domingo, 28 de setembro de 2014

Secos & Molhados



A história do Secos & Molhados começa no dia 28 de março de 1964, com a chegada de João Ricardo ao Brasil. Filho de pais portugueses, e sendo ele também português, o músico depara-se com um país que recém começava a engatinhar na Jovem Guarda, ficando fascinado por Roberto Carlos e Demétrio, além de outros artistas que acabaram o inspirando a seguir a carreira como músico. Meses depois, nasce o Secos & Molhados, tendo João Ricardo (violão de 12 corda, harmônica, voz), Pitoco (viola de 10 cordas) e uma constante formação na percussão. O nome Secos & Molhados surge em uma temporada de João com alguns amigos em Ubatuba. Naquele dia, ele percebeu um amigo escrevendo Secos & Molhados em uma folha de papel, o que deixou João intrigado. João comentou com os amigos que aquilo daria um bom nome de banda, e todo mundo caiu na gargalhada. Então, ele decidiu que esse seria o nome certo.

O trio passa a tocar com frequência no bar Kurtisso Negro, no bairro do Bexiga (São Paulo) destacando como principal novidade o fato de musicar poemas portugueses e brasileiros através da música, inspirado nos artistas Jograis de São Paulo, de Portugal. O grupo não durou muito tempo, por conta de João Ricardo não se sentir apto a ser o vocalista. João continuou trabalhando como jornalista no jornal Última Hora, do grupo folha, 

Ney Matogrosso, Marcelo Frias, João Ricardo e Gérson Conrad
Na sequência, veio Gerson Conrad, um amigo de João Ricardo que acabou entrando vagarosamente no projeto. Entre seu conflito com a faculdade e a banda, Gérson acabou largando os estudos e virou o segundo grande nome da banda. A dupla segue tocando No Kurtisso Negro, onde conhecem a compositora Luli, a qual se interessou pelo trabalho dos dois, e disse conhecer a pessoa certa para complementar a obra do Secos & Molhados. Eis então que surge a figura de Ney de Souza Pereira, mais conhecido como Ney Matogrosso.

Ney vinha de uma carreira como ator e crooner, cantando bastante MPB, e acabou se adaptando às músicas de Secos & Molhados, criando uma característica marcante para o som da banda, que é a mescla das vozes dele com a de João Ricardo e GérO trio se conhece no Rio de Janeiro, cidade onde residia Ney, e depois de alguns dias de ensaio, a dupla inicial retorna para São Paulo, trazendo com eles o novo integrante da banda.

Enquanto João fazia o papel de jornalista, Ney desempenhava seu papel de ator. Por sorte do destino, uma das principais peças que Ney havia interpretado no Rio de Janeiro foi montada em São Paulo, no caso Dom Chicote Mula Manca e Seu Fiel Companheiro  Zé Chupança, de Oscar Von Pfuhl. Para dirigir musicalmente a peça, o nome de Gérson é o escolhido. Na peça, Ney interpretava um espantalho, com muita maquiagem e uma máscara estranha, que chamava a atenção das crianças e dos adolescentes. Assim nasceu a ideia do trio usar maquiagens e fantasias para se apresentar, uma marca consagrada do Secos & Molhados.


João Ricardo, Ney Matogrosso, Moracy do Val e Gérson Conrad

A primeira apresentação ocorre na Casa de Badalação e Tédio, localizada no Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, em dezembro de 1972. Ao mesmo tempo que o trio se apresentava, em uma sala ao lado tocavam John Flavin (guitarra), Willy Verdaguer (baixo) e Marcelo Frias (bateria), este ex-Beaty Boys, o grupo que acompanhou Caetano Veloso em seu álbum de 1968. Os músicos gostaram do que viram, e acabaram tornando-se a banda de apoio do Secos & Molhados.

Em uma das apresentações do grupo, o jornalista Moracy do Val, que trabalhava no Notícias Populares, também do grupo folha, aparece no local, assim como flautista Sérgio Rosadas Gripa e o pianista Emilio Carrera. Moracy conhecia o pessoal da gravadora Continental, e foi ele quem conseguiu o primeiro contrato do Secos & Molhados para o lançamento de seu primeiro LP.


A clássica estreia do Secos & Molhados

Em março de 1973, o trio, junto dos músicos citados, começa os ensaios para gravar o seu primeiro disco. Em apenas quinze dias de maio, no estúdio Prova, apenas em quatro canais, completam a gravação de Secos & Molhados, lançado oficialmente pela Continental em 06 de agosto de 1973.

A estreia do Secos & Molhados é uma aula de criatividade e inovadora musicalidade. Misturando elementos do rock com o folk e a MPB, e ainda musicando poemas de autores brasileiros e portugueses, Secos & Molhados tornou-se o disco mais vendido na indústria fonográfica brasileira até a data de seu lançamento, com nada mais do que 300 mil cópias em apenas dois meses, graças aos clássicos "Sangue Latino", "O Vira" e "Rosa de Hiroshima", com certeza a principal contribuição de Gérson ao grupo, ao musicar esse belíssimo poema de Vinícius de Moraes.


Secos & Molhados. Androginia ao vivo

A andrógina performance do quarteto, misturada com a excelência musical da banda de apoio, e a presença essencial de  Zé Rodrix (piano, ocarina, teclados), surpreendeu com composições épicas e a revelação do maior intérprete brasileiro de todos os tempos, Ney Matogrosso, nas emocionantes "Fala", inspirada em "Isn't it a Pity", de George Harrison, com o maravilhoso solo de sintetizador por Zé Rodrix, e "O Patrão Nosso de Cada Dia", com suas pitadas flower-power levadas por baixo, violão e intervenções de flauta. O que choca positivamente é a mescla de faixas essencialmente acústicas com outras puramente rock 'n' roll. Na parte acústica, temos o folk "Prece Cósmica", de Cassiano Ricardo, apresentando uma bonita passagem apenas com baixo e violino, agregando-se as tímidas vinhetas "El Rey" e "Rondó do Capitão", esta um poema de Manuel Bandeira, além da experimental "As Andorinhas".

