segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Genesis: The Lamb Lies Down on Broadway Tour


Ao mesmo tempo em que Rick Wakeman desfilava bonecos gigantes e balé no gelo em uma grandiosa turnê, o Genesis assombrava o mundo com um espetáculo fora do comum. O quinteto britânico em sua formação clássica (Peter Gabriel - vocais, flautas; Steve Hackett - guitarras; Mike Rutherford - baixo, violões; Phil Collins - bateria, vocais; Tony Banks - teclados, violões) já vinha fazendo seu nome por clássicos do progressivo como os álbuns Nursery Crimes, Foxtrot e Selling England by the Pound, e também chamava muita atenção pelas performances ao vivo desde a turnê de divulgação de Foxtrot (1972), com Gabriel usando diferentes fantasias para determinadas canções (uma forma de esconder sua timidez) e realizando encenações teatrais comoventes, como o velhinho e a mulher-raposa de "Musical Box" ou o homem-flor de "Supper's Ready".



Com as bandas progressivas subindo sem parar em termos de publicidade e inovação, o Genesis não poderia ficar de fora, e assim, decidiram incrementar o espetáculo que faziam de maneira que finalmente gravassem o nome do grupo entre os maiores da história. Isso veio com o fantástico álbum The Lamb Lies Down On Boradway, lançado em 29 de novembro de 1974.

A concepção de Lamb Lies foi um tanto quanto complicada. Gabriel vivia problemas pessoais (sua esposa estava passando por uma complicada gravidez, sendo que o bebê, quando nasceu, ficou três semanas na incubadora) e afastou-se por algum tempo dos demais integrantes, que decidiram tocar a banda adiante compondo material para Gabriel apenas colocar sua voz posteriormente. Desta forma surgiram as primeiras canções para um projeto de Rutheford chamado The Little Prince, baseado na obra de mesmo nome do autor Antoine de Saint-Exupéry.



Porém, quando Gabriel voltou à cena, insistiu que o material não era bom, e que quem iria criar as letras seria ele mesmo. Assim, o projeto para O Pequeno Príncipe era abandonado, e novas letras começavam a brotar da mente de Gabriel. Algumas peças musicais ainda seriam aproveitadas, como "Ravine" e "Riding the Screen", contando com algumas alterações feitas por Gabriel. Outras faixas antigas e que nunca haviam sido gravadas acabaram entrando no álbum, tendo adaptações as letras de Gabriel, como são os casos de "Anyway", "The Colony of Slippermen" e "Lilywhite Lilith", as quais podem ser conferidas em bootlegs da banda datados no início da década de 70. Por fim, a maior parte das composições foi escrita por Rutherford e Banks, mas Gabriel concebeu todas as letras, e isso é um detalhe importantíssimo para o que viria a acontecer durante a turnê.



Inspirado pelo nascimento de seu filho e pelas modificações tecnológicas e mentais que surgiam no mundo, Peter Gabriel decidiu criar uma história altamente intrigante, e que acabou sendo desenvolvida através das gravações. Resumindo a peça, o álbum narra um fato ocorrido com um garoto porto-riquenho chamado Rael (um trocadilho com Gabriel), que fazia escabruras na cidade de Nova York. O garoto vê seu irmão, John, ser abduzido por seres extra-planetares, e acaba entrando em uma outra dimensão para tentar salvar o mesmo. Nessa dimensão, diversos fatos ocorrem, como encontros com o filósofo Marshall McLuhan e também com figuras do poeta e pintor William Blake (cujo quadro mais conhecido é o que aparece na capa de Death Walks Behind You, do grupo Atomic Rooster), uma forte alusão ao consumo desenfreado das pessoas e que, no final, Rael descobre que tudo o que passou se tratava de uma grande alucinação causada por seus distúrbios mentais. Claramente, Lamb Lies iria narrar um pouco da história de Gabriel. Em Rael, Gabriel se escondia num personagem que existia em sua mente, e que de certa forma, retratava os pensamentos e sonhos do vocalista.


O que está contido nos sulcos de Lamb Lies é de uma profundidade dificilmente encontrada em outros álbuns do Genesis, com variações climáticas que vão da alegria a tristeza em menos de um minuto, e com um belíssimo trabalho de Banks e Hackett, além claro das participações vocais de Gabriel (interpretando Rael) e Collins (interpretando John), que também faz um magnífico trabalho na sua bateria, talvez o melhor da carreira do mesmo.

As discussões em torno da obra variam bastante, inclusive com Banks afirmando que o material ali contido daria para elaborar no mínimo dez filmes, enquanto que Rutherford afirmava que musicalmente o disco era perfeito, assim como as letras, mas a união de ambas as partes foi um desastre. A prova de que muito material ficou de fora está na capa interna do álbum, que continha uma grande parte da história escrita por Gabriel e que não era desenvolvida em nenhum momento nas letras das canções, tornando-se uma leitura essencial para a compreensão da obra, e que ainda hoje gera muitas discussões sobre do que realmente ela trata.


