenegger também ficou na memória. Isso para não falar na versão de "Knocking On Heaven´s Door" e no clássico "Civil War", onde ouvi pela primeira vez em uma coletânea chamada Nobody´s Child. Disco bem legal, mas confesso que sempre achei o I (capa amarela) um pouco mais forte, mas valeu...

Eudes: O projeto Use Your Illusion flagra a banda no clássico momento da pretensão sem limites, depois de conquistar as massas nos anos anteriores. Mas este volume II do projeto é bacanudo. Tem canções para bater cabeça, "You Could Be Mine" e "Shotgun Blues", faixas cheias de seções, no estilo setentista ("Estranged" e "Locomotive"), balada semibrega (“Don't Cry") e cover desnecessária de Bob Dylan. Tudo embalado em vídeo clips de orçamentos de longa-metragem e pintura de Rafael ("A Escola de Atenas") na capa. O Guns achava que estava a um passo do Olimpo, mas o projeto mastodôntico se mostrou um canto de cisne. Um documento obrigatório de uma época.

Fernando: Dois álbuns duplos sendo lançados pela mesma banda no mesmo dia. É algo muito fora do comum, ainda mais quando se lembra que os dois discos são forte o suficiente para poderem estar aqui numa lista dessas. Mas acho que termos escolhido o II é mais representativo mesmo. Junto do disco do Metallica esses discos do Guns formaram uma legião de fãs de rock. Minha música preferida da banda até hoje é "Estranged", mas o disco tem várias outras que são preferidas de muita gente como "Civil War", "You Could Be Mine", "Yesterdays"... Clássico!

Libia: A banda conseguiu explorar de maneira brilhante todas as suas influencias com músicas mais encorpadas e com muitos outros elementos. As músicas atrevidas, cheias de drogas e álcool do Appetite For Destruction se foram e nesse álbum temos uma banda mais madura e polida, com um tecladista em tempo integral. Além disso, se foi o baterista bastante solto Steven Adler, que foi substituído pelo Matt Sorum, um baterista mais tecnicamente sólido. Repleto de hits como "Civil War", "Knockin' on Heaven's Door" e "You Could Be Mine”, esse álbum tem um som firme e digno de reconhecimento.

Mairon: Entre os dois Use Your Illusion, o segundo ganha na minha opinião por que é o que possui um repertório mais azeitado. Afinal, começa com uma canção tão impactante quanto "Civil War", e só agrega nas maravilhosas "Locomotive" e "Estranged", o que o faz receber meu voto para essa lista. Mas ainda há mais. "You Could Be Mine" se tornou um clássico de imediato, muito pela promoção no filme do Exterminador do Futuro. A versão de "Knocking On Heaven's Door" apresentou Bob Dylan para toda uma nova geração de fãs (o que o Guns havia feito anos antes com Aerosmith). Passeamos pelo rock de "14 Years",os hards de "Shotgun Blues" e "Pretty Tied Up", o desabafo estupendo de "Get in the Ring", as baladaças "Yesterdays", "Don't Cry" - essa em sua versão com letra diferente -, "So Fine", cantada pelo baixista Duff McKagan, e ainda a linda e esquecida "Breakdown", tão bela quanto "November Rain", apesar de muito ofuscada pela mesma, e com um belo trabalho do pianista Dizzy Reed. Era um novo Guns, com seis membros (Axl, Slash, Dizzy, Izzy, Matt e Duff) que preenchiam um palco gigantesco, apoiados ainda por diversos músicos, e uma banda que tocava soando como se tudo estivesse na perfeição. Ninguém imaginaria que nos bastidores Axl mostrava-se cada vez mais um egoísta, arrogante e prepotente. Para mim, um dos grandes discos da sua época, e que bom ver ele por aqui.

Micael: Para mim é muito difícil separar as duas partes de Use Your Illusion, mas, se eu fosse obrigado a escolher, esta seria a minha favorita. Apesar de conter "My World", a pior música já gravada pelo Guns em sua discografia, Use Your Illusion II possui tantas faixas boas que fazem com que sua colocação nesta lista seja mais do que justificável. E não me refiro apenas às mais "conhecidas" e "aclamadas" que até sua mãe conhece, mas também a faixas mais subestimadas como "14 Years", "Yesterdays", "Breakdown", "Pretty Tied Up" ou "So Fine", canções excelentes que mereciam um reconhecimento maior até por parte dos próprios fãs dos gunners!


Nirvana – Nevermind [1991] (35 pontos)

André: É justo a entrada dele pelo impacto causado na cena noventista da época, talvez um dos últimos suspiros do rock arrebatando de vez o mainstream com outras bandas depois emplacando hits mas sem toda a aura de impacto que teve o Nirvana. É um ótimo disco, ainda envelhece bem e tem músicas em um tom bem pessoal por parte de Cobain, o que me ajuda a ter simpatia pelo álbum. Uma pena que se Cobain não tivesse se levado a sério em relação a esse negócio de ser rebelde, ele poderia talvez ter gravado mais um ou dois discos e viver a vida reclusa que sempre quis ao invés do suicídio.

Daniel: Alguns discos mudam os caminhos da música e este aqui é um destes casos. Achava que ele seria o primeiro colocado da lista e isto seria um fato plenamente aceitável. Nevermind representa a ruptura do Rock da década anterior e oferece o que seria o ‘novo Rock’. Dito isto, eu não seria honesto se votasse nele, pois jamais consegui gostar da banda.

Davi: Um dos álbuns mais marcantes da década de 90. O impacto que "Smells Like Teen Spirit" causou na juventude da época é algo indescritível. O sucesso do Nirvana abriu as portas para toda uma geração de bandas. Embora sejam constantemente massacrados pelos críticos e pelos metaleiros, os caras foram uma banda bacana, sim. Grupo bem honesto e com ótimas canções. Nevermind oscilava momentos pesados, com momentos calmos, sem deixar de ter um pé mais comercial. Lembro que "Come As You Are", "Lithium" e "In Bloom" também tocaram nas rádios, mas praticamente todo o álbum caiu no gosto de seus seguidores. Canções como "Breed", "Drain You" e "On a Plain" causavam grande impacto nas apresentações e são considerados clássicos por seus seguidores. Merecia o primeiro lugar.

Eudes: Este, ao lado de Ten e Automatic for the People talvez sejam os discos que seguramente representam melhor a década (sem entrar no mérito). E olha que os Consultores do Metal limaram uma das obras, sem trocadilho, luminares dos 90, Ray of Light, de Madonna. Nevermind é simplesmente um greatest hits da banda, só com faixas de uma inspiração dignas das pequenas sinfonias de Phil Spector, nos anos 60, só que movidas a guitarras no talo e cozinha enérgica, honrando a tradição dos power trios. Acho ocioso ficar falando de faixas que já entraram para o imaginário coletivo. Apenas digo que periodicamente eu volto a estas gemas de despretensão e imenso talento, para recuperar minha fé na música.

Fernando: Não é meu disco preferido da década. Ouvi muito e pouco ouço atualmente, mas é provavelmente o principal disco dos anos 90 em vários aspectos. A desconstrução dos padrões do rock da época ajudou a moldar o jeito que o estilo começou a ser feito a partir de então. Até hoje vemos headbangers com camisa amarrada na cintura nos shows de metal e muitos nem se dão conta de onde vem essa tendência e muito se deve à esse disco mesmo que as pessoas insistam em dizer que ele é ruim.

Libia: Os hits desse álbum caíram no meu colo no início de tudo quando passavam clipes na MTV e outras várias coisas sobre o Nirvana. “Smells Like Teen Spirit”, “In Bloom”, “Come As You Are”, “Lithium” e “Polly” foram febres por muitos anos após a morte de Kurt. No Nevermind havia o vocal de Kurt assombrado e ferido, enjaulado e desesperado, e seu diário rasgado e gasto de uma voz que você lembra depois que as guitarras se apagaram. Sua presença desgastada que garante que Nevermind seja um clássico com falhas, mas um clássico da mesma forma. Por um tempo parei de Nirvana por causa da polêmica boba Grunge versus Metal, e até criei um certo preconceito sem muito fundamento. O tempo passou e reconheci o Nevermind como um clássico inegável que revolucionou o Rock, e também fiquei mais consciente de que há tempo para todos. A diversidade de estilos se mostrou benéfica desde os primórdios para estimular a criatividade e revolução no Rock/Metal.

Mairon: Me nego a ouvir esse disco. Reconheço sua importância e pronto, não preciso dizer mais do que isso.

Micael: Se o "Black Album" do Metallica foi importante para levar o heavy metal para as "massas", Nevermind fez o mesmo com o rock, principalmente o mais "alternativo". O disco mais importante da década de 1990 (por tudo o que representou para o mundo do rock, por abrir portas para tanta gente boa que trilhou os caminhos traçados por Cobain e companhia neste álbum para chegar ao reconhecimento, pela quantidade imensa de dinheiro que gerou) é também um dos melhores, embora o Nirvana aqui soe muito mais "amaciado" e "pop" do que havia sido antes ou seria depois. Raro caso em que a alta qualidade de um disco acaba sendo reconhecida também comercialmente. Um clássico!


R.E.M. – Automatic for the People [1993] (34 pontos)

André: Outra banda que não tem jeito de eu gostar. Essa aura quase sempre tristonha/melancólica/introspectiva que a banda passa em suas canções (com algumas poucas exceções) é demais para os meus ouvidos de metaleiro acéfalo. Daqui só gosto mesmo de "Everybody Hurts" porque as maravilhosas irlandesas do The Corrs fizeram um cover muito melhor que a original e isso me fez ter simpatia pela faixa.

Daniel: Seja por preconceito, por falta de interesse ou mesmo por ausência de sabedoria, está aí uma banda que nunca parei para ouvir. É um álbum bem interessante, mesclando o Rock com sonoridades bem suaves, encontrando melodias bonitas e interpretações bem emocionais. Não sei se é para uma lista como estas, mas, dentro da que construímos, fica muito bem.

Davi: Automatic For The People apresenta uma sonoridade bem sombria, é um disco bem calmo e acredito que deva receber algumas críticas aqui por conta disso. Eu gosto muito do R.E.M., mas nunca tive esse disco entre meus favoritos (sorry, folks). Não acho o álbum ruim, acho bom, mas não espetacular. O início do disco com (as ótimas) "Drive" e "Try Not To Breathe" é bem impactante. Depois, começa altos e baixos, na minha opinião. "This Sidewinder Sleeps Tonite" e "Monty Got a Real Deal" acho ok. "Ignoreland", "Man On The Moon" e "Find The River" estão entre os grandes momentos do disco, ao lado das duas primeiras. Agora, "Star Me Kitten", "New Orleans Istrumental Nº1" e "Sweetness Follows" são bem chatinhas. E "Everybody Hurts" acho bonita, mas sempre achei a fama dela meio exagerada... Out Of Time é o disco que deveria ter representado o R.E.M., na minha opinião.