No rock, sacolejamos o esqueleto com "Assim Assado", trazendo a guitarra lisérgica de John acompanhada por uma marcação nordestina, "Amor", influenciada por "Sweet Judy Blue Eyes", de Crosby, Stills & Nash, e "Mulher Barriguda", forte crítica as guerras e a ditadura no país. A primazia bluesy de "Primavera nos Dentes", com o trio entoando o poema do pai de João Ricardo, João Apolinário, é  a melhor faixa do LP, apresentando uma longa introdução instrumental e uma arrepiante performance vocal.


Sessão de fotos para a capa do primeiro álbum

O álbum acabou superando a marca do um milhão de cópias meses depois de seu lançamento, tornando-se representante fiel nas listas de principais discos do rock nacional. O quarto integrante da capa é Marcelo, que não ficou muito tempo na banda, já que ele precisou tocar em outros grupos ao mesmo tempo que participava da banda. Como o álbum demorou para sair, ele desistiu e foi seguir carreira como músico de estúdio, mas ficando eternizado em uma das mais emblemáticas capas do rock nacional.

A participação de Zé Rodrix  no Secos & Molhados também foi fundamental. Ele foi o cara que produziu o primeiro álbum da banda, em uma jogada fantástica de Moracy do Val. Na musicalização das canções do álbum, é possível ver o dedo de Zé Rodrix em diversas faixas.Vale a pena ressaltar a valiosa primeira impressão do álbum, na qual o nome de Ney está grifado errado, como Ney MOTOGROSSO, e não MATOGROSSO. Além disso, a quantidade de vinis vendidos era tamanha que, para dar conta no mercado, a Continental retirava discos de artistas que não haviam vendido consideravelmente, refundiam os mesmos e lançavam ele agora com o álbum Secos & Molhados.


Manchete da revista Popsom de 1973 sobre o lançamento de Secos & Molhados,
 destacando Zé Rodrix no álbum

"O Patrão Nosso de Cada Dia" e "Rondó do Capitão" possuem inspirações de Donovan, enquanto "Amor" possui referências para Crosby Stills & Nash, mais precisamente "Sweet Judy Blue Eyes". Em "O Vira", o acordeão é de Zé Rodrix, sendo que a mesma foi composta por Luli e João Ricardo antes mesmo do nascimento do Secos & Molhados. Rodrix também toca piano em diversas outras faixas do disco, com exceção de "Mulher Barriguda", que coube para Emilio. A letra de "Primavera nos Dentes" é um poema do pai de João Ricardo, João Apolinário Teixeira, "El Rey" foi construída totalmente sobre efeito do álcool, após João sair de uma festa e ouvir Gérson fazendo um exercício em seu violão, que acabou virando o riff da mesma.  Por fim, "Fala" foi inspirada em "Isn't it a Pity", de George Harrison.


No dia 09 de setembro daquele ano aparecem no primeiro programa “Fantástico” da rede Globo, virando um grande sucesso, que continuou crescendo três dias depois, quando abrem uma temporada de duas semanas no Teatro Itália, em São Paulo, enquanto o álbum alcançava a incrível marca de 300 mil cópias vendidas com pouco mais de um mês de lançamento, batendo os recordes de vendas de discos que existia até então (pertencentes a Roberto Carlos e Elis Regina). Em novembro, apresentam-se pela primeira vez no Rio de Janeiro, em um único show no Teatro Thereza Raquel”. O grande número de pessoas que compareceram ao local acabou causando alguns problemas, inclusive com interferência da polícia de choque para conter o assédio das mesmas. No fim de ano, fazem shows pelo Brasil, batendo vários recordes de público e encerrando 1973 com uma temporada no Teatro Treze de Maio, em São Paulo.


O polêmico Ao Vivo No Maracanãzinho,
lançado de forma independente por Gérson Conrad

No início de 1974, começam com uma série de apresentaões no Teatro Thereza Raquel, bem como gravações para a televisão. Como a busca por ingressos não parava de aumentar, em fevereiro fazem uma inesquecível apresentação para 30 mil pessoas no Ginásio Maracanãzinho, que foi lançada - de forma não oficial - em 1980, no álbum Ao Vivo no Maracanãzinho, onde podemos novamente comprovar a excelência musical da banda que acompanhava o também excelente trio vocal nas enlouquecedoras viagens instrumentais de "Mulher Barriguda", "Assim Assado" e "Primavera nos Dentes". Esse LP gerou muita polêmica, já que o mesmo foi feito por Gérson Conrad sem a autorização de João Ricardo, dando início a uma guerra de cobras e lagartos entre os dois, complementada por Ney, que permanece até hoje

Seguiu-se uma extensa turnê pelo Brasil e pelo exterior, tocando na TV em shows no México durante quinze dias. Entre abril e maio começam os ensaios do segundo álbum, seguida pela gravação do mesmo durante junho daquele ano, que é lançado em agosto com uma apresentação no Fantástico. Dias depois, devido a brigas internas e discussões sobre a liderança do grupo, fortemente associada ao nome de João Ricardo, o trio se separa-se pouco.


Segundo disco do grupo

Secos & Molhados tem como banda de apoio Willie Verdaguer (baixo), Jorge Omar (violões), John Flavin (guitarras, violões), Emilio Carreira (piano, órgão), Norival (bateria) e Sérgio Rosadas (flauta), considero este álbum superior ao seu antecessor. A banda está afiadíssima, como atesta a alucinante "Vôo", uma potência sonora exalada do baixão de Willie, que repete-se no hard-bluesy, mas com temperos brasileiros, "Angústia", com a guitarra de John exalando psicodelia, e no blues experimental "Toada & Rock & Mambo & Tango & etc.", repetindo por diversas vezes a mesma frase. Além disso, Ney está interpretando soberanamente.

As curtas faixas do primeiro álbum repetem-se em "O Doce E O Amargo", "Não: Não Digas Nada" e "Oh! Mulher Infiel", ambas apenas com Ney acompanhado por Omar (e Rosadas junto na primeira), ou ainda "Caixinha De Música de João", essa fazendo lindas vocalizações acompanhado pelo piano, e a acústica "Preto Velho", tendo João na voz principal. O grande sucesso do LP ficou por conta do rock "Flores Astrais", alegre e típica canção Secos & Molhados, levada por piano e vocalizações e destacando o slide de John, desta que foi posteriormente coverizada pelo RPM.