Com certeza, The Lamb Lies Down On Broadway é uma das principais peças musicais do progressivo e uma das maiores em todos os tempos. Obviamente, o disco foi massacrado pela crítica e por muitos fãs, que não ficaram habituados com a futurística história desenvolvida ali, mas mesmo assim, ainda nos dias de hoje, o álbum é cultuado e estabelecido como a principal obra do grupo.


Em termos de vendas, The Lamb Lies Down On Broadway alcançou a posição 10 no Reino Unido. Os americanos demoraram a absorver a ideia de Gabriel, com o disco alcançando somente a posição 41, o que não significa nada perto da exposição que o trabalho veio a sofrer após seu lançamento, tanto que na própria América o álbum veio a receber disco de ouro (500 mil cópias vendidas) no dia 20 de abril de 1990, fato que já havia ocorrido na Inglaterra em o1 de fevereiro de 1975.


Após o lançamento, o Genesis partiu para uma longa turnê mundial que contaria com mais de 100 shows. Mesmo com o álbum tendo sido lançado no final de novembro de 1974, a tour já estava programada para começar no final de outubro daquele ano. Porém, uma lesão na mão de Hackett, que acabou quebrando uma garrafa de vinho, acabou atrasando o início da The Lamb Tour, a qual estava programada para ocorrer durante três semanas na Inglaterra. Assim, em 20 de novembro de 74, na cidade de Chicago, começava a excursão, que tinha como set list a apresentação na íntegra do álbum The Lamb Lies Down On Broadway (lembrando que ele é um álbum duplo), e com um bis de "Musical Box". Posteriormente, foi adicionado ao bis a canção "Watcher of the Skies", e no encerramento da parte européia da turnê, "The Knife" também estava presente.

O fato interessante é que o álbum ainda não havia sido lançado nos EUA no início da turnê e, portanto, todas as músicas eram uma novidade para a plateia (a menos "The Musical Box", claro).

Logo no começo da turnê, nos shows de Cleveland em 25 e 26 de novembro, Gabriel decide que vai deixar a banda, afinal ele já estava pensando além do que os demais integrantes queriam, e não desejava estar 100% de seu tempo como os demais estavam fazendo, querendo dedicar a vida a família e a uma carreira solo sem grandes compromissos, avisando então ao empresário da banda, Tony Smith, e ao resto do grupo. Porém, é convencido a ficar até o final da turnê, já que a mesma era a única forma que o Genesis tinha de pagar suas dívidas com a Charisma Records (gravadora do conjunto). Mesmo assim, as suas performances foram sensacionais, o que elevou o nome de Gabriel entre os admiradores não só do progressivo, mas do teatro e da arte.

Com o palco sem nenhuma luz, o grupo surgia aos poucos. A voz de Gabriel começava a narrar a história de Rael, explicando todo o lado A do álbum para então Banks soltar o riff da canção "The Lamb Lies Down On Broadway" em seu teclado. Um detalhe interessante é que a narrativa de Gabriel contando o que iria ser apresentado sofreu grandes mudanças desde a primeira apresentação. Se no início o texto continha pouco mais de dez linhas, no final quase uma página inteira era apresentada por Gabriel ao público, para só então soarem os primeiros acordes de "The Lamb Lies Down On Broadway".

Depois desses acordes, fracas luzes iluminavam o palco, onde quatro pequenas elevações estavam dispostas: duas para Gabriel, uma para Rutherford e uma para Hackett. Cada detalhe do palco, como andaimes e cornetas dos alto-falantes, era pintado de preto, com a intenção de absorver o máximo possível de luz, preservando a imagem de Gabriel (ou Rael). Então, surgia uma das grandes novidades que a Genesis trazia aos palcos na época: um enorme telão que imitava a capa do álbum, contando com três diferentes projeções. Neste telão, 1.450 slides diferentes, distribuídos em 18 cassetes, eram projetados por projetores no estilo carrosel (quem nunca teve aula com um desses que atire a primeira pedra), que ficavam localizados atrás da banda.

A intrincada engenhoca era conduzida por Dave Lawrence, que seguia fielmente uma sinopse com três páginas dizendo quais slides deveriam aparecer em determinadas parte de uma canção que estava sendo apresentada. Os cassetes eram sempre modificados nos intervalos, onde Gabriel seguia a narrativa da próxima etapa (ou lado) do álbum. Obviamente, em muitos lugares a sequência não deu certo, mas mesmo assim a visão que se tinha daqueles slides era impressionante. Pela primeira vez o público experimentava a sensação de estar ao mesmo tempo em um cinema e num show de rock.