Eudes: Me sinto bem a vontade para dizer que este disco é um dos melhores discos da história do rock. Isto porque ele é uma exceção me minha opinião sobre o REM, grupo que jamais me impressionou. Acho a sonoridade densa e sólida apresentada no disco bem diferente do pop magrelinho dos lançamentos anteriores da banda. E tudo para embalar canções francamente lindas. A contribuição de John Paul Jones certamente tem a ver com esta reinvenção sonora, expressa nos arranjos orquestrais de algumas das melhores faixas. A abertura com “Drive” já é massacrante, mas não há em absoluto solução de continuidade em faixas como “Try not to Breathe”, “New Orleans Instrumental No. 1”, “Monty Got a Raw Deal” e minha predileta do disco, “Nightswimming”. E você pode até ter se saturado de ouvir, mas, confesse, o hit “Everybody Hurts” anda te enchem os olhos de água, não é, não?

Fernando: "Losing My Religion" e "Everybody Hurts": é como REM é definido na minha cabeça. Nunca fui um grande fã e dificilmente coloco a banda para ouvir.

Libia: Em Automatic for the People temos os integrantes do R.E.M investigando mais profundamente do que nunca, é um álbum musicalmente irresistível. Quando as baladas “Nightswimming” e “Find the River” fecham o álbum elas resumem toda a sua intensidade crepuscular e com o mundo interior da memória, perda e saudade. O hit "Everybody Hurts" é uma música de como permanecer otimista diante de um momento difícil e uma das mais belas ao vivo também. “Ignoreland” mostra uma certa revolta, pois se trata de política. "Man on the Moon" apresenta a teoria da conspiração como fato e a verdade como questão de opinião. A banda estava no auge de suas proezas criativas e lançou esse disco que surpreende mesmo após muitos anos a seu lançamento.

Mairon: Como fazer um disco depois de lançar um álbum clássico que o consagra mundialmente? O R. E. M. deu a receita, e assim o fez em Automatic for the People. Depois de conquistar o mundo com Out of Time, muito pelo supra-hit "Losing My Religion", Michael Stipe e cia. se focaram em trazer um disco imerso em letras magnificamente tocantes, e melodias encantadoras. Ouvir "Drive" logo no início já é para chorar e se arrepiar horrores. O disco vai passando suave, gostoso, através da delicadeza de "Try Not to Breathe" e "Star Me Kitten", as cordas e o lado acústico de "Sweetness Follows" e "Nightswimming", as alegrias depressivas de "The Sidewinder Sleeps Tonite" e "Man on the Moon", o mandolin de "Monty Got A Raw Deal", o violão e o acordeão de "Find the River", e até o peso de "Ignoreland". Porém, entre tanto frescor, "Everybody Hurts" faz até o piso se derramar em lágrimas, com uma letra poderosa e para cima, simplesmente perfeita. Gosto do trabalho de teclados de Mike Mills, gosto dos violões super encaixados de Peter Buck, gosto dos vocais agonizantes de Michael Stipe, gosto tanto desse disco que cada audição é um orgasmo aos ouvidos. Um dos melhores discos de todos os tempos, e certamente, o melhor disco do R. E. M., dando uma repaginada muito boa para essa lista tão metálica!

Micael: O terceiro registro do R.E.M. por uma major veio com um ar mais sombrio e tristonho, bem diferente da atmosfera mais "leve" presente no anterior Out of Time, que, particularmente, eu colocaria aqui no lugar deste. Isto não quer dizer que não seja um bom disco, mas "mexe" menos comigo do que outros álbuns que a banda já fez. Agora, se houver alguém com coragem para dizer uma sílaba sequer capaz de denegrir algo tão belo e emocionante quanto "Everybody Hurts", então essa pessoa deveria desistir do mundo da música e procurar outra ocupação para seus ouvidos...


Judas Priest – Painkiller [1990] (32 pontos) ***

André: Já fui um pouco mais crítico com o Judas, mas aí está um exemplo de disco que deu uma mudada nos meus conceitos nos últimos anos. Por incrível que pareça, eu o achava um disco médio. Hoje já gosto dele e vejo que a banda foi uma das poucas da era setentista que conseguiu com algum louvor (e alguns tropeços na década anterior) a entrar na casa dos mais de 20 anos de carreira ainda impactante. Bem legal ouvir o tradicionalíssimo speed metal em canções como em "All Guns Blazing" ou aquele estilo mais cavalgado que o Maiden fez fama como em "Between the hammer & the Anvil". Ótimo disco, hoje o aprecio muito mais do que antes.

Daniel: Este álbum é um clássico do Judas Priest e seu disco mais pesado, ao menos até aquela altura. É óbvio que gosto bem dele, embora minha fase preferida do grupo seja a setentista. A faixa-título é Heavy Metal “até o osso”, fazia muito tempo que não o ouvia e foi uma experiência bem reconfortante.

Davi: Ótima lembrança! Painkiller é o último álbum do Judas que considero clássico. Aprender a introdução de bateria da faixa-titulo tornou-se um desafio para qualquer baterista de rock a partir de então. Rob Halford, que já tinha quebrado tudo na faixa "Painkiller", volta a arregaçar em "All Guns Blazing". "Between The Hammer &  The Anvil" apresenta ótimos riffs, enquanto Halford volta a impressionar em "A Touch of Evil". Melhor do que isso só se tivesse entrado War of Words do Fight.

Eudes: O quinto disco de heavy/hard na lista. Mas ainda bem que é um disco divertidíssimo de uma banda extremamente competente. Meio hard, meio heavy, mas sempre energético e imaginativo. Canções como a faixa-título e "A Touch of Evil" dão o tom do disco, no geral, rápido, com um humor meio punk e feito para animar qualquer festa de roqueiro. Graças a Deus, tem sempre um cantor gay para compensar o mau humor e o reacionarismo metaleiro.

Fernando: Esse é um disco fantástico. Bom do começo - e que começo! - ao fim. É impressionante como a banda saiu de uma fase ruim (eu gosto de Turbo, mas sei que sou minoria, e Ram it Down não dá para defender mesmo) e se valeu da entrada do ótimo baterista Scott Travis para moldar uma sonoridade que bebeu das suas próprias raízes, mas ainda sim diferente do que tinham feito até então, ficaram mais pesados, mais rápidos e meteram o pé na porta da década que insistiu em mal tratar o heavy metal. Rob Halford abusa de sua voz privilegiada, os guitarristas devem ter praticado muito pois a técnica demonstrada é absurda e isso é mostrado de cara loga na faixa título com arpejos que deixaram os fãs de Malmsteen com sorriso de orelha a orelha. Só tem uma coisa...a banda não deveria mais tocar essa faixa hoje em dia, pois é uma crueldade com Rob Halford. O banda tem tantos clássicos que esse poderia ficar de fora.

Libia: É bem óbvio que Judas Priest vem fazendo a diferença desde os anos 70. A banda abriu a década de 90 em termos metálicos com o Painkiller, um som totalmente novo que ninguém imaginaria antes. A entrega da banda é total, com a bateria devastadora e guitarras dividindo a Terra ao meio porque lembram um motosserra as vezes. Não há atributos suficientes para descrever esse álbum. Minhas músicas favoritas são “All Guns Blazing”, “Metal Meltdown”, “Night Crawler” e talvez todas as outras! Mais uma vez, o Priest provou que pode fazer um disco sem uma única fraqueza.

Mairon: Discaço do Judas. O melhor em anos (desde 1978 posso afirmar sem medo). O lado A é simplesmente perfeito, numa sequência "derruba casa" digna de um álbum clássico. "Painkiller", "Hell Patrol", "All Guns Blazing", "Leather Rebel" e "Metal Meltdown", esta a melhor música de Painkiller, já fazem o Judas subir muito nas posições de melhores discos dos anos 90. Daí vem a ignorância bestial de devastadora em "Between the Hammer & The Anvil - e dê-lhe rifferama - e "Battle Hymn", mostrando um pouco do que o Judas faria 20 anos depois a partir de Nostradamus, e pronto, Painkiller se torna no mínimo Top 3 nos melhores discos da discografia dos britânicos. Único deslize, mas pequeno, é "A Touch of Evil", com tecladinhos que ainda remetem a Rob Halford está cantando pra caralho nesse disco, que loucura. Acho que essa é a melhor performance da carreira dele. Aliás, com exceção de Ian Hill, que sempre fez um feijão com arroz básico, todos os demais estão em um momento único em suas carreiras. Os solos de K. K. e Tipton são dotados de muita técnica, e Scott Travis pra mim simplesmente é o melhor batera que tocou no Judas. Justíssima presença entre os dez mais!!!

Micael: Por algum motivo que nem eu mesmo sei direito nunca dei muita atenção ao Judas Priest. Acho o som do grupo bastante genérico, muito parecido com o de outras bandas que até foram influenciadas por eles, mas que eu conheci antes, por isso viraram minhas referências. Não sei dizer se já tinha ouvido um disco inteiro da banda antes deste, então, certamente não sou a pessoa mais adequada para julgar os méritos deste álbum. O lado B ficou mais ou menos naquilo que eu esperava de um disco dos ingleses, mas o lado A me surpreendeu com algumas faixas bem mais pesadas do que eu estava aguardando, a começar pela clássica faixa título, que, obviamente, não era desconhecida para mim. Algumas faixas me deixaram um sentimento de estar ouvindo algo do King Diamond dos últimos discos, e outros trechos me pareceram saídos de um disco do Massacration (podem me jogar as pedras, e, sim, eu sei que os brasileiros vieram muito depois do Judas ter conquistado seu espaço e inclusive copiam muitas coisas deles, mas, como eu disse, conheci uma bem antes de dar atenção à outra), o que talvez tenha tornado a audição do lado A mais "agradável" para mim. É um disco ruim? Longe disso, mas não é para o meu gosto... ah, só para finalizar, gostei bastante da faixa bônus lançada posteriormente, "Living Bad Dreams", que, embora meio deslocada do contexto geral do disco, soa melhor que algumas das "oficiais presentes nele...


