- The Beach Boys em 1966: Carl Wilson, Brian Wilson, Dennis Wilson, Mike Love e Al Jardine
Por Diogo Bizotto
Com Adriano KCarão, Bruno Marise, Davi Pascale, Fernando Bueno, Luiz Carlos Freitas, Mairon Machado e Ronaldo Rodrigues
O ano de 1966 marcou uma importante virada nas carreiras daquelas que, possivelmente, eram as duas mais populares bandas provenientes de cada lado do Atlântico: The Beatles e The Beach Boys. Ambos já haviam dado fortes sinais, em álbuns anteriores, do caminho a ser seguido, unindo sensibilidade pop a uma dose de ousadia praticamente sem precedentes até então, mas com
Revolver e
Pet Sounds os grupos confirmaram de vez seus papéis como líderes de uma nova e excitante revolução musical. Dito isso, não é de se admirar que justamente esses dois trabalhos tenham liderado nossa lista abrangendo os lançamentos de 1966. Confira também as edições anteriores desta seção (
1963,
1964 e
1965), lembrando sempre que nossos critérios seguem
a pontuação do Campeonato Mundial de Formula 1, e não deixe de registrar suas preferências nos comentários.
The Beach Boys – Pet Sounds (116 pontos)
Adriano: Merecidíssimo primeiro lugar! Talvez o único motivo pra que essa maravilha não tenha entrado na primeira colocação na minha lista é que eu, particularmente, encontro-me em um momento muito mais Donovan que Beach Boys. Pet Sounds é um marco, é sagrado, é a postulação do ideal de música progressiva no rock, embora obviamente não seja já rock progressivo. Não vou falar dos arranjos porque exigiria uma matéria inteira, mas recomendo: atente a cada pequeno detalhe. Embora o disco só tenha bons momentos, destaco aquelas faixas mais absurdamente lindas: “Here Today”, “I Know There’s an Answer” e, principalmente, “God Only Knows”, “I’m Waiting for the Day” e “You Still Believe in Me”, três das melhores faixas da banda e da música em geral!
Bruno: Com Pet Sounds, os Beach Boys deixaram de ser só mais uma banda de surf/beat para se tornarem um dos nomes mais respeitados da história da música. As melodias inspiradas, o clima triste e as harmonias vocais elaboradas tornam esse o disco pop perfeito.
Davi: Este álbum foi criado poucos meses após Brian Wilson decidir parar de excursionar com a banda, ficando apenas como compositor. O produtor dos Beatles, George Martin, chegou a declarar publicamente que, sem esse álbum, não teria existido Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967). Apesar de toda a influência e da qualidade do disco, acho a fama em torno do mesmo um tanto exagerada. No entanto, não há como negar que é um álbum essencial em uma discoteca de respeito.
Diogo: Embora não seja um fã de Beach Boys nem um costumaz ouvinte desse álbum, somente um caso de surdez total não me permitiria visualizar as gigantescas qualidades que o trabalho possui, em todos os aspectos. Ele é brilhante em termos de composição, arranjos e produção, de uma maneira que influenciaria o jeito de ser da música pop dali em diante, direta e indiretamente. Em particular, admiro o clima de melancolia e pureza transmitido ao longo do track list, exalando um lirismo difícil de se encontrar, ainda mais em se tratando de artistas assumidamente populares. “You Still Believe in Me”, “Let’s Go Away For a While”, “God Only Knows”, “I Know There’s an Answer” e “I Just Wasn’t made For These Times” (que título!) representam exatamente isso que descrevi. Bem, talvez eu devesse ter colocado esse disco umas duas posições acima em minha lista pessoal…
Fernando: Justíssimo o primeiro lugar. Este é um dos candidatos a melhor disco de todos os tempos, mesmo com essa capa. Pena que os Beach Boys não conseguiram criar outro disco que chegasse perto da qualidade de Pet Sounds. “Wouldn’t It Be Nice” é uma daquelas canções que deveriam ser mais longas. Sempre a ouço duas vezes.
Luiz: O trabalho que imortalizou o grupo. Não que seja o melhor (ainda prefiro o anterior), mas foi, sem dúvidas, seu portfólio para novos caminhos, configurando-os como uma das referências da música pop, saindo da delimitação do subgênero surf. Um grande disco.
Mairon: Um dos melhores discos de todos os tempos. Brian Wilson criando melodias e harmonias impressionantes, jamais ouvidas até então e jamais igualadas posteriormente. Um trabalho árduo, longo e de extrema dedicação, feito com todo o amor que o álbum prega. Por isso, todos que o ouvem são unânimes em admirar aquilo que é transmitido pelo grupo norte-americano. Inclusive os críticos musicais, há mais de 40 anos, garantem a sobrevivência deste disco sempre tecendo elogios amplamente qualificados para a obra-prima da década de 60, e principal influência para diversos grupos.
Ronaldo: Difícil arrumar adjetivos para um disco como este, dos mais importantes da história da música no século XX. Ele vai muito além do rock. Não é rock, especificamente. É uma obra da música jovem, um trabalho de composição primoroso e surpreendente até pelo passado da banda. Tem algumas características do antigo som do grupo, mas está muitos passos adiante do que fizeram anteriormente. Um som introspectivo e profundamente belo. Bob Dylan profetizou que os tempos estavam mudando e eles realmente mudaram, e muito. Me causa arrepios.
