Mostrando postagens com marcador Curved Air. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Curved Air. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Cinco Discos Para Conhecer: O Violino no Rock


O violino é um instrumento que não raramente aparece em obras relacionadas ao rock. U2, Guns N' Roses, Pink Floyd, Metallica são alguns exemplos de grandes bandas que utilizaram o instrumento para valorizar suas músicas. Alguns grupos por outro lado, colocaram o violino como instrumento de frente, ao lado da guitarra, e consagraram-se pela inovação e criatividade. Essa lista mostra cinco deles, um de cada estilo relacionado ao rock, abrindo espaço para você leitor trazer outros nomes que tiveram que ficar de fora  por conta do nome da coluna.

Curved Air - Air Conditioning [1970]

Sem dúvidas, o rock progressivo foi o gênero que mais álbuns com violinos forneceu ao mercado da música. King Crimson, Premiata Forneria Marconi, Electric Light Orchestra, UK e Mahavishnu Orchestra são alguns dos diversos exemplos que trouxeram esse elemento da música clássica para o rock com qualidade. Porém, eu cito o primeiro álbum do Curved Air como único nessa lista por que dentre os violinistas do rock, Darryl Way é o que melhor sabia compor com o instrumento. Os demais apenas eram um complemento da obra, mas no Curved Air, o violino sempre foi o instrumento principal, junto a guitarra de Francis Monkman e a voz da linda Sonja Kristina, tanto que oito das dez canções do álbum são de Way. Ouça por exemplo o solo de "It Happened Today" ou "Rob One" e perceba o que digo quanto a importância do instrumento para a canção, e principalmente, a introdução de "Screw" e diga que estou errado. Os duelos de violino e guitarra surgiram em peças chamadas "Hide and Seek", e "Stretch", que encantam pela velocidade e precisão dos dedos de Way e Monkman. A brilhante homenagem que Way faz para o compositor Antonio Vivaldi na Maravilhosa "Vivaldi" é de deixar qualquer um boquiaberto, através das citações para passagens da imponente "As Quatro Estações". Impossível não se emocionar com um solo tão magistral e sublime quanto o nesse LP registrado. O casamento do violino com o rock foi feito nessa canção, e somente ela já merece com que o álbum esteja nessa lista. Poderia ainda citar o fato de Air Conditioning ser o primeiro LP picture da história, mas isso é apenas um complemento para uma história pioneira que foi a inclusão definitiva do violino como instrumento principal na música pop. Depois viriam David Cross, Jean Luc-Ponty, Eddie Jobson, Mik Kaminski ...

Sonja Kristina (vocais), Darryl Way (violino, backing vocals), Francis Monkman (guitarras, teclados), Rob Martin (baixo), Florian Pilkington-Miksa (bateria)

1. It Happened Today
2. Stretch
3. Screw
4. Blind Man
5. Vivaldi
6. Hide and Seek
7. Propositions
8. Rob One
9. Situations
10. Vivaldi (With Cannons)

Jefferson Airplane - Long John Silver [1972]

Que o Jefferson Airplane sempre foi um grupo de relevância na música internacional ninguém duvida. Suas canções de protesto e a forte simbologia hippie colocaram o grupo na primeira posição para simbolizar a geração flower-power. No final da curta carreira dos californianos, as brigas internas levaram a diversas mudanças na formação, e também na sonoridade. O último e excepcional álbum do grupo trouxe como novidade o violinista Papa John Creach, que já havia feito participações especiais no álbum Bark (1970), mas em 72, foi efetivado como membro oficial, e mostrou do que era capaz duelando com a lisérgica guitarra de Jorma Kaukonen e ajudando a tornar as polêmicas letras do álbum ainda mais interessantes. O dramático violino de Papa em "Easter?", "Aerie (Gangle of Eagles)", "The Son of Jesus" ou "Alexander the Medium" faz essas canções entrarem facilmente naquelas que você ouve pela primeira vez e sai assustado com o que surge dos sulcos do vinil, e em todas o violino é um instrumento essencial para transmitir a indignação e pregação contra a igreja e o catolicismo feita por Grace Slick e Paul Kantner, e o que Papa faz nas violentas "Eat Starcht Mom", "Twilight Double Leader" ou "Milk Train" nunca mais foi reproduzido em disco algum. O melhor disco de rock com violinos que já ouvi, e um aprendizado para aqueles que acham que o flower-power falava apenas sobre paz e amor.