Bruce Dickinson – The Chemical Wedding [1998] (32 pontos)

André: Sem me alongar muito, apenas questionar meus colegas consultores: já ouviram falar de Accident of Birth?

Daniel: Eu sou muito fã do Bruce Dickinson, realmente acho que este é o seu melhor trabalho solo e gosto muito deste disco. A presença deste álbum nesta lista também condiz com um pensamento que tenho, qual seja, de que os melhores discos solos de Bruce são superiores a tudo que o Iron Maiden fez naquela década de 90. Contudo, não penso que deveria estar entre os 10 melhores da década.

Davi: Segundo álbum da carreira de Bruce ao contar com a presença de Adrian Smith, o disco trazia um som pesado, sujo, com um trabalho vocal brilhante. Eu gosto bastante da carreira solo de Bruce Dickinson e acho esses discos superiores a muitos trabalhos que ele produziu depois que retornou ao Maiden. Entretanto, se tivesse que escolher um álbum dele para essa lista ficaria com Balls to Picasso ou Accident of Birth. Mas e aí? O disco é meia bomba? Não. É um trabalho bacana, onde, para mim, os grandes momentos estão em sua primeira metade. Para ser mais especifico: "Chemical Wedding", "The Tower" e "Book of Thel". Um bom disco, mas acho sua presença aqui meio exagerada.

Eudes: Uma maioria massacrante heavy metal, numa década como a de 90 diz mais de quem vota do que dos discos em si. Um bom álbum do vocalista da banda de estimação aqui da turma, mas que já é sem dúvida uma nota de rodapé na história do rock do século passado.

Fernando: Um nobre amigo meu diz que esse é o melhor disco de um artista solo já lançado. Tirando seu comentário baseado somente em seu fanatismo é díficil de rebater. É o melhor disco da carreira solo do meu artista preferido e ainda tem a presença do guitarrista mais inventivo da minha banda preferida. O disco é pesado, cheio de melodias certeiras, tem uma tema muito interessante e, como bônus, ajudou a fazer o Iron Maiden a voltar ser a maior banda de metal do mundo e junto disso levar o metal a ser grande de novo.

Libia: O semi-conceitual inspirado em escritos de William Blake é considerado o melhor pela maioria dos fãs. Com uma composição simplesmente fantástica e direta, tem letras excelentes, místicas e a produção traz à tona o sentimento místico das canções. Tanto Roy Z quanto Adrian Smith fazem trabalhos excelentes em suas 6 cordas, mantendo a melodia perfeita, e as canções dão destaque ao estilo de cantar de Bruce. Os destaques para mim são “Chemical Wedding”, “Book of Thel”, “Jerusalem” e “The Alchemist”, porém é impossível ouvir uma música ou outra, ele é lindo por inteiro e implora para não ser ignorado.

Mairon: Eleito o melhor disco de 1998 na nossa lista, The Chemical Wedding me chamou a atenção por ser melhor do que os discos anteriores de Bruce, mas ser um prenúncio da abobrinha enrolada em chuchu que e tornou o Iron Maiden com o retorno do queridinho dos fãs ao posto de vocal principal. Claro que faixas como "King in Crimson", "Killing Floor", "Machine Men" e "The Tower" são ótimas, diversificadas e não repetitivas, mas bah aturar a faixa-título, "Book of Thel", "Jerusalem" ou "The Alchemist" não dá. Prenúncios de tudo que eu passei a não gostar no Iron Maiden pós-Blaze. Disquinho bem meia-boca, que entra mais pelo fanatismo do que pelas qualidades. Um Rush ou Megadeth caberia bem melhor aqui.

Micael: Para mim, o melhor disco da carreira solo de Bruce Dickinson, superior, inclusive, a muitas coisas que ele faria antes ou depois ao lado do Iron Maiden. Sua reunião com Adrian Smith já havia rendido Accident of Birth, um belo álbum focado no metal clássico que os fãs da dupla esperavam há tempos da banda de origem de ambos. Mas aqui os temas estão ainda mais pesados, mais bem arranjados, mais encaixados, e tudo conspirou para formar um álbum que, passados mais de vinte anos de seu lançamento, já pode ser considerado um clássico!


Listas Individuais

ANDRÉ

1. Guns N’ Roses – Use Your Illusion II
2. Metallica – Metallica
3. Nightwish – Oceanborn
4. Harem Scarem – Mood Swings
5. Dream Theater – Awake
6. Queensrÿche – Empire
7. Depeche Mode – Violator
8. Death – Symbolic
9. Helloween – The Time of the Oath
10. Legião Urbana – V

DANIEL

1. Sepultura – Chaos A. D.
2. Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama Ao Caos
3. The Smashing Pumpkins – Mellon Collie and the Infinite Sadness
4. Pearl Jam – Ten
5. Dream Theater – Metropolis Pt. 2 – Scenes From a Memory
6. U2 – Achtung Baby
7. Soundgarden – Badmotorfinger
8. Megadeth – Rust in Peace
9. Alice in Chains – Facelift
10. Metallica – Metallica

DAVI

1. Metallica – Metallica
2. Nirvana – Nevermind
3. Kiss – Revenge
4. Pearl Jam - Ten
5. Dream Theater – Images and Words
6. Skid Row – Slave To The Grind
7. Soundgarden – Badmotorfinger
8. Aerosmith – Get a Grip
9. Rage Against The Machine – Rage Against The Machine
10. Pantera – Vulgar Display of Power

EUDES

1. Jeff Buckley – Grace
2. Paul McCartney – Flaming Pie
3. Teenage Fanclub – Bandwagonesque
4. R.E.M. – Automatic for the People
5. Madonna – Ray of Light
6. Nirvana – Nevermind
7. Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama Ao Caos
8. Radiohead – OK Computer
9. Soundgarden – Badmotorfinger
10. The Black Crowes – By Your Side

FERNANDO

1. Megadeth - Rust in Peace
2. Bruce Dickinson – The Chemical Wedding
3. Angra – Holy Land
4. Judas Priest – Painkiller
5. Sepultura – Arise
6. Helloween – The Time of the Oath
7. Stratovarius – Visions
8. Blind Guardian – Nightfall in Middle-Earth
9. Pink Floyd – The Division Bell
10. Dream Theater – Images and Words

LIBIA

1. Black Sabbath - Dehumanizer
2. Judas Priest - Painkiller
3. Pink Floyd - The Division Bell
4. Rush - Counterparts
5. Queensrÿche - Empire
6. Dream Theater - Images And Words
7. Megadeth - Countdown to Extinction
8. Angra - Angels Cry
9. Ramones - Mondo Bizarro
10. R. E. M. - Automatic For The People

MAIRON

1. Jeff Buckley - Grace
2. R.E.M. – Automatic for the People
2. Black Sabbath – Dehumanizer
4. Bacamarte - Sete Cidades
5. Rush - Counterparts
6. Slayer – Seasons in the Abyss
7. Los Hermanos – Los Hermanos
8. Legião Urbana - V
9. Temple of the Dog – Temple of the Dog
10. Guns N’ Roses – Use Your Illusion II

MICAEL

1. Sepultura – Chaos A. D.
2. Pearl Jam – Ten
3. Dream Theater – Metropolis Pt. 2 – Scenes From a Memory
4. Bruce Dickinson – The Chemical Wedding
5. Guns N’ Roses – Use Your Illusion II
6. Guns N’ Roses – Use Your Illusion I
7. Nirvana – Nevermind
8. Legião Urbana – V
9. Faith No More – Angel Dust
10. Rush – Counterparts


DISCOS ELEITOS ENTRE 1990 E 1999

Aerosmith – Get a Grip
Alanis Morissette – Jagged Little Pill
Alice in Chains – Facelift
Alice in Chains – Dirt
Angra – Angels Cry
Angra – Holy Land
Anthrax – Sound of White Noise
Arnaldo Antunes – Nome
Bacamarte – Sete Cidades
Badlands – Voodoo Highway
Black Sabbath – Dehumanizer
Blind Guardian – Nightfall in Middle-Earth
Bon Jovi – These Days
Bruce Dickinson – Balls to Picasso
Bruce Dickinson – Accident of Birth
Bruce Dickinson – The Chemical Wedding
Buena Vista Social Club – Buena Vista Social Club
Carcass – Heartwork
Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama Ao Caos
Coverdale•Page – Coverdale•Page
Danzig – Danzig II: Lucifuge
Death – Human
Death – Individual Thought Patterns
Death – Symbolic
Death – The Sound of Perseverance
Def Leppard – Euphoria
Depeche Mode – Violator
Dissection – Storm of the Light’s Bane
DJ Shadow – Endtroducing…
Down – NOLA
Dream Theater – Images and Words
Dream Theater – Awake
Dream Theater – Metropolis Pt. 2 – Scenes From a Memory
Engenheiros do Hawaii – Várias Variáveis
Enigma – MCMXC a.D.
Faith No More – Angel Dust
Faith No More – King for a Day… Fool for a Lifetime
Gamma Ray – Land of the Free
Glenn Hughes – Addiction
Guns N’ Roses – Use Your Illusion I
Guns N’ Roses – Use Your Illusion II
Harem Scarem – Mood Swings
Helloween – Master of the Rings
Helloween – The Time of the Oath
Iced Earth – The Dark Saga
Iced Earth – Something Wicked this Way Comes
In Flames – The Jester Race
In Flames – Whoracle
In Flames – Colony
Jeff Buckley – Grace
Judas Priest – Painkiller
Korn – Korn
Kiss – Revenge
Kiss – Carnival of Souls: The Final Sessions
Kiss – Psycho Circus
Legião Urbana – V
Living Colour – Time’s Up
Los Hermanos – Los Hermanos
Madonna – Ray of Light
Mamonas Assassinas – Mamonas Assassinas
Marilyn Manson – Antichrist Superstar
Melvins – Stoner Witch
Mercyful Fate – In the Shadows
Megadeth – Rust in Peace
Megadeth – Countdown to Extinction
Megadeth – Youthanasia
Metallica – Metallica
Mr. Big – Get Over It
Mötley Crüe – Mötley Crüe
Neutral Milk Hotel – In the Aeroplane Over the Sea
Nick Cave and The Bad Seeds – Murder Ballads
Nick Cave and The Bad Seeds – The Boatman’s Call
Nick Cave and The Bad Seeds – Let Love In
Nightwish – Oceanborn
Nirvana – Nevermind
Nirvana – In Utero
Oasis – (What’s the Story) Morning Glory?
Pantera – Cowboys from Hell
Pantera – Vulgar Display of Power
Paradise Lost – Draconian Times
Paul McCartney – Flaming Pie
Pearl Jam – Ten
Pink Floyd – The Division Bell
Primal Scream – Screamadelica
Queensrÿche – Empire
Queensrÿche – Promised Land
Racionais MC’s – Sobrevivendo no Inferno
Radiohead – OK Computer
Rage Against the Machine – Rage Against the Machine
Rage Against the Machine – The Battle of Los Angeles
Raimundos – Raimundos
Ramones – Mondo Bizarro
Red Hot Chili Peppers – Californication
R.E.M. – Automatic for the People
Richie Kotzen – Mother Head’s Family Reunion
Running Wild – Black Hand Inn
Rush – Counterparts
Savatage – The Wake of Magellan
Sepultura – Arise
Sepultura – Roots
Sepultura – Chaos A. D.
Shania Twain – Come On Over
Skid Row – Slave to the Grind
Slayer – Seasons in the Abyss
Slipknot – Slipknot
Sonic Youth – Goo
Soundgarden – Badmotorfinger
Stratovarius – Visions
System of a Down – System of a Down
Teenage Fanclub – Bandwagonesque
Temple of the Dog – Temple of the Dog
Testament – The Gathering
The Black Crowes – By Your Side
The Smashing Pumpkins – Mellon Collie and the Infinite Sadness
The Smashing Pumpkins – Siamese Dream
Therion – Theli
Therion – Vovin
Tiamat – Wildhoney
Titãs – Titanomaquia
Tom Waits – Bone Machine
Tom Waits – Mule Variations
Type O Negative – Bloody Kisses
U2 – Achtung Baby
Within Temptation – Enter

