quinta-feira, 30 de novembro de 2017

UFO e Os Anos na Chrysalis - Parte II (The Chrysalis Years 1980 - 1986) [2012]




Seguindo sobre os boxes lançados pela Chrysalis, no início dessa década, trazendo material do UFO, hoje apresento o segundo deles, o qual cobre o período entre 1980 e 1986.

Essa foi uma época conturbada para os ingleses. Michael Schenker saiu da banda depois da turnê de Obsession, e abriu espaço para que o UFO começasse a se guiar por novas sonoridades. Para seu lugar, veio o galês e ex-Lone Star Paul "Tonka" Chapman, o qual é o nome das seis cordas em quatro dos cinco CDs dessa segunda caixa. Antecipo que outras mudanças ainda ocorreram nesse período.

Concentrando-se na caixa, a estreia de Chapman está no CD 1, ou seja, o álbum No Place To Run (1980). Gravado com a produção de George Martin, é um álbum que se afasta dos riffs pesados e traz uma sonoridade bastante atual - para a época - com os teclados de Paul Raymond destacando-se, sendo que antes eles ficavam bem sombreados pela guitarra de Schenker. Ao lado dos dois Pauls, estão Pete Way (baixo), Phil Mogg (vocais) e Andy Parker (bateria). Todo o No Place To Run está na íntegra, seguido pelas faixas bônus "Young Blood" (versão editada) e "Hot 'n' Ready", gravada ao vivo mas sem registro de onde e quando foi gravado, o que é uma falha importante para os colecionadores, apesar de algumas fontes dizerem que essa versão foi registrada em Cleveland, Ohio, em 1980.


UFO na formação de Making Contact: Pete Way, Phil Mogg, Andy Parker e Neil Carter

Ainda no CD 1, surge a cereja do bolo dessa caixa, que é a primeira parte da apresentação da banda na BBC em 04 de fevereiro de 1980, e que estava inédita até então. Nessa apresentação, podemos conferir o talento de Tonka, já que além de apresentar com segurança as faixas de No Place To Run ("Lettin' Go", "Young Blood" e "No Place To Run"), ele também voa alto nos clássicos do grupo, s quais são "Out In The Street", "Cherry", "Only You Can Rock Me" e "Love To Love. Ok que em "Love To Love" podíamos esperar um pouco mais de Chapman, principalmente por que estamos acostumados com Schenker sempre mandando ver no solo final, mas o garoto não faz feio nessa apresentação, a qual segue no CD 2 com mais cinco faixas: "Mystery Train", uma versão ampliada em relação ao que foi gravado em No Place To Run, com alguns improvisos a mais, "Doctor Doctor", "Too Hot To Handle", "Lights Out" e "Rock Bottom". Esses quatro clássicos também mostram toda a competência de Chapman, e novamente, se ele não é um Schenker, também não faz feio.

Só essa apresentação na BBC já vale o box, principalmente por que não existe nenhum outro registro oficial ao vivo com Chapman, mas a caixinha continua, e complementando o segundo CD, está todo o segundo disco com Chapman, The Wild, The Willing and the Innocent. Lançado em 1981, foi o primeiro disco da banda totalmente autoproduzido, e conta com Neil Carter substituindo Paul Raymond nos teclados, já que Raymond uniu-se a Michael Schenker no Michael Schenker Group. Carter além de tocar teclados, também era um belo guitarrista, e possuía talento no saxofone, o qual empregou no pequeno hit "Lonely Heart", cuja versão editada, que foi lançada em 7", complementa o segundo CD.



O terceiro CD é dedicado apenas para o álbum Mechanix, o álbum mais bem sucedido dessa era. Mechanix ficou marcado por ser a despedida de Pete Way, que foi fazer sucesso ao lado de "Fast" Eddie Clarke no Fastway, e está em sua totalidade no CD 3, com o saxofone surgindo com mais evidência em "The Writer", "Somethin' Else"  e principalmente no único bônus do CD, a faixa "Heel of a Stranger", que originalmente saiu apenas na versão japonesa de Mechanix. Ou seja, um atrativo menor perto dos grandes bônus dos dois primeiros CDs.

Carter acabou assumindo a função de baixista, e junto com Billy Sheehan, é o responsável pelas quatro cordas em Making Contact, um dos maiores fracassos comerciais da carreira do UFO, e que está presente no CD 4, junto com os bônus "Everybody Knows" e "When It's Time to Rock", com a primeira também tendo saído apenas na versão nipônica do álbum, e sendo lado B do single de "When It's Time to Rock", e as cinco faixas ao vivo da bela coletânea Headstone, "We Belong To The NIght", "Let It Rain", "Couldn't Get It Right", "Electric Phase" e "Doing It All For You", as quais foram registradas no Hammersmith Odeon em 1983.


O quinto e último CD traz o retorno do UFO aos palcos e aos estúdios, com uma formação totalmente diferente. Dos membros originais, ficou apenas Phil Mogg, agora acompanhado de Tommy "Atomik Tommy M" McClendon nas guitarras, Paul Gray no baixo e Jim Simpson na bateria. Fechando o time, o retorno de Paul Raymond aos teclados. Essa formação gravou Misdemeanor (1986), e colocou o pé na estrada para tentar ressucitar o UFO. O resultado não foi dos melhores comercial e musicalmente falando, e pode ser conferido aqui em sua totalidade, com os bônus "The Chase", "Night Run", "Heaven's Gate" e "One Heart", todos lados B dos singles lançados na época.

