Uma das mais furiosas e pesadas bandas que já ouvi na minha vida. Caraca, sabe quando algo te pega pelo pé e não desgruda mais? Na época eu tinha apenas 8 anos, meu irmão mais velho estudava na cidade de Pelotas e lá desenvolvia sua cultura musical (até então formada por A-ha, Legião Urbana, Tears For Fears, entre outras coisas oitentistas) adquirindo k7s de bandas como Iron Maiden, Sepultura e Slayer.
Dentre esses k7s chegou nas mãos dele um com uma capa amarela, cheia de coqueiros e contando no lado A com algumas músicas do ... And Justice For All do Metallica e do outro lado uma barulheira infernal que não agradou meu irmão, mas que grudou em mim como chiclete no casaco. Óbvio, para quem tinha 8 anos, estava viciado em Led Zeppelin e Pink Floyd, aquilo foi um choque. Pauleira do início ao fim, solos rápidos de guitarra, uma voz demoníaca. Enfim, o Possessed surgiu para mim como um diabo pedindo sua alma, e eu vendi a minha por uma simples cópia daquele k7 (por favor, não confundir com o Possessed dos anos setenta, e que lançou o fantástico álbum Exploration de 1971. Isso é material para outra edição).
Formada em 1983 na Bay Area californiana, de onde também vieram Slayer, Exodus e Testament, o Possessed levou ao extremo o que o Venom já vinha pregando em álbuns como At War With Satan e Welcome to Hell. Ao lado do Slayer, o Possessed sagrou-se como uma das principais bandas no cenário thrash/death metal, arrebanhando fãs de diversas gerações e, principalmente, lançando ótimos trabalhos em uma curta carreira.
O início do Possessed é um tanto quanto conturbado. No final dos anos setenta os garotos Mike Torrao (guitarra), Mike Sus (bateria) e Barry Fisk (voz) tocavam nas garagens de San Francisco, sendo que o som variava entre clássicos como Black Sabbath e até mesmo influências da NWOBHM. Diversos colegas e amigos passaram a tocar com o trio, mas nunca com uma formação fixa, até que no final de 1983, sem nenhuma explicação, Barry Fisk cometeu suicídio.
Torrao e Sus ficaram muito abalados com a morte do amigo, mas seguiram seus ensaios, chamando para substituir Fisk o vocalista da banda Blizzard, Jeff Becerra, que assumiu os vocais e o baixo e deu uma nova sonoridade para a banda, juntamente com a chegada de um segundo guitarrista, Brian Montana. Nos ensaios começaram a surgir sons cada vez mais demoníacos, influenciados principalmente pelo que o Venom estava fazendo. A banda já estava decidida a fazer um som para apavorar os ouvintes, além de abusar de blasfêmias, satanismo e muita loucura. Diversos nomes surgiram, até que Torrao sugeriu Possessed e, assim, o quarteto estava batizado.
Começam então a ensaiar e participar de shows, sendo que tornam-se a banda de abertura do Exodus em diversas ocasiões. Conseguem uma grana e em 1984 lançam sua primeira demo, chamada simplesmente Death Metal, a qual trazia três macabras músicas que se tornaram épicas na história do Possessed: "Death Metal", "Evil Warriors" e "Burning in Hell". Na mesma sessão gravaram "Fallen Angel", que não foi lançada na versão original da demo.
Com o k7 na mão e fazendo diversos shows, logo chegam aos ouvidos do cabeça da Metal Blade Records, Brian Slagel, que convidou os garotos a participar da compilação Metal Massacre. Sem muita resistência, o Possessed gravou "Swing of the Axe", que foi a faixa de abertura da coletânea Metal Massacre VI. Após o lançamento de "Swing of the Axe", Montana foi despedido devido à problemas musicais, sendo substituído pelo também ex-Blizzard Larry Lalonde, formando então a clássica fase do grupo.
Com Lalonde a banda ganhou ainda mais em velocidade, sendo que agora já faziam shows como atração principal pela região da Bay Area. Participam de mais uma compilação, Speed Kills I (1985), com a música "Pentagram", e assinam um contrato com a Combat Records.