The Beatles – Revolver (98 pontos)
Adriano: Se a banda já havia lançado pelo menos dois bons discos, o primeiro (1963) e Help! (1965), dessa vez eles chegaram com um clássico! Três músicas deste disco são suficientes pra colocá-lo entre os dez melhores de 1966: “Love You To”, de Harrison, “She Said She Said”, de Lennon, e “Here, There and Everywhere”, de McCartney. Harrison ainda brilha com a maravilhosa “Taxman” e Lennon com “Tomorrow Never Knows”. As demais faixas variam do bom ao ótimo, excetuando-se “Eleanor Rigby”, “I’m Only Sleeping” e “Yellow Submarine”, que não me agradam.
Bruno: Se em Rubber Soul (1965) os Beatles já começavam a flertar com experimentalismos e expandir os horizontes musicais, em Revolver essa viagem seria completa. Além do já habitual destaque de Lennon e McCartney, quem também brilha é George Harrison, tanto na guitarra (“She Said She Said”, “And Your Bird Can Sing”, “Doctor Robert”) quanto nas composições (“Taxman”, “Love You To” e “I Want to Tell You”).
Davi: Outro grande álbum do quarteto de Liverpool. Em Revolver, os rapazes começaram a ir cada vez mais fundo em termos de composição, a ousar mais. A partir deste disco, George Harrison também começou a ganhar mais destaque como compositor. Entre suas composições estão o hit “Taxman” (que chegou a ser regravada por Stevie Ray Vaughan) e a belíssima “I Want to Tell You”. Ringo também se destaca, com levadas criativas. Um grande exemplo é “Tomorrow Never Knows” (aliás, a bateria dessa musica seria fortemente chupada na canção “Supernova” do grupo Skank). A complexidade das novas composições, somada com a falta de estrutura, seriam fatores essenciais para que os rapazes resolvessem parar de excursionar ainda em 1966.
Diogo: Em Rubber Soul a virada se desenhou, mas em Revolver ela se manifestou de vez. Encontro entre maturidade, talento, e experiência, o álbum mostra uma banda ainda unida, trabalhando magnificamente em estúdio e utilizando-o como um grande aliado, ampliando seus horizontes ao ponto do grupo sequer tocar instrumento algum em uma das canções, o clássico “Eleanor Rigby”, que é conduzido por um octeto de cordas. Destaque também para o florescer de George Harrison como importante força no quarteto: suas três composições são ótimas. O belíssimo resultado final é maculado pela péssima “Yellow Submarine”, que inexplicavelmente tornou-se uma espécie de hino para alguns abobalhados, suplantando diversas outras com tanto apelo pop quanto esta, mas com qualidade infinitamente superior, como “Here, There and Everywhere”, “She Said She Said”, “And Your Bird Can Sing”, “For No One”, “Doctor Robert”… Felizmente, “Tomorrow Never Knows” compensa essa falha.
Fernando: Os dois discos anteriores já tinham bastante do que costumamos chamar de “fase adulta” dos Beatles, mas este é, definitivamente, o álbum que selou essa mudança. “Eleanor Rigby” e “Tomorrow Never Knows” são daquelas músicas que a gente se surpreende de tão boas que são.
Luiz: Até gosto dos caras, mas nunca consegui desenvolver a mesma veneração por eles que o restante do mundo tem. É um grande disco, entendo e aceito sua importância, mas não me cativa.
Mairon: O grupo de Liverpool tentando soar psicodélico. Paul McCartney e cia. tentaram copiar o que Brian Wilson e seus colegas haviam feito três meses antes, e não se saíram tão bem assim para ficar em segundo colocado. Aqui está a pior canção do grupo, “Yellow Submarine”, fato que já mostra quantos centavos vale esse LP.
Ronaldo: Aqui os Beatles esculacharam e fizeram um trabalho que consegue ser ao mesmo tempo a síntese perfeita de seu presente, de seu passado e de seu futuro. Seria genial por ser ousado e pop ao mesmo tempo. Muitos outros fizeram isso também naquela época, mas ninguém fez isso como eles.
Bob Dylan – Blonde on Blonde (72 pontos)
Adriano: Discaço! Dentre os álbuns que conheço de Dylan, é o segundo melhor, perdendo apenas pra Another Side of Bob Dylan (1964). Blonde on Blonde, contudo, é mais rico em termos de variedade musical, oferecendo momentos divertidos, como a faixa de abertura, “Rainy Day Women #12 & 35”, blueseiros, como “Leopard-Skin Pill-Box Rat”, encantadoramente pop, como “I Want You”, ou altamente emotivos, como “One of Us Must Know (Sooner or Later)”. Destaco dois clássicos eternos: “Most Likely You Go Your Way (And I’ll Go Mine)” e “Just Like a Woman”. Perfeitas!
Bruno: Bob Dylan deixou de lado o rock mais cru de Highway 61 Revisited (1965) e investiu em uma sonoridade mais diversificada, com elementos de country e blues. Um bom disco, mas que não está entre meus preferidos do compositor.