Novamente, não há um encarte caprichado. Nele, temos outra entrevista com Mogg, narrando sobre essa fase da banda, e através das suas palavras, percebe-se que ele não é muito confortável em falar sobre esse período do UFO. Sendo assim, o principal destaque fica para a participação ao vivo do UFO na BBC em 1980, o que se para você não é o suficiente, então nem é necessário adquirir essa caixinha.

Em três semanas, comento sobre a maior das caixas, a que contém 10 CDs, e trago os prós e contras para a sua aquisição.

Contra-capa desse box
Disc: 1
  1. Alpha Centauri 
  2. Lettin' Go
  3. Mystery Train
  4. This Fire Burns Tonight
  5. Gone In The Night
  6. Young Blood
  7. No Place To Run
  8. Take It Or Leave It
  9. Money Money
  10. Anyday
  11. Young Blood (7" Edit)
  12. Hot 'N' Ready (Live In Cleveland, Ohio)
  13. Lettin' Go (BBC In Concert)
  14. Young Blood (BBC In Concert)
  15. No Place To Run (BBC In Concert)
  16. Out In The Street (BBC In Concert)
  17. Cherry (BBC In Concert)
  18. Only You Can Rock Me (BBC In Concert)
  19. Love To Love (BBC In Concert)

Disc: 2
  1. Mystery Train (BBC in Concert)
  2. Doctor Doctor (BBC In Concert)
  3. Too Hot to Handle (BBC In Concert)
  4. Lights Out (BBC In Concert)
  5. Rock Bottom (BBC In Concert)
  6. Chains Chains
  7. Long Gone
  8. The Wild, The Willing And The Innocent
  9. It's Killing Me
  10. Makin' Moves
  11. Lonely Heart
  12. Couldn't Get It Right
  13. Profession Of Violence
  14. Lonely Heart (7" Edit)

Disc: 3
  1. The Writer
  2. Somethin' Else
  3. Back Into My Life
  4. You'll Get Love
  5. Doing It All For You
  6. We Belong To The Night
  7. Let It Rain
  8. Terri
  9. Feel It
  10. Dreaming
  11. Heel Of A Stranger

Disc: 4
  1. Blinded By A Lie
  2. Diesel In The Dust
  3. A Fool For Love
  4. You And Me
  5. When It's Time To Rock
  6. The Way The Wild Wind Blows
  7. Call My Name
  8. All Over You
  9. No Getaway
  10. Push, It's Love
  11. Everybody Knows
  12. When It's Time To Rock (7\" Edit)
  13. We Belong To The Night (Live At Hammersmith)
  14. Let It Rain (Live At Hammersmith)
  15. Couldn't Get It Right (Live At Hammersmith)
  16. Electric Phase (Live At Hammersmith)
  17. Doing It All For You (Live At Hammersmith)

Disc: 5
  1. This Time
  2. One Heart
  3. Night Run
  4. The Only Ones
  5. Mean Streets
  6. Name Of Love
  7. Blue
  8. Dream The Dream
  9. Heavens Gate
  10. Wreckless
  11. The Chase
  12. Night Run (US Remix)
  13. Heavens Gate (US Remix)
  14. One Heart (US Remix) 

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Aerosmith - Parte IV



Com um contrato milionário, o grupo volta a Columbia e passa por um período turbulento, com várias trocas por trás dos bastidores, e com Kramer sofrendo de depressão, chegando a ser substituído temporariamente por Steve Ferrone. 

Capa original de Nine Lives

Nesse turbilhão de problemas, registram Nine Lives, lançado em 1997 e com a produção de Kevin Shirley. O disco começa lá em cima, com a sensacional faixa-título, e possui momentos magníficos, como as pancadas "Crash" e "Something's Gotta Give",  o hardzão animalesco tendo a harmônica em destaque, e a pesada "Attitude Adjustment". A ótima "Taste Of India", utilizando o instrumento  sarangi, a cargo de Ramesh Mishra, e cordas misturados a muito peso, é fácil a melhor do disco. 

Nine Lives é marcado por mais alguns sucessos: "Falling in Love (Is Hard On The Knees)", embalada pelos metais arranjados por Tyler junto a David Campbell (músicos não citados); o rock grudento de "Pink", outra composição ao lado de Supa; a balada "Hole In My Soul", com um interessante arranjo de cordas por Elliot Scheiner. O álbum peca em ser um pouco longo, algo que era praticamente uma exigência da mídia CD na época, e daí vem "The Farm" e os 8 exagerados minutos da balada "Fallen Angels" (também composta em parceria com supa, e que o final meio "Kashmir" ainda vale), e que talvez seja o maior pecado aqui, o excesso de baladas, já que além de "Fallen Angels" e "Hole in My Soul", temos "Ain't That A Bitch", "Full Circle", e "Kiss Your Past Good-Bye",  todas muito similares entre si. 

Capa alternativa do álbum

Se desse uma enxugada, seria um disco melhor. Essas são as 13 faixas originais do disco. Aos completistas, há diversos formatos no mercado, com bônus diferentes. As mais notáveis são a japonesa, com as canções inéditas "Falling Off", cantada por Perry, e "Fall Together", e a brasileira, com os bônus "Falling Off" e "I don't Want To Miss A Thing". Cinco milhões em vendas no total, o que foi considerado um fracasso perante os 20 de Get a Grip

O nome é uma homenagem ao próprio grupo, que já tinha passado pelos altos e baixos, e sobrevivido como um gato (nos países de língua inglesa, o gato tem 9 vidas, e não 7 como aqui). A capa original acabou sendo substituída por conta de manifestações da comunidade hindu, que atribuiu a imagem de Lord Krishna (com cabeça de gato e peito feminino) dançando sobre a cabeça da cobra demônio Kāliyā, muito ofensiva, e assim, virou a do gatinho.  É considerado pelo site Ultimate Classic o pior disco da banda, o que acho um certo exagero, apesar de honestamente ele estar no meu Top 3 dos mais fracos do grupo.

