Confira o unboxing da incrível caixa The Secret Jewel, lançada por Steve Vai em 2001, em uma versão autografada com palhetas, cinco CDs, box especial e muito mais.
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quinta-feira, 13 de julho de 2023
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
Steve Vai - Live at the Astoria London [2001]

Assistir um DVD de um guitarrista solo por vezes pode ser entediante, mas não é o caso de Live at the Astoria London. Primeiro DVD da carreira do guitarrista americano Steve Vai, aqui ele está acompanhado de Tony MacAlpine (guitarra, teclados), Billy Sheehan (baixo, violões, voz), Dave Weiner (guitarras) e Virgil Donati (bateria). Um timaço de primeira, que só podia gerar um show fantástico para os ingleses presentes no Astoria nas noites de 06 e 07 de dezembro de 2001.
Quem pensa que irá ver um Vai tomando conta do espaço dos gigantes MacAlpine Sheehan, se engana fortemente. Logo de abertura, uma canção de Sheehan é a atração, "Shyboy", originalmente gravada pelo Talas (primeira banda de Sheehan) e posteriormente, regravada por David Lee Roth no álbum Eat 'em and Smile, o qual conta com Vai e Sheehan. Aqui, o baixista mostra ser também um ótimo vocalista, o que também o faz em "Chameleon", gravada por Sheehan em seu primeiro álbum solo, Compression (2001), e com uma ótima participação de Vai nessa faixa tanto no estúdio quanto neste DVD. E como o cara toca. Seja no baixo Yamaha simples, ou empunhando um gigantesco baixo de dois braços, o cara possui uma técnica invejável, e seus duelos com Vai são delirantes.
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Vai e Sheehan, com o baixo de dois braços |
Os demais membros também possuem destaque. O jovem Weiner (com apenas 24 anos) tem seus segundos de fama em "Dave's Party Piece". Tive a oportunidade de vê-lo no show desse ano em Porto Alegre, e lá, eu afirmava que ele tocava muito. Pois 16 anos antes, vendo ele nesse DVD, atesto ainda mais que o cara é um monstro, e só fica na sombra de Vai por que quer. Já MacAlpine escolheu os teclados para fazer seu solo, o qual apesar de não ter o virtuosismo que o consagrou, é muito bonito.
O batera Virgil Donato dá um show a parte no solo de "Incantation". Com uma habilidade monstra, o cara faz malabarismos com as baquetas em uma velocidade absurda, sem deixar de bater em pratos, caixa e tambores!! Só vendo para crer.
O batera Virgil Donato dá um show a parte no solo de "Incantation". Com uma habilidade monstra, o cara faz malabarismos com as baquetas em uma velocidade absurda, sem deixar de bater em pratos, caixa e tambores!! Só vendo para crer.
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Virgil “destruindo” no seu solo |
Bom, mas e Vai? Dediquei dois parágrafos aos membros da banda de apoio, e não falei nada do nome principal?? Sim meus caros, é necessário comentar sobre os demais, por que os caras tocam muito, mas tocam muito mesmo, mas nada se compara ao que é Vai em ação. O homem é um showman de alto estilo, ou melhor, como Dave cita, um grande performer. Basta ver a quantidade de luzes e tecnologia que ele usa durante "Bad Horsie" (luzes também presentes no baixo e nas mãos de Sheehan).
Destaco de cara que o DVD irá surpreender por trazer Vai aos vocais. O guitarrista não é um usual do microfone, mas nesse show, resolveu soltar a voz em duas canções em homenagem à Jimi Hendrix: "Fire" e "Little Wing". E olha, ele fez isso muito bem. Se ele se mantivesse na carreira apenas como vocalista, creio que seria também igualmente reverenciado.
Falando em Vai usar a boca, a famosa "linguada" nas cordas é feita com primazia durante "For the Love of God", clássico da carreira do guitarrista, essa é sempre bem-vinda e emocionante, assim como a linda "Whispering a Prayer", que havia acabado de nascer nos palcos de Vai, e hoje em dia tornou-se tão fundamental quanto "For the Love of God".
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Vai, cheio de luzes em sua guitarra |
Falando em Vai usar a boca, a famosa "linguada" nas cordas é feita com primazia durante "For the Love of God", clássico da carreira do guitarrista, essa é sempre bem-vinda e emocionante, assim como a linda "Whispering a Prayer", que havia acabado de nascer nos palcos de Vai, e hoje em dia tornou-se tão fundamental quanto "For the Love of God".
Outro ponto que chama muito a atenção são os duelos de Vai com MacAlpine. Em "Giant Balls of Gold", eles já dão uma pequena amostra do que são capazes de fazer, mas é durante "Down Deep Into the Pain" que o que sai da telinha torna-se inexplicável. Depois de uma sequência fantástica e veloz de solos entre os dois, com as guitarras nas costas, um executa um solo na guitarra do outro, ao mesmo tempo, com ambos girando ao redor um do outro, ganhando velocidade enquanto a velocidade dos tappings que os músicos estão fazendo aumenta. Inacreditável!
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Vai e MacAlpine fazendo coisas inacreditáveis nas guitarras um do outro |
Entre vários outros grandes momentos do DVD, há ainda uma entorpecente homenagem para Benny Anderson e Björn Ulvaeus, recriando "One Night in Bangkok", do álbum Chess (1984), lançado pelos ex-membros do ABBA, e Eric Sardinas participando com sua guitarra ressonadora, e seu slide, em "The Attitude Song", na qual Vai empunha uma câmera para filmar seus companheiros durante os solos.
Nos extras, estão entrevistas com Dave, mostrando os camarins do palco de Vai, especialmente roupas e artefatos usados pelo Vai no palco, uma entrevista com Billy falando sobre suas experiências na Ásia, mais especificamente sobre comer em Hong Kong, uma hilária sequência do roadie de Vai junto a Dave, com as necessidades do artista principal (15 segundos hilariantes), a aula de baixo que Billy tem de seu próprio roadie (igualmente hilária), assim como Vai tendo aulas de guitarra de seu roadie, Thomas Nordegg, que também concede uma breve entrevista para o DVD. A passagem de som em Astoria e ensaios em Los Angeles, com as faixas "Giant Balls of Gold" e "Erotic Nightmares" também estão presentes, assim como a biografia de cada membro da banda, discografia completa de Steve Vai e acesso ao site do guitarrista complementam o DVD 2.
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A famosa “linguada” de Vai |
Para quem quer ter uma aula de guitarra, virtuosismo, performance e simpatia, é uma pedida excelente nesse início de ano.
Track list
Shyboy
Giant Balls Of Gold
Erotic Nightmares
Blood And Glory
Dave's Party Piece
Blue Powder
The Crying Machine
The Animal
Bangkok
Tony's Solo
Bad Horsie
Chameleon
Down Deep Into The Pain
Fire
Little Wing
Whispering A Prayer
Incantation
Jibboom
For the Love of God
Liberty
The Attitude Song
DVD 2
Backstage
Behind-The-Scene Footage
Interviews
Band Biographies
Vai Discography
Los Angeles Rehearsals
quarta-feira, 7 de junho de 2017
Review Exclusivo: Steve Vai (Porto Alegre, 06 de junho de 2017)
Tem dias que os deuses conspiram a seu favor, e cara, como é bom quando isso acontece. A noite do dia 06 de junho de 2017 posso dizer que foi uma dessas que os deuses olharam para baixo e disseram: “Hoje o Mairon vai receber algumas alegrias”.