Davi: Disco considerado como o final da trilogia iniciada em Bringing It All Back Home (1965). É tido como um dos primeiros álbuns duplos da historia do rock e frequentemente incluído nas listas de melhores discos. Para mim, trata-se do mesmo caso dos Beach Boys: considero-o um bom registro, mas não é tudo isso que falam. É um trabalho de Dylan que considero cansativo e um pouco abaixo do anterior, o fantástico Highway 61 Revisited. A faixa “I Want You”, anos mais tarde, receberia uma versão em português do grupo mineiro Skank com o nome de “Tanto”.
Diogo: Blonde on Blonde pode não ter a mesma urgência de Highway 61 Revisited nem ter destaques tão óbvios, mas é, acima de tudo, a afirmação da capacidade de Dylan em produzir material de altíssima qualidade em grande quantidade e curto espaço de tempo. São 14 faixas, e todas, repito: todas são, no mínimo, muito boas. A amplitude dessa experiência sonora poderia resultar em dispersão, momentos de menor inspiração… Mas não, Dylan prende o ouvinte da mesma maneira, pegando-o pela mão e conduzindo-o por uma viagem ao que de melhor a música norte-americana havia gerado até então, começando em um grande deboche (“Rainy Day Women #12 & 35″) e finalizando em um de seus incríveis épicos (“Sad Eyed Lady of the Lowlands”). No caminho, o trovador e seus comparsas passeiam por rock, blues, country e folk com maestria absurda, tornando a tarefa de apontar destaques um verdadeiro suplício para o fã temente à injustiça. Poderia citar metade do álbum aqui, mas prefiro apenas dizer: ouça!
Fernando: Mesmo sendo inferior aos álbuns que já entraram nas primeiras listas desta série, ainda é um discão. Acho que ele merece estar nesta lista – afinal, eu mesmo o coloquei na minha –, mas me surpreendi com a alta posição em que ele ficou.
Luiz: Minha relação com Bob Dylan é controversa. Apesar de Highway 61 Revisited eBlood on the Tracks (1975)serem dois dos discos da minha vida, não sou de seus maiores admiradores, tendendo até a gostar mais dos que o acompanharam (como Joan Baez, por exemplo) e dos influenciados pelo seu som ao longo das décadas (que não são poucos). Blonde on Blonde foge à sonoridade do álbum anterior, com uma pegada mais Blues, porém mantendo a força das letras e dos arranjos. Entre os melhores discos do cara, sem dúvidas.
Mairon: Um disco genial, mostrando que 1966 foi um ano de grande inspiração para diversos artistas. Dylan está acompanhado de uma ótima banda e comanda o aparato elétrico com uma energia fantástica. Daqueles álbuns que todo ser que pensa que gosta de rock deve ouvir antes de dizê-lo. Os lados pares desse disco duplo são perfeitos, e, em tempo, “Sad Eyed Lady of the Lowlands” é forte candidata a melhor canção de Dylan. Essencial!
Ronaldo: Bob Dylan passando o bastão para a nova geração. Mais um registro sensacional que, junto com os anteriores ou até por si só, já valeria mais do que muitas discografias por aí. Acho que é o trabalho dele com maior capricho instrumental até então.
The Rolling Stones – Aftermath (70 pontos)
Adriano: Nunca tive esse disco em tão alta conta por um simples motivo: ele não é tão melhor que seus antecessores e é bem inferior aos seus sucessores de 1967. Isto é, dentro da carreira dos Stones, ele não tem grande destaque. Mas essa experiência de destacar os melhores álbuns de cada ano me fez ouvir Aftermath não acompanhado dos demais discos dos Stones, e sim dos lançamentos de 1966, fato que me permitiu ver sua riqueza, a abertura de novos rumos dentro do rock que esse trabalho, como outros contemporâneos seus apresentados nessa lista, proporcionaram. Embora “Lady Jane” e “Under My Thumb” sejam boas músicas, o disco é repleto de faixas melhores, como a suavemente agressiva “Stupid Girl”, a blueseira “Don’t Cha Bother Me” (bem melhor que qualquer coisa que o Cream havia feito nesse ano), a incisiva “Flight 505” (com a introdução de piano mais genial da história do rock até então) e a comovente “Out of Time”, que recebeu uma interpretação soberba de Chris Farlowe, mas cuja riqueza já se encontrava toda nessa versão original. Todas as demais faixas são muito boas, mas o disco peca por encerrar com três faixas pouco empolgantes, que funcionariam melhor distribuídas pelo meio do álbum.
Bruno: A primeira grande obra-prima dos Stones. Se em Out of Our Heads (1965)a banda já deixara de lado o beat tradicional e começava a mostrar sua ferocidade e maior influência de blues, em Aftermath o grupo aumentaria suas experimentações em seu primeiro disco 100% autoral. É o registro definitivo de Brian Jones, que, além de guitarra, toca marimbas, saltério e gaita. Se a edição original inglesa perde sem a clássica “Paint It Black”, ganha a maravilhosa “Out of Time”, com um dos grandes êxitos melódicos da história da banda.
Davi: É neste trabalho que a dupla Jagger/Richards firma-se como compositores, além de ser o primeiro álbum dos Stones 100% autoral. Brian Jones destaca-se como multi-instrumentista gravando cítara, gaita, guitarra, teclados, marimba, entre outros. Os clássicos “Mother’s Little Helper”, “Out of Time” e “Under My Thumb” são daqui. Para os colecionadores, vale lembrar que a versão norte-americana é diferente da inglesa. Clássico!