O ao vivo A Little South of Sanity registra a fase mais bem sucedida do grupo

A banda embarcou em uma turnê de dois anos, registrada no ao vivo A Little South of Sanity (1998), ganhou um Grammy por "Pink" e finalmente, em 1998, conquistou seu primeiro (e único até hoje) number 1, com "I Don't Want to Miss a Thing", a qual merece um parágrafo a parte. Ela foi gravada exclusivamente para o filme Armageddon (1998), com participação de Liv Tyler, assim como "What Kind of Love Are You On" e uma nova versão para "Sweet Emotion". 

Single de "I don't Want Miss a Thing"
É uma composição de Diane Warren, e o seu single vendeu a incrível marca de 1 milhão e 200 mil cópias no Reino Unido, superando o 1 milhão de cópias do mercado americano. A marca de vendas pelo mundo superou 5 milhões, ou seja, o single vendeu o mesmo que o álbum antecessor. Por isso, a canção acabou sendo incluída na versão brasileira, apesar de que no estrangeiro, você só encontrará ela ou no single ou na trilha de Armageddon, o que faz da versão nacional (e a argentina também) um atrativo para os consumidores de fora do país.

Modernizando o som em Just Push Play

Depois de um período de três anos, em 2001 chega às lojas Just Push Play. Esse é um álbum um tanto quanto experimental em comparação ao seu antecessor, e apenas com 30% de baladas. 

Em um total de 12 canções, "Avant Garden", leve canção semi-acústica, "Fly Away From Here", com o belo piano de Jim Cox e a participação de Paul Santo nos teclados, "Jaded" e "Luv Lies" são as representativas da melosidade, com "Jaded" sendo o grande sucesso do disco. Porém, é o peso de "Beyond Beautiful", com um belo solo de Perry, e os eletrônicos que aparecem na faixa-título, canção na qual Tyler empunha também as seis cordas, e faz vocalizações em dialetos da Jamaica, que chamam a atenção. 

A capa dá indicativo de eletrônicos, com a versão robótica de Marilyn Monroe, e é na percussão principalmente que eles se sobressaem em algumas faixas, mais precisamente em "Drop Dead Gorgeous", que conta com Perry nos vocais, e as programações de Paul Caruso, "Under My Skin" e "Outta Your Head", uma faixa lunática com Tyler cantando como se fosse um rap, misturando batidas de hip hop e muita distorção. Curiosamente, essas são as músicas que mais agradam, junto de "Light Inside", canção crua, pegada e rocker na medida certa. 

Tom Hamilton, Brad Whitford, Steven Tyler, Joe Perry and Joey Kramer
of Aerosmith no Rock and Roll Hall of Fame, em 19 de março de 2001.
 

"Sunshine" e "Trip Hoppin'" são canções que pouco chamam atenção, a última com participação dos metais, a cargo da Tower of Horns e de Dan Higgins (clarinete e saxofone) e com bom embalo. Os arranjos de cordas de Just Push Play ficaram a cargo de David Campbell ("Beyond Beautiful", "Fly Away From Here", "Jaded") e Jim Cox ("Avant Garden", "Luv Lies", "Sunshine" e "Under My Skin"). Perry já atestou que acha esse o pior disco do Aerosmith, muitos fãs torcem o nariz, e entre mortos e feridos, realmente é uma das últimas opções que sugiro para os que não conhecem Aerosmith adquirir.

Entram na Hall of Fame do Rock 'n' Roll em 2001, exatamente quando "Jaded" alcançou a primeira posição nas paradas americanas. Algumas coletâneas saíram nessa época, em especial Young Lust: The Aerosmith Anthology (2001), Classic Aerosmith (2002) e O, Yeah! Ultimate Aerosmith Hits (2002), esse último com a inédita "Girls of Summer", mais uma para entrar na lista de baladas do grupo.

O álbum de covers Honkin' on Bobo

Passados mais três anos e Honkin' on Bobo (2004) é lançado. Esse é um álbum de covers das raizes bluesísticas do quinteto, acompanhado de Paul Santo (piano, piano elétrico, órgão), e trazendo onze versões muito particulares para canções do blues que marcaram época.  Há participações especiais de Tracy Bonham (vocais em "Back Back Train", dividindo com Perry, e "Jesus Is on the Main Line", um coral tradicional acompanhado pela steel guitar de Perry), Johnnie Johnson (piano em "Shame, Shame, Shame" e "Temperature") e The Memphis Horns (metais em "Never Loved a Girl"). 

As faixas que mantiveram a linha blues foram "Back Back Train", com a já citada dupla vocal de Perry e Bonham, "Eyesight to the Blind", com um show de Tyler na harmônica, "Never Loved a Girl", com Tyler ao piano e o marcante órgão de Santo, e "Temperature", mais um espetáculo da harmônica de Tyler. "I'm Ready" e "Road Runner" são versões amenas e de pouco destaque no contexto geral. Já as versões mais legais são de "Shame, Shame, Shame", que virou um rockzão dos bons, a pegadaça "Baby Please don't Go", a totalmente reinventada "You Gotta Move" e a surpreendente recriação do clássico de Peter Green no Fleetwod Mac, "Stop Messin' Around", cantada por Perry e com uma introdução fabulosa da harmônica e guitarra duelando. 