Nessa noite, o guitarrista americano Steve Vai pisava novamente em solo gaúcho depois de muito tempo, trazendo a turnê que comemora os 25 anos do aclamado álbum Passion and Warfare, um dos melhores discos de guitarra já lançados na história, e por que não, um dos melhores álbuns da década de 90. Dias antes, fui contactado pela produtora Abstratti de que meu pedido de cadastro para assistir ao show havia sido aceito, e sendo assim, lá fui eu pegar os mais de 600 km (só de ida) entre São Borja e Porto Alegre, para ver aquele que considero o melhor daquele famoso trio de virtuoses (Vai, Satriani e Malmsteen), e que teve a honra de respirar o ar de Frank Zappa no início dos anos 80.
Abaixo de uma neblina chata e molhadora, cheguei em Porto Alegre na manhã do dia 06, e depois de um merecido descanso, dirigi-me ao Anfiteatro Araújo Vianna, o famoso local de shows na Redenção, onde Vai iria apresentar-se. Super bem recebido e tratado pelo pessoal da Abstratti, fiquei sabendo na hora que não havia local definido para o pessoal da imprensa. Então veio a primeira alegria. Olhando a bela coleção de guitarras que estava no palco, sentei-me em uma poltrona da primeira fila, a qual não estava ocupada. Ocupei então a poltrona bem diante do local onde Vai estaria minutos depois, e iria ver o show de uma visão privilegiada.

Exatamente às 20:00 horas, a banda de Erick Endres entrou ao palco. O guitarrista, filho de Fredi Chernobyl (guitarrista da banda Comunidade Nin-Jitsu), mostrou muito talento, virtuose e presença de palco impactante. Com seus longos cabelos lisos, o garoto apresentou suas músicas com uma banda muito competente. Empunhando uma Flying V, Erick arregaçou na ótima “Mahavishnu”, uma faixa cujas inspirações no grande grupo de John McLaughlin ficaram tão evidentes que eu nem precisava do set list para saber que o nome dela era algo nessa linha, e mandou muito bem na ótima “Margot”. Foi um bom show, com pouco mais de meia hora, e serviu para aquecer o público que ainda chegava ao local, e tomara, em breve, a banda do Erick consiga lançar um CD e alçar voos maiores. O set list e a palheta que Erick tocou boa parte das canções (palheta essa da banda Crashdïet) foram me dadas pelo próprio Erick, sendo esta mais uma surpresa.
Retirado o equipamento da Erick Band, é hora do grupo de Vai assumir o controle. Expectativa total. O show de Vai sempre tem momentos marcantes, como a mordida nas cordas, os sopros que fazem a guitarra mudar de tom, a lambida clássica nas cordas, muita alavancada, efeitos mil, etc etc, mas sempre rolam surpresas, e na noite do dia 06, com certeza houveram várias.

O grupo de Vai é de alto nível. Jeremy Colson (baterista), Dave Weiner (guitarrista e tecladista) e Philip Bynoe (baixista) formam um conjunto afiado, sendo que Dave é um baita guitarrista, tanto que Vai fez questão de elogiá-lo. Os caras sabem o que fazer com muita perfeição, e mandaram bem demais. Quando Vai entrou no palco, depois de um vídeo do filme Crossroads surgir na tela, com a roupa toda iluminada, assim como sua guitarra, e mandando ver naquele magistral duelo imortalizado na telinha, o Araújo começou a vir abaixo.
Não irei descrever todo o show, até por que são muitos detalhes, mas cara, ver ele mordendo as cordas em “Whispering a Prayer”, dar a famosa lambida na corda durante a magistral “For the Love of God”, com aquele clipaço que rolava na MTV, mostrando Steve Vai nas montanhas de neve, a guitarra com as marcações com notas musicais … O cara fazendo o impossível na guitarra, ali, poucos metros na frente do meu nariz, não tem palavras para descrever isso daí. Não tem como entender o que Vai faz. É incrível como as cordas aguentam tantas alavancadas, tantos bends, tantos vibratos, enfim. O dedilhado malucão de “Ballerina 12/24”, os hilários clipes de “Greasy Kid’s Stuff” e “Alien Water Kiss” rodando ao fundo dessas enquanto eram executadas, e a oportunidade de ouvir ao vivo todo o Passion and Warfare na íntegra, algo que só está sendo feito nessa turnê, não tem preço. Muito divertido, muito embasbacante, muito marcante.



São solos e mais solos, sempre com um sorriso na boca, uma alegria por estar tocando, e com ainda mais surpresas. Como a turnê é de comemoração, convidados “apareceram” para fazer alguns duelos com Vai. Brian May, Joe Satriani, John Petrucci e até Frank Zappa surgiram no telão para mostrar que Vai além de um baita e carismático músico, também é um cara simples e muito simpático. Os duelos com Satriani e Petrucci foram recheado de muita virtuose, e ver Zappa no telão mandando ver em “Stevie’s Spanking” foi de ir às lágrimas (se bem que já tinha gastado algumas em “Whispering a Prayer” e “For the Love of God”). Durante o duelo com Satriani, o outro guitarrista apareceu com várias máscaras e roupas, algumas muito hilárias.
No bis, Stevie ainda veio diante da plateia, cumprimentar os fãs. Eu, que já havia conseguido receber uma palheta do próprio guitarrista, consegui apertar sua mão, e ver que ele é muito genuíno em sua felicidade de tocar para uma plateia que o respeita e o admira. Houve tempo até para um parabéns a você, puxado por Weiner, e que emocionou Vai, o qual foi devidamente ovacionado e recebeu uma chuva de papel picado e spray gelatinoso por parte dos membros da banda (Vai estava completando 57 anos na noite do dia 06).


Para fechar a noite com chave de ouro, depois de quase duas horas e meia de apresentação, o guitarrista ainda concedeu alguns minutos para autógrafos. Consegui o meu e, mesmo não tendo conseguido registrar uma foto com ele, aquela noite já estava fechada com chave de ouro. Mas ainda não. No final, consegui uma carona com Antônio, um leitor aqui da Consultoria, que me deixou no hotel e parabenizou-nos por nosso trabalho, um baita motivo de orgulho e alegria, pois ser reconhecido pelo trabalho da Consultoria é mais uma grande satisfação.
Obrigado ao pessoal da Abstratti por essa noite inesquecível, e que o até breve de Vai não demore tanto quanto os mais de quinze anos de sua última passagem por terras gaúchas. Ah, e fica o recado para os deuses: quando quiserem conspirar de novo como foi nesse dia 06, agradeço pacas!!



* O set list não foi fornecido, mas focou-se em toda a interpretação de Passion and Warfare, na íntegra, e mais diversas canções, que infelizmente não consegui tomar nota de todas. Lamento. Quem quiser colaborar, é só adicionar o mesmo nos comentários
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Quando as Cifras que Importam Não São as Musicais
E passou-se mais um Rock in Rio, o terceiro dessa década no Brasil, o sexto na história de 30 anos do evento - isso sem contar as edições internacionais.
Dessa feita, o evento que durou sete dias entre 18 e 27 de setembro, com uma pausa entre os dias 21 e 23, trouxe muitos nomes de peso do cenário mundial, a maioria consagrado, e não deu para os fãs reclamarem que não rolou rock 'n' roll. Pelo contrário, dos sete dias do evento, em cinco tínhamos pelo menos um GIGANTE do rock como atração principal no Palco Mundo.
Mas, será que um evento desses, com as dimensões infinitas que circulam pelos arredores da Cidade do Rock, tem como seu objetivo principal a música? Esses GIGANTES são representativos da cena musical atual?