sábado, 5 de novembro de 2016

Melhores de Todos os Tempos: Artistas




Por Mairon Machado

Convidados: Alisson Caetano, André Kaminski, Bernardo Brum, Bruno Marise, Christiano Almeida, Davi Pascale, Diogo Bizzotto, Marco Gaspari e Ronaldo Rodrigues
Há algum tempo, começamos uma nova série de escolha dos Melhores aqui na Consultoria. Em paralelo com a já consagrada série de eleição de Melhores Álbuns ano após ano, a partir de 1963, criamos também os Melhores Instrumentistas, na qual foram eleitos John Bonham (bateria), Rick Wakeman (teclado), Tony Iommi (guitarra), Freddie Mercury (voz) e John Entwistle (baixo). Depois, elegemos a Melhor Banda de Todos os Tempos, com Black Sabbath encabeçando o primeiro posto, deixando em segundo lugar Led Zeppelin e The Beatles na terceira posição, .
Para encerrar essa série em paralelo com a escolha dos discos, hoje é a vez de escolhermos o Melhor Artista de Todos os Tempos. Tendo como critério que poderiam ser votados apenas artistas que tivessem ao menos um álbum solo, trinta nomes foram escolhidos pelos dez participantes, gerando diversos artistas citados, sendo que os trinta mais estão apresentados abaixo seguindo esta pontuação:
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Destes, somente um atingiu quase que unanimidade: David Bowie. O Camaleão se fez presente em nove das dez listas, deixando para trás com sobras os seus "rivais". Acompanhando Bowie no pódio de Maiores Artistas, o recém ganhador do prêmio Nobel Bob Dylan e o eterno beatle Paul McCartney.
Confira, apresente sua lista, discorde, concorde, enfim, não deixe de comentar.

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  1. David Bowie
    (426 pontos) MAIRON
    Falar de David Bowie para mim é uma tarefa complicada. Afinal, a primeira posição dessa série, com tantos pontos de vantagem para Bob Dylan (o segundo colocado) mostra como o cara era perfeito. Vocalista, letrista, desenhista, saxofonista, pianista, guitarrista, ator de cinema, teatro e televisão, o homem fez praticamente tudo o que a arte permite fazer, e tudo com uma qualidade inquestionável. Anos-luz à frente de seu tempo, Bowie transpirava arte em cada pequena célula de seu corpo, e poucos são os momentos de sua vasta carreira que possuem algo de questionável. Quando ele era folk, fez "Space Oddity". Quando era glam, criou "Ziggy Stardust". Na fase soul, veio com nada mais nada menos que o "Young Americans" e resgatou John Lennon do ostracismo com "Fame". Também trouxe do fundo do poço Iggy Pop, mostrando que além de um grande artista, era um grande coração. No auge de sua busca pela limpeza dos tóxicos, fez talvez a melhor trilogia musical de todos os tempos (Low, "Heroes" e Lodger). Ainda revelou ao mundo Stevie Ray Vaughan através dos embalos de "Let's Dance", colocou Peter Frampton novamente no mercado durante os conturbados anos 80, e inspirou toda uma nova geração de eletrônicos com o cult de "Earthling", bem como foi capaz de criar um álbum de despedida para os fãs que arrepia praticamente o tempo inteiro. Quer mais? Tem muito mais, mas daí eu iria tirar o espaço dos meus colegas, então, isso já é o suficiente para elucidar por que Bowie merece esse primeiro lugar. Ele nos deixou esse ano para brilhar como mais uma estrela no céu dos grandes nomes que Deus colocou na Terra, onde deixou um legado para a humanidade de como ser um Artista com todas as qualidades que se espera do mesmo.
    Disco Recomendado: 
    Difícil escolher apenas um, mas como aqui não dá de se fazer de vaselina, não vou no melhor, mas no mais famoso: The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars [1972]

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  2. Bob Dylan
    (282 pontos) ALISSON
    A recente nomeação ao Prêmio Nobel de Literatura é muito pouco para resumir Dylan. Tão pouco que o próprio sequer esboçou alguma reação ao prêmio, ignorando-o por completo. Em versos mais batidos e clichês possíveis, posso resumir facilmente a carreira de Dylan falando sobre sua enorme importância por falar diretamente com a geração adolescente dos anos 60, sobre o poder de seus versos anti-guerra e sua atitude rebelde perante todo o status da música folk da época. Parece muita coisa, mas tudo isso ainda continua sendo muito pouco perante tudo o que Dylan fez pela música. De maneira sucinta, por mais que você não entenda tudo o que Dylan fez, resta-lhe apreciar seu extenso catálogo, um dos mais poderosos e ricos da história da música pop.
    Atualização: Dylan enfim respondeu ao comitê do Nobel. Com seu habitual sarcasmo, mas respondeu.
    Disco Recomendado: Começe por Blood on the Tracks, um de seus mais versáteis e fascinantes. Depois vá intercalando entre outros de seus icontáveis clássicos, como Blonde on BlondeNashville SkylineHighway '61 RevisitedDesire, dentre outros tantos.


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  3. Paul McCartney
    (250 pontos) BERNARDO
    O mesmo debate há 50 anos: qual o melhor Beatle? Certamente cada um representa uma característica que mais atraia a pessoa, como a técnica apurada de George Harrison e a atitude rocker e provocativa de John Lennon. Paul conquistou seu público sendo o Beatle mestre das melodias e compositor das mais belas baladas sentimentais. Felizmente, Paul não demorou a demonstrar que não seria sempre o caso e mostrou que na verdade era o Beatle versátil, capaz de arranjar o segmento mais sofisticado até servir uma balada infantil ou inflamar os ouvintes destilando rocks poderosos e vibrantes. Tendo sua inspiração melódica e rítmica muito baseada em Beach Boys e James Brown - misturando acessibilidade com ineditismo - Paul posteriormente em sua carreira solo e em sua banda Wings se mostraria aquele com uma das carreiras mais rentáveis e repletas de hits, capaz de décadas depois ainda fazer parcerias relevantes, arriscar novos estilos sonoros, mexer tanto com eletrônica quanto com jazz, o que mostra que o interessante para o músico é compôr músicas marcantes, sendo para isso capaz de mudar seu estilo com facilidade e sabedoria. O que torna Paul um dos grandes artistas da nossa época é justamente a quantidade de diferentes pessoas tocadas por diferentes músicas em diferentes épocas, colecionando uma quantidade de sucessos ainda impressionante meio século depois.
     
    Disco Recomendado: Macca em seu auge como compositor de música popular redescobrindo o prazer de tocar em uma banda. Capaz de fazer pular, gritar e chorar em um espaço de dez minutos. Band on The Run (Wings, 1973)


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  4. Miles Davis
    (208 pontos) BRUNO
    Poucos artistas são capazes de transitar e revolucionar diversos gêneros, e se sair bem em todos eles. Se no rock tivemos David Bowie, o jazz contou com a genialidade de Miles Davis. Trumpetista prodígio desde jovem lançou às bases do cool jazz e do que viria a ser o bepop. Ao eletrificar sua banda, algo até então inédito, misturando jazz com guitarra, órgão hammond e contra-baixo, deu origem ao Fusion. Não à toa, revelou nomes do calibre de John Coltrane, Herbie Hancock, John Mclaughlin, Chick Corea e Billy Cobham. Miles ainda flertou com o funk no maravilhoso On The Corner (1972) e com música eletrônica. Apesar da discografia bastante extensa, a qualidade sempre se sobressaiu. Miles Davis é talvez o artista mais importante da música ocidental do século XX.
    Disco recomendado: Jack Johnson (1971). Poderia recomendar o mais do que clássico Kind of Blue, essencial para quem quer se iniciar no jazz, mas deixo aqui a indicação de meu álbum favorito da fase elétrica do trompetista, mais acessível e menos experimental que o aclamado Bitches Brew, mas tão genial quanto. O protagonismo da guitarra de John Mclaughlin também pode ajudar na transição de quem está mais acostumado a ouvir rock. Apenas uma das mostras da capacidade e competência de Miles Davis.

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  5. Michael Jackson(201 pontos) ANDRÉ
    O grande Rei do Pop que tinha um pé bem fincado no rock! Impossível desconsiderar o sujeito que tem Thriller [1982], o disco mais vendido de todos os tempos estimado em 100 milhões de cópias comercializadas. Mas Michael não era só um intérprete qualquer: ele era compositor, dançarino, ator, produtor e coreógrafo. Ou seja, aquilo que podemos chamar de artista completo, termo tão banalizado nos dias atuais com uma porção de gente que não fez metade do que ele fez. Michael influenciou meio mundo de artistas e praticamente refundou a música pop com ênfase especial na dança, coreografia e em vídeos originais e bem produzidos retirados de sua mente criativa. Ele definitivamente não merecia o fim melancólico que passou nos últimos anos de sua vida.
     