O bom ao vivo Rockin' the Joint

Além das covers, vale pela inédita "The Grind", uma bela balada bluesy. No geral, é mais essencial e agradável que seus dois antecessores, e seu posterior também. Na sequência desse disco, foi registrado no Hard Rock Joint de Las Vegas o CD e DVD ao vivo Rockin' the Joint (2005), trazendo canções de diversas fases da banda, e é o último ao vivo da banda até o momento. 

O grupo volta ao Brasil para uma única apresentação no Morumbi, em 2007. Antes, Tyler passou por uma cirurgia na garganta, Hamilton saiu temporariamente para um tratamento para câncer de garganta, sendo substituído nos shows por David Hull, a coletânea Devil's Got a New Disguise: The Very Best of Aerosmith, trazendo duas novas faixas ("Devil's Got a New Disguise" e "Sedona Sunrise"), tudo isso em 2006. Em 2008 lançam a versão do game Guitar Hero: Aerosmith, a primeira exclusiva para uma banda.

Aerosmith em Porto Alegre, 2010

Um fato interessante e lamentável foi que Tyler chegou a sair da banda no final da primeira década do século XXI. Tudo começou em agosto de 2009, quando o vocalista caiu do palco durante "Love In An Elevator" em um show em Buffalo Chip, nos EUA, com Tyler quebrando o ombro e cancelando parte dos shows do Aerosmith. Começou uma briga interna entre ele e Perry, que inclusive chegou a ter um anúncio extra-oficial de Lenny Kravitz como novo vocalista do Aerosmith, o que nunca se confirmou. 

Felizmente, tudo se resolveu e em 2010, ao Brasil para shows em Porto Alegre e São Paulo, na turnê Cocked, Locked, Ready to Rock Tour, que também passou pela Colômbia e Perú, onde o grupo pisou pela primeira vez. O grupo voltou ao Brasil diversas outras vezes nessa década. Veio mais uma coletânea, Tough Love: Best of the Ballads, em 2011, e finalmente, o novo álbum no ano seguinte.

Último álbum da banda até o momento

Somente após 8 anos, depois de muitos intempéries, o grupo conseguiu finalmente lançar seu décimo quinto álbum de estúdio, o primeiro em 11 anos. Em Music from Another Dimension! há uma quantidade grande de participações especiais, das quais vou destacar três apenas: Julian Lennon, fazendo os backing vocals da pesada "Luv XXX"; Rick Dufay fazendo a guitarra base em "Shakey Ground"; e Johnny Deep, fazendo os backing vocals de "Freedom Fighter". É um álbum que tenta resgatar o estilo de compor da época de Pump e Get a Grip, mas trazendo aquelas inspirações Zeppelianas dos anos 70. Claro, as baladas Aerosmithianas também estão nele, na verdade, em quase 50% do material. 

Elas são "Another Last Goodbye", com Tyler ao piano e um arrepiante violino, "Can't Stop Lovin' You", um dueto de Tyler com a cantora de country Carrie Underwood, "Closer", "Tell Me" (Tyler ao mandolim), a grudentíssima "What Could Have Been Love" e a linda "We All Fall Down", fácil uma das canções mais belas que o grupo gravou. 

O grupo nos anos 2010

Os rocks com inspirações setentistas estão em "Lover Alot", lembrando um pouco o estilo de "Draw the Line", "Oh Yeah", "Out Go The Lights", essa exagerando nas vocalizações femininas, e no hammond de "Something", cantada por Perry e com Tyler na bateria. O estilo de Tyler cantar "Beautiful", quase como um rap, remete-nos aos anos 80, sendo que nessa ele também toca guitarra. As melhores faixas são a viajante "Legendary Child", com fortes referências ao Led, o peso de "Freedom Fighter", outra com os vocais de Perry, e a pancada "Street Jesus", veloz e arrebatadora. A versão em vinil vermelho transparente, acompanhado de um CD, é muito bonita, e vale a pena a aquisição para a coleção.

Bela versão em vinil vermelho transparente do último álbum


O grupo vem divulgando notícias de uma turnê de aposentadoria. Desde 2012, foram realizadas várias turnês, mas nada de novo foi lançado. Fica a expectativa para o que pode acontecer nos próximos meses, e a certeza de que essa é uma das discografias mais valiosas e vendidas na história da música mundial.

domingo, 26 de novembro de 2017

Aerosmith - Parte III




Continuamos com a Discografia Comentada do Aerosmith, agora abrangendo de Done With Mirrors (1985) até Music from Another Dimension! (2012). É o período onde o Aerosmith retorna com sua formação clássica, tendo Steven Tyler (vocais, piano, harmônica), Joe Perry (guitarra, vocais), Brad Whitford (guitarra, vocais), Tom Hamilton (baixo) e Joey Kramer (bateria). 

Pôster da turne Back in the Saddle

O mais marcante, é que aqui o grupo retorna ao auge, conquistando toda uma nova geração de fãs, e principalmente, consegue livrar-se das drogas e bate recorde de vendas em todo o mundo, além de fazer parte da trilha sonora do filme Armageddon (1995), o que ajudou ainda mais a colocar o Aerosmith no status de um dos maiores nomes do rock da história.