Mas não era só isso que chamava a atenção na turnê de The Lamb Lies. Como dito, Gabriel já vinha utilizando de diversas fantasias nas turnês de Foxtrot e Selling England by the Pound, mas na The Lamb Tour ele superou as expectativas. Em toda a apresentação, Gabriel encarnava Rael em suas mais diversas ocasiões, começando vestido como o garoto rebelde, usando jaqueta de couro preta, camisa branca, calça jeans, cabelos curtos e os olhos pintados de negro.

Gabriel ficava vestido desta forma durante "The Lamb Lies Down On Broadway" e "Fly on a Windshield". Em "Broadway Melody of 1974", Gabriel ficava toda a parte instrumental fora do palco, e era um dos momentos onde o improviso rolava com Hackett e Banks. Gabriel voltava vestido da mesma maneira para cantar a letra de "Broadway Melody of 1974", aparecendo então com o dorso nu, sem camisa e sem jaqueta, para cantar "Cuckoo Cocoon", ajoelhado em frente aos teclados de Banks.

De volta ao centro do palco, a banda executa o primeiro ponto alto de Lamb Lies, "In the Cage", com Gabriel ainda vestido apenas de jeans e mudando constantemente de posição no palco, cantando hora ao lado de Collins, em um nível superior ao baterista, hora à frente do palco e hora atrás de Banks. Vestindo novamente a jaqueta de couro e a camisa branca, Gabriel canta "The Grand Parade of Lifeless Packaging", e assim encerra-se o lado A.

Após narrar o que irá acontecer no lado B, Gabriel e o Genesis iniciam o lado B, com "Back in N.Y.C." e a mesma vestimenta inicial, seguida pela instrumental "Hairless Heart", "Counting Out Time", "The Carpet Crawlers" e "The Chamber of 32 Doors". Até essa parte do show, nada de anormal, mas o público ainda teria com o que se impressionar.

Depois da narrativa de Gabriel para o lado C, vêm "Lilywhite Lilith", seguida pela louca instrumental "The Waiting Room", "Anyway" e "Here Comes the Supernatural Anaesthetist", para então chegar em "The Lamia", onde Gabriel surge escondido sob uma espécie de cortina em forma de cone decorado com imagens de cobras, a qual está suspensa no centro do palco, cobrindo todo o seu corpo e demonstrando o ambiente do lugar onde Rael está. Gabriel gira a cortina envolta de seu corpo, enquanto canta a letra da canção. De repente, a cortina cai, mostrando Gabriel com o corpo todo pintado de branco e iluminado por uma luz negra que surge debaixo do palco, encerrando a letra de "The Lamia". A apresentação do lado C encerra-se com "Silent Sorrow in Empty Boats"

Na abertura do Lado D, mais outra fantasia marcante. Durante a execução de "Arrival" (uma das três partes de "The Colony of Slippermen"), uma bolha vermelha gigante aparece embaixo do teclado de Banks. Dentro dela, vemos uma estranha forma se mexendo. Após alguns segundos, vemos essa estranha forma sair da bolha. É Rael, totalmente transformado em um Slippermen, com uma aparência simplesmente horripilante, possuindo uma gigantesca genitália. Com essa fantasia incrivelmente maluca, com uma enorme cabeça, olhos esbugalhados e cheia de bolotas e imperfeições, temos a execução da segunda parte de "The Colony of Slippermen", que é "A Visit to the Doktor", o segundo grande ponto do show, onde irá ocorrer a castração de Rael e John pelo Dr Dyper, com a finalidade de tirar os irmãos daquele lugar. Finalmente, a última parte é apresentada através de "The Raven".

Com "Ravine", o Genesis encaminhava o encerramento da apresentação de Lamb Lies, com "The Light Goes Down on Broadway", "Riding the Screen" (e Gabriel usando calça jeans e camisa branca, sem jaqueta de couro), "In the Rapids" e "It" (mesma vestimenta anterior, mas com a jaqueta de couro preta) - onde explosões e jogos de luzes introduzem a canção -, e então no palco temos dois Gabriels (um de verdade e outro um manequim, idêntico ao vocalista), que confunde a plateia em qual dos dois é o real (ou Rael).

Depois de uma breve pausa, a banda voltava para tocar "Watcher of the Skies" (no final da turnê) e "Musical Box", saindo aclamada pela plateia.

Quatro shows foram cancelados durante a turnê (Dallas e Berkeley nos Estados Unidos, Vancouver no Canadá e Toulose na França), devido a problema de datas ou a baixa procura de ingressos. No total, 102 shows foram apresentados entre Canadá, EUA e Europa.