Diogo: Quase entrou em minha lista pessoal. Para ser mais exato, ocupou a 11ª posição, sendo limado no final. Esse fato, porém, não diminui seu valor, na verdade enaltece as qualidades dos álbuns que ficaram em melhor colocação, pois Aftermath é, sem dúvida, um belo disco, continuando a desbravar o caminho iniciado em Out of Our Heads e mostrando muito sangue no olho e capacidade de crescer por suas próprias pernas, excluindo covers e sedimentando a parceria Jagger/Richards. “Lady Jane”, “Under My Thumb” e, especialmente, “Out of Time” não se tornaram clássicos à toa.
Fernando: O único álbum que não faz parte da sequência matadora que vai deBeggars Banquet (1968) até Exile on Main St. (1972) que pode ser comparado a esses discos.
Luiz: Aqui, vemos os Stones firmarem sua identidade. E não me refiro a algum padrão musical que viria a ser seguido, pois isso não é algo que combina com eles, que passearam bem por experimentações ao longo das décadas, mudando seu som sem perder seu estilo característico. A identidade aqui firmada foi justamente a de seguir firme para experimentar, ousar, algo que, definitivamente, é a cara do grupo.
Mairon: Outro disco com muita inspiração, e também transpiração. O som dos Stones praticamente definido e clássicos brotando como o orvalho durante o amanhecer. Os onze minutos de “Goin’ Home” já valem para que Aftermath esteja entre os melhores desse ano. E olha que “Paint It Black” ficou de fora da versão inglesa!
Ronaldo: Tem algumas boas (ou até muito boas) músicas, mas não o coloco entre as coisas mais relevantes que os Rolling Stones fizeram nos anos 60.
Donovan – Sunshine Superman (65 pontos)
Adriano: A alegria que sinto em ver esse disco representado no top 10 final é difícil de se expressar, embora ele merecesse certamente ficar, no mínimo, no pódio. O melhor trabalho de Donovan, cheio de composições inspiradíssimas e arranjos belíssimos, uma produção de dar inveja às grandes bandas da época. A faixa-título já inicia o disco mostrando um som profundamente encantador, e vem seguida das calmas e também lindas “Legend of a Girl Child Linda” e “Three King Fishers”, essa última com forte sonoridade indiana. Se apenas mantivesse o nível, esse álbum já seria top 10, mas não. O disco conta com simplesmente três das melhores músicas de 1966 e talvez da história do rock: “Ferris Wheel”, “The Fat Angel” e a soberba “Celeste”. Ouvir “Ferris Wheel” e “Celeste” sem derramar uma enxurrada de lágrimas é evidência irrefutável de sociopatia! E o trabalho ainda conta com a linda e carregada “Guinevere” e a clássica “Season of the Witch”. Chamar esse disco de fenomenal ainda é depreciá-lo!
Bruno: É a partir daqui que Donovan acaba com o estigma de Bob Dylan britânico em um disco que mantém a base folk e adiciona doses de psicodelia. Um trabalho viajante e belíssimo.
Davi: Um fato curioso marca esse disco. Embora o musico fosse britânico, o disco foi lançado primeiro nos Estados Unidos por conta de uma disputa contratual. É o primeiro disco do rapaz a trazer uma sonoridade mais psicodélica. Entre os destaques estão Season of The Witch (anos mais tarde regravado pelo Hole de Courtney Love em seu MTV Unplugged. Embora o acústico do conjunto não tenha sido lançado oficialmente, é possível ouvirmos essa versão na coletânea “My Body, The Hand Grenade”), Legend of a Girl Child Linda (escrita em homenagem à sua futura esposa), além da faixa titulo.
Diogo: Enquanto algumas bandas norte-americanas tidas como de sonoridade psicodélica começavam a produzir canções carregadas de experimentações pouco amigáveis aos meus ouvidos, o escocês Donovan Leitch lançava um álbum digno desse rótulo, mas, mesmo assim, mostrando-se completamente diferente, cativando desde a primeira audição pela beleza de todos os elementos envolvidos na concepção deSunshine Superman: composição, arranjos, performance, produção… e feeling, muito feeling. Desde músicas mais simples e voltadas ao rock mais blueseiro, como “Season of the Witch” e “The Trip”, até às mais viajantes, caso de “Ferris Wheel” e “The Fat Angel”, o disco é impressionante. Mais incrível ainda é se dar conta de que algumas das canções são ainda melhores, caso das singelas “Legend of a Girl Child Linda”, “Guinevere” e “Celeste”. Ouça e sinta-se transportado a outro lugar, em outra era.
Fernando: Só ouvi Donovan depois que já tinha minha lista pronta. Acho que ele não entraria nos meus dez discos mesmo se o tivesse conhecido antes. Bom álbum, mas ainda acho Mellow Yellow (1967) melhor.
Luiz: A mistura de folk com toques de psicodelia faz desse disco uma das viagens mais intensas que já tive por intermédio da música.