O início desse retorno se dá com a Back in the Saddle Tour, a qual foi registrada no álbum Classics Live! II (1987). O primeiro disco dos americanos pela Geffen Records é o que considero o mais fraco. 

Capa original, lançamentos internacionais

Done With Mirrors começa muito bem, com a ótima "Let the Music Do the Talking", uma regravação de uma canção do primeiro álbum solo de Perry, com nova letra e melodia, onde o slide guitar de Perry lembra "In My Time of Dying' (Led Zeppelin), e tem em "Gypsy Boots" a sua melhor faixa, pegada, lembrando os bons tempos dos anos 70. 

Mas depois, desliza entre canções apáticas e de pouca inspiração ("Shame on You" e "Shela"), e faixas animadas que relembram bem os anos 70 ("She's on Fire", com um ótimo trabalho de slide ao violão, e "The Hop", trazendo a harmônica de Tyler). No meio disso, "The Reason a Dog" está na lista de piores canções que o grupo fez, e se quer chega a ser percebida pelo ouvinte. Ainda escapa-se, com poucas sobras, o duelo vocal de Perry e Tyler em "My Fist Your Face". 

Capa na versão brasileira
A capa original do LP lançado lá fora é diferente da brasileira, que foi lançada invertida, com o nome aparecendo de forma "correta". Além disso, o LP brasileiro incluiu "Darkness", ótima faixa com um grande trabalho de piano por Tyler, e que lá fora, só saiu no CD e k7. Perry, Kramer e Whitford já traçaram alguns comentários ácidos para Done With Mirrors, muito em virtude do som cru que foi registrado por Ted Templeman, em uma tentativa de capturar a banda "sem frescuras de estúdio". Mas, há um grande grupo de fãs que o veneram, dos quais não faço parte, e que conquistou apenas ouro nos Estados Unidos.

Porém, voltam aos palcos, e recebem um inusitado convite para gravar "Walk this Way" junto ao grupo de rap Run-DMC. O single com a nova versão, lançado em 1986, alcançou a 4 posição em vendas na América, e foi o  prenúncio de uma nova era para a banda. Ainda em 86, é lançado Classic Live!, com canções registradas ao vivo entre 1978 e 1984, algumas delas tendo a presença de Jim Crespo e Rick Dufay, além da inédita "Major Barbra", a qual ficou de fora de Get Your Wings. Uma raridade para os fãs hoje em dia.

Tyler e Perry com a galera do Run-DMC
Com o sucesso de vendas de "Walk this Way", e finalmente livre das drogas, Tyler e cia. conseguem juntar forças para adquirir inspiração, e criar um álbum emblemático. É com Permanent Vacation (1987) que o grupo começa novamente sua caminhada para o topo das maiores bandas de todos os tempos. 

Permanent Vacation - retornando ao sucesso

Foram cinco milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos (platina quíntupla), e um marco para o retorno definitivo dos americanos. Além do inédito auxílio de compositores externos (Desmond Child, Jim Vallance e Holly Knight), aqui também marca o início da parceria com a produção do aclamado Bruce Fairbairn (Bon Jovi, INXS, Poison, Van Halen, ...), que durou três álbuns. Até por isso, é possível perceber uma modernizada no som do grupo, vide "Magic Touch" e "Girl Keeps Coming Apart" (apresentando um naipe de metais citado na sequência), que afastou os fãs mais antigos, mas conquistou toda uma nova geração de fãs.

"St. John" é uma espécie de jazz, com clima de filme dos anos 40, e é a única canção composta exclusivamente por Tyler nesse disco. Por falar em filme, a instrumental "The Movie" é uma viagem de filme sci-fi bem diferente do que estamos acostumados a ouvir nos discos do quinteto. "Girl Keeps Coming Apart" foi a única composta apenas por Tyler e Perry, que aliás, está em ótima forma, como demonstram os solos de "Heart's Done Time" e da faixa-título, cuja letra é engraçada pacas, e contando com a percussão de aço de Morgan Rael. 

Encarte de Permanent Vacation

Os grandes clássicos do álbum foram três. O principal é "Rag Doll", um boogie sacolejante embalado pelo slide de Perry e o naipe de metais formado por Tom Keenlyside (clarinete e saxofone tenor), Ian Putz (saxofone barítono) e Bob Rogers (trombone), além da presença do órgão de Jim Vallance. O naipe também participa de outro grande clássico, "Dude (Looks Like a Lady)", com seu refrão hiper-grudento.  O terceiro clássico é a baladaça "Angel", com Tyler ao piano e a presença essencial do mellotron de Drew Arnott emulando cordas, e um refrão para acender os celulares (antigamente, os isqueiros) nas arenas.

Ambas aproveitaram a modernidade da MTV, e ganharam clipes que rodaram direto na telinha.Curto bastante faixas que ficaram esquecidas devido a esses grandes clássicos, as quais são a veloz "Simoriah", novamente com o órgão de Vallance, e o blues de "Hangman Jury", com uma ótima apresentação da harmônica de Tyler. Ainda há o cover para "I'm Down" (The Beatles), na mesma linha do original. Fácil fácil Top 3 dessa segunda parte da discografia do Aerosmith. Em 1988 chega ao mercado a coletânea Gems, e o grupo saiu em uma gigantesca turnê abrindo para o Guns N' Roses, preparando material para o seu maior sucesso nos anos 80.