Pouco antes do halloween de 1985 lançam seu primeiro álbum, o chocante Seven Churches (o qual era o que estava registrado no tal k7 que falei no início). Um álbum genial e assustador, a começar pela capa, totalmente negra, com uma cruz invertida em branco e com as letras da banda ardendo em fogo e escritas em alto relevo, sendo que do P sai um longo rabo de diabo.
Cercado de clássicos do death metal, o disco abre com a vinheta de "The Exorcist", de Mike Oldfield, que foi tocada nos teclados pelo produtor da banda, Randy Burns, dando espaço para a pauleira "The Exorcist", do Possessed, como se dissessem "ISSO é uma música sobre exorcismo!". As guitarras tomam contam das caixas de som, com a bateria quebrando tudo em um death super rápido. Os vocais de Becerra são sujos, na mesma linha de Cronos (Venom), e os riffs de guitarra, além de muito sujos, são rápidos e de dar medo. Temos o primeiro tema característico da canção, um riff que ficou para o death metal assim como o riff de "Paranoid" do Black Sabbath entrou para a história do heavy. Um hino do thrash/death, venerado e amado por todos os seguidores do estilo.
O diabo em pessoa executa as palavras iniciais da poderosa "Pentagram". Cheia de quebradas e mudanças de tempo, o destaque vai para as linhas de baixo e guitarra, com muito peso e variações. Além disso, os solos de guitarra também apresentam variações na melodia, mostrando que o Possessed não fazia só barulho, mas também tinha uma linha instrumental excelente.
A insana guitarra de Torrao marca o riff de "Burning in Hell", mais uma paulada de quebrar o pescoço. De novo o Possessed mostra suas garras em partes trabalhadas e quebradas.
Os solos de guitarra são velozes demais, levando a uma parte mais pesada (acho que o Slayer se inspirou nessa passagem quando fez o álbum South of Heaven). A voz de Becerra parece sair das profundezas do inferno, e com a pauleira pegando novamente no encerramento da faixa.
Para quem pensa que vai descansar, "Evil Warriors" mantém a insanidade dos riffs velozes. A bateria rufa como martelos na cabeça, e Becerra está cada vez mais alucinado em frases como "Enslaved in forever torment, blood drips from your eyes". Mais uma grande canção do thrash/death, com muito trabalho da cozinha baixo/bateria.
O lado A encerra com outro clássico, a inquestionável "Seven Churches". Para mim uma das melhores faixas no estilo, com uma baita riff de introdução. A voz de Becerra está suja demais, agonizante nas caixas de som, e a linha de guitarras contruída por Torrao e Lalonde é de tirar o fôlego. A sequência de notas no meio da faixa é incrivelmente rápida, e Becerra mostra que, além de um grande vocalista, é um baita baixista, pois acompanhar a velocidade das guitarras é algo muito complicado. Nos solos, Torrao e Lalonde humilham as alavancas, destruindo as cordas em acordes agudos, com Becerra gritando ao mundo "Sacrifice to the sky, terror strikes, you will die".
Depois de recuperar o pescoço, o lado B te leva a curvar-se perante o som do Possessed, começando com a fantástica "Satan's Curse", com a sua inconfundível introdução que é levada durante toda a faixa. A sequência de solos entre Lalonde e Torrao, com direito a mais um solo de Torrao, é cheia de palhetadas furiosas e muitas alavancas, retomando a pauleira inicial.
"Holy Hell" é capaz de levantar os demônios sob a Terra. A entrada cheia de pegada da bateria e do baixo trazem os riffs sujos de Torrao e Lalonde, num ritmo mais cadenciado, onde os dois bumbos de Sus comandam toda a destruição em frases como "Satan's child, he is born and to death he is sworn". A capacidade de criar riffs da dupla Torrao/Lalonde é incrível, mostrando que o death metal não precisa ser somente levado como uma sequência de acordes e muita distorção. E com certeza, os riffs de "Holy Hell" estão entre os melhores da dupla.
O melhor ainda está para vir, com "Twisted Minds", para mim a melhor canção do Possessed. A introdução somente com a guitarra é divina, e os vocais de Becerra, com gritos mais que guturais entoando "revenge" me transformaram em um grande fã da banda.