João, Ney e Gérson

Outro grandioso rock acabou quase completamente esquecido pelos xiitas, no caso a veloz "O Hierofante", lembrando "Mulher Barriguda", e com Ney e João dividindo os vocais principais. Complementando essas belezas musicais, o bluesão "Delírio", da qual Cazuza certamente bebeu na fonte para criar algumas de suas obras,  a angustiante "Medo Mulato", com um show de Emilio ao piano, e a escancarada influência flamenca na arrepiante "Tercer Mundo", tendo a participação de Triana Romero (castanholas), forte candidata a melhor do álbum, que infelizmente, pela baixa divulgação, acabou vendendo pouco e ganhando status de cult, apesar das qualidades sobressalientes de suas canções.

Após o desmanche, João Ricardo decidiu partir para uma carreira solo, lançando dois álbuns que não fizeram muito sucesso, João Ricardo (1975), e Da Boca Pra Fora (1976). Ney seguiu em carreira solo, lançando o psicodélico Água do Céu-Pássaro (1975) e consolidando-se como o principal intérprete da MPB no decorrer dos anos, com mais de 30 discos em sua Discografia, enquanto Gérson também lançou seu primeiro disco solo em 1975, ao lado de Zezé Motta, complementada por apenas mais um álbum, Rosto Marcado (1981).

Fracassado financeiramente, João ganha os direitos sobre o nome Secos & Molhados e resolve reviver o grupo. Para isso, convoca o guitarrista e vocalista Wander Taffo (que fez sucesso em carreira solo e também como fundador do Rádio Taxi, além de ser integrante da clássica formação do Made in Brazil), o baixista João Ascensão e o vocalista Lili Rodrigues. Com a participação de Gel Fernandes (bateria), Lazy (teclados) e Rubão (percussão), em maio de 1978, quatro anos após o fim prematuro da primeira formação do Secos & Molhados, a chama voltava a ser acesa. Porém a proposta era diferente.


O espetacular álbum de 1978

Apesar de seguir uma linha similar aos primeiros discos e de Lili ter uma voz tão aguda quanto a de Ney, João decidiu parar com a androginia, e, de cara limpa, lançou o excelente álbum Secos & Molhados (também conhecido como A Volta dos Secos & Molhados). O disco abre com um clássico. A gaita de João dá espaço para as vozes entoarem o nome da canção de abertura, "Que Fim Levaram Todas as Flores?", a qual foi um sucesso nacional, dando direito à banda de participar de inúmeros programas de televisão.

A semelhança com faixas como "Flores Astrais" e "Assim Assado" não pode ser evitada, e Lili mostra que estava na banda para substituir, e bem, Ney. Muita festa curti ao som dessa canção, onde 99% das pessoas achavam que o vocalista era o próprio Ney Matogrosso, mas não era, e isso já se torna evidente na faixa seguinte, "Lindeza", onde os violões introduzem a canção com o baixo característico das músicas mais rápidas dos primeiros álbuns, além de trazer um belo arranjo de cordas, o que era novidade no som dos Secos.

Segue uma canção totalmente diferente do que já havia sido feito pela banda. Após flertar com o blues em "Primavera nos Dentes", o flamenco em "Primer Mundo" e o fado de "O Vira", o Secos & Molhados invadia o funk, com uma bateria marcando o ritmo, seguida na sequência por uma ótima linha de baixo, guitarras e teclados, dando espaço para os vocais cantarem "De Mim Pra Você", uma das faixas mais dançantes da banda e que merece espaço em qualquer festa anos setenta que você pense em fazer, ao lado dos clássicos de Village People, Bee Gees, Gloria Gaynor entre outros.


João Ascensão, Wander Tosh, João Ricardo, Lili e Rubão

Após a sacudida no esqueleto de "De Mim Pra Você", temos a bela balada "Minha Namorada", onde Lili está fenomenal, mostrando sua simpatia (a qual contava nos créditos do álbum). O violão de 12 cordas de João leva a canção, que ainda trás um belo solo de Taffo (conhecido no álbum como Wander Tosh). O lado A encerra com a fraca "Anônimo Brasileiro", que apesar da bela melodia e do arranjo de cordas e metais, traz os vocais graves de João Ricardo, não combinando com o clima proposto na canção.

O lado B começa com "Última Lágrima", que lembra muito "Sangue Latino", principalmente pela levada do violão e do baixo. Segue "Insatisfação", uma pedrada na orelha de quem achava que o lado B seria lento, contando com as vocalizações dos três integrantes, com destaque maior para a voz de Lili. Temos aqui uma boa letra de João, bem auxiliada por uma sessão instrumental de teclados e guitarras. Os arranjos de cordas se fazem presente em "Oh! Canção Vulgar".


Secos & Molhados, ao vivo em 1978

Segue uma sessão acústica (antes mesmo dos acústicos terem sido inventados), com a belíssima "Como Eu, Como Tu". Com João Ricardo liderando as vozes, temos aqui uma das mais belas e comoventes letras da banda, a qual trata sobre a dor de uma pessoa que recorda os poucos momentos de um amor entre dois amigos que não deu certo. De chorar! A animada "Quadro Negro" resgata o clima leve do álbum, contando com boas participações dos integrantes nas vocalizações, que também possui João no vocal principal. Essa é uma canção perfeita para adolescentes cantarem em um luau.

Por fim, "Cobra Coral Indiana", introduzida pelo piano elétrico e baixos que lembram bastante "Flores Astrais". A pequena letra, narrando a história de milhares de brasileiros que entram e saem de filas enormes para pagar suas contas, dá espaço para um longo tema instrumental com cordas e guitarras, encerrando o álbum tão bem quanto os demais discos da banda, e revivendo os grandes momentos da fase 1973-1974.


Último álbum como um grupo

As flores já não cheiravam tão bem, e João acabou tendo diversos problemas com os integrantes dessa formação, encerrando mais uma vez a carreira do grupo e lançando seu terceiro trabalho solo, Musicar, em 1979. Em meados de 1980, por conta de ainda haver o contrato com a Polygram, João mais uma vez resgata o Secos & Molhados, contando agora com os irmãos Roberto Lampé (violão), César Lampé (voz) e Carlos Amantor (percussão), e lançando mais um álbum homônimo, o quarto na discografia da banda.