Grace Slick (vocal e piano), Paul Kantner (guitarras, vocal), Jorma Kaukonen (guitarras, vocal), Jack Casady (baixo), Papa John Creach (violino), John Barbata (bateria em 1, 2, 4, 6, 8 e 9, tamborim), Joey Covington (bateria em 3 e 5), Sammy Piazza (bateria em 7)

1. Long John Silver
2. Aerie (Gang of Eagles)
3. Twilight Double Leader
4. Milk Train
5. The Son of Jesus
6. Easter?
7. Trial by Fire
8. Alexander the Medium
9. Eat Starch Mom

Bob Dylan - Desire [1976]

Depois de algum tempo na berlinda, Dylan voltou com tudo em 1975, com o aclamado Blood on the Tracks, e em 1976, lançou dois grandiosos álbuns, o ao vivo Hard Rain e o fantástico Desire. Nesse álbum, Dylan retoma suas raízes folks, contando com a essencial participação de Emmylou Harris nos vocais e da excelente violinista Scarlet Rivera, que deu toda uma diferença para o som de Dylan. O que Scarlet faz nas linhas orientais da desconhecida "One More Cup of Cofee", a espanhola "Romance in Durango" ou na emocionante "Oh Sister" fizeram com que Dylan novamente fosse reconhecido mundialmente. A clássica "Joey" mostra uma pequena pitada do talento da moça ao violino, mas o ápice da performance de Scarlet é a clássica "Hurricane", uma das melhores canções de Dylan, segundo ele próprio, sua única canção manifesto, que deveria ser levada para as aulas de história no mundo todo, para as pessoas aprenderem o que é racismo de verdade. As deliciosas viagens do violino durante toda a declamação da longa história sobre a prisão do boxeador Rubin "Hurricane" Carter levarão às lágrimas gerações e gerações de pessoas com o passar dos anos.

Bob Dylan (vocal, guitarra, harmônica, piano em 2), Scarlet Rivera (violino), Howard Wyeth (bateria, piano), Dominic Cortese (acordeão, bandolim), Rob Stoner (baixo, backing vocals)

Músicos adicionais

Emmylou Harris (vocais)
Ronee Blakley (backing vocals em 1)
Steven Soles (backing vocals em 1)
Luther Rix (congas em 1)

1. Hurricane
2. Isis
3. Mozambique
4. One More Cup of Coffee
5. Oh, Sister
6. Joey
7. Romance in Durango
8. Black Diamond Bay
9. Sara

Kansas - Point of Know Return [1978]

O Kansas começou em 1973 com seus dois pés fincados no rock progressivo, mas com o passar dos anos, virou um dos principais expoentes do que convencionou-se chamar AOR. O álbum de transição foi Point of Know Return, lançado em 1978. Até ele, o grupo havia lançado pérolas maravilhosas, como "Incomudro - Hymn to the Atman" (Song for America, 1975), "The Pinnacle" (Masque, 1975), "Magnum Opus" (Leftoverture, 1976), mas foi nesse disco que Robby Steinhardt conseguiu igualar sua técnica ao incrível talento do guitarrista Kerry Livgren e da velocidade dos teclados de Steve Walsh, um dos músicos mais injustiçados da história (aliás, os seis músicos do Kansas são ótimos e muito desconsiderados nas listas de Melhores músicos que surgem ano pós ano). Provas incontestáveis do excelente trabalho de violino feito por Robby (que também é um ótimo vocalista) estão nos velozes duelos com a guitarra em "Lightning's Hand", as incansáveis mudanças de "Paradox" ou o estraçalhamento de cordas nas épicas "Hopelessly Human" e "Closet Chronicles", as duas últimas faixas progressivas lançadas pelos americanos. Para os saudosistas, o solo de "Dust in the Wind" ainda hoje faz calcinhas (e cuecas) melarem mundo afora. Disco obrigatório em qualquer discoteca apreciável, mesmo não sendo o melhor trabalho do grupo.

