quarta-feira, 2 de março de 2011

15 anos sem Mamonas Assassinas



Hoje, 02 de março de 2011, completa-se 15 anos de uma das perdas mais trágicas do rock nacional. Em um terrível acidente aéreo, a carreira promissora do grupo Mamonas Assassinas era desfeita, deixando para trás a dor da perda de cinco talentosos e divertidos músicos, mas também a alegria de canções que conquistaram o Brasil no ano de 1996.


Utopia autografado (retirado do site do Fã-clube citado)

Com uma carreira meteórica, os Mamonas Assassinas surgiram com outro nome, no caso batizados de Utopia, onde inclusive lançaram um LP auto-intitulado no ano de 1994. A formação do Utopia contava com Dinho (vocais), Bento (guitarra), Júlio (teclados) mais os irmãos Sérgio (bateria) e Samuel Reoli (baixo). 

Em 95 adotaram o nome de Mamonas Assassinas, e então, passaram a procurar gravadoras, chegando finalmente na EMI, onde, através do filho do diretor artístico da gravadora, Rafael Ramos, que era baterista da banda Baba Cósmica, o grupo foi convidado a fazer uma apresentação no dia 28 de abril de 1995. Essa apresentação levou-os a assinar contrato com a EMI, e produzir o seu primeiro LP.

O primeiro (e único) álbum dos Mamonas

Lançado em 96, Mamonas Assassinas abalou as estruturas musicas brasileiras, com sátiras, letras polêmicas e performances engraçadíssimas dos cinco integrantes da banda, com destaque para o virtuosismo Van Haleniano de Bento. Canções como "Pelados em Santos", "Vira-Vira", "Robocop Gay", "Uma Arlinda Mulher", "Boys Don't Cry" e "Sabão Crá-Crá" viraram clássicos populares desde os mais pequenos até os adultos.

Uma imensa turnê pelo país foi realizada, tocando em 25 dos 26 estados (mais o Distrito Federal) de nosso país, assim como apresentações em diferentes  programas de televisão se tornaram frequentes. Enquanto isso, a média de vendas do primeiro álbum da banda chegava a incríveis 50 mil cópias por dia.

No dia 3 de março de 1996, o Mamonas iria começar sua carreira internacional, fazendo uma série de shows por Portugal. Porém, em 2 de março, quando o grupo retornava de Brasília, o jato em que viajavam chocou-se contra a Serra da Cantareira, matando todos os intregantes do voo, inclusive os cinco mamonas.

Manchete da tragédia (jornal O Dia)
O enterro de Júlio, Dinho, Bento, Samuel e Sérgio, foi acompanhado por 65 mil incrédulos, chocados e emocionados fãs. O legado dos Mamonas é sentido até hoje tanto no dia-a-dia, já que clubes como o Sport Club Internacional e o Flamengo adotaram a canção "Pelados em Santos" como tema das torcidas, com a letra adaptada para cada clube, e também na indústria fonográfica, já que até hoje, a marca de vendas (mais de um milhão de cópias em menos de um ano) jamais foi repetida.

Particularmente, eu tinha preconceito com o grupo, até conhecer melhor as canções e ver que, por trás de toda a fanfarrice dos membros, está presente um conjunto com técnicas primorosas, que tocava desde o heavy metal mais pesado até viajantes progressivos com uma facilidade e carisma que poucas bandas conseguem ter hoje em dia.

Parece que foi ontem que acordei naquela manhã de domingo com as rádios e televisões lamentando a tragédia, mas já se passaram 15 anos dessa que sem dúvida foi uma das maiores perdas do Brasil nos últimos tempos.

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