O disco segue a mesma linha do anterior, como "Muitas Pessoas" e Quantas Canções é Preciso Cantar", ambas com aquela levada a la "Que Fim Levaram Todas as Flores", destacando a voz aguda de César, e também a balada "Roído de Amor", muito similar as baladas do álbum de 1978. Porém, apresenta duas canções em que os quatro músicos participam da composição, no caso "Sem As Plumas, Numas", trazendo a harmônica e o baixo como destaques, e a sombria "Contudo", apresentando um belo trabalho de vocalizações e piano, o que acabou dando uma nova cara para a banda.


Roberto Lampé, João Ricardo, César Lampé e Carlos Amantor

As demais são canções que João havia criado mas não registrado anteriormente, e nelas temos os rocks genuinamente Secos & Molhados de "Pelos Dois Cantos da Boca", "Meu Coração Não Pode Parar" e "Pão João", sempre com muito baixo, guitarras e vocalizações ao melhor estilo Secos & Molhados, a pequena vinheta "Aja", relembrando as pequenas "El Rey" e "As Andorinhas", o jazz anos 30 de "Você Faz Amor Engraçado" e a pesadíssima "Homenzarrão", a qual possui uma letra bem agressiva, mostrando que nem só de doces e agrados vivia a cabeça de João.  

O álbum encerra-se com "Vira Safado", uma regravação para a mesma canção gravada por João em seu primeiro álbum solo, porém com um arranjo reggae.


A capa original do quarto álbum do grupo

Um detalhe interessante vai para a capa do álbum. Originalmente, ela seria uma imagem de João Ricardo tirando a máscara, mostrando que agora vinha um novo Secos & Molhados. Porém, a gravadora exigiu que a capa fosse feita com uma imagem dos quatro músicos, mas com um detalhe adicional, na capa da frente, o grupo aparece como um trio, para remeter ao trio de ouro Ney / Gérson / João, além da própria imagem ser em preto e branco para seguir a linha estética de grupos da New Wave que surgiam na época, principalmente Joy Division. Além disso, a versão que saiu na época está com uma rotação alterada em relação ao que foi gravado, e até hoje nunca foi corrigida em um lançamento em CD, mas é possível ouvir a versão original no site da banda.

O quarteto fez uma única apresentação ao vivo, que foi uma participação no programa Globo de Ouro, e João partiu para o exterior, tentando esquecer de vez a banda que o havia revelado e fugir das gravadoras, as quais ele passou a detestar.

Em 1986, João voltou ao Brasil, e começou uma temporada de shows no teatro João Caetano, em São Paulo, com a turnê "Em Conserto", tendo a participação especial do artista plástico Marco Antonio Lima. Pouco depois, volta aos estúdios e começa a gravar diversas canções. Em uma das noites de gravação, conhece Carlos Zapparolli Jr., apelidado Totô Braxil, e começa assim a renascer o Secos & Molhados. Com a participação de Edinho França (guitarra), Fernando (baixo) e Gilberto Ninho (bateria), voltam a fazer shows, com o espetáculo De Volta Para o Futuro, e assim, nasce o quinto álbum do grupo.

Secos & Molhados, agora como dupla

Com uma pequena reformulação, o Secos & Molhados volta com João e Braxil, além de Edinho, Ninho, Jean Eduardo (baixo) e Wilson (teclados), e com apoio da Rede Bandeirantes, lançam, em 1988, o oitentista A Volta do Gato Preto, o qual possui poucos momentos de inspiração. Passam tranquilamente o rock "Aquém-Mar", lembrando Rita Lee com Tutti Frutti, "Sem Rei Nem Rock", apresentando a voz grave de Totô, e a acústica "Habitante da Guiné", Por outro lado, apesar de musicalmente interessante, é complicado aceitar a voz de Totô e João durante "Eu Estou Fugindo de Casa", "Sangue de Barata" e "Estrábico Democrático".

Entre o bom e ruim, ficam "Sonho de Valsa: Dancei", destacando a presença da harmônica tradicional nas canções do grupo, "Aventurar", levada pelo agito do violão de João, e "Final Jam", uma mescla de três sucessos da fase Ney ("Assim Assado", "Flores Astrasis" e "O Vira"), sem muito a acrescentar perante as originais. Consideravelmente boas são a rápida "Armadilhas Com Vodu" e a bonita declaração de amor "Eu Amo Dizer Te Amo", apenas com João cantando acompanhado de seu violão. 



João Ricardo e Totô Braxil

É um disco que demorei a aceitar, e ainda hoje algumas canções não passam bem, mas perto de outras bandas da época, não é de todo desprezível. A capa faz uma alusão ao álbum de estreia, com João e Totô entre Secos & Molhados, assim como a estátua com a face de Ney derrubada sobre a mesa.

O grupo faz uma mini-temporada de quinze dias no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro. Entre 1989 e 1990, começam a ensaiar novas composições, mas Totô acaba descobrindo que está doente, e o projeto é abandonado. Até o final dos anos 90, João Ricardo ficou afastado da música, resolvendo voltar sozinho em 1999, carregando o nome Secos & Molhados e lançando o sexto álbum da banda, Teatro?.


Teatro?, Secos & Molhados somente com João Ricardo

Neste disco, João é o único membro da banda, tocando violões, harmônica, guitarra e percussão. Gravado em apenas uma noite, em comparação ao seu antecessor, Teatro? é um disco muito interessante, apesar de longe dos tempos áureos nos anos 70. Aproveitando-se de canções compostas nos anos 80 e 90, mas não lançadas anteriormente, João Ricardo acaba ousando, fazendo um disco bem diferente do esperado para os fãs, mas na visão de João, a representação de que o Secos & Molhados não precisava ser a mesma coisa o tempo todo.

Teatro? traz letras afiadíssimas, sendo "Sida", "Tom de Dó" e "Puta" as mais expressivas criações líricas desse álbum, com a primeira criticando os garotos que não usam camisinha para fazer sexo, a segunda apresentando diversas citações à canções do passado do grupo e a terceira falando sobre um homem apaixonado por uma "dama da noite". 