Steve Walsh - (vocal principal em 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 9, sintetizadores, vibrafone, piano, backing vocals, percussão), Robby Steinhardt (violinos, vocal principal em 6, 8  e 10, violinos, viola, backing vocals), Kerry Livgren (guitarra, violões, sintetizadores, piano, percussão), Rich Williams (guitarra, violões) Phil Ehart (bateria, tímpano, sinos tubulares, percussão adicional), Dave Hope (baixo)

1. Point of Know Return
2. Paradox
3. The Spider
4. Portrait (He Knew)
5. Closet Chronicles
6. Lightning's Hand
7. Dust in the Wind
8. Sparks of the Tempest
9. Nobody's Home
10. Hopelessly Human

Dave Matthews Band - Europe 2009 [2010]

No atual mercado fonográfico, a Dave Matthews Band certamente é a principal representante entre as bandas que se arriscam a fugir da formação básica de baixo, guitarra e bateria, adicionando instrumentos de sopro e o violino e criando um som moderno, diferenciado e muito bom de se ouvir. Europe 2009 foi lançado durante a turnê de Big Whiskey and the GrooGrux King (2009), álbum gravado sob um clima de tristeza e agonia por conta da morte de um dos principais músicos do grupo, o saxofonista LeRoi Moore. A turnê trouxe muita emoção, e Europe 2009 - lançado em CD triplo + DVD - é uma excelente coletânea que serve para ver por que o grupo conquistou uma legião tão grande de admiradores. Dentre os inúmeros destaques, o violino de Boyd Tinsley é um deles, principalmente nos petardos certeiros de "Don't Drink the Water" e "The Dreaming Tree", as clássicas "Funny the Way It Is" e "Crash Into Me", mas principalmente nas explorações improvisicionais das longas "You Might Die Trying",  "Lying in the Hands of God", "Jimi Thing", "Ants Marching", "Two Step", e a melhor de todas as canções da DMB, "#41", uma fusão perfeita de jazz, soul, groove e muito sentimento. Para ouvir e aprender sobre os novos (nem tão novos assim) bons sons de uma das melhores bandas da atualidade, agradando aos jovens e aos saudosistas sem nenhum esforço.

Dave Matthews (violão,  vocais), Stefan Lessard (baixo), Boyd Tinsley (violinos, backing vocals), Carter Beauford (bateria, percussão, backing vocals)

Músicos adicionais

Jeff Coffin (saxofone)
Tim Reynolds (guitarras)
Rashawn Ross (trompete)

1. Don't Drink the Water
2. Shake Me Like a Monkey
3. You Might Die Tryig
4. Seven
5. Funny the Way It Is
6. So Damn Lucky
7. Everyday
8. Crash into Me
9. #41
10. Spaceman
11. Corn Bread
12. Lying in the Hands of God
13. Jimi Thing
14. Why I Am
15. The Dreaming Tree
16. Alligator Pie
17. Ants Marching
18. Gravedigger
19. Dive In
20. Two Step
21. Rye Whiskey
22. Pantala Naga Pampa
23. Rapunzel

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Maravilhas do Mundo Prog: Curved Air - Vivaldi [1970]




A influência da música clássica no rock progressivo é um dos principais fatores quando os especialistas resolvem definir o estilo. Tanto os arranjos quanto a complexidade e melodias advindas dos grandes clássicos dos séculos XV, XVI,  XVII e XVIII servem para ilustrar como os músicos de diversos grupos do rock progressivo (alguns até com formação erudita) traçavam e construíam suas canções, arranjos e as famosas suítes progressivas.

Um grupo que se utilizou bastante da influência clássica foi o britânico Curved Air. Fundado em 1970, após a dissolução do grupo Sisyphus, ele tem suas origens dois anos antes, quando o baterista Florian Pilkington-Miksa e o baixista Rob Martin foram apresentados ao virtuoso guitarrista Francis Monkman. Monkman estudava na Royal Academy of Music, e, além de ser um perito na guitarra, conhecia bastante de eletrônica, o que auxiliaria o Curved Air a se tornar um dos principais nomes no uso de efeitos em suas canções. Monkman também tocava com extrema perfeição piano, órgão, violão clássico, mellotron e acordeão, além de ser um dos poucos a saber domar o sintetizador VCS.

Florian Pilkington-Miksa, Ian Eyre, Sonja Kristina, Darryl Way e Francis Monkman (1971)
Monkman formou com a dupla o grupo Sisyphus, e o trio passou a fazer pequenos shows, tocando covers de grupos como Cream, Yardbirds e Rolling Stones. Em uma loja de discos de Londres, Monkman conheceu Darryl Way. Way era um promissor violinista, que estava se formando na Royal College of Music. A paixão pela música clássica e pela psicodelia levou os dois a passarem dias ouvindo canções e suítes longas, culminando com a entrada de Darryl para o Sisyphus.

Darryl ainda levou com ele o amigo  pianista Nick Simon, e assim, o Sisyphus passou a contar com Florian, Rob, Nick, Darryl e Monkman. Simon não durou muito tempo no grupo, com Monkman acabando por assumir também os teclados. Porém, a saída de Simon alterou o nome da banda. Como estavam insatisfeitos com o que estavam usando, uma pesquisa foi feita. Então, Monkman sugeriu Curved Air, inspirado pela composição "A Rainbow in Curved Air", de Terry Riley.