Acompanhei o Rock in Rio via televisão - infelizmente, o fato de o evento ser realizado em pleno setembro impede que eu possa ir na cidade maravilhosa conferir os shows - e depois de ouvir quase todas as bandas que se apresentaram no Palco Sunset e no Palco Mundo, cheguei em algumas conclusões que gostaria de repartir com vocês.
Primeiro: sempre acompanhei o Rock in Rio pela TV. Nunca pude ir, mas o que passava no canal aberto era visto por meus olhos aguçadíssimos - e ouvidos mais ainda - desde a edição de 1991. A transmissão desse ano pude ver por canal fechado, e parabéns para a Multishow, que foi impecável. Som bom, imagem boa e nenhuma interferência nas transmissões dos shows. Muito bom.
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ELENCO DO MULTISHOW QUE ACOMPANHOU O ROCK IN RIO: DEDÉ TEICHER, DIDI WAGNER, LUISA MICHELETTI, GUILHERME GUEDES, BETO LEE, RODRIGO PINTO, BRUNO DE LUCA, DANI MONTEIRO, LAURA VICENTE E MARI CABRAL. |
Segundo: o festival tinha que voltar a ser em janeiro. Além de ser possível acompanhar os shows em casa até mais tarde (ou poder ver os shows de tarde do palco Sunset), possibilita que mais pessoas que estão em férias possa ir ao Rio. Isso talvez permitiria que o ingresso fosse mais barato, ou trazer shows maiores. Mas aí é que vem a questão: será que é isso mesmo o que os organizadores pensam?
Afinal, se analisarmos os grandes artistas que vieram para essa edição, poucas lançaram álbum esse ano. System of a Down, Elton John, Mastodon, Queens of the Stone Age, Metallica, Slipknot e Mötley Crüe são os exemplos principais, mesmo com o Slipknot tendo lançado um álbum ano passado. Apenas Faith No More, A-ha e Rod Stewart, trouxeram algo de novo para seus fãs, e fizeram shows muito distintos.
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Rod Stewart |
Rod Stewart (20/09) concentrou sua apresentação em clássicos que colocaram o asilo para dançar, mas que no geral foi bem monótona e sem sal, principalmente por saber que o cara já liderou a voz do Faces e do Jeff Beck Group, mas isso era esperado. Antes dele, passou o Rei Elton John, com um show extremamente burocrático, recheado de clássicos executados em marcha lenta, e que já tinha feito o pessoal do asilo dar uma sacolejada no esqueleto.
Para mim o show do Elton foi melhor do que Rod Stewart, mas a apresentação em si não foi das mais empolgantes, e foi ali que me deu o estalo na mente de "estou aqui mais pelo $ do que pelo show em si". Ainda no domingo do dia 20, Seal e Paralamas do Sucesso abriram o mundo relembrando o seu passado - Seal até tentou trazer algo novo, mas ninguém conhecia - e nada conseguiu superar o que aconteceu de tarde.
Sim, os shows da tarde no Palco Sunset foram muito mais animados no dia 20 do que o Palco Mundo. Alice Caymmi só não fez chover. A mulher tem um vozeirão rasgado de arrepiar, e ainda vai dar o que falar. Magic! e John Legend foram gratas surpresas para acompanhar o fim de tarde. Não conhecia eles e gostei do que vi, tanto que estou buscando mais informações.
A união de Baby e Pepeu foi simplesmente de chorar. Acompanhados do filho Pedro Gomes, o ex-casal Novos Baianos simplesmente colocou o Rio de Janeiro em um córrego de lágrimas de saudades. Pepeu é um monstro na guitarra, e Baby ainda é uma das melhores vozes de nosso país. A lamentar apenas o excesso de dedicações religiosas feito entre as músicas, mas nesse caso, via-se claramente a felicidade por estar diante de uma plateia enorme tocando aquilo que gosta, até por que há algum tempo Baby não colocava no seu repertório canções do Novos Baianos e/ou de sua carreira solo. Foi outro show revival, mas com muito mais feeling do que os grandiosos do Palco Mundo.
Uma semana depois, o A-ha foi a Ovelha Negra do dia 27. Entre Katy Perry, AlunaGeorge e Cidade Negra (primeira banda de reggae a apresentar-se na história do Palco Mundo), o A-ha, debaixo de muita chuva, mesclou canções de seu mais recente álbum, Cast in Steel, com versões modificadas de grandes sucessos de sua carreira, e arregaçou. Apesar da voz de Morten Harket falhar por diversas vezes, foi emocionante ouvir "Hunting High and Low", "Take on Me", "Crying in the Rain", "Stay on These Roads", "Cry Wolf" entre outros grandes sons que consagrou os noruegues na década de 80. Dos shows da tarde do dia 27 só assisti a Suricato, banda que injustamente perdeu a primeira edição do SuperStar da Rede Bobo para os malfadados almofadinhas da Malta, e que no Rock in Rio, fez um show competente, mostrando que eles são os verdadeiros candidatos a permanecerem como banda de sucesso daqui há alguns anos.
Me recusei a assistir qualquer show do sábado, dia 26, mas não tenho nenhum preconceito em fazerem uma noite dedicada para o pop, tendo Rihanna como headliner, já que isso aconteceu em todas as edições anteriores, com destaques para artistas como Dee-Lite, Nina Hagen, Britney Spears, Shakira, Beyoncé, entre outros.
Para mim o show do Elton foi melhor do que Rod Stewart, mas a apresentação em si não foi das mais empolgantes, e foi ali que me deu o estalo na mente de "estou aqui mais pelo $ do que pelo show em si". Ainda no domingo do dia 20, Seal e Paralamas do Sucesso abriram o mundo relembrando o seu passado - Seal até tentou trazer algo novo, mas ninguém conhecia - e nada conseguiu superar o que aconteceu de tarde.
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Elton John |
Sim, os shows da tarde no Palco Sunset foram muito mais animados no dia 20 do que o Palco Mundo. Alice Caymmi só não fez chover. A mulher tem um vozeirão rasgado de arrepiar, e ainda vai dar o que falar. Magic! e John Legend foram gratas surpresas para acompanhar o fim de tarde. Não conhecia eles e gostei do que vi, tanto que estou buscando mais informações.
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Pepeu Gomes, Baby do Brasil e Pedro Baby Gomes |
A união de Baby e Pepeu foi simplesmente de chorar. Acompanhados do filho Pedro Gomes, o ex-casal Novos Baianos simplesmente colocou o Rio de Janeiro em um córrego de lágrimas de saudades. Pepeu é um monstro na guitarra, e Baby ainda é uma das melhores vozes de nosso país. A lamentar apenas o excesso de dedicações religiosas feito entre as músicas, mas nesse caso, via-se claramente a felicidade por estar diante de uma plateia enorme tocando aquilo que gosta, até por que há algum tempo Baby não colocava no seu repertório canções do Novos Baianos e/ou de sua carreira solo. Foi outro show revival, mas com muito mais feeling do que os grandiosos do Palco Mundo.