Mairon: Ah, como eram bons os tempos em que os músicos cantavam com o coração. Este é outro grande exemplo de dedicação ao trabalho. Donovan sempre fez discos regulares, sobressaindo uma que outra canção, mas, em Sunshine Superman, ele realizou um trabalho homogêneo, que foi seguido por diversos ídolos do rock anos depois. Destaques para a sensacional “Guinevere”, “Season of the Witch” e um tal de Jimmy Page dando as honras na guitarra da faixa-título. Outro disco essencial.
Ronaldo: Donovan é um dos mais ilustres representantes de uma geração de cantadores e compositores folk que surgiu a partir de Bob Dylan, Joan Baez, Peter Paul & Mary e cia. limitada. Ele não só foi um ótimo cantor e compositor como também teve um bom aparato nos arranjos, que tornaram sua música original e até bastante inovadora, já que Sunshine Superman é um dos principais trabalhos pré-psicodélicos da história do rock.
Cream – Fresh Cream (55 pontos)
Adriano: Um disco bem razoável, mas com algumas canções que gosto. É o caso das duas primeiras, da boa versão de “Spoonful” e, principalmente, de “Sweet Wine”. Mas ficou longe de entrar no meu top 10.
Bruno: Disco seminal e importantíssimo na história do rock. A fusão do blues elétrico com a psicodelia criaria um amálgama sonoro que viria a ser o embrião do rock pesado, juntamente com a guitarra de Jimi Hendrix, um ano mais tarde. O Cream também pode ser considerado o primeiro supergrupo da história, com o deus Eric Clapton nas seis cordas, o furioso baterista Ginger Baker e o brilhante músico Jack Bruce, um compositor, baixista e vocalista de primeira. Apesar de o disco não conter o melhor do repertório da banda, vale e muito como um registro histórico e de enorme influência.
Davi: Álbum de estreia do supergrupo formado por Ginger Baker, Jack Bruce e Eric Clapton. Na Inglaterra, este disco foi lançado simultaneamente ao compacto de “I Feel Free”. Por isso, na edição inglesa, a canção foi substituída por “Spoonful”. É desse disco também as canções “N.S.U.” e “I’m So Glad”, atualmente consideradas clássicas. Belo disco!
Diogo: Seminal é pouco, meus amigos. Desconheço artistas que, até então, dessem tão bela e única roupagem ao blues e intercalassem essas experiências com tão incríveis canções próprias. Amo os Yardbirds, mas o Cream fez ainda melhor. Grande parte disso deve-se à união de três personalidades musicais extremamente únicas e talentosas: Jack Bruce, Eric Clapton e Ginger Baker, que sedimentaram o hoje mais que arraigado (e até exagerado) conceito de power trio, vitaminando suas performances com virtuosismo e apontando o caminho que seria seguido a partir do final da década por artistas em busca de explorar limites sonoros. “N.S.U.” é fantástica, “Sleepy Time Time” é meu hino, “Dreaming” é puro deleite, “Sweet Wine” é cavala e Ginger Baker dá show em “Toad”. Os covers? Todos ótimos, destacando a carregada atmosfera de “Spoonful”, o caráter pop de “I’m So Glad” e a malandragem de “Rollin’ and Tumblin’”. Acredite, eles fariam ainda melhor.
Fernando: Mesmo contando só com craques em seus instrumentos, o que mais gosto neste disco são as melodias vocais. “Dreaming” é sensacional.
Luiz: Não é meu preferido, tampouco dos mais referenciados trabalhos desse supergrupo (que, por vezes, parece ter menos atenção do que deveria, talvez ofuscados pelo prestígio adquirido por Clapton em carreira solo), mas é um excelente disco carregado na “psicodelia elétrica”, que seria firmada no ano seguinte com Disraeli Gears, obra prima suprema do trio.
Mairon: O Cream estreou com um disco bom, mas eu não consigo ouvir o grupo em estúdio sem ter um certo incômodo. Apesar da quantidade de clássicos aqui registrados, deixaria ele certamente de fora em uma lista de 500 discos a serem levados para uma ilha deserta.
Ronaldo: Eis a nata! O Cream ainda ofereceria mais à humanidade. Ainda sim, contudo, temos aqui um bom disco, blues rock de alta octanagem e uma dose daquilo que viria a ser uma febre na virada dos anos 60 pros 70 – o virtuosismo, longos solos e longas partes instrumentais. O Cream foi peça fundamental na inserção desses elementos.
Simon & Garfunkel – Sounds of Silence (43 pontos)
Adriano: Como eu quis ouvir uma boa quantidade de bandas, terminei pegando apenas um disco do Simon & Garfunkel pra ouvir, e infelizmente foi o Parsley, Sage, Rosemary and Thyme, do mesmo ano. Só escutei Sounds of Silence depois que saiu o top 10 definitivo. Pelo pouco que ouvi, creio que não entraria na minha lista, mas o achei melhor. É um disco mais “embalado”, com sonoridade mais pop, algumas melodias bem agradáveis, mas não pude perceber algo de clássico nele.
Bruno: Belíssimo disco que mostra toda a qualidade de Paul Simon nas composições em um folk melódico, calcado no violão e nas harmonias vocais.