Essa foi a segunda música que ouvi da banda "(a primeira foi "The Exorcist") e até hoje eu agito muito quando ouço as variações de baixo e guitarra que o trio encaixou no meio dela. A levada pesada de "Burning in Hell" aparece no primeiro solo de Torrao, devolvendo a pauleira da letra como uma raquetada quebra-saque. Além disso, os dois bumbos no segundo de Torrao são de fazer inveja, e claro, o peso que o Possessed emprega ali realmente não tem como não se ajoelhar.
Por fim, duas músicas da fase inicial. A brutal "Fallen Angel", com os sinos de igreja acompanhando os riffs de guitarra na introdução e com uma velocidade única, e outro grande clássico, que deu nome a um novo estilo dentro do metal, "Death Metal", com a incrível entrada de Sus. Aliás, Sus é o destaque nessa faixa, mandando ver nos dois bumbos e na levada da caixa. Clássico único, com um refrão inconfundível, cantado até os dias de hoje por todas as gerações de apreciadores do estilo. As guitarras estão bestiais, e o pique de Becerra vomitando a letra entre as viradas de baixo e bateria é de assustar. Um clássico dos infernos!
Como li uma vez em uma determinada resenha, Seven Churches não é para principiantes, apesar de eu ter sido um a ter entrado na iniciação do metal através desse demoníaco álbum. A partir dele, o nome Possessed virou símbolo de bestialiadade, satanismo e, principalmente, de fúria, tanto no palco quanto no som. A banda causou um verdadeiro rebuliço na cena metal, consolidando o death metal como um novo gênero musical.
O nome Seven Churches se deu como um tributo as Sete Igrejas do Apocalipse (também conhecidas como Sete Congregações da Revelação), Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia, as quais são citadas no Apocalipse da Bíblia como as sete igrejas (congregações) da Ásia Menor que devem se arrepender de seus pecados para poderem entrar no paraíso após o Apocalipse.
A banda partiu para uma longa excursão nos EUA, começando um novo trabalho e também buscando novas sonoridades, já que estavam sendo banidos de diversos locais justamente pela imagem satânica que carregavam. São atração principal na compilação Bullets Vol I (1986), tocando "Phantasm", e com os novos sons, desta vez exatamente no halloween de 1986, lançam Beyond the Gates.
O som já não era tão rápido, soando até um pouco comercial, o que acabou com a banda recebendo fortes críticas tanto da impensa como dos fãs. Mesmo assim é um excelente trabalho, e hoje tem seu reconhecimento através de inúmeras listas de melhores álbuns do death metal em todos os tempos.
O disco abre com a dupla "Intro/The Heretic", onde o tema inicial é uma bela composição aos sons de teclados e com uma cadência leve do baixo e da bateria, para a pauleira comer solta em "The Heretic". A velocidade e a agressividade estão presentes, bem como as letras cuspidas de Becerra. A linha de guitarras trabalhadas também é apresentada, com Lalonde e Torrao mandando ver em solos inspirados. Mesmo assim o som é diferente, lembrando mais o Metallica de Kill 'Em All do que o próprio Seven Churches. Sus destrói sua bateria no final da faixa, e o Possessed seguia ativo e feroz.
Em "Tribulation" a voz de Becerra está mas suja ainda, e essa sim poderia estra tranquilamente em Seven Churches, principalmente pela enrolada e complicada parte instrumental, onde guitarra, baixo e bateria embolam-se em um som horripilante. O peso aparece no refrão, com muitas palhetadas abafadas, que seguem até os solos de Becerra e Lalonde, onde aí sim a pauleira pega mesmo, numa sessão instrumental muito boa.
As palhetadas comandam "March to Die" como um cachorro rosnando atrás de um gato. O refrão é outro daqueles grudentos, fazendo desta uma das melhores músicas do álbum. "Phantasm", essa uma canção mais hard, mas com muito peso, traz riffs matadores, com uma levada bestial e uma sequência de solos excelente, interceptada pelas viradas de bateria de Sus. No final, um lindo dedilhado somente na guitarra encerra em um clima leve esse pesadíssimo lado.