João Ricardo em 1999

Os momentos relevantes ficam para quando João solta a distorção na guitarra, empregadas nas faixas "Zanzibar", que poderia ficar perfeita com a participação de uma bateria e baixo, "Teatro?" e "Rosinha, A Vermelha", ambas emulando os tempos sagrados do BRock, e na pesada "Bola de Berlim", a melhor do álbum, fazendo uma alusão ao fato da liberdade dos sonhos João encontrou no Brasil, ao lado de "Dura Aquilo Que Passar Pelo Tempo Que Durar", com uma endoidecida participação da flauta e um tímido acompanhamento de baixo e percussão, que servem tranquilamente para mostrar o quão o álbum poderia ser ainda melhor com a participação de outros instrumentos além da guitarra e/ou do violão.

Há espaço para baladas comuns, mas não desprezíveis, através de "Louca de Pedra", "O Soldado E O Anjo", "Fios de Tempo", e rocks feitos para um luau, em "SMGBL" e vinheta "Sacaneou Animal". No geral são canções curtas, com uma sensação de festa de fim de semana bastante agradável, e que vale a audição mesmo que não constante, e quem sabe um dia, as canções desse álbum ganhe uma versão com grupo completo, pois suas qualidades são inegáveis.

João aproveitou o lançamento de Teatro? e criou o site www.secosemolhados.com, trazendo todas as histórias principais da carreira do Secos & Molhados, sem prender-se apenas nos anos de Ney Matogrosso, fugindo do que ele chama de "sistema" e contando o que para ele é a verdadeira história do grupo.


Memória Velha, revivendo canções do final dos anos 80

No ano seguinte, finalmente João consegue registrar oficialmente as canções compostas no período entre 1986 e 1990, no álbum Memória Velha. Mais da metade das canções já são velhas conhecidas dos que seguiram a carreira do Secos & Molhados pós-Ney Matogrosso, no caso "Sangue de Barata", rearranjada com um belíssimo trabalho de violão, "Sem Rei Nem Rock", apenas com a voz de João acompanhado por sua guitarra e vocalizações femininas, "Eu Amo Dizer Te Amo" e "Dura Aquilo Que Passar Pelo Tempo Que Durar", praticamente idênticas as versões originais, "Aventurar", praticamente uma nova canção, com João Ricardo acompanhado por um andamento alegre de violão, lembrando canções de artistas como Ivan Lins e Guilherme Arantes, "Tom de Dó", ganhando a inclusão de instrumentos como harmônica e percussão, além de vocalizações, e a bela "Sonho de Valsa: Dancei", apresentando João Ricardo ao piano, em uma versão melhor que a original.

Das novas canções, temos a dançante "Romântico Vício de Mel", com um solo de saxofone, outro poema do pai de João Ricardo entoando em "Os Portugueses Deixam a Língua nos Trópicos" declamado por João Ricardo  acompanhado por densas camadas de teclados, as extremamente anos 80 "Cantilena", recheada de sintetizadores, e "Foi Só Amor", uma balada totalmente anos 80, levada pela bateria eletrônica e um andamento simples. Outro bom disco, talvez até melhor que seu antecessor, e que também merece uma audição regular pelos fãs menos xiitas.

Em 2003, lança como João Ricardo Ouvido Nu, em comemoração aos 30 anos do primeiro álbum da banda, trazendo regravações para diversas canções da carreira do grupo, como "Sangue Latino", "Assim Assado", "Primavera Nos Dentes" e outras até então inéditas. João segue em carreira solo, lançando Puto (2007). Em 2008 sai um novo relançamento para Secos & Molhados, apresentando uma nova capa. Em 2011, surpreendendo fãs e imprensa, João anuncia o retorno do Secos & Molhados, ao lado de Daniel Iasbeck.


Nova dupla, agora com Daniel Iasbeck

Lançado em streaming pelo soundcloud em novembro de 2011, Chato-Boy é um trabalho muito ousado e fora do comum, já que consta de apenas uma única faixa com quase 30 minutos de duração, apresentando diversas passagens instrumentais em sua maioria próximas ao rock anos 70 e ao fusion, interpretadas por Daniel, que toca todos os instrumentos (piano, baixo, guitarra, bateria e teclados) intercaladas por poemas declamados por João Ricardo.

Da parte musical, os arranjos são bastante interessantes, mostrando que Daniel é talvez o melhor músico que passou pela banda desde Wander Taffo. Dos dez poemas escritos por João Ricardo, alguns exageram nos palavrões, mas são até que criativos em suas críticas e histórias. Não é um álbum que fica na memória, mas como complemento de uma discografia tão diversificada, vale a pena a aquisição, apesar de encontrar o CD físico, lançado em 2012, é bastante complicado.


Matéria sobre o lançamento de Meteórico Fenômeno

João segue na ativa, e talvez em breve, um novo lançamento sob o pseudônimo Secos & Molhados apareça por aí. Ney também segue sua carreira solo de bastante sucesso, e Gérson reapareceu nos últimos anos com o lançamento de seu livro Meteórico Fenômeno, onde acaba defendendo-se de diversas acusações e injustiças que João Ricardo acabou falando sobre ele e Ney pós o término da segunda formação da banda, mostrando que apesar de muitos quererem a reunião do trio, dificilmente isso ocorrerá novamente principalmente por conta das guerras de egos entre Ney, João e Gérson.

sábado, 20 de setembro de 2014

Melhores de Todos os Tempos: Baixistas

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por Bruno Marise
Com André Kaminski, Bernardo Brum, Davi Pascale, Diogo Bizotto, Mairon Machado, Ronaldo Rodrigues e Ulisses Macedo
Dando continuidade a série que contempla os nossos músicos favoritos, dessa vez a seção é dedicada ao instrumento mais subestimado da música: O baixo. Quantas vezes você já deve ter ouvido frases do tipo “Ah, baixo nem faz diferença, se não tivesse ninguém perceberia”,  ou “Baixo é bom quando aparece pouco”. Pois é, o baixo pode não ter o mesmo apelo da guitarra ou a imponência de uma bateria, mas é a espinha dorsal da música. Para a felicidade quem aprecia um baixão bem tocado, o rock e a música pop em geral pariu inúmeros músicos de altíssima qualidade nas quatro cordas, e nós da Consultoria do Rock elegemos os 20 que mais gostamos.
É importante lembrar que a classificação difere do habitual sistema de pontuação da Fórmula 1, devido ao maior número de nomes da lista (20 ao invés de 10), e por isso, criamos o nosso próprio esquema. Ressaltamos também, que o critério de escolha depende muito do gosto pessoal e conhecimento de cada participante da lista. Não temos a pretensão de eleger um apanhado definitivo de músicos, mas apenas gerar uma discussão bacana, como sempre acontece. Cada participante elegeu seus 30 músicos favoritos, e seguindo a tabela abaixo, fechamos a lista com os 20 mais votados.
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Agora é sua vez. Quais são os seus baixistas preferidos? Boa leitura e SLAP THE BASS!