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Paul Waaktaar-Savoy e Morten Harket |
Uma semana depois, o A-ha foi a Ovelha Negra do dia 27. Entre Katy Perry, AlunaGeorge e Cidade Negra (primeira banda de reggae a apresentar-se na história do Palco Mundo), o A-ha, debaixo de muita chuva, mesclou canções de seu mais recente álbum, Cast in Steel, com versões modificadas de grandes sucessos de sua carreira, e arregaçou. Apesar da voz de Morten Harket falhar por diversas vezes, foi emocionante ouvir "Hunting High and Low", "Take on Me", "Crying in the Rain", "Stay on These Roads", "Cry Wolf" entre outros grandes sons que consagrou os noruegues na década de 80. Dos shows da tarde do dia 27 só assisti a Suricato, banda que injustamente perdeu a primeira edição do SuperStar da Rede Bobo para os malfadados almofadinhas da Malta, e que no Rock in Rio, fez um show competente, mostrando que eles são os verdadeiros candidatos a permanecerem como banda de sucesso daqui há alguns anos.
Me recusei a assistir qualquer show do sábado, dia 26, mas não tenho nenhum preconceito em fazerem uma noite dedicada para o pop, tendo Rihanna como headliner, já que isso aconteceu em todas as edições anteriores, com destaques para artistas como Dee-Lite, Nina Hagen, Britney Spears, Shakira, Beyoncé, entre outros.
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Mike Patton com o mosh que deu errado |
No dia 25, a grande atração era o Slipknot. Horas antes, o Faith No More começou seu show com tudo, tascando uma versão foderosíssima para "Motherfucker", mostrando a audácia esperada para uma banda como o FNM em começar um show com uma música de seu álbum mais recente, e prometendo ser o melhor grupo a passar pelo Palco Mundo naquele dia. Porém, Mike Patton inventou mais uma das suas, e em um momento tipicamente "vou cometer uma loucura", fez um mosh totalmente errado, se espatifou no chão e a partir dali, o show decaiu bastante. Patton ficou praticamente estático - depois soube-se que ele machucou gravemente as costelas - e a animação que começou lá em cima foi diminuindo na pouco mais de uma hora de apresentação que sinceramente, não deixou saudades.
O Slipknot fez um show para mim extremamente chato. As canções são tudo parecidas, e o excesso de pirotecnia encobre uma música que não me trouxe nenhuma emoção. O show de 2011 foi muito bom principalmente pela surpresa que causou naqueles que viam o Slipknot pela primeira vez, mas dessa feita, não houveram surpresas. Claro que os músicos são muito bons (principalmente os guitarristas Mick Thomsons e Jim Root, assim como o novato baterista Jay Weinberg), mas foi difícil ficar diante da TV durante as duas cansativas horas de apresentação da banda.
Antes dos dois, o Mastodon acabou roubando a cena no palco mundo, com uma apresentação pegada e cujo destaque foi para a extrema competência vocal dos músicos, já que todos se saem muito bem diante dos microfones não só como backing vocals, mas também como lead vocals. Além disso, o som dos caras é muito bom. Os novatos, nem tão novatos assim, já que estão há quinze anos na estrada, mandaram ver, e entendo quando eles não querem ser chamados de Heavy Metal, até por que as canções são muito mais rock do que heavy, e foi um show divertidíssimo de se assistir na sexta-feira à noite, mas que não chegou perto da maior apresentação do Rock in Rio, a qual ocorreu no Palco Sunset às 20 horas, e que fácil fácil podia ter colocado o Mastodon lá.
Essa apresentação foi do lendário guitarrista Steve Vai, acompanhado pela Orquestra de Câmara de Florianópolis. O homem que já esteve ao lado de Frank Zappa conduziu a orquestra ao mesmo tempo que conduzia suas guitarras com uma habilidade exclusiva. Por vezes, era impressionante as caras do maestro verdadeiro da orquestra, perdido e alucinado com as barbaridades que Vai cometia em seu instrumento. Ele detonou, só isso. Puxando as cordas da guitarra com a boca, abusando de escalas, bends, vibratos, hammers e todas as técnicas de guitarra com altíssima sapiência, em uma hora de apresentação o homem fez por merecer todas as críticas positivas que o colocam como um dos maiores guitarristas de todos os tempos. A Orquestra foi uma ótima acompanhante para o músico, que encerrou sua apresentação com a lindíssima "For the God of Love", e fez um dos momentos mais incríveis que já vi um guitarrista fazer, quando com a língua, conseguiu "entrar" na frequência de um vibrato, alterando-a com a passagem da língua pela corda de forma arrepiante. Não tinha como não ficar de olhos vidrados com aquilo, foi demais! Até por isso acho que o que veio depois não teve tanto impacto em mim, pois o orgasmo musical que Vai propiciou na noite do dia 25 era imbatível.
Naquele mesmo dia ainda rolaram Nightwish - não consegui aturar -, De la Tierra, esse no palco mundo e com um show bem agitado, os portugueses do Moonspell, com a participação de Derick Green do Sepultura, e o clássicos do terror, o único do dia que não consegui ver.
Para o dia 24, a expectativa ficava por conta do System of a Down. Apesar de estarem afastados dos estúdios há dez anos, o grupo fez um dos principais shows de 2011, e óbvio que a nostalgia imperava na apresentação da banda, a qual foi muito boa. Porém, apesar dos inúmeros clássicos e de uma pancadaria bem dosada e boa de se ouvir, ficou uma sensação de "Quando vai vir algo novo? Qual será a novidade?". Isso aconteceu com outro headliner, o Metallica, mas comento mais adiante sobre o quarteto. Sobre o System of a Down, foi um bom show, valeu a pena ficar acordado até as duas da madrugada de sexta-feira para vê-los, mas tomara que apresentem algo novo em breve.
A noite do dia 24 na verdade teve como o melhor momento a apresentação do Hollywood Vampires. Liderados por Alice Cooper, tendo a cozinha do Guns Duff McKagan (baixo) e Matt Sorum (bateria) e contando com Joe Perry (Aerosmith) e Johnny Depp nas guitarras, o grupo fez um showzão para realmente animar a festa, Depois da passagem nada a ver do CPM-22, os Vampiros trouxeram ao Palco Mundo clássicos do rock 'n' roll, reconhecíveis até por uma marmota bêbada, e não teve como não cantarolar junto da TV. Apesar de focarem muito no fato de Depp estar na banda, isso foi o de menos. O ator toca bem seu instrumento, faz bases e solos com simplicidade e foi muito simpático, sendo apenas mais um desse poderoso time, que ao que parece, irá lançar um material em breve. Foi um belo show, tanto para compensar os fracos do CPM-22 (não gostei mesmo) quanto o chatérrimo Queens of Stone Age, banda que não consegui aturar e troquei de canal pouco depois da menina mostrar os seios e ser apalpada para todo mundo ver na Multishow - atitude lamentável que se repetiu também pouco antes do show do Slipknot. Engraçado que em 2001, o pessoal do QOSA ficou peladão no palco, mas dessa vez ficaram bem comportadinhos nos seus cantos.
Na tarde do dia 24 só consegui conferir o Halestorm, com um show pancada que podia fácil fácil ter ocupado o lugar do CPM-22. Os demais - Lamb of God, Project 46 e Deftones - infelizmente não consegui assistir por terem ocorrido durante o horário de trabalho.
Voltando para a primeira semana, o festival começava com tudo. Afinal, dois nomes consagrados do evento estariam no dia 18 e no dia 19 como headliners - Queen e Metallica respectivamente. O dia 19 abriu com o Noturnall, acompanhado por Michael Kiske, em um show que teve altos e baixos. A participação da mãe do vocalista Thiago Bianchi em "Women in Chains" não foi das melhores, e podia ter passado longe do Rio de Janeiro, mas quando Kiske entrou no palco, daí o Rock in Rio explodiu em vibração. O show do Angra também foi muito bom, ainda mais com as participações de Doro Pesch (como a velhinha continua linda) e de Dee Snider, que mostrou como se faz e levantou a galera. Acredito que quem estava assistindo essa apresentação no Palco Sunset deve ter ficado encantado com o que saía das caixas de som. Ministry e Korn, com seus experimentalismos exacerbados, acabaram fazendo eu mudar de canal, mas voltei a tempo de conferir a surpreendente apresentação do Royal Blood, uma banda que achava que ia fazer fiasco, mas fez um belo show, mesmo com a fria recepção do público no local. O Gojira havia passado no palco mundo, mas este não assisti.