    Disco recomendado: Thriller [1982]. Muitos tem suas fases e discos preferidos de Michael Jackson, mas este é praticamente unânime que mereça ser citado no mínimo entre os três melhores discos de sua carreira.


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  6. Elvis Presley
    (194 pontos) DAVI
    É claro que em uma lista dessas o rei do rock não poderia ficar de fora. Muitos insistem em questionar a alcunha de rei, mas não há o que questionar. Dono de uma afinação impecável, uma versatilidade musical fora do comum, o garoto de Tupelo, Mississipi, tomava cada canção que gravava para si. Muitas vezes, superava o original. O musico se aventurou em diferentes caminhos, sem perder a qualidade. Sem contar que a influencia que o músico teve/tem é algo impressionante, fora do comum. Sua obra ainda vive, sua voz ainda ecoa, sua discografia é uma escola musical para qualquer cantor que se preze. Ele pode não ter inventado o rock n roll, mas certamente levou à um patamar até então desconhecido. E, depois dele, o rock nunca mais foi o mesmo.
    Disco Recomendado: Aloha From Hawaii [1973]

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  7. Alice Cooper
    (193 pontos) ANDRÉ
    Estamos diante de um dos pioneiros a levar o terror para os palcos dos shows de rock. Vincent Furnier, aka Alice Cooper, é a "tia" que todos nós sonhamos em ter: gente boa, bem humorada, meio pirada e com várias ideias malucas que servem para divertir e chocar o público. O seu hard rock com temática de horror foi o responsável por divertir muitas plateias mundo afora, contando com discos que buscam aterrorizar e divertir seus ouvintes com aquela voz característica e sempre reconhecível em qualquer música que cante. Rob Zombie, Marilyn Manson e diversos hard rockers fantasiados foram fortemente influenciados por ele. Cooper também tem uma relação especial com o Brasil devido a este ser o primeiro rockstar estrangeiro a pisar e tocar em nossa terra que na época ninguém dava bola.
     
    Disco recomendado: Welcome to my Nightmare [1975] é o seu auge criativo e o primeiro como artista solo. Dá para se dizer que este disco foi um dos responsáveis em moldar toda uma década de 80, após alguns adolescentes espinhudos o ouvirem e resolverem montar bandas que fariam todo um sucesso alguns anos depois.

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  8. Neil Young
    (179 pontos) BRUNO
    O canadense que apareceu pro mundo no Buffalo Springfield, divindindo os holofotes com Richie Furay e Stephen Stills saiu em carreira solo após dois álbuns, para tornar-se um dos maiores compositores do rock. Melodista de mão cheia, suas canções sempre mantiveram um clima tristonho, seja nos countrys bucólicos ou nos rocks distorcidos na companhia do Crazy Horse. Além de letrista brilhante, a voz frágil e até meio fanha, mas de uma interpretação totalmente honesta o tornam ainda mais peculiar. Seu approach também único na guitarra, apesar de influente, ainda é subestimado. Ouça Powderfinger e Cortez The Killer e comprove. Após uma má fase nos anos 80, ressuscitou na década seguinte, tocando com o Pearl Jam, e apadrinhando toda a nova cena de bandas barulhentas e lançando ótimos discos. Sem dúvida um dos maiores.
    Disco recomendado: Rust Never Sleeps (1979). Esse álbum é bastante representativo e um ótimo começo para quem deseja conhecer Neil Young. O lado A é acústico e traz o lado folk/country com as belas melodias e o clima bucólico e o lado b vem com toda a potência e barulho do Crazy Horse, e os solos de guitarras faiscantes de Neil.

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  9. Frank Zappa
    (162 pontos) MAIRON
    Frank Zappa era guitarrista, maestro, compositor, vocalista, tocador de bicicleta, revelador de talentos, ou seja, um faz tudo da arte. Assim como Bowie, onde ele atacava ele tinha sucesso, mesmo quando combatia de frente com a política e a tradicional família americana. Sua pessoa é uma referência para diversos nomes consagrados na música, e seus discos estão cada vez mais sendo descobertos por uma nova geração, aberta para as novidades, maluquices e principalmente, a genialidade de um ser ímpar que pisou em nosso solo. Zappa não era daqui, com certeza. Sua obra é atemporal e tudo o que ele fez para a arte está à disposição para quem quiser se aventurar em uma longa e magnífica discografia. Pena que não foi presidente dos Estados Unidos, pois talvez, o mundo seria um local melhor hoje.
    Disco Recomendado: 
    Na vasta coleção de Zappa, apenas um álbum é indiscutível: Hot Rats [1969]. Porém, não deixe de procurar os quase setenta álbuns de sua coleção.

    S11 ARQUIVO 17-06-2009 CADERNO2 CINEMA Cena do documentario Loki - Arnaldo Baptista FOTO Mariana Vianna/ DIVULGACAO
  10. Arnaldo Baptista
    (153 pontos) MARCO
    Temos sorte do Arnaldo nascer brasileiro. Temos sorte até mesmo do Arnaldo nascer neste planeta, pois ele não parece ser deste mundo. Os primeiros discos dos Mutantes, onde ele era o cabeça, estão entre o que de melhor a psicodelia nos legou. E os discos solo do Arnaldo… bom, quer dizer… vou ter que ficar meses debruçado no Aurélio para descobrir quais palavras fazem justiça. Um dia o Arnaldo caiu de uma janela e dizem que ele nunca mais foi o mesmo. Acontece que ele não morreu, apenas foi viver em outra dimensão. Um dia a gente evolui e chega lá, no mesmo nível dele. Enquanto isso, vamos treinando ouvindo Loki, seu primeiro disco solo.
    Disco Recomendado: Lóki!? [1974]

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  11. Janis Joplin
    (153 pontos) MAIRON
    Aqui está uma artista que fez da vida sua arte, e usou a música, ou melhor, seu talento vocal para isso. Janis sempre foi questionável quanto sua técnica vocal, mas nunca quanto sua capacidade de se expor, de jogar seus sentimentos para a captação dos microfones. Em cima do palco, poucas foram as cantoras capazes de deixar o mundo de boca aberta (basta ver Mama Cass embasbacada em Monterey para se ter uma ideia), com uma força de um vulcão em erupção, que não deixava ninguém parado. Em estúdio, sua capacidade de interpretação, por mais críticas que alguns ainda insistam em tecer, era perfeita. Uma mulher que respeitou exatamente aquilo que significa arte, ou seja, feito com emoção. Essa é Janis Joplin.

    Disco Recomendado: I Got dem 'Ol Kosmic Blues, Again Mama! 
    [1969], o ápice de emoção registrado por um artista, com uma sonoridade ímpar.

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  12. John Coltrane
    (150 pontos) BERNARDO
    O maior saxofonista da história e um dos maiores compositores e artistas de todos os tempos do Jazz e da música popular. Gravando em uma frequência impressionante em um período de quase vinte anos, tanto solo quanto com outros músicos, Coltrane estava na banda de Miles Davis quando o mesmo gravou Kind of Blue, todo baseado em escalas modais de improvisação e que se tornaria um dos discos mais influentes da história de jazz. Atuando por muito tempo na vanguarda e no radicalismo, vaiado e criticado, aclamado e adorado, conheceu vícios e conheceu a espiritualidade, estudo a ciência e explorou a astrologia... À medida que os anos passavam, Coltrane enveredou tanto por registros mais conservadores quanto em discos absolutamente radicais e dissonantes, que lhe valeram nomes para seu estilo como "avant-garde", "free jazz", "new thing"... O homem que preencheu de energia a melodia de Kind of Blue foi muito mais que o sideman de Miles Davis - equiparou o mestre do trompete em experimentalismo e importância para o jazz, sendo considerado influente até mesmo no rock e na música erudita.
     
    Disco Recomendado: Jazz carregado de espiritualidade, do hinduísmo ao candomblé, onde Coltrane tocou como nunca a sua visão de música - jazz em formato de mantra, de salmo, de elevação. A Love Supreme [1965]


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  13. Milton Nascimento
    (149 pontos) RONALDO
    Cantor de intenso lirismo e que, apoiado a geniais letristas e arranjadores, mudou o leme da música brasileira no fim dos anos 60. Trouxe a tona uma abordagem nova para a MPB, decodificando o requinte da musicalidade da bossa nova sob a ótica da música interiorana do Brasil. Regional e universal, sua obra tem uma profundidade tocante, densa e, por ora, abstrata. Cruzou o soft jazz com o folk latino em tintas lisérgicas e ainda que essa mistura encontre paralelos com a música de outros países, uma marca indelével de Milton Nascimento é sua unicidade. De uma originalidade atroz, sua voz incrível nos atinge como uma poesia cortante.
    Disco recomendadoClube da Esquina [Milton Nascimento & Lô Borges, 1972]

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  14. Peter Hammill(146 pontos) MARCOBob Dylan ganhou o Nobel de Literatura. Muito justo, bom pra ele. Eu daria então, sei lá, um Specsavers National Book Awards, ou um Costa Book Awards, ou até mesmo um Hugo Awards a este que é um dos grandes poetas britânicos vivos. Se eu pudesse daria logo 2 nobéis  ao Peter Hammill. E o cara não é bom só nas letras. Poucos vocalistas cantam como ele, o gogó mais bipolar do rock. Seus discos solo são misteriosos, soberbos, líricos, caóticos, depressivos, intensos… É o Van der Graaf Generator, só que mais intimista.
    Disco Recomendado: Qualquer LP seu lançado nos anos 70 vale a pena, mas vou indicar The Silent Corner and The Empty Stage [1974].