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1- John Entwistle (The Who) (573 pontos)
Em uma banda super barulhenta que conta com um monstro do quilate de Keith Moon, com o excêntrico Pete Townshend e com o carismático frontman Roger Daltrey, a posição de Entwistle não era nada fácil. Com sua postura discreta no palco, entretanto, o genial baixista mandava um som intenso, vibrante, preciso, que enchia e enriquecia o som do grupo britânico de uma forma que nenhum de seus contemporâneos de instrumento conseguiam – e até hoje, poucos conseguem, pois seu virtuosismo estava muito a frente de seu tempo. Apelidado de “The Ox” e “Thunderfingers” por seu estilo veloz e agressivo, John deixou registrado no hit “My Generation” um dos primeiros solos de baixo da história do rock, já demonstrando que, numa banda sem guitarra base, tudo o que eles precisavam era de um instrumentista como Entwistle, que não só segurava as pontas da sonoridade caótica do The Who como também a complementava perfeitamente. Colocando em miúdos: O que Jimi Hendrix foi para a guitarra, ele foi para o baixo; nunca haverá outro baixista como ele, capaz de mudar inteiramente a forma como se ouve e toca o instrumento. (Ulisses Macedo)
Performance Destacada: “My Wife” (The Who, 1971)

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2- Geezer Butler (Black Sabbath) (490 pontos)
Quando o Black Sabbath foi formado e ainda nem tinha esse nome, o jovem Terry “Geezer” Butler nunca havia encostado em um baixo na vida. Sua ainda curta carreira como músico tinha sido como guitarrista base. Mas a falta de experiência com o instrumento parece ter sido essencial para o inglês burilar seu estilo tão característico. Além de criar um som poderosíssimo, usando uma afinação mais grave (em Ré), componente essencial do som pesado do Sabbath, Geezer tem a habilidade de compor linhas criativas e que preenchem todos os espaços das canções, herança direta dos primórdios jazzísticos e de forte improvisação da banda. Ao invés de apenas acompanhar os riffs e licks de Tony Iommi, ele passeia com os dedos pelas quatro cordas e cria uma melodia diferente dentro da própria música. Além de principal letrista do Sabbath, Butler também ajudou na criação de dois riffs classiquíssimos da banda: “N.I.B.” e “Black Sabbath”. Mais um exemplo em que a criatividade supera o virtuosismo. (Bruno Marise)
Performance destacada: “War Pigs” (Black Sabbath, 1970)

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3 – Geddy Lee (Rush) (485 pontos)
Sentir o baixo de Geddy Lee no Rush é uma tarefa prazerosa. Ao invés de somente se manter na cozinha junto a bateria, Lee sempre nos brinda com linhas graves fora do comum, fazendo solos e mantendo o instrumento vivo na rica sonoridade do Rush. Incrível é sentir o solo de baixo em faixas como “Subdivisions”, momento em que tanto Lee quanto Lifeson solam juntos sem atravessar as faixas de sonoridade um do outro e ambos mantendo-se em destaque durante o break. Ou mesmo citando as linhas de “La Villa Strangiato” em que Lee consegue entregar performances virtuosas e cheias de feeling na mesma música, que é uma das melhores instrumentais de todos os tempos.(André Kaminski)
Performance destacada: “La Villa Strangiato” (Rush, 1978)

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4 – John Paul Jones (Led Zeppelin, Them Crooked Vultures) (398 pontos)
Led Zeppelin é uma banda que não tem músico ruim. Assim como Jimmy Page, antes da fama, o rapaz trabalhou como musico de estúdio fazendo gravações para nomes como Herman´s Hermets, Donovan e Cat Stevens. Influenciado por músicos do jazz e do blues, o rapaz fazia a diferença no Zeppelin, sendo responsável (e igualmente brilhante) não apenas pelo excelente trabalho de baixo, quanto pelas orquestrações do conjunto. Desde o fim do grupo, tem atuado como produtor, arranjador e musico de estúdio. Além de ser um dos baixistas mais influentes da história do rock. Seu estilo agrada desde músicos da velha guarda até a garotada. (Davi Pascale)
Performance destacada: “Ramble On” (Led Zeppelin, 1969)

DENMARK - JANUARY 01: Photo of WEST BRUCE & LAING; Jack Bruce - West, Bruce & Laing, 1973 - Copenhagen, Denmark (Photo by Jorgen Angel/Redferns)
5 – Jack Bruce (Cream, BBM, West, Bruce & Laing, Solo) (392 pontos)
Na história do rock, talvez Jack Bruce tenha sido o primeiro baixista protagonista de um grupo. Alguns podem dizer de Paul McCartney, outros talvez até vão mais além e falem do bluesman Willie Dixon.  Mas Jack Bruce não era só um band-leader, compositor e vocalista (o que por si só, já é muito mérito). Ele ajudou a estabelecer uma onda virtuosística no rock com seu poderoso power-trio Cream. As composições de suas linhas de baixo trouxeram fortes e viscerais novidades. Não apenas inovaram; elas colocaram o baixo elétrico em uma nova posição na música. Seus graves engoliam o som dos grupos por onde passava. Sem contar a variedade de estilos com o qual se aventurou (até mesmo peripécias com o baixo acústico). Sem dúvida, um dos maiores.(Ronaldo Rodrigues)
Performance destacada: “Politician” (Cream, 1968)