Antes do Metallica, o lendário Mötley Crüe fez sua despedida do Rock in Rio com um show competente, mas muito fraco. Vince Neil, com seu formato de queijo, nunca foi um grande vocalista, e apesar de trazer muito carisma, não contagiou. Por outro lado Mick Mars esganiçou. O cara está tocando como nunca, e tomara que ele mantenha uma carreira solo pós-fim do Mötley, pois será uma pena perder de ver esse homem em ação. Outro que está mandando ver é Tommy Lee, segurando as pontas na bateria como poucos. Uma pena que não trouxeram o famoso palco com a Montanha Russa, e apesar dos pesares, foi um bom show, marcado mais pelo saudosismo e pelo velho e bom rock 'n' roll, meio que no arrasto, mas capaz de fazer balançar o pescoço.
Quando o Metallica subiu ao palco, ficava a esperança de que eles mudassem o repertório que está rolando há cinco anos praticamente. Só que não, o Metallica não trouxe nada de novo. Foi o mesmo e velho show que já vimos em diversos DVDs e passagens da banda pelo país. Sinceramente, o Metallica podia esperar mais para vir ao Brasil, e mesmo com a avalanche de clássicos apresentados no Palco Mundo, não deu para empolgar. Para piorar, o som caiu por duas vezes durante "Ride the Lightning" - seria consequência de haver um torcedor portando a bandeira do Grêmio Football Portoalegrense em cima do palco? - estragando o solo de Kirk Hammett, mas que por outro lado, foi depois disso que o grupo resolveu tocar um pouco mais. Prometeram voltar em 2017, mas honestamente, bem que podiam trazer o Slayer no lugar deles.
E um dia antes, a abertura do evento com a tão aguardada apresentação de Queen + Adam Lambert. Foi um dia de ansiedade geral. Por ser na sexta-feira, não consegui ver nenhuma das apresentações do Sunset e do Palco Mundo antes do Queen, já que só cheguei em casa do trabalho às onze horas. Ainda bem, pois não tive que ver os seios da Martinália no topless em homenagem à Cassia Eller.
Brincadeiras a parte, assim que cheguei em casa, me preparei para conferir o show dos headliners da noite. Foi um baita show? Sim, claro que foi, só que parecia muito mais um Queen on Broadway do que um show normal do Queen. Nem vou comparar Adam Lambert a Freddie Mercury. O garoto - nem tão garoto assim - é um bom vocalista, mas não tem como aceitá-lo como vocalista de uma banda do Queen. Ele não pode assumir os vocais da banda de jeito nenhum, ainda mais com um estilo que imita, mas não consegue ser, Freddie Mercury. George Michael foi George Michael quando esteve naquela posição, assim como Paul Rodgers foi Paul Rodgers, e Adam Lambert não consegue ser Adam Lambert. Talvez o peso de ser um menino perto dos vovôs Brian May e Roger Taylor afete isso, mas o problema não é só Lambert. May está totalmente fora de forma. O solo de "Brighton Rock" foi vergonhoso, e mesmo na bela "Love of My Life" (com Mercury dando as caras no telão) May não conseguiu reproduzir o acompanhamento sem dar uma engasgada. Taylor sempre foi um ótimo baterista, e não pecou no show, até surpreendendo quando assumiu os vocais de "A Kind of Magic". As surpresas ficaram por "The Show Must Go On" e "Stone Cold Crazy", e acredito que quem esteve lá deve ter adorado o show, mas para mim ficou a sensação de que "estamos aqui por que estão nos pagando bem". E isso aconteceu com outros amigos que assistiram os shows da banda em São Paulo e Porto Alegre, onde os preços dos ingressos eram quase do mesmo valor (ou até maior) do que o pago para ir no Rock in Rio.
E aí está, será que realmente é a música o que está no pensamento da maioria dos artistas "veteranos"? Ao ver o show do Queen + Adam Lambert e do Metallica, que não trouxeram nada de novo, confesso que me decepcionei bastante com a atitude deles. E não foi só no Rock in Rio. O valor de R$ 380,00 para assistir somente o Queen + Adam Lambert em Porto Alegre foi tão pornográfico quanto os lançamentos da Bruna Surfistinha. Em um local onde cabem pelo menos 10 mil pessoas, chutando por baixo, imagine a renda que os promotores não tiveram? Mas imagine também quanto a trupe de Brian May cobrou para essa apresentação? É muito dinheiro rolando.
Foi-se o tempo em que um Yes ou um Genesis ousavam em apresentar na íntegra um álbum duplo recém lançado, sem nada de velho, apenas canções novas, ou de um Pink Floyd, que levava para o palco canções que só iriam ser lançadas anos depois, ou um Led Zeppelin, Allman Brothers, Grateful Dead, que pegavam uma canção clássica e a transformavam em uma viajante sessão sonora. Esses momentos não existem mais no rock de hoje, e é uma pena. Ao ver uma banda como o Metallica ficar oito anos sem lançar material inédito, e continuar cinco anos com o mesmo set list de apresentações, é como ver filme da Sessão da Tarde: é bom, mas já se sabe o que vai acontecer. E o pior é que não fica só no Metallica. O próprio System of a Down, uma banda que confesso não sou fã e não acompanho muito, também está nessa barca.
Saltando para fora do Rock in Rio, é mais vexatório ainda ver que o próprio Yes continua na ativa mesmo com a morte de seu líder, Chris Squire, tendo apenas Steve Howe e Alan White como membros clássicos, mas não originais. Esses estão excursionando com material antigo, e prometem lançar material novo, o qual, se for do mesmo nível de Heaven and Earth (2014), é melhor não lançar. Claro que várias bandas já seguiram sem seu líder, mas no caso do Yes, é uma lástima que isso esteja acontecendo. Outra banda que também só vive pelas cifras monetárias é o Kiss. Não que o grupo nunca tenha vivido para isso, mas ter Tommy Thayer e Eric Singer emulando as máscaras de Ace Frehley e Peter Criss é uma afronta bizarra e debochada com os fãs antigos, que vivenciaram as duas primeiras fases do grupo e que, acredito fielmente, não se importariam em ver o atual quarteto sem as máscaras, pois as músicas apresentadas estão acima do espetáculo circense, mas falsificado, que acabou virando o show do Kiss nessa última década. Claro que assistir Gene cuspindo fogo, a guitarra do Spaceman atirando e tudo o mais é sempre bem-vindo, só que é duro saber que aquele Spaceman não é o original (o Kiss não é um 007 para ficar trocando de pessoas, está mais para um Chaves, Indiana Jones, Kevin McCallister, Marty McFly …).
Aqui por terras brasilis, há pouco tempo Davo Villa-Lobos e Marcelo Bonfá confirmaram a volta do Legião Urbana com André Frateschi como vocalista. Acredito que os fãs do grupo - os verdadeiros - devem ter soltado um sonoro "Put@ que Pariu!" ao ler essa notícia. Como vão substituir um ícone como Renato Russo nos palcos? É da mesma proporção que colocar o Adam Lambert no lugar de Freddie Mercury. Desconheço a carreira de André, mas duvido que ele tenha o carisma que Renato tinha. E pior que muita gente vai pagar para ver essa turnê, e isso, óbvio, vai dar um $ para os músicos, e novamente me pergunto: "Será que é a música que vem em primeiro lugar".