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  15. Stevie Wonder
    (144 pontos) CHRISTIANO
    Stevie Wonder iniciou sua carreira logo no início dos anos 60, como uma espécie de jovem artista prodígio. Seu primeiro disco, gravado quando tinha apenas 12 anos, mostra que Little Stevie, como ficou conhecido, já era um exímio instrumentista de Jazz e Soul. Aos poucos, sua carreira foi decolando e Stevie gravou singles de grande repercussão. No entanto, a partir do início da década de 70, seu amadurecimento como compositor tornou-se evidente. Em 1972 ele gravaria um de seus melhores discos, Talking Book, que iniciou uma fase mais ousada de sua carreira, com composições mais elaboradas. Seu 16º disco, batizado de Innervisions, reafirmou o grande momento criativo pelo qual passava sua carreira, o que fica claro quando notamos que este álbum foi seguido por Fulfillingness' First Finale (1974) e Songs In The Key of Life (1976), tido por muitos como seu melhor álbum. Aliás, por mais incrível que isso possa parecer, ele toca praticamente todos os instrumentos em quase todas as faixas destes discos, executando suas partes com a maestria de velhos músicos de estúdio. Na década de 80, passou a buscar o reconhecimento diante do grande público, mesmo que sem a inspiração de seu período clássico. Contribuiu com diversos artistas, dentre eles Paul Mccartney e Michael Jackson, e participou da projeto/single We Are The World [1985], que visava angariar fundos para ajudar países Africanos que sofriam com extrema pobreza. Seja como compositor, cantor e instrumentista, sua carreira é responsável pelo registro de grandes momentos da música contemporânea, o que lhe confere lugar garantido nesta lista.
    Disco Recomendado: Innervisions [1973]


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  16. Bruce Springsteen
    (144 pontos) DIOGO
    Mais de 20 anos após iniciar minha vida de fanático por música, acho que posso dizer que conheço bastante coisa. No meio de tantos artistas com os quais travei conhecimento, nenhum é maior que Bruce Springsteen. Com ninguém houve identificação tão forte, lírica e musical. Mais do que isso, com a energia gigantesca que brota de suas performances, ao vivo e em estúdio. Ninguém é tão poderoso quanto Springsteen com uma caneta, um violão ou um piano na sua frente. Sua capacidade de contar histórias formidáveis só não é tão grande quanto a de embalar essas histórias em algumas das melhores canções já compostas. Dos primórdios como um emulador de Bob Dylan até a atualidade, um homem de 67 anos que põe no chinelo jovens com menos da metade de sua idade ao colocar em prática maratonas de quatro horas sobre um palco, Springsteen conquistou o mundo sempre fazendo aquilo que quis. Foi assim, sempre com honestidade a seus princípios e exalando sinceridade em suas músicas e performances, que ganhou a alcunha de “The Boss” e conquistou o mundo. Tornou-se uma espécie de porta-voz do povo “blue collar” e jamais abandonou a inquietude em troca do conforto. Não há disco ruim em seu extenso catálogo, mas o que Springsteen construiu entre 1973 e 1987 é algo que, para mim, nenhum outro ser humano foi capaz. Oito álbuns que são um verdadeiro tratado do comportamento humano, transitando entre a tristeza e a alegria, a melancolia e a euforia, a simplicidade e a exuberância. Entre eles, meu disco favorito: Born to Run (1975), o ápice de uma carreira que ainda tinha muito a crescer. Com um raro equilíbrio entre sucesso de público e respeito imenso da crítica, Bruce segue como uma das principais referências musicais na atualidade, mantendo sua relevância em um mercado de consumo cada vez mais fugaz.

    Disco Recomendado: Born to Run [1975]

    NEW YORK, NY - DECEMBER 03: Elton John performs at Madison Square Garden on December 3, 2013 in New York City. (Photo by Mike Lawrie/Getty Images)
  17. Elton John
    (140 pontos) DAVI
    Sir Elton John é um dos compositores mais talentosos que existe. Pianista exímio e bom vocalista, o músico é dono de uma enorme discografia e dezenas de hits. Mais do que hits, muitas de suas composições já ganham a alcunha de clássico. Em seu repertório, baladas românticas, pop e rock, tudo realizado com uma qualidade muita acima do padrão. Homossexual assumido, o musico é envolvido na luta contra a AIDS desde o final dos anos 80. Sempre com um visual extravagante e um profissionalismo invejável, Elton John é uma das lendas vivas do rock n roll.
    Disco Recomendado: Elton John [1970]

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  18. Eric Clapton
    (140 pontos) RONALDO
    Diferentemente da grande maioria dos guitar-heros, especialmente os contemporâneos, Eric Clapton passou boa parte de sua trajetória sendo um guitarrista de uma banda e não um artista solo. E aí, meus caros, é onde se separam os homens dos meninos. Artista solo é um pequeno ditador que acha que uma música se faz apenas com a voz, batida ou com solos de guitarra. Banda é igual casamento: se não souber ceder e ouvir, tudo desaba. E ouvido é uma coisa fundamental aos merecedores do Olimpo. Eric Clapton teve seu talento cunhado junto a outros grandes músicos, no qual aprendeu a aplicar com precisão cirúrgica todo seu extenso e eficaz vocabulário de blues em grandes canções de rock. E foi por essa via que ganhou a alcunha de God. Quando já estava nas alturas, é que resolveu voar sozinho, também se dando bem, sem esquecer com quantos compassos se fazem um bom blues(rock). Eric Clapton é um especialista e na sua especialidade, ele foi, é, e sempre será God.
    Disco recomendado: Blind Faith [Blind Faith, 1969]

  19. roger-waters-wallRoger Waters
    (134 pontos) BERNARDO
    Sem ele, a história do Pink Floyd seria definitivamente diferente. Seria a banda vanguardista do rock psicodélico liderada por Syd Barrett, mas sob seus auspícios e de David Gilmour, sobreviveu e foi muito além. O baixista foi um dos principais compositores e letristas da banda, que se tornou um símbolo do rock progressivo em sua era de ouro - ambicioso e técnico, carregado de temáticas e letras profundas, onde antes do estilo cair em uma mentalidade parnasiana de tecnicismo puro, os arranjos complexos e a alta ambição artística tinham uma proposta maior - falar dos seus próprios demônios, falar de política, falar de estética e falar da cultura à sua época. O Pink Floyd foi uma banda icônica em todos os quesitos, arregimentando uma verdadeira legião de fãs. Sua carreira pós-Floyd não deslanchou ou teve grandes momentos, mas sua persona ainda é capaz de lotar estádios. Reconhecido tanto por sua proficiência em criar linhas de baixo marcantes , sua popularização dos sintetizadores e tape loops, e por seu ativismo político, Waters é assumidamente a definição de lenda do rock tão talentosa quanto intensa, tão gloriosa quanto falha. Ao menos oito obras-primas foram lançadas em sua época de Floyd, tornando-a uma das bandas mais influentes da história. Caso contrário, como ainda conseguiria fazer turnê colhendo louros de discos feitos há quarenta anos atrás?
     
    Disco Recomendado: Não é o melhor álbum da banda, mas devemos admitir que nenhum disco transpira Roger Waters pelos poros como sua ópera-rock autobiográfica. Um disco sinônimo de visceralidade, que originou um filme igualmente imperdível. The Wall (Pink Floyd, 1979)

  20. thumbOzzy Osbourne
    (128 pontos) DIOGO
    Viva, Sharon Osbourne! Viva, Sharon? Sim! Não fosse sua essencial presença, o mundo talvez fosse privado de uma das trajetórias mais peculiares da história do rock. Demitido do Black Sabbath em 1979 e desiludido com os rumos de sua carreira, consumindo cada vez mais álcool e drogas, Ozzy foi praticamente resgatado por Sharon de seu estado lastimável, dando ânimo para que o vocalista pudesse buscar novos músicos a fim de formar a banda que ajudaria a impulsionar seu nome rumo a um estrelato que jamais havia alcançado com o Black Sabbath. Em meio a grandes discos e turnês de sucesso, Ozzy ainda revelou uma série de ótimos músicos, como os guitarristas Randy Rhoads, Jake E. Lee e Zakk Wylde, que imprimiram sua personalidade nas canções criadas junto ao vocalista e inspiraram tantos outros artistas. Mais que um simples cantor, Ozzy tornou-se uma figura ímpar na cultura popular. Sua fama atingiu níveis sem precedentes com o seriado televisivo “The Osbournes” (2002 - 2005), mas seu foco continuou sendo a música, alternando sua carreira solo e reuniões com os integrantes do Black Sabbath. Não se deixe enganar por seu jeito atrapalhado e pela aparente ausência de grande técnica: sua voz é a condutora de clássicos como “Crazy Train”, “Mr. Crowley”, “Over the Mountain”, “Bark at the Moon”, “Shot in the Dark” e tantos outros. Ozzy é único: nunca houve nem haverá alguém como Ozzy Osbourne.
    Disco Recomendado: Diary of a Madman [1981]

  21. lou-reed-hp-02_gq_30aug13_getty_bt_642x390Lou Reed
    (116 pontos) ALISSON
    Mais fácil que reconhecer as influências e importâncias de um artista é criticá-lo por seus erros. É muito fácil encontrar detratores da figura excêntrica e polêmica de Lou Reed atualmente. Muitos apontam os erros notáveis de sua carreira, como Metal Machine Music e Lulu (apesar de achar que este não seja um erro em sua plenitude). E assim, muitos simplesmente viram as costas para tudo aquilo que o sujeito foi importante para o rock na virada dos anos 60 para os anos 70, e não foi pouca coisa. Seu início bombástico com o Velvet Underground (sem diminuir as figuras de Sterling Morrison, Moe Tucker, John Cale e até Nico) mudaram definitivamente o paradigma da música dali em diante. O surgimento do punk é o legado mais óbvio, mas a importância das performances polêmicas e o cunho subversivo daquele material influenciaram incontáveis bandas, em um nível de grandeza do tamanho dos Beatles, sem exagero algum. O completo oposto estético tornaria a ocorrer novamente em sua carreira solo. Embalado por uma musicalidade chamativa e visual escandaloso, fica difícil apontar quem não sofreu influência de Lou dentro do cenário glam como um todo.
    Disco Recomendado: A introdução básica para sua trajetória é o multiplatinado Transformer, aquele que mais se aproxima de um disco acessível. Porém, não deixe de vasculhar o seu longo catálogo e, claro, ouvir todo os discos do Velvet Underground que contam com sua participação.


