sábado, 1 de junho de 2013

Consultoria do Rock Apresenta: A Psicodelia Californiana (Parte II)

O Consultoria do Rock Apresenta desse mês continua mostrando alguns dos principais nomes da Psicodelia Californiana no final da década de 60. Esse segundo programa especial concentra-se em nomes individuais de extrema relevância, e que consolidaram a Psicodelia para uma geração pós-Monterey e pré-Woodstock, e diferente das bandas da Primeira Geração, seguiram carreira pelos anos 70 e até os anos 80, mas sem a mesma acidez que em suas origens.

Apresentamos por tanto as bandas da Segunda Geração da Psicodelia Californiana.

Para ouvir e assistir, clique aqui!

01. "Wowie Zowie" - The Mothers of Invention: liderados por um dos maiores gênios da música em todos os tempos, o guitarrista, vocalista e maestro Frank Zappa, as "Mães da Invenção" apareceram ao mundo em 1966, com o assustador álbum Freak Out. O primeiro disco duplo da história apresenta muita ironia e críticas à sociedade americana, e como diz seu nome, convida o ouvinte para enlouquecer-se com uma mistura de blues, jazz, be-bop, beat rock, valsa e diversos outros estilos, além de muita experimentação sonora. Esta canção abre o Lado B do vinil, e é uma pequena amostra da sátira-rock que Zappa e seus capangas poderiam construir. Um Pluteus salicinus para aperitivo na nossa degustação de cogumelos ácidos.

02. "Plastic People" - The Mothers of Invention: a acidez lírica de Frank Zappa surge com mais força no segundo álbum da Mothers. Absolutely Free foi lançado em 1967, e é um disco muito mais trabalhado do que seu antecessor, principalmente pela presença marcante da crítica feita com humor. "Plastic People" é um Psilocybe zapotecorum que abre o álbum atingindo em cheio os governantes e a população que aceita corrupção, roubos e sacanagem política sem nenhuma contestação ou manifesto. Zappa ampliou esse conceito nos demais discos de sua carreira, ora com a Mothers ora em carreira solo, revelando ao mundo nomes como Steve Vai, Adrian Belew, Terry Bozzio, Geroge Duke e muitos outros.

03. "Electricity" - Captain Beefheart & His Magic Band: Don Van Vliet foi, ao lado de Zappa, um músico genial e inovador. Com sua Magic Band, o vocalista ficou conhecico como Captain Beefheart, e implementou diversas experimentações na psicodélica cena da Califória, regada por viagens alucinantes em canções curtas, mas muito engenhosas. "Electricity" encerra o Lado A de Safe as a Milk (1967) como um Conocybe tenera, sendo este álbum a estreia do grupo, e um dos essenciais álbuns para se conhecer o Som da Califórnia.

04. "Kandy Korn" - Captain Beefheart & His Magic Band: As viagens aumentam no segundo disco do grupo, Strictly Personal. Com canções mais longas, Captain Beefheart explora sonoridades até então inaudíveis, entre bolhas coloridas e elefantes de cartola. Psilocybe zapotecorum para não se botar defeito. Beefheart ainda lançou mais dez discos até o início dos anos 80, que mesmo sem o impacto dos dois primeiros, ainda mostram muita ironia e inovações.
05. "Section 43" - Country Joe & The Fish: Uma banda voltada contra a guerra do Vietnam, e com um som acidamente estonteante. Liderados por Country Joe McDonald, o Country Joe & The Fish tinha como principal destaque o órgão fantasmagórico de David Cohen. "Section 43" é um Psilocybe zapotecorum com mais de sete minutos de duração, presente no álbum de estreia do grupo, Electric Music for the Mind and Body (1967), outro importante LP dessa geração.

06. "The 'Fish' Cheer / I Feel Like I'm Fixin' to Die" - Country Joe & The Fish: As críticas contra a guerra e o som delirante continuou no segundo disco do grupo, lançado no ano seguinte. Sua faixa-título é uma jazz-waltz que mantém a fábrica de Psilocybe zapotecorum na ativa, e consolida o Country Joe & The Fish como um dos principais nomes da cena psicodélica californiana. O grupo ainda lançou mais três discos posteriormente, porém sem o mesmo efeito alucinógeno de seus dois álbuns iniciais, muito por conta de McDonald ter seguido por uma carreira voltada para o folk e o country.