A longa "No Will to Live" abre o Lado B. Uma pedrada para relembrar Seven Churches. A bateria de Sus está mais rápida do que nunca, e as palhetadas de Lalonde e Torrao estão cada vez melhores. Os riffs complicados aparecem no meio da canção, e é muito difícil entender como eles conseguem acertar os tempos de cada nota. O ritmo muda, ganhando ainda mais velocidade, com explosões ao fundo enquanto Becerra agoniza nos microfones. O uso das alavancas é de arrepiar, parecendo que estamos em um apocalipse, com Becerra gritando muito e as palhetadas comendo soltas. Os solos não são rápidos, mas mesmo assim a melodia das guitarras é sensacional. Grande faixa!
A pesadona "Beyond the Gates" diminui a insanidade veloz de "No Will to Live", mas mesmo assim não dá pra descansar o pescoço. Os riffs de Lalonde e Torrao estão no mesmo nível dos criados por Kerry King e Jeff Hanneman, mostrando que mesmo o disco não sendo um Seven Churches é um grande álbum, com certeza. Ainda temos direito a uma pauleira da bateria, abafada por riffs absurdamente rápidos.
Os acordes de "The Beasts of the Apocalypse" soam como abelhas africanas em busca do mel. Porém, a levada é bem cadenciada, com muito peso e solos rasgadíssimos. "Seance" é outra paulada, com um grito infernal de Becerra e com uma sessão instrumental tri pesada. Por fim, a dupla "Restless Dead/Dog Fight" encerra o segundo álbum do Possessed de forma sublime, com muito peso, pancadaria e, principalmente, guitarras destorcidas e alucinação geral. A entrada triunfal da bateria de Sus é irreproduzível, com Lalonde, Torrao e Becerra mandando ver nas cordas. "Dog Fight" é apenas uma vinheta instrumental com muito peso, onde Torrao e Lalonde duelam suas guitarras entre palhetadas, bends, alavancas e muito sustain.
O destaque também deve ser dado para a bela capa dupla lançada originalmente, onde os portões abriam exatamente no meio (assim como a capa original de Brain Salad Surgery do ELP), expondo uma grande ilustração onde criaturas demoníacas voavam em um deserto montanhoso (seria o inferno??). Óbvio que essa versão custa muitas carnes de picanha quando encontrada.
A banda saiu em turnê durante todo o ano de 1987, e no final do mesmo ano lançam o EP The Eyes of Horror. Contendo apenas cinco músicas, esse EP acabou por finalizar os trabalhos do Possessed com sua formação clássica, mesclando a sonoridade de seus antecessores e abrindo com a paulada "Confessant", que é muito parecida com as canções de Beyond the Gates, contendo um excelente trabalho de guitarras.
Segue a pesada "My Belief", outra que poderia ter sido encontrada no South of Heaven, e que tem uma incrível sessão onde a velocidade é da fase inicial, com muitos arpejos e palhetadas. Por fim, o lado A encerra com a faixa-título, onde Becerra canta quase chorando. Essa sim uma verdadeira paulada, com um refrão super pesado e com muitos riffs grudentos.
O lado B abre com "The Swing of the Axe", na mesma versão lançada na coletânea Metal Massacre. Para mim é a melhor do EP, não só por ser da fase inicial, mas por ser muito veloz, com Becerra cantando e tocando muito. Rápidas variações nas notas e um refrão tão pesado quanto um brontossauro são pouco perto do que Torrao e Lalonde fazem nas guitarras. Realmente infernal.
"Storm in My Mind" encerra o EP com uma longa introdução instrumental, onde Torrao manda ver em um solo cheio de tappings, alavancas e bends. Uma grande faixa, com muito peso, onde as guitarras novamente são a principal atração. A pauleira come solta, alternando entre momentos cadenciados e outros velozes, nessa que é uma das melhores composições feitas pela banda.
Após o lançamento de The Eyes of Horror, Sus, Lalonde e Becerra decidem sair, alegando pouco tempo para se dedicar à família e querendo deixar a imagem satânica que haviam criado. Torrao continuou por algum tempo compondo e escrevendo músicas sob o nome Possessed, primeiramente ao lado de Chris Stolle (bateria), Dave Couch (guitarra) e Bob Yost (baixo). No halloween de 1991 lançou a rara Demo 1991, contando na formação com Torrao, Yost, Mark Strausberg (guitarra) e Walter Ryan (bateria), interpretando as canções "The Martyr's Wake" e "The Seventh Sign".