Davi: A dupla chamou a atenção desde o inicio por conta de sua harmonia vocal. Alguns críticos começaram a compará-los com os Everly Brothers, nem tanto por seu estilo de composição, mas pelo cuidado nos arranjos vocais. Neste segundo disco, os rapazes trouxeram uma grande mudança. O seu debut, Wednesday Morning, 3 A.M., era um álbum tipicamente folk. Aqui, entretanto, resolveram seguir os passos de Dylan e eletrificaram seu som, passando a utilizar guitarras nas gravações. Por conta disso, passaram a ser chamados de folk rock. A canção “The Sound of Silence” é tida como um clássico do gênero. O início da fase de ouro de Paul Simon e Art Garfunkel. Bem legal!
Diogo: Sounds of Silence é portador de um lirismo interessante e destaca a sensibilidade da dupla, artistas na concepção mais completa da palavra. O álbum, contudo, ainda não me conquistou de maneira definitiva, justificando assim a ausência em minha lista pessoal. Digo “ainda” pois, a cada audição, o disco soa melhor e mais atraente. O trabalho é bastante linear e ouvi-lo é uma tarefa que parece tomar menos tempo do que o track list realmente tem. Além da faixa-título, ressalto a qualidade de “A Most Peculiar Man”, “Leaves That Are Green” e o empolgante final, com “We’ve Got a Groovey Thing Goin’” e “I Am a Rock”.
Fernando: Já gostei mais de Simon & Garfunkel. Hoje já não me atrai muito. É o disco que mais me surpreendeu por ter entrado nesta lista. A faixa-título é um clássico da música.
Luiz: Não bastassem as letras primorosas (e Paul Simon é, desde sempre, um dos maiores compositores da história), a obra carrega em uma melodicidade que é, ao mesmo tempo, sensível e profunda, impiedosa (como a faixa que leva quase o título do álbum). Um dos discos mais perfeitos que já ouvi.
Mairon: O segundo álbum dos norte-americanos, assim como muito material desse período, possui toques de amor, psicodelia e, claro, muita criatividade. O que diferencia Sounds of Silence dos demais são as interpretações vocais e, principalmente, as letras da dupla. O único porém aqui fica para a eletrização da linda faixa-título. A versão acústica do disco de estreia é insuperável, mas o complemento do álbum contorna esse problema sem nenhum risco para a audição.
Ronaldo: Excelentes compositores e grandes cantores, uma verdadeira pepita de qualidade musical.
John Mayall – Blues Breakers With Eric Clapton (34 pontos)
Adriano: Não é um disco ruim, mas também não é algo que me chame a atenção. Do mesmo ano, prefiro East-West, da Paul Butterfield Blues Band, e até o Autumn ’66, do Spencer Davis Group. E já que se trata de Eric Clapton, recém-saído dos Yardbirds, aproveito pra lamentar a não entrada do ótimo Yardbirds (Roger the Engineer) nesse top 10, uma ausência talvez imperdoável.
Bruno: Bom disco de blues rock, mas muito genérico. Outros álbuns mais importantes e inovadores mereciam estar na lista no lugar deste.
Davi: Neste disco, John Mayall mistura faixas autorais com canções que os norte-americanos gostam de chamar de standards. Robert Johnson, Ray Charles, Otis Rush e Freddie King estão entre os homenageados. Uma curiosidade legal é a versão de “Ramblin’ On My Mind”: essa foi a primeira vez em que ouvimos a voz de Eric Clapton. Este disco foi lançado meses antes do trabalho de estreia do Cream. É também o primeiro trabalho feito por Clapton voltado 100% ao blues. Em uma palavra: histórico.
Diogo: Não é segredo para ninguém que o blues não é exatamente um gênero musical pelo qual nutro alguma devoção. Tendo isso em mente, a inclusão de Blues Breakers With Eric Clapton em minha lista particular tem um significado especial: trata-se de um baita álbum, apresentando uma banda competente e, especialmente, um Clapton afiando ainda mais seus dotes na guitarra e consolidando-se como um dos músicos mais importantes egressos da época. “What’d I Say” (que inclui uma citação a “Day Tripper”, dos Beatles), original de Ray Charles, talvez seja o melhor exemplo da música pulsante que brota do disco. Destaco ainda “All Your Love”, “Parchman Farm”, “Steppin’ Out” e “It Ain’t Right”.
Fernando: Dois discos contando com Eric Clapton nesta lista. Mais um indício de que ele era “o cara” naquela época. Se você ouvir este álbum e ver seus últimos DVDs, vai entender de onde vem aqueles blues que ele tanto gosta de tocar.
Luiz: Não ouvi.
Mairon: Este disco sempre recebeu muitos elogios de todos os que o ouviram e me recomendaram, mas sempre que o ouço, não encontro nada de mais. Yardbirds, Animals e tantos outros já faziam algo melhor nessa linha ao mesmo tempo que o grupo de John Mayall.
Ronaldo: O esplendor de Eric Clapton como o mestre dos clichês do blues (um rótulo que ele detesta, mas que se encaixa perfeitamente bem para ele). Banda afiadíssima e um dos melhores discos de blues britânico da década. Junto com os Yardbirds, John Mayall e seus Blues Breakers fizeram escola nesse estilo.