Álbum marcante nos anos 80

Com sete milhões de cópias vendidas só nos Estados Unidos, e um dos grandes discos dos anos 80, assim resume-se Pump. Quem viveu o início dos anos 90 pegou a febre que esse álbum causou nas rádios e na TV. O clipe de "Janie's Got a Gun", contando a polêmica história da garota que sofreu abusos sexuais do pai, foi um sucesso na MTV. Foi ranqueado entre os 100 melhores clipes de todos os tempos pela Rolling Stone, ganhou o prêmio de melhor vídeo do ano e ajudou muitas meninas e mulheres a terem mais uma arma para se defender nesse assunto que tristemente ainda existe. A música é mais um clássico da carreira da banda, e honestamente, é foda pra caralho, seja pelas orquestrações de Fairbairn, pelos solos de Perry ou pela interpretação sensacional de Tyler. 

Single de "Janie's Got a Gun"
Mas não é o único sucesso, pois "Love in an Elevator", a letra que Gene Simmons afirmou que gostaria de ter escrito, também ganhou um ótimo clipe, repleto de mulheres lindas, e arregaçou gargantas com os "oohh-ohh yeah" e o naipe de metais dos The Margarita Horns, formado por Bruce Fairbairn, Henry Christian, Ian Putz e Tom Keenlyside. Outro sonzaço, que ainda tem como novidade Hamilton nos backing vocals, junto de Bob Dowd. 

Mais um grande sucesso foi a baladaça "What It Takes", Esses clipes foram lançados em um VHS chamado Things That Go Pump in the Night, que tornou-se platina nos EUA, com mais de 100 mil cópias vendidas. Os caras estavam inspiradíssimos, e trouxeram para os fãs petardos fulminantes em "Young Lust", "Monkey On My Back" - mais um show particular de Perry ao slide -, "Voodoo Medicine Man" e "My Girl". Ainda há aquelas faixas que são típicas do Aerosmith nessa nova fase, investindo em riffs fortes e refrões grudentos, no caso "F. I. N. E.",  "Don't Get Mad, Get Even" e a sensacional "The Other Side", outra com a participação do naipe de metais, e com uma maluca introdução apenas com violões, percussão e voz, chamada "Dulcimer Stomp", que traz inspirações indígenas e não há nada igual nos discos do grupo. 

Aliás, foi ideia de Fairbairn as vinhetas de introdução de algumas faixas ("Goin Down" em "Love In An Elevator", "Water Song" em "Janie's Got a Gun" e "Hoodoo" em "Voodoo Medicine Man"), para trazer uma ideia de continuidade ao disco. O sucesso foi tão grande que um documentário chamado Making of Pump foi lançado em VHS no ano seguinte.

Em 1992, no auge do sucesso, com os atores de Wayne's World

O grupo estava no auge. Uma turnê de 12 meses percorreu o mundo a partir de então. Viram atração no programa Wayne's World em 21 de fevereiro de 1990, levando o programa ao cume dos programas mais assistidos na América naquela noite, e gravam o Unplugged para a MTV em agosto de 90, praticamente estreando o formato no canal, e destacando a ótima versão para "Love Me Two Times" (The Doors). 

No ano seguinte, estão no seriado The Simpsons (1991) e no filme de Wayne's World (Quanto Mais Idiota Melhor) em 1992. Nesse meio tempo, sai o box Pandora's Box, que cobre a discografia da banda desde suas origens como The Strangeurs e Chain Reaction, até Rock in a Hard Place. O Box tem diversas raridades dentre faixas inéditas, versões ao vivo, entre outros, lançado em 1991. 

Aerosmith no programa The Simpsons

Ainda houve uma remixagem e um clipe para "Sweet Emotion", bem como uma regravação e clipe para "Dream On", essa feita especialmente para os dez anos da MTV, contando com uma linda orquestração de Michael Kamen. Como diz o famoso narrador: "Que fase!", mas aqui, no melhor dos sentidos.

O último disco com a mão de Fairbairn é Get a Grip, de 1993, que também conquistou marcas consideráveis em vendas, além de ter sido o álbum que trouxe o grupo pela primeira vez ao Brasil, em uma apresentação inesquecível no Hollywood Rock de 1994. 

20 milhões de cópias vendidas. Sucesso!

Em uma época onde tudo era liberado, o traseiro da lindona Liv Tyler, e da super lindona Alicia Silverstone (a e "the Aerosmith chick"), apareciam com força nas telinhas da MTV, através do clipe de "Crazy", que alucinou muito marmanjo na época, e conquistou a 24a posição na lista de melhores vídeos de todos os tempos pela VH1. 

Já no clipe de "Cryin''", é o umbiguinho maravilhoso de Alicia quem chama a atenção. Desnecessário citar muito sobre elas (falo das músicas), além de que ambas as faixas são clássicos absolutos na carreira dos americanos. Outras duas canções que brilharam no álbum foram a ótima "Livin' on the Edge", creio que a música que me fez tornar fã da banda, e a última balada do disco a contar com Alicia no clipe, "Amazing", a qual confesso não sou tão fã, e é uma parceria com o ex-guitarrista Richard Supa. "Crazy" e "Amazing" ganharam bastante com a adição orquestral de David Campbell, e os teclados de Desmond Child e Richard Supa, respectivamente. A última ainda tem a participação de Don Henley nos backing vocals. 