O escritor britânico Brian Harrigan classificou a turnê de Lamb Lies como a mais ambiciosa daquela época. O equipamento carregado pela banda ficava entre 14 e 16 toneladas (!), sendo transportado por dois gigantescos caminhões, além de mais um outro caminhão de carga convencional. Nela, Collins usou seu maior kit, contando com 4 cymbals, 1 kit Ludwig com 7 peças, 1 Crystaline Fibes, 5 blocos de percussão vermelhos, 1 vibrafone, 1 conjunto de sinos, sinos tubulares e ainda pandeiros.

Além disso, a turnê contava com a participação de diversas pessoas, com destaque para Geoffrey Shaw e Theo Botschuyver (responsáveis pela projeção e seleção dos slides), Jane Highfield (responsável pelas fantasias), Nick Blythe e Peter Hart (produção de palco) e Ian Knight (construção do palco e camarins). Botschuyver inclusive já havia participado na turnê de Journey to the Centre of the Earth de Rick Wakeman, com influência nos efeitos visuais da mesma.

Na maioria dos shows Peter Gabriel deixava o palco chorando, em uma mistura de tristeza por saber que iria deixar a banda e também pela comoção que a letra passava para ele (já que o que Gabriel mostrava ao público era praticamente um auto-retrato de sua vida). Após as apresentações, o vocalista era sempre o centro das atenções, sendo considerado o único capaz de explicar a história, já que era ele quem havia criado tudo aquilo, com os outros membros sendo relegados a responderem perguntas do tipo "como é tocar com Gabriel?".

Isso acabou diminuindo as relações da banda com Gabriel, principalmente pelo fato de que a música em si havia sido construída por Rutherford e Banks, mas a imprensa e o público não davam bola para isso. Como Peter Gabriel já havia anunciado sua saída, os pratos literalmente quebraram, e Gabriel foi seguir uma carreira solo cheia de altos e baixos, enquanto o Genesis permaneceu como quarteto por algum tempo (tendo Phil Collins como principal vocalista), ainda investindo no progressivo, e depois como trio, sendo um dos expoentes da música pop nos anos oitenta.

O quinteto ainda viria se reunir em 02 de outubro de 1982 para uma apresentação no Milton Keynes, show este registrado no cobiçado bootleg Gabacabriel, e também em 1999, para regravarem "Carpet Crawlers".

Em termos de registros da turnê de Lamb Lies, existem diversos bootlegs disponíveis na internet para baixar. Durante muitos anos os fãs esperaram por um material de qualidade, até que o grupo resolveu lançar o box Archives 67-75, onde em dois dos 4 CDs da caixa temos a apresentação completa de The Lamb Lies Down On Broadway registrada durante a turnê, em Los Angeles, no dia 24 de janeiro de 1975, além de uma longa entrevista com Peter Gabriel explicando o porque de sua saída da banda. Este registro é impecável, e a caixa em si é um conteúdo indispensável nas coleções progs.

Em termos de vídeo, os registros também são vários, porém de péssima qualidade, já que foram gravados na maioria com câmeras de 8 mm. A banda lançou em novembro de 2008 um DVD chamado The Lamb Lies Down on Broadway, que contém a apresentação na íntegra, através de uma montagem de diversos vídeos e fotos da The Lamb Tour. Apesar das imagens não serem as melhores, é possível verificar os principais pontos da apresentação da banda.

Em 27 de setembro de 2005 tive a oportunidade de ver a recriação feita pela banda cover The Musical Box para o show de The Lamb Lies Down on Broadway, onde eles usavam todos os slides e fantasias originais (inclusive o mesmo baixo de dois braços). Confesso que mesmo sabendo que não era a Genesis que estava no palco fiquei emocionado em diversas partes do show. A apresentação das músicas foi perfeita, e a narrativa, bem como ver ao vivo e a cores as fantasias de "Lamia" e "Colony", ficaram gravadas em minha memória para sempre.

Tínhamos então o fim do domínio dos dinossauros progressivos sobre a Terra. O ano de 1975 mostrara ao mundo duas gigantescas turnês, mas o punk rock começava a brotar na Inglaterra, e o interesse por temas místicos e longos começava a diminuir cada vez mais. A partir de então, o progressivo começou a travar uma longa batalha com o punk, e que acabou culminando com o fim ou a mudança na sonoridade de diversas bandas, como o próprio Genesis, King Crimson, Gentle Giant, Van der Graaf Generator, Henry Cow, PFM, Renaissance, ...

O Yes voltou com Rick Wakeman e lotou durante três noites seguidas o Wembley Stadium, mostrando que os dinossauros ainda tinham um último gás para dar. Enquanto isso, o ELP afundava em dívidas devido aos enormes gastos com a Works Tour, onde a banda carregava para cima e para baixo uma orquestra e centenas de equipamentos e luxuosos aparatos dos integrantes da banda. O xeque-mate para o fim do prog foi dado por aquele que é considerado o principal criador do estilo, como veremos na última seção das grandes turnês do progressivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...