The Kinks – Face to Face (30 pontos)
Adriano: Assim como eu disse a respeito de Aftermath, este disco não representa um avanço na musicalidade dos Kinks. É tão bom quanto seu antecessor, The Kink Kontroversy (1965), mas menos merecedor de entrar no top 10 do que este, pois em 1966 a concorrência já era bem mais acirrada que no ano anterior. Há muitas faixas lindas, mas destaco: “Party Line”, uma das melhores músicas dos Kinks (e com os versos geniais “Is she big, is she small? Is she a she at all?”), “Rosie Won’t You Please Come Home”, a comovente “Too Much on My Mind” e a clássica “Sunny Afternoon”. “Fancy” é uma maravilhosa peça de inspiração indiana, e vale lembrar que foram os Kinks que iniciaram a onda do chamado raga rock, com a sua linda “See My Friends”, presente no ótimo lado A de Kinkdom (1965).
Bruno: O primeiro grande álbum dos Kinks e um dos grandes feitos de sua carreira. Um apanhado de canções pop com roupagem roqueira, devida principalmente à guitarra de Dave Davies.
Davi: Não ouvi este álbum.
Diogo: O Kinks é um caso interessante. Boas composições, execução satisfatória (com uma saudável displicência) e muito deboche…. Elementos que tinham tudo para me conquistar. No entanto, a banda ainda não “pegou” por aqui. É muito provável queFace to Face seja o melhor disco do grupo até então e que, em um futuro próximo, receba muito mais atenção minha, mas, por ora, não pertenço ao time dos admiradores. Não sou estúpido, porém, de não enxergar algumas belas canções, como “Party Line”, “Rosie Won’t You Please Come Home”, “Session Man” e “Sunny Afternoon”.
Fernando: Penso que este disco será o último do Kinks a entrar nessas listas, e seu melhor registo, Arthur (1969), vai acabar não entrando porque a lista de 1969 será uma briga de foice no escuro. O primeiro álbum conceitual do rock? É possível, não lembro de outro.
Luiz: Um dos maiores trabalhos do grupo. Das letras bem sacadas às melodias bem elaboradas, conduzidas magistralmente pelos vocais dos irmãos Davies, suas canções possuem uma atmosfera envolvente com as composições, como em “Fancy” e a clássica “Sunny Afternoon”. Um disco essencial.
Mairon: Um trabalho somente com canções de Ray Davies só poderia resultar em um bom álbum. Vários outros discos de 1966 entrariam no lugar dele, e, sinceramente, não consigo destacar nada de mais no álbum. Bom, apenas isso.
Ronaldo: Confesso que os Kinks são uma banda que não me desperta muita atenção. A menção deles nesta lista me faz intuir que talvez eu esteja errado.
The Byrds – Fifth Dimension (27 pontos)
Adriano: Os Byrds fariam miséria a partir do disco seguinte, mas aqui a banda já apresenta uma ótima evolução no seu som. Talvez a saída de Gene Clark tenha impulsionado a banda a percorrer caminhos mais ousados (embora Clark ainda apresente a clássica “Eight Miles High”), com McGuinn e Crosby investindo em suas fortes potencialidades. Não gosto de “Mr. Spaceman” (talvez por relacioná-la com o plágio descarado de Raul Seixas em “S.O.S.”) e acho “Captain Soul” talvez desnecessária. Fora isso, temos uma coleção de belas músicas com destaque pra “5D (Fifth Dimension)”, “I Come and Stand at Every Door” e, claro, “Eight Miles High”, na qual McGuinn reproduz as escalas de John Coltrane na guitarra.
Bruno: Cometi o pecado de não reouvir este álbum para a elaboração da lista. Uma pena, pois na hora de escutá-lo para tecer meu comentário tive uma grata surpresa e o achei fantástico. Um trabalho bastante calcado na guitarra de 12 cordas, que mescla o folk rock da banda com psicodelia. Talvez seja meu disco favorito dos Byrds.
Davi: Esse disco marca a saída de Gene Clark, tido como um dos principais compositores do conjunto. Neste trabalho, ele participa apenas de “Captain Soul” e daquela que talvez seja a canção mais conhecida deste álbum, “Eight Miles High”. Os músicos arriscaram ir para novos caminhos, trazendo influencias do country rock, do raga rock e também da psicodelia. Também passaram a compor mais, gravar menos covers. O disco dividiu opiniões na época, mas trata-se de um trabalho bem legal. Vale a pena a aquisição.
Diogo: A saída do compositor de mais destaque em uma banda que investia boa parte de seu repertório em covers poderia determinar o fim de suas atividades, certo? Errado, ao menos em se tratando dos Byrds. Apesar de Gene Clark ainda ter contribuído justamente com a música mais marcante do disco, a fantástica “Eight Miles High”, o resto do grupo não apenas conseguiu manter a qualidade dos registros anteriores, como conseguiu superá-la. Jim/Roger McGuinn, David Crosby, Chris Hillman e Michael Clarke mostraram por que viriam a ser uma das formações mais influentes em todos os tempos e forneceram motivos de sobra para atestar suas capacidades como músicos e compositores, vide a faixa-título, “I See You”, “What’s Happening?!?!” e a lindíssima adaptação para “Wild Mountain Thyme”. Alguém por aí sabe se a obra dos Byrds já foi declarada patrimônio cultural de seu país? Se não, deveria!