  22. johnlennonJohn Lennon
    (113 pontos) CHRISTIANO
    John Lennon, juntamente com Paul Mccartney, foi responsável pela autoria de boa parte das canções dos Beatles. Isso já reserva seu lugar em qualquer lista de grandes artistas da música. Mas sua carreira solo rendeu grandes registros, que ajudaram a eternizar seu legado. Após sua saída dos Beatles, gravou discos de grande importância e também registros totalmente dispensáveis. Entre os primeiros, incluo John Lennon/Plastic Ono Band (1970), Imagine (1971), Mind Games (1973) e Walls and Bridges (1974). Nos demais álbuns, exceto por Rock ‘n’ Roll (1975) - um registro de covers - ele insistiu na desastrosa parceria com Yoko, responsável por estragar todas as faixas de que participou. No entanto, é inegável a importância de sua carreira solo, que gerou músicas que hoje em dia pertencem ao cancioneiro popular mundial: "Imagine", "Happy Xmas (war Is Over)", "Give Peace A Chance", "Working Class Hero", etc. Além disso, sua imagem como ícone da cultura pop, com um discurso muitas vezes politizado, ajudou a criar uma aura mística que eternizou sua obra. Sua morte trágica e precoce cristalizou ainda mais sua figura de artista ímpar e com grande apelo popular.
    Disco Recomendado: Imagine [1971]


  23. img-1025600-galeria-raul-seixas-abreRaul Seixas(112 pontos) ANDRÉ
    Difícil falar de algo que já não tenha sido dito do cancioneiro baiano. O sujeito já misturou música nordestina regional, country, mpb, bossa nova, blues e tantos outros estilos ao seu rock que fica impossível categorizá-lo em algum gênero. Raul Seixas até hoje é lembrado por suas críticas à politicagem, à sociedade e a vários temas abordados em sua música contando com um carisma e sua voz marcante que fizeram o Maluco Beleza ainda ser ídolo de muita gente, mesmo quase três décadas após a sua morte. Qualquer aprendiz de violão é ensinado a tocar e cantar alguma música de Raul. Suas músicas com temas obscuros e suas posições com relação a religião ainda causam discussões entre muitos que se põem a analisar suas letras. Raul se foi há muito tempo, mas é fato que ele ainda será um dos principais retratos do rock brasileiro.
     
    Disco: Gita [1974]. Outro artista que fica difícil selecionar um único disco, mas creio que dá para dizermos que várias de suas músicas mais conhecidas estão aqui. Tem "Gita", tem "Trem das 7", tem "Medo da Chuva", tem "S.O.S,". Mas vários outros da década de 70 também poderiam estar por aqui, é só uma questão de gosto mesmo.

  24. madonna-black-and-white1Madonna
    (110 pontos) DAVI
    Muitos pegam no pé da cantora por conta dos playbacks que ocorrem em vários momentos de sua apresentação (não, não é em todo o show). Infelizmente, essa “técnica” é comum entre os artistas do gênero por conta das coreografias que tomam conta de boa parte da respiração. Independente de qualquer situação, seu talento e sua importância é inegável. Madonna conseguiu manter-se em evidência durante décadas. Algo muito difícil dentro do universo pop. Mais do que se manter, ela mudou, por diversas vezes, a linguagem do cenário. Musicalmente e visualmente. Lançou moda, tornou-se referência para diversos artistas. É uma cantora extremamente criativa. Vários de seus álbuns e de suas canções são considerados clássicos do universo da qual faz parte. Aquela velha história... Você pode imitar sua vocalização, pode copiar sua tecnologia, pode contratar o mesmo produtor, o mesmo coreografo, mas você nunca se igualará à Madonna.
    Disco Recomendado: Like a Prayer [1990]

  25. jeff-buckley_1Jeff Buckley
    (110 pontos) CHRISTIANO
    Em 1994, o que ficou conhecido como Grunge já não era mais novidade, visto que muitos dos seus mais emblemáticos representantes buscavam novos caminhos: o Pearl Jam experimentava um pouco mais com seu Vitalogy, o Nirvana tinha registrado o estranho In Utero no ano anterior, e agora dava seu adeus na forma de um acústico melancólico, o Alice In Chains gravava Jar of Flies, um EP praticamente acústico e bastante introspectivo. Ainda neste mesmo ano, bandas de Rock Alternativo e Indie Rock começavam a ganhar mais destaque. É neste cenário que surgiu Grace, primeiro e único disco que Jeff Buckley lançou em vida, sintonizado com todo aquele contexto, sem, no entanto, prender-se a ele. As dinâmicas entre a bela voz de Jeff e o instrumental rico e sutil mostram que aquele não seria apenas mais um disco de estréia de um artista qualquer. Existia alguma coisa diferente ali, uma melancolia que se mostrava ora em momentos de sublime beleza, ora nas explosões de raiva. Talvez isso tenha sido fruto das influências de Buckley, tão amplas a ponto de agregarem gente como Nina Simone, Edith Piaf, MC5, John Coltrane e Cocteau Twins. Aliás, um dos momentos mais sublimes de Grace é a versão de “Hallelujah”, canção de Leonard Cohen em que Jeff, sozinho, tocou guitarra e cantou, registrando um dos mais belos momentos do disco. Mesmo sendo bem recebido pela crítica, Grace não obteve boas vendas, talvez por ser um daqueles discos que levam tempo para serem devidamente apreciados, mas que, com o tempo, são aos poucos alçados à condição de clássico. Isso foi ainda mais reforçado pela morte de Jeff, em 1997, durante a gravação daquele que seria seu segundo albúm, Sketches For My Sweetheart the Drunk (1998) lançado postumamente. Sketches, como diz o nome, é o registro de um trabalho inacabado, em curso, um esboço do que seria seu segundo álbum. Mesmo assim, é um grande disco. Após sua morte, muitos lançamentos trouxeram registros inéditos de Jeff, revelando sua versatilidade e imenso talento, que já havia sido notado por gente como Page & Plant, Bono Vox e Patti Smith. Sua pequena obra foi suficientemente forte para influenciar toda uma geração de músicos que o citam como influência, além ser um dos mais belos registros daquela década.
    Disco Recomendado: Grace [1996]


  26. 9813-4676Tony Iommi
    (110 pontos) DIOGO
    Receber a alcunha de “rei dos riffs” enfrentando a concorrência que Tony Iommi tem enfrentado ao longo de seus 50 anos de carreira não é pouca coisa. Seu estilo, fortemente afetado por um acidente de trabalho que decepou a ponta de dois dedos da mão direita quando tinha apenas 17 anos, tornou-se um dos mais reconhecíveis na história da música popular, influenciando um número gigantesco de jovens a pegar em uma guitarra pela primeira vez e formar suas próprias bandas. Muitos deles, inclusive, obtendo sucesso e prestando as devidas homenagens ao mestre. Pode ter havido outros artistas muito importantes para a criação daquilo que viria a ser conhecido como heavy metal, mas ninguém foi tão essencial quanto Tony e seus riffs poderosos e criativos, cujo estoque parece interminável. Dos segundos iniciais da cortante faixa que dá nome à banda que fundou, até 13 (2013), lançamento de estúdio mais recente do Black Sabbath e de Tony, seu maior talento é, mais que a técnica, a capacidade de assombrar o ouvinte com riffs monumentais, como aqueles que conduzem canções como “Iron Man”, “Children of the Grave”, “Into the Void”, “Supernaut”, “Sabbath Bloody Sabbath”, “Symptom of the Universe” e “Heaven and Hell”. A lista poderia seguir por mais uma página inteira. Em carreira solo, Tony não decepcionou: juntou-se a velhos amigos e a muitos daqueles que influenciou, entregando obras dignas de seu talento, entre as quais destaca-se Fused (2005), ao lado de Glenn Hughes. A trajetória do Black Sabbath pode estar chegando ao fim, mas esperamos que a de Tony siga dando frutos.
    Disco Recomendado: Master of Reality [Black Sabbath, 1971]

  27. tom-waits-sebree-e1460679967287Tom Waits
    (110 pontos) ALISSON
    São poucos artistas que mutaram sua carreira de maneira tão drástica e conseguiram êxito artístico em ambas as fases. Tom Waits é seguramente um dos artistas mais chamativos e de voz única dentro da música de vanguarda no século XX. Enquanto um compositor de peças folk, nos brindou com belas composições cheias de sentimento e interpretações com intensões de mostrar-nos as entranhas da vida suburbana e as histórias mais obscuras possíveis. Sua fase experimental não mudou o foco de suas histórias, mas intensificou todos os pontos de sua musicalidade e lirismo possível. Tudo tornou-se mais tortuoso, obscuro, perigoso, asqueiroso e estranhamente saboroso. Seu som passou de um puro folk para um híbrido absurdo de música primitiva, rock, cabaret, jazz e qualquer coisa que Waits julgasse interessante para meter em seus discos. Nunca pretendeu que qualquer de seus discos fosse algo próximo de um "easy listening". Isso ao mesmo tempo afastou incontáveis, que já saíam proferindo que o que Waits faz não é música. Mas ao mesmo tempo, o incontável número de seguidores que angariou para si é algo impensável para um artista com os padrões de Tom. No auge de seus 66 anos, Thomas Alan Waits continua desafiando seus ouvintes com músicas cada vez mais imprevisíveis. E que assim continue por muito mais tempo.
    Disco Recomendado: Na transição entre sua fase folk para as suas experimentações infinitas, dê uma chance a Heartattack and Vine, com o melhor de sua voz amedrontadora e suas letras depravadas. Se achar que precisa de uma música mais convencional, vá de Closing Time. Se julgar que prefere algo mais experimental, vá fundo com Rain Dogs.

  28. 0ed4b449e92d249760587e7ab864221dJohnny Cash
    (108 pontos) BRUNO
    Sempre tive apreço pelos compositores marginais. Os sujeitos sofridos de alma e cabeça atormentadas, que encontram na música uma maneira de expurgar todos os demônios. E Johnny Cash sem um dúvida foi um dos maiores. De infância pobre, perdeu o irmão e maior ídolo quando criança em acidente terrível, e passou o resto da vida sendo culpado pelo pai. Seu country direto e afiado se confundiu com a primeira geração do rock n roll e as letras sobre assassinos, bêbados, foras da lei e amores perdidos acabaram criando sem querer um subgênero: o outlaw country. Após um período de ostracismo, foi resgatado nos anos 90 pelo produtor Rick Rubin, que trancou Cash e seu violão no estúdio Sound City e saíram de lá com uma das voltas mais impressionantes da história da música. A série American, em parceria com Rubin rendeu mais 5 álbuns, cada vez mais bem produzidos e com versões de músicas antigas e regravações que vão de Leonard Cohen e Simon e Garfunkel a Soundgarden, Nine Inch Nails e U2. O vozeirão de barítono e a interpretação sempre intensa de Cash deram uma vitalidade impressionante às canções. Continuou gravando até sua morte em 2003, mas o reconhecimento e importância permanecem, tendo influenciado gigantes como Bob Dylan, Leonard Cohen, Tom Waits e Nick Cave.
    Disco Recomendado: Live At Folsom Prison (1968). Sei que é covardia escolher esse álbum, mas além de marcar uma volta do músico após se livrar das drogas, trata-se de um dos maiores discos ao vivo de todos os tempos. Gravado na prisão que dá nome ao seu maior clássico, temos aqui um registro visceral e um setlist irretocável, onde é possível ouvir Cash xingando, pigarreando e contando piadas, enquanto o público de presidiários vai à loucura a cada nota tocada.