07. "White Bird" - It's a Beautiful Day: Um dos últimos grupos a contar com a produção de Matthew Katz ("criador" de nomes como Moby Grape e Jefferson Airplane) o It's a Beautiful Day apresentou para os hippies californianos o som mais delirante que eles podiam ouvir. Tendo como base o violino de David LaFlamme, o órgão de sua esposa, Linda LaFlamme, a voz (e as coxas) de Pattie Santos e a guitarra de Hal Wagenet, a banda apresentava um som muito diferente, tendo como principal destaque essa linda balada Conocybe Tenera, presente no maravilhoso álbum de estreia do grupo, em 1969.

08. "Galileo / Do You Remember the Sun" - It's a Beautiful Day: Com a separação do casal LaFlamme, o It's a Beautiful Day mergulha ainda mais nas viagens, extrapolando a parte musical também para a parte lírica. Essa dupla de canções encerra o segundo álbum do grupo, Marrying Maiden (1970), apresentando um enigmático poema e uma suave base instrumental, com um espetáculo vocal e deixando aquela sensação de "barato" dado por um Psylocibe cubensis. Vieram ainda mais dois álbun de estúdio e um ao vivo, porém sem a lisergia do passado da banda.
09. "Iron Butterfly Theme" - Iron Buterfly: O Iron Butterfly pode ser considerado o principal nome da Segunda Geração do flower-power californiano. Seu álbum de estreia, Heavy (1968), destaca o órgão de Doug Ingle e a guitarra de Danny Weis, fazendo uma mistura mais ácida do que o gosto de um Psilocybe zapotecorum, como podemos comprovar nessa belíssima faixa instrumental que encerra o LP.
10. "In-A-Gadda-da-Vida" - Iron Butterfly: No ano seguinte, o Iron Butterfly promovia a entrada do jovem guitarrista Erik Brann. Com apenas 18 anos, o menino estreia em um dos álbuns mais vendidos e aclamados da história do rock californiano, levado principalmente pelos viajantes dezessete minutos de sua faixa-título, uma Amanita muscaria que ainda hoje causa seus danos. O grupo modificou na década de 70, com diversas outras formações, mas deixou um legado venerado por milhões e milhões de fãs ao redor do mundo.

11. "Soul Sacrifice" - Santana: O guitarrista mexicano Carlos Santana mudou-se muito cedo para a Califórnia, e em 1969, estreiou vinílicamente com o homônimo álbum de sua banda, Santana. Carregado por uma sólida parede percussiva, e duelos extraterrestres entre órgão e guitarra, o disco fez grande sucesso, e apresentou, através dessa Pluteus salicinus, o baterista Mike Shrieve, que posteriormente destacou-se no festival de Woodstock.

12. "Se Acabo" - Santana: O segundo LP do grupo, Abraxas (1970), alcançou o primeiro lugar em vendas nos Estados Unidos. Pela primeira vez, um músico latino conquistava tal façanha (que seria repetida por Carlos Santana e sua banda posteriormente por mais três vezes). "Se Acabo" é outra Pluteus salicinus, que encerra nosso Consultoria Apresenta com um espetáculo percussivo.

Tutorial:

 Alguns cogumelos alucinógenos:

Pscilocybe cubensis - cogumelo de pequeno porte, e que foi um dos cogumelos mais utilizados pelos hippies durante o período flower-power.

Psilocybe zapotecorum - cogumelo com fortes poderes alucinógenos, e também com muitos efeitos colaterais.

Amanita muscaria - cogumelo que causa alucinações após quinze minutos de seu consumo.

Conocybe tenera - cogumelo delgado e muito frágil, que provoca pequenas alucinações.

Pluteus salicinus - cogumelo que cresce em madeiras, alucinógeno apenas se ingerido sem tratamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...