Posso estar errado, mas vejo que cada vez mais as bandas estão nessa por dinheiro, e não pela música em si. E os fãs gostam disso. Em épocas onde as possibilidades de buscar por novidades com o avanço da internet são tão fluentes, permitindo que sejam conhecidos grupos e artistas obscuros, parece que esses Indiana Jones da música são uma parcela pequena perante a esmagadora quantidade de fãs que lotam os shows dos artistas citados. E isso que estou falando apenas dos artistas que passaram pelo Rock in Rio. Quantos outros vem navegando no mar calmo de "fazer shows com velhos sucessos sem lançamento de algo original" pelo mundo?
Ao mesmo tempo, leituras durante e pós-Rock in Rio deixaram-me ainda mais intrigado com esses fãs e com os organizadores do evento. Afinal, o preço em torno de R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais) para cada noite do festival é nada convidativo, mas todos os dias a Cidade do Rock estava lotada, com mais de 80 mil pessoas, e pelas imagens e entrevistas dadas na TV, uma ampla maioria formada por adultos de classe média-alta, que figuram em protestos contra o atual governo federal seja nas ruas, seja em redes sociais. Então, onde está a crise para eles?. Mas isso é o de menos, o ser humano tem total liberdade de gastar seus tostões naquilo que lhe convém e de reclamar idem.
Só que além dos ingressos exorbitantes, o consumo de bebidas e comidas também atingia níveis altos de valores. Para se ter uma ideia, um saco de pipocas custava R$ 10,00. Um copo de refrigerante era R$ 7,00, enquanto um copo de sucou ou R$ 10,00. Ainda existia uma variedade incrível para um festival de rock, com lojas especializadas em pizzas, batatas e até yakissoba e sushi (!), tudo com preços girando entre R$ 10,00 e R$ 25,00. Alimentação a parte, o pessoal tinha também opções de diversão em Roda Gigante, Tirolesa, Montanha Russa, XTreme eram algumas opções de diversão (pombas, como vai se divertir em um evento de música se não for ouvindo música?), e pior que teve gente brigando para usar os brinquedos. Resumindo, só para adentrar a Cidade do Rock em uma noite de evento, fazer dois lanches, considerando que o cidadão ia ficar lá das 14 horas até as 02 da manhã, no mínimo R$ 500,00 reais seria gasto por dia, e para ver atrações que não são mais nada além de um DVD ao vivo.
Mas além disso, lojinhas e lojinhas de patrocinadores distribuindo lembrancinhas, aumentaram a sensação de que Comércio é Comércio Mesmo, e pela TV, era possível ver pessoas constantemente passeando em todas as apresentações. Não a maioria do público, mas sempre tinha gente caminhando e perdida em TODAS as apresentações que eu vi, assim como uns malucos cruzavam na tirolesa diante do palco. Depois reclamam que Geovanna Tominaga foi lá para ver o Nirvana ...
Pior ainda, alguns souvenirs eram tão inusitados quantos os valores cobrados por eles. Tirando uma camiseta com a inscrição de todos os participantes de todos os Rock in Rio (custando R$ 35,00), e uma mini-Cidade do Rock no valor de R$ 70,00, os produtores conseguiram a façanha de inventar um souvenir tão babaca quanto suas vontades de ganhar dinheiro: A Lama de 85. Pelamordedeus. Os caras recolheram a lama da Cidade do Rock em 2015, trinta anos depois, jogaram dentro de placas de acrílico, e vendiam como se aquilo fosse de 1985 por modestos R$ 185,00. E pior, quatorze pessoas compraram isso (pra quê?). Daí repito, onde está a crise? Onde está o bom senso com o dinheiro ganho suado? Ou essa gente aí tem dinheiro sobrando e um pouco de lama da Cidade do Rock em casa vai ser legal para plantar as samambaias?
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Corey Taylor |
O Slipknot fez um show para mim extremamente chato. As canções são tudo parecidas, e o excesso de pirotecnia encobre uma música que não me trouxe nenhuma emoção. O show de 2011 foi muito bom principalmente pela surpresa que causou naqueles que viam o Slipknot pela primeira vez, mas dessa feita, não houveram surpresas. Claro que os músicos são muito bons (principalmente os guitarristas Mick Thomsons e Jim Root, assim como o novato baterista Jay Weinberg), mas foi difícil ficar diante da TV durante as duas cansativas horas de apresentação da banda.
Antes dos dois, o Mastodon acabou roubando a cena no palco mundo, com uma apresentação pegada e cujo destaque foi para a extrema competência vocal dos músicos, já que todos se saem muito bem diante dos microfones não só como backing vocals, mas também como lead vocals. Além disso, o som dos caras é muito bom. Os novatos, nem tão novatos assim, já que estão há quinze anos na estrada, mandaram ver, e entendo quando eles não querem ser chamados de Heavy Metal, até por que as canções são muito mais rock do que heavy, e foi um show divertidíssimo de se assistir na sexta-feira à noite, mas que não chegou perto da maior apresentação do Rock in Rio, a qual ocorreu no Palco Sunset às 20 horas, e que fácil fácil podia ter colocado o Mastodon lá.
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Steve Vai, "comendo" as cordas de sua guitarra |
Essa apresentação foi do lendário guitarrista Steve Vai, acompanhado pela Orquestra de Câmara de Florianópolis. O homem que já esteve ao lado de Frank Zappa conduziu a orquestra ao mesmo tempo que conduzia suas guitarras com uma habilidade exclusiva. Por vezes, era impressionante as caras do maestro verdadeiro da orquestra, perdido e alucinado com as barbaridades que Vai cometia em seu instrumento. Ele detonou, só isso. Puxando as cordas da guitarra com a boca, abusando de escalas, bends, vibratos, hammers e todas as técnicas de guitarra com altíssima sapiência, em uma hora de apresentação o homem fez por merecer todas as críticas positivas que o colocam como um dos maiores guitarristas de todos os tempos. A Orquestra foi uma ótima acompanhante para o músico, que encerrou sua apresentação com a lindíssima "For the God of Love", e fez um dos momentos mais incríveis que já vi um guitarrista fazer, quando com a língua, conseguiu "entrar" na frequência de um vibrato, alterando-a com a passagem da língua pela corda de forma arrepiante. Não tinha como não ficar de olhos vidrados com aquilo, foi demais! Até por isso acho que o que veio depois não teve tanto impacto em mim, pois o orgasmo musical que Vai propiciou na noite do dia 25 era imbatível.
Naquele mesmo dia ainda rolaram Nightwish - não consegui aturar -, De la Tierra, esse no palco mundo e com um show bem agitado, os portugueses do Moonspell, com a participação de Derick Green do Sepultura, e o clássicos do terror, o único do dia que não consegui ver.
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Serj "Ouro Preto" Tankian |
Para o dia 24, a expectativa ficava por conta do System of a Down. Apesar de estarem afastados dos estúdios há dez anos, o grupo fez um dos principais shows de 2011, e óbvio que a nostalgia imperava na apresentação da banda, a qual foi muito boa. Porém, apesar dos inúmeros clássicos e de uma pancadaria bem dosada e boa de se ouvir, ficou uma sensação de "Quando vai vir algo novo? Qual será a novidade?". Isso aconteceu com outro headliner, o Metallica, mas comento mais adiante sobre o quarteto. Sobre o System of a Down, foi um bom show, valeu a pena ficar acordado até as duas da madrugada de sexta-feira para vê-los, mas tomara que apresentem algo novo em breve.