Surgia assim, no início de 1970, um dos principais grupos do rock britânico, que apesar de não ter feito tanto sucesso quanto seus co-irmãos Yes, Pink Floyd, King Crimson e Genesis, batalhou palmo a palmo com o Van der Graaf Generator e o Gentle Giant por seu espaço entre as mais inovadoras bandas do estilo.

Sonja Kristina (1970)

Ainda em 1970, a linda vocalista Sonja Kristina estava apresentando a peça "Hair" em Londres. Nascida em 14 de abril de 1949 na cidade de Brentwood, Inglaterra, a primeira aparição de Sonja nos palcos foi no Swan Folk Club, em Romford, quando ela tinha apenas 13 anos. Sua beleza incomparável acabou chamando a atenção de diversos empresários quando ela atingiu 17 anos, após uma série de apresentações em festivais de música Folk, com destaque para sua primeira apresentação profissional no Folk Festival, em Southgate.

Sonja virou uma espécie de Xuxa, comandando o programa para crianças "Song and Story", enquanto continuava tocando suas canções folk em clubes como o Troubador, ao mesmo tempo que ingressava na New College of Speech and Drama para aprender composição e também interpretação. 

Uma das primeiras apresentações do Curved Air
Em 68, Sonja recebeu o papel de Crissy para o musical "Hair", onde ela aparecia interpretando a canção "Frank Mills", que virou um single de relativo sucesso. Hair estava sendo produzido por Galt McDermott, o qual produzia uma segunda peça, "Who the Murderer Was". As apresentações da cantora nessas peças chamaram a atenção de muitos empresários tanto pela beleza quanto pela voz singular de Sonja, entre eles, Mark Hanau, um empresário que já mostrava suas asas para o Curved Air.

Mark sugeriu uma audição com Sonja, que não precisou mais de cinco minutos para entrar no grupo. Formava-se assim a primeira formação, com Sonja Kristina (vocais), Darryl Way (violino, voz), Francis Monkman (guitarra, órgão, piano, mellotron, efeitos, VCS sintetizador), Robert Martin (baixo) e Florian Pilkington-Miksa (bateria).

Não demorou para o grupo ser contratado, e isso foi feito através da Warner Brothers, tornando-os um dos primeiros grupos do gênero a assinar com a gravadora. No mesmo ano, em julho, lançaram o primeiro álbum, Air Conditioning, trazendo uma sonoridade moderna para o rock progressivo (que já era moderno na época), com canções trabalhadas em cima de muitos efeitos e também do talento individual de Darryl, Monkman e Sonja, como podemos conferir em "It Happened Today", "Situations", "Propositions" e a nossa maravilha, "Vivaldi".

Darryl Way

Construída pela cabeça de Darryl, "Vivaldi" é uma homenagem ao famoso compositor veneziano, apresentando riffs e melodias que relembram canções clássicas compostas por Vivaldi, com ênfase na suíte "Le Quattro Staglione" (As Quatro Estações), composta em 1723.

A canção abre com as notas do violino de Darryl nos remetendo a trechos das "Quatro Estações". O baixo faz uma marcação para Francis executar um curto tema na guitarra. A entrada da bateria, rufando velozmente, apresenta o bonito tema central do violino, acompanhado pelos acordes de guitarra e do estardalhaço sonoro que Miksa está fazendo, destruindo pratos, caixa e bumbo com batidas velozes e furiosas, até Darryl ficar sozinho.

Aqui, uma imensa viagem instrumental começa, com Darryl esbanjando talento em uma complicada sessão onde, sozinho, ele começa a tocar lentamente uma linda melodia, e encantando aos ouvintes, essa melodia cresce em velocidade, chegando no momento de tensão, onde os acordes do violino estão quase que em uma nova dimensão com os sensacionais arpejos e vibratos que estão sendo executados com perfeição por Way.

Francis Monkman pilotando sua parafernália eletrônica

Batidas do arco nas costas do violino, nas cordas e também na mão do instrumento, geram um ritmo marcial, que aumenta a velocidade até um nível ensurdecedor, tamanho o barulho gerado pela fricção do arco nas cordas do instrumento, que está carregado de efeitos. Repentinamente, a canção para.