Alguns momentos de Alicia Silverstone nos clipes do Aerosmith

Perry volta a cantar uma canção em um disco do Aerosmith, a boa "Walk On Down". Aquelas canções puramente Aerosmith, cheias de groove e com Perry debulhando na guitarra, obviamente estão presentes através de "Flesh", "Get a Grip", "Gotta Love It" e "Line Up", essa com os backing vocals de Lenny Kravitz. Gosto da agressividade de "Can't Stop Messin'" e "Eat the Rich", a última trazendo  os tambores de fenda de Melvin Liufau, Wesey Mamea, Liainaiala Tagaloa, Mapuhi T. Tekurio e Aladd Alationa Teofilo, do ritmo pegado de "Fever", com um belo solo de harmônica por Tyler, e de "Shut Up And Dance", ótima faixa para sair pulando pela casa enquanto gritamos o seu nome, e com um baixo poderoso de Hamilton. 

Ainda temos a vinheta de introdução "Intro" e a pequena instrumental "Boogie Man". A participação dos metais ficaram a cargo de Paul Baron e Bruce Fairbairn (trompetes), Tom Keenlyside (saxofone), Ian Putz (saxofone barítono) e Bob Rogers  (trombone) e John Webster fez os teclados. Foram 7 milhões vendidos nos EUA, e mais de 20 milhões ao redor do mundo, um marco até hoje não superado pelo grupo.

O grupo no MTV Muic Awards de 1994

Mantendo a saga de auto-promoção, gravam "Deuces Are Wild" para o álbum The Beavis and Butt-head Experience, aparecem nos jogos Revolution X e Quest for Fame, tocam na versão de 1994 do Woodstock, e abrem seu próprio clube, o The Mama Kin Music Hall, em Boston. O sucesso com os álbuns da Geffen é compilado em Big Ones (1994), que traz como novidade duas canções inéditas, "Blind Man" e "Walk on Water". 94 também foi o ano de lançamento do incrível Box of Fire. Aos completistas, em 95 saiu a coletânea Pandora's Toys, trazendo o melhor da Pandora's Box. A versão limitada foi feita em uma caixa de madeira que traz como extra o documentário "Story of Aerosmith", narrado por Chris Barrie e lançada em somente 10 mil cópias. Em dois dias, o resto da discografia da banda.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

UFO e Os Anos na Chrysalis - Parte I (The Chrysalis Years 1973 - 1979) [2011]



No início da década, a gravadora Chrysalis resolveu faturar um dinheirinho extra junto aos fãs do UFO. Em nada menos que cinco anos, chegou ao mercado quatro boxes que cobrem o período de treze anos no qual os ingleses foram subsidiados pela famosa gravadora, período esse que vai de 1973 até 1986.

Essa aquisição é desnecessária para quem pegar
as demais resenhadas nessa série
As caixas são dividas na seguinte forma: a primeira, com 5 CDs vai de 1973 a 1979, período do auge da carreira do UFO, sob o comando do maluquete e talentosíssimo Michael Schenker nas guitarras. A segunda, também com 5 CDs, vai de 1980 até 1986, período no qual a banda trocava de músicos como trocada de cueca, sem ter uma formação estável e sobrevivendo apenas por conta do nome. A terceira caixa é a que nada tem de atrativo para quem já comprou as outras duas, pois apenas traz cinco álbuns na íntegra, na famosa série Original Album Series, sem nenhum bônus, sendo os mesmos álbuns já presentes em sua integridade na primeira das caixas. Por fim, a última caixa cobre todo o período citado, com nada mais nada menos que 10 CDs lançados para os fãs, tendo algumas novidades em relação as duas primeiras..

Mas afinal, por que tantos lançamentos? Vale a pena adquirir todos eles? Bom, essa pequena série que começa hoje vai explicar o que há em cada uma das caixas, com exceção da Original Album Series, que com certeza não vale o investimento, e daí você, leitor, decidirá se ter esses boxes em sua prateleira é algo necessário ou não.

Uma das imagens do encarte (auto-explicativa)

Começo então pela primeira caixa. Nela, estão contidos em sua totalidade, sem tirar nem por, os seis primeiros álbuns do UFO com Michael Schenker (lembrando que antes da entrada do alemão voador, o grupo já havia lançado três álbuns: UFO - 1970; Flying - 1971; e Live in Japan - 1972), os quais são Phenomenon (1974), Force It (1975), No Heavy Petting (1976), Lights Out (1977), Obssession (1978) e o excelente ao vivo Strangers in the Night (1979). Estes discos são a obra máxima do grupo, e se você não tem nenhum deles mas quer conhecer a obra do UFO, a caixa já ganha alguns pontos para a aquisição.

Para aquele fã que já tem esses álbuns, mas está interessado em bônus, a caixinha adiciona mais alguns pontos para a conta, pois afinal, os bônus incluem faixas que nunca haviam sido lançadas em CD bem como faixas inéditas em qualquer formato. No primeiro CD, estão como bônus do álbum Phenomenon o primeiro single lançado pelo então quarteto UFO (além de Schenker, constituíam o UFO na época Phil Mogg nos vocais, Pete Way no baixo e Andy Parker na bateria), com as faixas "Give Her the Gun" e "Sweet Little Thing", a versão single de "Doctor Doctor" e três faixas da apresentação do quarteto no programa de Bob Harris, registradas em 28 de outubro de 1974, as quais são "Rock Bottom", "Time on My Hands" e "Give Her the Gun", sendo esta uma rara oportunidade de se ouvir essa canção ao vivo. Destas, apenas "Rock Bottom" nunca havia saído em CD. As demais podem ser encontradas no relançamento do álbum Phenomenon (no caso as duas primeiras), de 2007, e as faixas do programa de Bob Harris no CD UFO - BBC The Archive Series: In Session and Live in Concert, lançado originalmente somente no Japão e na Europa, em 2000. Não são novidades por tanto, mas são bons complementos para esse primeiro CD.