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Johny Depp e Joe Perry |
A noite do dia 24 na verdade teve como o melhor momento a apresentação do Hollywood Vampires. Liderados por Alice Cooper, tendo a cozinha do Guns Duff McKagan (baixo) e Matt Sorum (bateria) e contando com Joe Perry (Aerosmith) e Johnny Depp nas guitarras, o grupo fez um showzão para realmente animar a festa, Depois da passagem nada a ver do CPM-22, os Vampiros trouxeram ao Palco Mundo clássicos do rock 'n' roll, reconhecíveis até por uma marmota bêbada, e não teve como não cantarolar junto da TV. Apesar de focarem muito no fato de Depp estar na banda, isso foi o de menos. O ator toca bem seu instrumento, faz bases e solos com simplicidade e foi muito simpático, sendo apenas mais um desse poderoso time, que ao que parece, irá lançar um material em breve. Foi um belo show, tanto para compensar os fracos do CPM-22 (não gostei mesmo) quanto o chatérrimo Queens of Stone Age, banda que não consegui aturar e troquei de canal pouco depois da menina mostrar os seios e ser apalpada para todo mundo ver na Multishow - atitude lamentável que se repetiu também pouco antes do show do Slipknot. Engraçado que em 2001, o pessoal do QOSA ficou peladão no palco, mas dessa vez ficaram bem comportadinhos nos seus cantos.
Na tarde do dia 24 só consegui conferir o Halestorm, com um show pancada que podia fácil fácil ter ocupado o lugar do CPM-22. Os demais - Lamb of God, Project 46 e Deftones - infelizmente não consegui assistir por terem ocorrido durante o horário de trabalho.
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Thiago Bianchi e Michael Kiske |
Voltando para a primeira semana, o festival começava com tudo. Afinal, dois nomes consagrados do evento estariam no dia 18 e no dia 19 como headliners - Queen e Metallica respectivamente. O dia 19 abriu com o Noturnall, acompanhado por Michael Kiske, em um show que teve altos e baixos. A participação da mãe do vocalista Thiago Bianchi em "Women in Chains" não foi das melhores, e podia ter passado longe do Rio de Janeiro, mas quando Kiske entrou no palco, daí o Rock in Rio explodiu em vibração. O show do Angra também foi muito bom, ainda mais com as participações de Doro Pesch (como a velhinha continua linda) e de Dee Snider, que mostrou como se faz e levantou a galera. Acredito que quem estava assistindo essa apresentação no Palco Sunset deve ter ficado encantado com o que saía das caixas de som. Ministry e Korn, com seus experimentalismos exacerbados, acabaram fazendo eu mudar de canal, mas voltei a tempo de conferir a surpreendente apresentação do Royal Blood, uma banda que achava que ia fazer fiasco, mas fez um belo show, mesmo com a fria recepção do público no local. O Gojira havia passado no palco mundo, mas este não assisti.
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Palco do Mötley Crüe |
Antes do Metallica, o lendário Mötley Crüe fez sua despedida do Rock in Rio com um show competente, mas muito fraco. Vince Neil, com seu formato de queijo, nunca foi um grande vocalista, e apesar de trazer muito carisma, não contagiou. Por outro lado Mick Mars esganiçou. O cara está tocando como nunca, e tomara que ele mantenha uma carreira solo pós-fim do Mötley, pois será uma pena perder de ver esse homem em ação. Outro que está mandando ver é Tommy Lee, segurando as pontas na bateria como poucos. Uma pena que não trouxeram o famoso palco com a Montanha Russa, e apesar dos pesares, foi um bom show, marcado mais pelo saudosismo e pelo velho e bom rock 'n' roll, meio que no arrasto, mas capaz de fazer balançar o pescoço.
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James Hetfield (Kirk Hammett ao fundo) |
Quando o Metallica subiu ao palco, ficava a esperança de que eles mudassem o repertório que está rolando há cinco anos praticamente. Só que não, o Metallica não trouxe nada de novo. Foi o mesmo e velho show que já vimos em diversos DVDs e passagens da banda pelo país. Sinceramente, o Metallica podia esperar mais para vir ao Brasil, e mesmo com a avalanche de clássicos apresentados no Palco Mundo, não deu para empolgar. Para piorar, o som caiu por duas vezes durante "Ride the Lightning" - seria consequência de haver um torcedor portando a bandeira do Grêmio Football Portoalegrense em cima do palco? - estragando o solo de Kirk Hammett, mas que por outro lado, foi depois disso que o grupo resolveu tocar um pouco mais. Prometeram voltar em 2017, mas honestamente, bem que podiam trazer o Slayer no lugar deles.
E um dia antes, a abertura do evento com a tão aguardada apresentação de Queen + Adam Lambert. Foi um dia de ansiedade geral. Por ser na sexta-feira, não consegui ver nenhuma das apresentações do Sunset e do Palco Mundo antes do Queen, já que só cheguei em casa do trabalho às onze horas. Ainda bem, pois não tive que ver os seios da Martinália no topless em homenagem à Cassia Eller.
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Adam Lambert e Brian May |
Brincadeiras a parte, assim que cheguei em casa, me preparei para conferir o show dos headliners da noite. Foi um baita show? Sim, claro que foi, só que parecia muito mais um Queen on Broadway do que um show normal do Queen. Nem vou comparar Adam Lambert a Freddie Mercury. O garoto - nem tão garoto assim - é um bom vocalista, mas não tem como aceitá-lo como vocalista de uma banda do Queen. Ele não pode assumir os vocais da banda de jeito nenhum, ainda mais com um estilo que imita, mas não consegue ser, Freddie Mercury. George Michael foi George Michael quando esteve naquela posição, assim como Paul Rodgers foi Paul Rodgers, e Adam Lambert não consegue ser Adam Lambert. Talvez o peso de ser um menino perto dos vovôs Brian May e Roger Taylor afete isso, mas o problema não é só Lambert. May está totalmente fora de forma. O solo de "Brighton Rock" foi vergonhoso, e mesmo na bela "Love of My Life" (com Mercury dando as caras no telão) May não conseguiu reproduzir o acompanhamento sem dar uma engasgada. Taylor sempre foi um ótimo baterista, e não pecou no show, até surpreendendo quando assumiu os vocais de "A Kind of Magic". As surpresas ficaram por "The Show Must Go On" e "Stone Cold Crazy", e acredito que quem esteve lá deve ter adorado o show, mas para mim ficou a sensação de que "estamos aqui por que estão nos pagando bem". E isso aconteceu com outros amigos que assistiram os shows da banda em São Paulo e Porto Alegre, onde os preços dos ingressos eram quase do mesmo valor (ou até maior) do que o pago para ir no Rock in Rio.
E aí está, será que realmente é a música o que está no pensamento da maioria dos artistas "veteranos"? Ao ver o show do Queen + Adam Lambert e do Metallica, que não trouxeram nada de novo, confesso que me decepcionei bastante com a atitude deles. E não foi só no Rock in Rio. O valor de R$ 380,00 para assistir somente o Queen + Adam Lambert em Porto Alegre foi tão pornográfico quanto os lançamentos da Bruna Surfistinha. Em um local onde cabem pelo menos 10 mil pessoas, chutando por baixo, imagine a renda que os promotores não tiveram? Mas imagine também quanto a trupe de Brian May cobrou para essa apresentação? É muito dinheiro rolando.