Voltamos então para o tema inicial da guitarra, levando ao final dessa maravilha com a repetição do tema central do violino, acompanhado agora por viradas de Miksa e com o mesmo ritmo feito por guitarra e baixo, encerrando com acordes marcados de violino e guitarra.

"Vivaldi" teve ainda duas sequências: uma no próprio Air Conditioning, intitulada "Vivaldi with Cannons", onde o tema central do violino é acompanhado por tiros de canhões, eletrônicos e muitos efeitos, em uma rápida vinheta de pouco mais de um minuto que encerra o lado B. Já "Extra-Vivaldi", lançada em Phantasmagoria (1972), apresenta o tema principal do violino feito apenas por um sintetizador, que vai aumentando o volume até o infinito, como vários outros grupos progressivos gostavam de fazer na época.

DVD com apresentações raras, incluindo "Vivaldi"

Apesar de não contar com os vocais de Sonja Kristina na versão de estúdio, ela participava da canção quando a mesma era interpretada, já que uma nova parte era acrescentada a fim de que Sonja fizesse vocalizações e mostrasse que mesmo uma mulher linda como ela pode cantar com uma voz assustadoramente gutural. Além disso, as versões ao vivo poderiam se estender tanto quanto fosse a capacidade de criação de Way e Francis, chegando fácil a mais de 20 minutos.

No álbum Curved Air Live (1975) temos uma pequena amostra do que o grupo fazia, com a canção atingindo quase dez minutos (na original são sete). Porém, é na apresentação no famoso programa Beat Club que podemos constatar toda a insanidade criada por Darryl e Francis, com o primeiro fazendo estripulias no violino enquanto Francis delira com eletrônicos, tendo na imagem da TV peixes e outros atributos psicodélicos, em uma longa improvisação de quase 15 minutos, que ainda conta com a beleza de Sonja fazendo os vocais, trajada em uma elegante e sensual roupa preta.

Curved Air em 1976: Tony Reeves, Mick Jaques, Sonja Cristina, Stewart Copeland e Darryl Way

A carreira do Curved Air seguiu por caminhos de muitas experimentações e de não tanto sucesso. Second Album (1971) e Phantasmagoria (1972) estão no mesmo nível que o álbum de estreia, sendo que Phantasmagoria inclui pelo menos outras duas maravilhas: "Marie Antoinette" e a épica suíte "Phantasmagoria", que ocupa todo o lado B. O grupo fechou as portas em 1976 após diversas mudanças de formação, com cada integrante seguindo carreira solo, destacando a participação de Monkman no grupo Sky e de Darryl no grupo Wolf.

Depois de muitos anos, voltaram na década de 90 para alguns shows, e agora, nos anos 2000, uma nova união ocorreu, com a perspectiva de que possam realizar um novo trabalho, apresentando nos shows canções maravilhosas como "Vivaldi".

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Podcast Collector's Room #35



Este podcast era para ter ido ao ar na última semana do mês de setembro de 2010, mas por diversos problemas, saiu somente no twitter da Collector's Room em dezembro de 2010.

O podcast da Collectors Room dessa semana irá apresentar canções voltadas para a musicalidade acústica. Canções suaves, para começar a semana de forma leve e tranquila, com um bloco especial apresentando umas das bandas mais pesadas da história. Ouça em volume moderado e saboreie cada segundo.



Allman Brothers - "Melissa"
Álbum: An Evening With Allman Brothers Vol. I (1992)

Curved Air - "Melinda (More or Less)"
Álbum: Phantasmagoria (1972)


Moody Blues - "Nights In With Satan"
Álbum: Live at Isle Of Wight 1970 (2008)


Beach Boys - "Don't Talk (Put Your Hand On My Shoulders)"
Álbum: Pet Sessions (1966)


Rolling Stones - "Wild Horses"
Álbum: Sticky Fingers (1971)


Los Hermanos - "Dois Barcos"
Álbum: 4 (2005)


Mutantes - "Você Sabe"
Álbum: O A E O Z (1992)


Ney Matogrosso - "Basta de Clamares Inocência"
Álbum: Interpreta Cartola Ao Vivo (2003)


Fernando Pacheco - "Progressivo L2 Sul"
Álbum: Himalaia (1987)


Márcio Rocha - "Desolation of Fools"
Álbum: Juno (2000)


Bacamarte - "Portais"
Álbum: Sete Cidades (1999)


Led Zeppelin - "The Rain Song"
Álbum: Houses Of The Holy (1973)


Led Zeppelin - "Going To California"
Álbum: IV (1971)


Led Zeppelin - "That's The Way"
Álbum: III (1970)

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...