Os Jetsons e o carro-voador |
Por Mairon Machado (Publicado originalmente no blog Crônicas da Ciência)
Nas décadas de 60 e 80, as crianças e jovens do mundo inteiro tiveram o privilégio de admirar um desenho chamado The Jetsons. Nele, o futuro da humanidade era retratado a partir do cotidiano de uma família, chamada Jetsons. Esse futuro era composto por cidades flutuantes, robôs falantes, aparelhos eletro-eletrônicos com mil e uma funcionalidade, teletransporte e, talvez o mais marcante, carros voadores.
Ainda nos anos 80, a série de filmes Back to the Future (De volta para o futuro) fazia o personagem Marty McFly (do ator Michael James Fox) viajar pelo tempo através do carro-voador DeLorean DMC-12, criado pelo cientista Emmett Brown, com os fatos ocorrendo no ano de 1985.
Martin McFly, Dr. Brown e o Delorean |
Pouco antes, na vida real, em 1983, outro grande clássico do cinema, Blade Runner, mostrava ao mundo carros híbridos, que podiam voar ou andar no solo, que principalmente, levava o persongem principal do filme, estrelado por Harrison Ford, para distintos lugares, em uma Los Angeles durante o ano de 2019. Jogos de video-game, como F-Zero, Bike Races from Mars e Rock 'n' Roll Racing, também exploraram carros flutuantes.
As incríveis viagens de McFly com o DeLorean, assim como os Jetsons, Blade Runner e os jogos de video-game citados, estimulavam a imaginação das crianças e dos adultos, pensando em ser possível relmente que um dia, a humanidade pudesse ter carros voadores, sem tanto consumo de energia ou poluição.
Os carros voadores de Rock n Roll Racing |
Os avanços tecnológicos recentes parecem levar cada vez mais para isso. Pesquisadores da Associação dos Centros de Ciência e Tecnologia (www.astc.org) divulgaram um vídeo que está fazendo sucesso na internet, mostrando como um pequeno objeto pode flutuar mesmo estando em movimento, explicando como o objeto faz curvas e permanece flutuando mesmo estando de cabeça para baixo. Esse experimento foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Tel-Aviv, em Israel.
O principal princípio físico envolvido nesse processo é a levitação quântica. O experimento consiste na utilização de camadas extremamente finas de cristais de safira, chamados de supercondutores), com aproximadamente 1 milímetro de espessura, é revestido por películas de ouro. Esse conjunto de materiais é envolto em um plástico resistente e mergulhado em nitrogênio líquido. Depois de resfriado, se um campo magnético for lançado sobre o objeto, ele irá penetrar no supercondutor na forma de tubos de fluxo discreto. O supercondutor acaba reagindo fortemente a esse camnpo magnético, com um campo inverso que faz com que o mesmo levite. Em contato com um trilho magnético, ao entrar em movimento, o próprio campo magnético permite que o objeto avance, sem nenhuma outra força externa agir sobre ele.
Outro belo vídeo do exemplo da levitação quântica pode ser encontrado nesse site, que explica com mais detalhes o experimento do vídeo mais famoso.
Será que estamos entrando em um novo mundo? Claro que atualmente, a possibilidade de construção de grandes trilhos de ímãs e o resfriamento necessário para esfriar os carros com nitrogênio demandaria custos elevados, mas quem sabe, nas próximas décadas, possamos estar vendo carros passando sobre as nossa cabeças.
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