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6 – Chris Squire (YES) (381 pontos)
O inglês Chris Squire foi a tradução mais inteligente de toda a bagagem do baixo elétrico no rock cunhada ao longo dos anos 60, época de transição da linguagem instrumental do rock. Seu baixo era tão importante ao som do Yes quanto a guitarra, os teclados ou os vocais. E para que a responsabilidade pudesse ser tão bem dividida, Chris Squire era suficientemente astuto para tecer melodias fortes, extremamente marcantes, como a assinatura clássica de seu timbre com os baixos Rickenbacker. Para tal feito, também colocou na moda efeitos como wah-wah e tremolo no baixo. A característica mais marcante de seu estilo são os contrapontos, frases musicais distintas das de guitarra e teclado que completam o campo harmônico em uma melodia. Sua postura musical era imponente. Compreender seu estilo em palavras é díficil porém, ao ouvi-lo tudo faz absoluto sentido. (Ronaldo Rodrigues)
Performance destacada: “The Fish (Schlinderia Praemeturus)” (YES, 1971)

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7 – Cliff Burton (Metallica) (308 pontos)
Não existe baixista do Heavy Metal que não cite Cliff Burton entre os melhores de todos os tempos. Considerado por muita gente até hoje como o melhor instrumentista do Metallica, a sua técnica e precisão e o fato de tocar o baixo praticamente como um guitarrista, usando efeitos de distorção e wah-wah, revolucionou a forma como o instrumento era tratado. Qualquer baixista de Metal deveria assistir, reassistir e triassistir “Cliff Em’All”, anotar tudo e ir treinar. (André Kaminski)
Performance destacada: “For Whom The Bell Tolls” (Metallica, 1985)

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8- Paul Mccartney (The Beatles, Wings, Solo) (250 pontos)
O baixista canhoto mais famoso da história do rock é um músico de uma perícia incrível para o pop, capazes de criar ritmos e melodias não só personalíssimos mas como também acessíveis, cantaroláveis e dançantes, pesadamente influenciado pelo estilo melódico do baixista James Jamerson, responsável pelas linhas de baixo de grandes sucessos da Motown e Brian Wilson, por quem é fanático pela habilidade de “ir em lugares poucos usuais” – juntando no caldeirão a adoração por músicas como “Papa’s Got a Brand New Bag”, destaca-se o trabalho a partir de Rubber Soul com ainda mais groove, pensando em ritmo e melodia e tornando seu instrumento tão fundamental ao som diversificado dos Beatles quanto seus guitarristas. Em sua própria banda, o Wings, pôde mergulhar ainda mais fundo, de cabeça, no encontro entre balanço e melodia. Não há muito o que argumentar: Macca é responsável por pelo menos 7 entre 10 ritmos que você se encontra cantando distraído, chiclete mesmo, do gênero conheceu ferrou: escute uma vez, lembre para sempre. (Bernardo Brum)
Performance destacada: “Come Together” (Beatles, 1969)

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9 – Jaco Pastorius (Weather Report) (212 pontos)
Por puro preconceito e babaquice, durante muito tempo torci o nariz para o jazz. O americano John Francis Anthony Pastorius III, conhecido como Jaco Pastorius, foi um dos responsáveis por mudar minha visão sobre esse estilo, do qual hoje digo com orgulho que sou um apreciador nato. Irreverente, jovem e muito talentoso, Pastorius foi para o baixo o que Eddie Van Halen foi para a guitarra. Ao arrancar os trastes do instrumento, Pastorius consagrou um novo estilo, o fretless, com uma técnica aguçadíssima que aplica a velocidade das escalas junto a arpejos, tappings, slap, slides, vibratos e principalmente o uso inimaginável dos harmônicos. Seu álbum de estreia, o homônimo LP de 1976, talvez seja o melhor disco de um baixista em todos os tempos, e a breve participação com o Weather Report alavancou o fusion como um dos principais estilos musicais a partir da segunda metada da década de 70. Além disso, o cara era um animal na bateria, apesar das raras gravações com o instrumento. Depois de Pastorius surgiram nomes diversos que veneram o nome de Pastorius na sua formação e no estilo, mas jamais conseguiram igualar-se ao músico, que é considerado pela maioria dos críticos especializados como o maior e mais influente baixista de todos os tempos, e que infelizmente foi covardemente assassinado em 21 de setembro de 1987. (Mairon Machado)
Performance destacada: “Teen Town” (Weather Report, 1977)

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10 – Billy Sheehan (Mr. Big, David Lee Roth, Steve Vai, The Winery Dogs) (195 pontos)
Conhecido como o “Van Halen do baixo”, o estilo de Sheehan é de cair o queixo: técnica inigualável de dedos rápidos, subindo e descendo no braço do instrumento com a  maior naturalidade, cheio de tapping e aliado à um timbre único. Sua perícia no instrumento é reconhecida desde os primórdios do Talas, onde seus solos representavam o ápice dos concertos. Sem dúvida um dos músicos seminais para o avanço do contrabaixo no rock, Sheehan é sempre lembrado e continua influenciando gerações de baixistas, ávidos por aprenderem seus segredos. É notável ele sempre procura aperfeiçoar-se a cada dia, não se limitando à sonoridade hard rock que o lançou ao estrelato, mas também explorando terrenos além, como em seu projeto de jazz fusion Niacin. (Ulisses Macedo)
Performance Destacada: “Addicted to That Rush” (Mr. Big, 1989)

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11 – Phil Lynott (Thin Lizzy) (182 pontos)
Já é clichê dizer que Phillip Lynott é a figura central do Thin Lizzy. É claro que as guitarras gêmeas faiscantes de Scott Gorham e Brian Robertson, a parceria com Gary Moore e as pancadas certeiras de Brian Downey também contribuem para o legado da banda irlandesa, mas a alma do grupo é, e sempre será Phil. Filho de mãe irlandesa e pai afro-guianês, o cara era um rockstar completo: Letrista talentoso, frontman carismático, compositor de primeira, bom vocalista e instrumentista que transbordava feeling. Tecnicamente, sua performance estava longe de ser virtuosística, mas suas linhas de baixo traziam uma complexidade melódica impressionante (vide o hit “The Boys Are Back in Town”) e serviam de alicerce para o som do Lizzy. O que diferenciava a banda das demais compatriotas do hard rock setentista, era justamente a maior dose de groove e balanço das músicas, consequência do estilo de Phil. O precocemente falecido músico faz parte do rol de baixistas que foram muito mais que mero coadjuvantes, e colocaram o instrumento na linha de frente. Lynott é a prova de que tocar um instrumento sem sensibilidade e apuro de compositor torna-se uma atividade puramente mecânica. (Bruno Marise)
Performance destacada:  “Dancing in The Moonlight” (Thin Lizzy, 1977)