Em 1992 saiu a primeira coletânea da banda, chamada Victims of Death, e em 1993 sai Demo 1993, contando agora com Torrao, Mike Hollman (guitarra), Walter Ryan (bateria) e Paul Berry (baixo), onde as canções são "The Seventh Sign", "Last Ritual" e "Human Extermination". Após essas tentativas, o grupo foi encerrado definitivamente.
Lalonde foi fazer carreira ao lado do Blind Illusion, lançando em 1988 o álbum The Sane Asylum, e em 1989 juntou-se a Les Claypool no Primus, onde obteve um relativo sucesso. Mike Sus formou-se em psicologia e hoje trabalha auxiliando viciados a se recuperar das drogas.
Becerra foi vítima de um assalto em 1989, onde levou dois tiros de uns drogados que o deixaram paralítico da cintura para baixo, o primeiro entrando no peito acima do mamilo e alojando-se na espinha e o segundo acertando e arrancando a ponta do dedo anelar de Becerra, que escapou da morte quando o bandido colocou a arma na cabeça do vocalista e, por sorte, a arma acabou travando. Após o incidente voltou a cursar a faculdade e se formou em Artes, além de graduar-se em Estudos do Trabalho pela San Francisco State University.
Em 2003 chegava ao mercado Resurrection, trazendo músicas gravadas durante um ensaio de 1984 e mais uma nova composição criada por Becerra, e em 2004 o primeiro álbum ao vivo, Agony in Paradise, o qual traz um show gravado em 26 de janeiro de 1987.
Também nesse ano Becerra participou do tributo Sevens Gates of Horror: A Tribute to Possessed, lançado pela gravadora Karmageddon Media e com nomes de peso como Cannibal Corpse, Vader, Diabolic, Absu, entre outros, interpretando clássicos da banda. Em 2006, mais precisamente no dia 6/6/6, sai o EP colorido de 7 polegadas Ashes From Hell em uma tiragem limitada de 1.000 cópias (eu tenho a minha!) contendo "The Exorcist", "Confessions", "Death Metal" e Burning in Hell", as duas últimas em uma rara versão ao vivo gravada em 07 de setembro de 1985 no Ruthies Inn da Califórnia.
Em 2007 Becerra retomou os trabalhos com o Possessed ao lado do pessoal da banda Sadistic Intent, Ernesto Bueno (guitarra), Rick Cortez (guitarra), Bay Cortez (baixo) e Emilio Marquez (bateria), virando atração principal do Wacked Open Air na Alemanha, onde a banda tocou para mais de 60.000 pessoas. Em julho de 2008 o Brasil recebia a nova formação do Possessed, tocando nas cidades de São Paulo, no festival Death Metal Festival Tour Brasil, em Recife, Curitiba e Belo Horizonte, onde sacudiram as cabeças de muita gente.
Porém, após os shows no Brasil, durante a passagem pela Noruega, a banda cancelou sua aparição no festival Way of Darkness III, que aconteceria entre 02 e 04 de outubro daquele ano na Alemanha, devido a problemas de saúde com Becerra, os quais foram causados pelo fato de escarras em ferimentos na pele de doentes obrigados a ficar em uma mesma posição, no caso de Becerra, sentado. Por mais ridículo que pareça, Becerra sofreu discriminação em Paris, onde não foi atendido pelos médicos, que se recusaram a tratar de um norte-americano em estado grave. Hoje ele está melhor, mas nada se sabe quanto ao futuro da banda.
Depois do Possessed eu viria a conhecer Slayer, Obituary, Carcass, Deicide, Vader, Burzum, mas de todas somente o Slayer conseguiu ter-me um afago, já que as outras, apesar de muito boas, não tinham a originalidade que o Possessed me atormentou quando guri, onde eu via a luz e desejava não ser queimado, pedindo para salvar minha alma e deixar-me somente vivo, ouvindo aqueles sons gerados pelas encarnações do coisa ruim.
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