Visão geral do box 1973-1979

O CD 2 já traz algo totalmente inédito para os fãs, que é a apresentação do UFO no Electric Ballroom de Atlanta, no dia 05 de novembro de 1974. Este é um raro registro da primeira turnê do grupo pelos Estados Unidos, e tem como base as canções de Phenomenon, já que seis das dez faixas do álbum estão aqui apresentadas: "Oh My", "Doctor Doctor", "Built for Comfort", "Space Child" e "Rock Bottom". Complementam o show mais uma versão de "Give Her the Gun", a surpreendente interpretação para "Prince Kujuku", uma das faixas mais emblemáticas da primeira geração do grupo, registrada em Flying, e um alucinante cover para "Cold Turkey", uma das obras primas de John Lennon ao lado da Plastic Ono Band, e que aqui ganhou muitos improvisos por parte do quarteto. Ou seja, é um prato cheio para colecionadores, já que essas canções saíram apenas aqui.

Álbum de raridades lançado apenas no Japão e na Europa.
Algumas faixas constam nesse box.
Ainda nesse CD, temos o lado A de Force It, cujo lado B está no CD 3, junto com todo o álbum No Heavy Petting e o lado A de Lights Out. É o único CD sem bônus, o que talvez possa afetar a compra do box por conta de alguns, mas convenhamos, isso é uma pequena derrapada perto do que já temos no CD 1 e, principalmente, no CD 2. Partindo para o CD 4, temos o lado B de Lights Out e todo Obsession, e como bônus, a versão single de "Try Me" e "Only You Can Rock Me", ambas inéditas em CD, e uma apresentação do agora quinteto (Paul Raymond entrou para os teclados e guitarras) no programa John Peel Sessions em 27 de junho de 1977, apresentando as clássicas "Too Hot to Handle", "Lights Out" e "Try Me". Essas canções também estão no CD BBC The Archive Series: In Session and Live in Concert.

Para finalizar, o grandioso ao vivo Strangers in the Night está no CD 5, acompanhado das versões single de "Doctor Doctor" e "On with the Action", essa última também inédita neste formato. Olhando no geral, você pode pensar: "Bom, então eu compro o CD da BBC e mais os álbuns oficiais e fica tudo certo". Errado, pois irá perder o CD 2, que é o grande atrativo desse box, já que não há fotos inéditas ou material raro em termos de encarte, apenas uma breve entrevista com Phil Mogg contando sobre o período apresentado na caixinha.

Considero ele um ótimo material para quem quer conhecer a banda e para quem é colecionador do material do UFO. Agora, se você realmente apenas curte a banda, bom, então quem sabe seja melhor investir seu suado dinheirinho em outro box, o qual irei apresentar em breve, pois antes, temos a segunda das caixas, cobrindo o período entre 1980 e 1986.

Contra-capa desse box

Track list

Disco 1

1. Give Her the Gun
2. Sweet Little Thing
3. Oh My
4. Crystal Light
5. Doctor Doctor
6. Space Child
7. Rock Bottom
8. Too Young to Know
9. Time on My Hands
10. Built for Comfort
11. Lipstick Traces
12. Queen of the Deep
13. Doctor Doctor
14. Rock Bottom
15. Time on My Hands
16. Give Her the Gun

Disco 2

1. Oh My
2. Doctor Doctor
3. Built for Comfort
4. Give Her the Gun
5. Cold Turkey
6. Space Child
7. Rock Bottom
8. Prince Kujuku
9. Let It Roll
10. Shoot Shoot
11. High Flyer
12. Love Lost Love
13. Out in the Street

Disco 3

1. Mother Mary
2. Too Much of Nothing
3. Dance Your Life Away
4. This Kid's [including Between the Walls]
5. Natural Thing
6. I'm a Loser
7. Can You Roll Her
8. Belladonna
9. Reasons Love
10. Highway Lady
11. On with the Action
12. A Fool in Love
13. Martian Landscape
14. Too Hot to Handle
15. Just Another Suicide
16. Try Me
17. Lights Out

Disco 4

1. Gettin' Ready
2. Alone Again Or
3. Electric Phase
4. Love to Love
5. Try Me
6. Too Hot to Handle
7. Lights Out
8. Try Me
9. Only You Can Rock Me
10. Pack It Up (And Go)
11. Arbory Hill
12. Ain't No Baby
13. Lookin' Out for No. 1
14. Hot 'n' Ready
15. Cherry
16. You Don't Fool Me
17. Lookin' Out for No. 1 [reprise]
18. One More for the Rodeo
19. Born to Lose
20. Only You Can Rock Me [bonus track / single]

Disco 5

1. Natural Thing
2. Out in the Street
3. Only You Can Rock Me
4. Doctor Doctor
5. Mother Mary
6. This Kid's
7. Love to Love
8. Lights Out
9. Rock Bottom
10. Too Hot to Handle
11. I'm a Loser
12. Let It Roll
13. Shoot Shoot
14. Doctor Doctor [bonus track / Live single]
15. On with the Action [bonus track / Live B-side single]
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