  29. jimi-hendrix-1968-jimi-hendrix-37252169-750-504Jimi Hendrix *
    (100 pontos) RONALDO
    Um artista completo e dos mais influentes no século XX, não só em seu instrumento como em todo o rock e música pop em geral. Foi um dos primeiros nessa linguagem musical a enfatizar o valor da instrumentação e do arranjo para as canções; teve inteligência suficiente para combinar música cerebral com um groove forte e acessível; elevou o nível de execução e composição para a guitarra elétrica como nenhum outro antes dele; cunhou clássicos atemporais do rock, atuando como guitarrista, vocalista, compositor, arranjador e letrista. Adjetivos são pequenos para a importância de Jimi Hendrix.
    Disco recomendado: Electric Ladyland [Jimi Hendrix Experience, 1968]

  30. 161213robertwyattwRobert Wyatt *
    (100 pontos) MARCO Robert Wyatt está na raiz de quase tudo: canterbury sound, psicodelia inglesa, rock progressivo, jazz rock, experimental, rock in opposition… Na árvore genealógica do rock inglês ele está sob a terra, base do tronco mais sólido, dos galhos mais exuberantes e das folhagens mais frondosas da música inglesa do pós-guerra. E nessa posição não foi visto ou ouvido o suficiente, o que é uma injustiça já que sua obra está entre as mais belas, mais necessárias, mais definitivas. Não dá para indicar este ou aquele disco de Mr. Wyatt.
    Disco Recomendado: Vou escolher então uma coletânea: Going Back a Bit: a Little History of Robert Wyatt [1994]. E é justo que esta coletânea em CD duplo não passe de uma pequena história, pois ela tenta retratar um gigante.

Listas Individuais:
bjork-2015-inez-vinoodh-nytimes-04Alisson
  1. Björk
  2. Elliott Smith
  3. Dr. Dre
  4. Lou Reed
  5. Aphex Twin
  6. Tom Waits
  7. Neil Young
  8. Kendrick Lamar
  9. Frank Zappa
  10. David Bowie
  11. Madlib
  12. MF DOOM
  13. Nick Cave
  14. Will Oldham
  15. Dj Shadow
  16. Moondog
  17. Charles Mingus
  18. Eric Dolphy
  19. Brian Eno
  20. John Zorn
  21. Chelsea Wolfe
  22. Nick Drake
  23. Bob Dylan
  24. Leonard Cohen
  25. Scott Walker
  26. Ennio Morricone
  27. Jack White
  28. St. Vincent
  29. Johnny Cash
  30. Kanye West

almirAndré
  1. Raul Seixas
  2. Alice Cooper
  3. Almir Sater
  4. Michael Jackson
  5. Arjen Anthony Lucassen
  6. Joe Satriani
  7. Jordan Rudess
  8. Michael Schenker
  9. Bruce Dickinson
  10. Ozzy Osbourne
  11. Peter Frampton
  12. Rick Wakeman
  13. Roger Waters
  14. Gary Hughes
  15. Kiko Loureiro
  16. Kim Wilde
  17. Rory Gallagher
  18. Elvis Presley
  19. Steve Vai
  20. Paul Rodgers
  21. Blaze Bayley
  22. Ian Gillan
  23. James Labrie
  24. Uli Jon Roth
  25. Eric Martin
  26. Zé Ramalho
  27. Sammy Hagar
  28. Yngwie Malmsteen
  29. David Bowie
  30. Doro

frases-de-frank-sinatra-9Bernardo
  1. Bob Dylan
  2. Paul McCartney
  3. Frank Sinatra
  4. Keith Richards
  5. Michael Jackson
  6. Roger Waters
  7. Nina Simone
  8. Tom Waits
  9. John Coltrane
  10. Thom Yorke
  11. Antônio Carlos Jobim
  12. Iggy Pop
  13. Tony Iommi
  14. Jorge Ben
  15. James Brown
  16. Joni Mitchell
  17. Elvis Presley
  18. Nick Drake
  19. Miles Davis
  20. Cartola
  21. Aretha Franklin
  22. Ray Charles
  23. Madonna
  24. Nick Cave
  25. Tim Maia
  26. David Bowie
  27. Curtis Mayfield
  28. Chuck D
  29. Noel Rosa
  30. George Clinton

tumblr_mmpcdcf2ko1s9nyj4o1_400Bruno
  1. Johnny Cash
  2. John Frusciante
  3. Neil Young
  4. David Bowie
  5. Tim Maia
  6. Nick Cave
  7. Rory Gallagher
  8. Stevie Wonder
  9. Arnaldo Baptista
  10. Lou Reed
  11. Bruce Springsteen
  12. Mark Lanegan
  13. Miles Davis
  14. Curtis Mayfield
  15. Joni Mitchell
  16. Otis Redding
  17. John Coltrane
  18. Patti Smith
  19. The Notorious B.I.G.
  20. Elvis Costello
  21. Frank Zappa
  22. Paulinho da Viola
  23. Milton Nascimento
  24. Muddy Waters
  25. Johnny Winter
  26. Tupac Shakur
  27. Raul Seixas
  28. Sam Cooke
  29. Mac Demarco
  30. Roky Erickson

bf-in-grey-suit-portrait-498x600Christiano
  1. Jeff Buckley
  2. Bryan Ferry
  3. Kate Bush
  4. Paul Mccartney
  5. Beto Guedes
  6. Steve Hillage
  7. Milton Nascimento
  8. Fish
  9. John Lennon
  10. Peter Gabriel
  11. David Gilmour
  12. David Bowie
  13. Scott Walker
  14. Mark Lannegan
  15. Mick Ronson
  16. David Sylvian
  17. Françoise Hardy
  18. Joe Walsh
  19. Sandy Denny
  20. Jupiter Maçã
  21. Stevie Wonder
  22. Richard Hawley
  23. Lô Borges
  24. John Martyn
  25. Nina Simone
  26. Marty Friedman
  27. Peter Hammill
  28. Eric Clapton
  29. King Diamond
  30. Elton John

little-richard-net-worth2Davi
  1. Elvis Presley
  2. Paul McCartney
  3. Eric Clapton
  4. Elton John
  5. John Lennon
  6. David Bowie
  7. Alice Cooper
  8. Little Richard
  9. Jerry Lee Lewis
  10. Michael Jackson
  11. Prince
  12. Madonna
  13. Stevie Ray Vaughan
  14. Janis Joplin
  15. Ray Charles
  16. Phil Collins
  17. Bob Dylan
  18. Rod Stewart
  19. Joe Cocker
  20. Iggy Pop
  21. Sting
  22. Ozzy Osbourne
  23. Chuck Berry
  24. B.B. King
  25. George Michael
  26. Carlos Santana
  27. Gary Moore
  28. Billy Idol
  29. Billy Joel
  30. Seal

93-ogDiogo
  1. Bruce Springsteen
  2. Richie Kotzen
  3. David Bowie
  4. Tony Iommi
  5. Gram Parsons
  6. Ozzy Osbourne
  7. Gene Clark
  8. Bob Dylan
  9. Alice Cooper
  10. Gary Moore
  11. Glenn Hughes
  12. David Coverdale
  13. Elton John
  14. Jon Bon Jovi
  15. Don Henley
  16. Richie Sambora
  17. Joe Walsh
  18. Prince
  19. Neil Young
  20. Bruce Dickinson
  21. Ted Nugent
  22. Chris Hillman
  23. Michael Jackson
  24. Jeff Beck
  25. King Diamond
  26. Bryan Adams
  27. Jack Bruce
  28. David Lee Roth
  29. Dwight Yoakam
  30. Garth Brooks

elis2Mairon
  1. David Bowie
  2. Frank Zappa
  3. Elis Regina
  4. John Coltrane
  5. Arnaldo Baptista
  6. Janis Joplin
  7. Elomar
  8. Miles Davis
  9. Madonna
  10. Glenn Hughes
  11. Peter Hammill
  12. John McLaughlin
  13. Andres Segovia
  14. Duke Ellington
  15. Mike Oldfield
  16. Roger Waters
  17. Elvis Presley
  18. Jobriath
  19. Carlos Santana
  20. Ravi Shankar
  21. Rick Wakeman
  22. Charles Mingus
  23. Buddy Rich
  24. Tommy Bolin
  25. Vangelis
  26. Milton Nascimento
  27. Freddie Mercury
  28. Jeff Buckley
  29. Bob Marley
  30. Kazuhito Yamashta


68d58a5d4123bded07d67c78c6e87276Marco
  1. Robert Wyatt
  2. Peter Hammill
  3. Brian Eno
  4. Luis Alberto Spinetta
  5. Sergio Sampaio
  6. Donovan
  7. Edward Ka-Spel
  8. Franco Battiato
  9. Serge Gainsbourg
  10. Yoko Ono
  11. Jorge Mautner
  12. Fausto
  13. Arnaldo Baptista
  14. Roy Wood
  15. Holger Czukay
  16. Erkin Koray
  17. Pascal Comelade
  18. Harvey Mandel
  19. Todd Rundgren
  20. Jo Ann Kelly
  21. Captain Beefheart
  22. Julian Cope
  23. Marian Varga
  24. Peter Blegvad
  25. Terry Riley
  26. Angelo Branduardi
  27. Twink
  28. Todd Dillingham
  29. Mort Garson
  30. Jaime Ross

hhRonaldo
  1. Jimi Hendrix
  2. Miles Davis
  3. Bob Dylan
  4. Stevie Wonder
  5. Muddy Waters
  6. Milton Nascimento
  7. Janis Joplin
  8. Eric Clapton
  9. Herbie Hancock
  10. Carlos Santana
  11. Hermeto Pascoal
  12. James Brown
  13. Howlin' Wolf
  14. Caetano Veloso
  15. Chick Corea
  16. Vangelis
  17. John Mayall
  18. Steve Hillage
  19. Jeff Beck
  20. Gilberto Gil
  21. Elton John
  22. Rick Wakeman
  23. Airto Moreira
  24. BB King
  25. Neil Young
  26. Stevie Ray Vaughan
  27. Aretha Franklin
  28. Donovan
  29. Tim Buckley
  30. David Bowie

* Jimi Hendrix, Robert Wyatt e Björk empataram com o mesmo número de pontos. Em uma votação a parte, Hendrix e Wyatt foram escolhidos 

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