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The Allman Brothers Band, detonando no final da década de 60 |
Foi-se o tempo em que um Yes ou um Genesis ousavam em apresentar na íntegra um álbum duplo recém lançado, sem nada de velho, apenas canções novas, ou de um Pink Floyd, que levava para o palco canções que só iriam ser lançadas anos depois, ou um Led Zeppelin, Allman Brothers, Grateful Dead, que pegavam uma canção clássica e a transformavam em uma viajante sessão sonora. Esses momentos não existem mais no rock de hoje, e é uma pena. Ao ver uma banda como o Metallica ficar oito anos sem lançar material inédito, e continuar cinco anos com o mesmo set list de apresentações, é como ver filme da Sessão da Tarde: é bom, mas já se sabe o que vai acontecer. E o pior é que não fica só no Metallica. O próprio System of a Down, uma banda que confesso não sou fã e não acompanho muito, também está nessa barca.
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O novo Kiss, com as máscaras antigas |
Saltando para fora do Rock in Rio, é mais vexatório ainda ver que o próprio Yes continua na ativa mesmo com a morte de seu líder, Chris Squire, tendo apenas Steve Howe e Alan White como membros clássicos, mas não originais. Esses estão excursionando com material antigo, e prometem lançar material novo, o qual, se for do mesmo nível de Heaven and Earth (2014), é melhor não lançar. Claro que várias bandas já seguiram sem seu líder, mas no caso do Yes, é uma lástima que isso esteja acontecendo. Outra banda que também só vive pelas cifras monetárias é o Kiss. Não que o grupo nunca tenha vivido para isso, mas ter Tommy Thayer e Eric Singer emulando as máscaras de Ace Frehley e Peter Criss é uma afronta bizarra e debochada com os fãs antigos, que vivenciaram as duas primeiras fases do grupo e que, acredito fielmente, não se importariam em ver o atual quarteto sem as máscaras, pois as músicas apresentadas estão acima do espetáculo circense, mas falsificado, que acabou virando o show do Kiss nessa última década. Claro que assistir Gene cuspindo fogo, a guitarra do Spaceman atirando e tudo o mais é sempre bem-vindo, só que é duro saber que aquele Spaceman não é o original (o Kiss não é um 007 para ficar trocando de pessoas, está mais para um Chaves, Indiana Jones, Kevin McCallister, Marty McFly …).
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Legião Urbana? |
Aqui por terras brasilis, há pouco tempo Davo Villa-Lobos e Marcelo Bonfá confirmaram a volta do Legião Urbana com André Frateschi como vocalista. Acredito que os fãs do grupo - os verdadeiros - devem ter soltado um sonoro "Put@ que Pariu!" ao ler essa notícia. Como vão substituir um ícone como Renato Russo nos palcos? É da mesma proporção que colocar o Adam Lambert no lugar de Freddie Mercury. Desconheço a carreira de André, mas duvido que ele tenha o carisma que Renato tinha. E pior que muita gente vai pagar para ver essa turnê, e isso, óbvio, vai dar um $ para os músicos, e novamente me pergunto: "Será que é a música que vem em primeiro lugar".
Posso estar errado, mas vejo que cada vez mais as bandas estão nessa por dinheiro, e não pela música em si. E os fãs gostam disso. Em épocas onde as possibilidades de buscar por novidades com o avanço da internet são tão fluentes, permitindo que sejam conhecidos grupos e artistas obscuros, parece que esses Indiana Jones da música são uma parcela pequena perante a esmagadora quantidade de fãs que lotam os shows dos artistas citados. E isso que estou falando apenas dos artistas que passaram pelo Rock in Rio. Quantos outros vem navegando no mar calmo de "fazer shows com velhos sucessos sem lançamento de algo original" pelo mundo?
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Ingresso do festival |
Só que além dos ingressos exorbitantes, o consumo de bebidas e comidas também atingia níveis altos de valores. Para se ter uma ideia, um saco de pipocas custava R$ 10,00. Um copo de refrigerante era R$ 7,00, enquanto um copo de sucou ou R$ 10,00. Ainda existia uma variedade incrível para um festival de rock, com lojas especializadas em pizzas, batatas e até yakissoba e sushi (!), tudo com preços girando entre R$ 10,00 e R$ 25,00. Alimentação a parte, o pessoal tinha também opções de diversão em Roda Gigante, Tirolesa, Montanha Russa, XTreme eram algumas opções de diversão (pombas, como vai se divertir em um evento de música se não for ouvindo música?), e pior que teve gente brigando para usar os brinquedos. Resumindo, só para adentrar a Cidade do Rock em uma noite de evento, fazer dois lanches, considerando que o cidadão ia ficar lá das 14 horas até as 02 da manhã, no mínimo R$ 500,00 reais seria gasto por dia, e para ver atrações que não são mais nada além de um DVD ao vivo.
Mas além disso, lojinhas e lojinhas de patrocinadores distribuindo lembrancinhas, aumentaram a sensação de que Comércio é Comércio Mesmo, e pela TV, era possível ver pessoas constantemente passeando em todas as apresentações. Não a maioria do público, mas sempre tinha gente caminhando e perdida em TODAS as apresentações que eu vi, assim como uns malucos cruzavam na tirolesa diante do palco. Depois reclamam que Geovanna Tominaga foi lá para ver o Nirvana ...
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A lama de 85, colhida em 2015 |
Enfim, para um evento tão grandioso, fica que o que menos contou foi a música, ou melhor, o sentimento que a música traz. Não vi um Bruce Springsteen tocando durante duas horas, suadão e faceiro, indo pro meio da plateia, ou um Slayer homenageando seu fundador com uma emoção quase raivosa de ter que fazer aquilo, ou um Neil Young estourando as caixas de som. Vi shows basicamente burocráticos e mornos, e no Palco Sunset, ou nos de menor porte, a presença de que "vale a pena eu estar aqui, pois a emoção é maior do que a cifra que entrará na minha conta bancária". Muitas das bandas do Palco Sunset fizeram os melhores shows do dia, mas por outro lado, o publico também não é nada receptivo com novidades. Que adianta trazer um Ghost se ele não consegue animar a plateia? Acho que o Mastodon sofreu do mesmo problema que o Ghost em 2013.
Imagina se em uma noite do Rock in Rio tivéssemos, na ordem, El Efecto - que duvido que tocasse num festival como esse - Blue Pills, The Winery Dogs e, fechando o palco mundo, o Slayer? Que espetáculo de novidades musicais nao teríamos? Mas será que é isso que o público quer?
Imagina se em uma noite do Rock in Rio tivéssemos, na ordem, El Efecto - que duvido que tocasse num festival como esse - Blue Pills, The Winery Dogs e, fechando o palco mundo, o Slayer? Que espetáculo de novidades musicais nao teríamos? Mas será que é isso que o público quer?
Entendo que muita gente gosta disso, mas na minha visão, e talvez eu deva estar totalmente errado, isso não me serve mais. E mais, com uma sociedade tão desnivelada financeiramente como a nossa sociedade brasileira, a arte por si só não chegou a ser consumida, mas sim um mero Jardim de Infâncias com trilha sonora e alimentação cara para a diversão de pessoas com um pouco mais de poder aquisitivo. Claro que nem todo mundo que estava lá era assim (tenho vários amigos que juntaram grande o ano inteiro para poder chegar perto de Brian May), mas fica aqui o meu desabafo. Joguem as pedras ...
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