Fernando: O Byrds cai de vez na psicodelia, como podemos observar em seu logo. A potência vocal dos Byrds é perfeita, talvez só o Crosby, Stills, Nash & Young seja comparável a eles. “Mr. Spaceman” realmente foi plagiada em “S.O.S.”, de Raul Seixas?
Luiz: Confesso que conheço muito pouco do grupo para formar uma opinião mais aprofundada, sendo este o único disco a que me dediquei a ouvir com mais atenção. Apesar de ser um grande apreciador do rock psicodélico e de ter conhecimento de que o The Byrds é justamente uma das bandas precursoras do estilo, não conseguiu me agradar tanto. Quem sabe com mais atenção a outros álbuns, com o tempo, minha opinião mude. Mas, por enquanto, não figura na minha lista de melhores.
Mairon: Sem Gene Clark, McGuinn e Crosby se desdobraram para manter o Byrds na ativa. O disco é muito curto, e possui como méritos o fato de não incluir nada de Dylan (o que havia aparecido nos álbuns anteriores) e “Eight Miles High”, e nada mais.
Ronaldo: O maior mérito deste disco chama-se “Eight Miles High”, na minha opinião, a melhor e mais visionária música do rock daquele ano. Ela é melódica, intensa, psicodélica, jazzy e experimental, tudo ao mesmo tempo. A profecia de Dylan também começa a se tornar realidade aqui. E o restante do disco tem o padrão The Byrds de qualidade.
Listas individuais:
Adriano KCarão
1. Donovan – Sunshine Superman
2. The Beach Boys – Pet Sounds
3. Bob Dylan – Blonde on Blonde
4. The Beatles – Revolver
5. The Rolling Stones – Aftermath
6. The Kinks – Face to Face
7. The Who – A Quick One
8. The Animals – Animalisms
9. The Byrds – Fifth Dimension
10. The Yardbids – Yardbirds (Roger the Engineer)
Bruno Marise
1. The Rolling Stones – Aftermath
2. The Kinks – Face to Face
3. The Sonics – Boom
4. The Beatles – Revolver
5. The Beach Boys – Pet Sounds
6. Donovan – Sunshine Superman
7. The Who – A Quick One
8. The Seeds – The Seeds
9. Simon & Garfunkel - Sounds of Silence
10. The Mothers of Invention – Freak Out!
Davi Pascale
1. The Beatles – Revolver
2. Cream – Fresh Cream
3. The Rolling Stones – Aftermath
4. Roberto Carlos – Roberto Carlos
5. The Beach Boys – Pet Sounds
6. John Mayall – Blues Breakers With Eric Clapton
7. Donovan – Sunshine Superman
8. Ronnie Von – Ronnie Von
9. Simon & Garfunkel - Sounds of Silence
10. The Animals – Animalisms
Diogo Bizotto
1. Bob Dylan – Blonde on Blonde
2. Cream – Fresh Cream
3. Ennio Morricone – The Good, the Bad and the Ugly (Trilha Sonora Original)
4. The Byrds – Fifth Dimension
5. Donovan – Sunshine Superman
6. The Mothers of Invention – Freak Out!
7. The Beatles – Revolver
8. The Beach Boys – Pet Sounds
9. The Yardbids – Yardbirds (Roger the Engineer)
10. John Mayall – Blues Breakers With Eric Clapton
Fernando Bueno
1. The Beach Boys – Pet Sounds
2. The Beatles – Revolver
3. Cream – Fresh Cream
4. Bob Dylan – Blonde on Blonde
5. John Mayall – Blues Breakers With Eric Clapton
6. Love – Love
7. The Mothers of Invention – Freak Out!
8. The Rolling Stones – Aftermath
9. The Kinks – Face to Face
10. The Byrds – Fifth Dimension
Luiz Carlos Freitas
1. Simon & Garfunkel - Sounds of Silence
2. Tim Buckley – Tim Buckley
3. The Rolling Stones – Aftermath
4. The Who – A Quick One
5. The Mothers of Invention – Freak Out!
6. The Animals – Animalisms
7. The Beach Boys – Pet Sounds
8. Donovan – Sunshine Superman
9. The Kinks – Face to Face
10. The Seeds – A Web of Sounds
Mairon Machado
1. The Beach Boys – Pet Sounds
2. The Yardbirds – Yardbirds (Roger the Engineer)
3. The Paul Butterfield Blues Band – East-West
4. Simon & Garfunkel - Sounds of Silence
5. Bob Dylan – Blonde on Blonde
6. Chris Farlowe – 14 Things to Think About
7. Donovan – Sunshine Superman
8. Sabicas – Rock Encounter
9. The Mamas & the Papas – If You Can Believe Your Eyes and Ears
10. The Rolling Stones – Aftermath
Ronaldo Rodrigues
1. The Beatles – Revolver
2. The Beach Boys – Pet Sounds
3. John Mayall – Blues Breakers With Eric Clapton
4. The Byrds – Fifth Dimension
5. Bob Dylan – Blonde on Blonde
6. The 13th Floor Elevators – The Psychedelic Sounds of the 13th Floor Elevators
7. Donovan – Sunshine Superman
8. Cream – Fresh Cream
9. Simon & Garfunkel - Sounds of Silence
10. The Mothers of Invention – Freak Out!