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12 – Flea (Red Hot Chilli Peppers) (173 pontos)
Os mais puristas podem não dar o braço a torcer, mas em termos de mainstream e música de maior alcance popular, Flea é O bass hero. Vindo da cena do hardcore californiano, a figura central do RHCP soube misturar bem essa pegada mais cru e agressiva com os grooves do funk setentista, criando um som único que faria a fama e fortuna de sua banda. Com uma energia impressionante no palco, Flea executa linhas extremamente complexas com naturalidade e vigor. Por vários anos formou uma dupla de respeito com o genial guitarrista John Frusciante, e os dois mostravam uma química enorme, onde Frusciante sabendo que a força motriz do RHCP era o baixo pulsante de Flea, adaptou o seu estilo para algo que deixasse as quatro cordas em maior evidência. Além da parceria com Fruscia, a cozinha formada com o baterista Chad Smith é uma das melhores de todo o rock. Podem reclamar, mas uma lista de melhores baixistas sem a presença desse maluco não estaria completa. (Bruno Marise)
Performance destacada: “Around The World” (Red Hot Chilli Peppers, 1999)

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13 – Glenn Hughes (Trapeze, Deep Purple, Black Sabbath, Black Country Communion) (162 pontos)
Das minhas lembranças de ouvir baixo, o primeiro nome que sempre me vem à mente é o de Glenn Hughes. Afinal, a imagem dos longos cabelos do músico na contra-capa e na capa interna de Made in Europe (lançado pelo Deep Purple em 1978) são muito marcantes, mas ainda mais marcantes são as linhas de baixo que Hughes desfilava junto ao quinteto britânico. “Burn”, “Stormbringer” e “You Fool No One” são os principais exemplos da excelência musical de Hughes em tal álbum, fazendo a base musical praticamente solando o tempo inteiro, com uma fúria descomunal e uma agilidade de um guitarrista empregada ao baixo. Só que Hughes não viveu apenas do Deep Purple. No Trapeze, foi o responsável por reformular a sonoridade do grupo, adicionando a malemolência do soul e o groove do funk de forma singular ao ritmo da guitarra de Mel Galley, e em carreira solo, Hughes vem ano após ano fazendo trabalhos sempre de alto nível, assim como na curta vida do aclamado Black Country Communion. Além de um exímio vocalista, Hughes é um baixista completo, capaz de tocar com perfeição desde o mais cadenciado blues (“Seafull”, do Trapeze) até as linhas mais pesadas (a já citada “Burn”, do Deep Purple) com muita naturalidade. (Mairon Machado)
Performance destacada: “Gettin’ Tighter” (Deep Purple, 1974)

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14 – James Jamerson (The Funk Brothers) (135 pontos)
Você pode até não reconhecer seu nome, mas certamente já ouviu várias vezes os arrasadores grooves criados por James Jamerson. Apesar de não ter recebido o devido crédito, James é o responsável pelas quatro cordas em quase todos os hits produzidos pela gravadora norte-americana Motown durante os anos 1960 e o início da década de 1970. Membro do grupo informalmente conhecido como “The Funk Brothers”, base instrumental do arrebatador sucesso da Motown, James tornou-se um dos mais influentes baixistas de todos os tempos, revolucionando a maneira como o instrumento se apresentava na música popular e consolidando um estilo rico em melodia, mas que jamais deixava o groove em segundo plano, soando com invejável fluidez e fascinando aficionados pelo baixo em todo o mundo. Apenas para que se tenha uma ideia, o Fender Precision de James está presente em hits como “My Girl” (The Temptations), “Reach Out I’ll Be There” (Four Tops), “I Heard It Through the Grapevine” (Marvin Gaye), “I Want You Back” (The Jackson 5) e “What’s Going On” (Marvin Gaye). Achou pouco? Pois saiba que suas estupendas linhas já chegaram ao número um da principal parada da Billboard cerca de 30 vezes, sem falar na lista dedicada ao rhythm ‘n’ blues, na qual esses números mais que dobram. Sua prematura morte em 1983, relacionada ao alcoolismo, não permitiu que James pudesse gozar de todo o reconhecimento que sua obra vem recebendo nos últimos anos, mas seu legado será eterno. (Diogo Bizotto)
Performance destacada: “Darling Dear” (The Jackson 5, 1970)

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15 – Steve Harris (Iron Maiden) (134 pontos)
Poucos baixistas refletem tão bem sua personalidade no estilo de tocar quanto Steve Harris. Líder incontestável do Iron Maiden e compositor de mais da metade de seu catálogo, Steve executa seu instrumento quase como um guitarrista solo, agindo muito mais do que como um acompanhante, na verdade ditando os rumos que as guitarras devem seguir a partir das linhas criativas determinadas por seus velozes e martelantes dedos. Inspirado pelo hard rock e pelo rock progressivo setentista (especialmente por Pete Way, do UFO), Steve talvez tenha se tornado o mais reconhecido baixista essencialmente associado com o heavy metal, e isso não ocorreu à toa: desde os primeiros álbuns do Iron Maiden, seu estilo agressivo e raçudo ocupa posição de destaque, vide canções como “Phantom of The Opera”, “Wrathchild”, “Killers” e “The Number of the Beast”. Em constante evolução, o músico aperfeiçoou sua técnica e ampliou seu vocabulário, chegando inclusive a ser associado com um estilo de tocar apelidado “cavalgada”, como pode ser observado em faixas como “The Trooper” e “Stranger in a Strange Land”. Além disso, sua abordagem é extensa o suficiente para transitar por músicas tão diferentes quanto “To Tame a Land”, “Infinite Dreams”, “The Unbeliever” e “Blood Brothers”. É seguro afirmar que, não apenas o Iron Maiden não existiria sem a sua presença, mas a banda não despertaria um décimo do interesse do público sem as marcantes linhas de baixo arquitetadas por Steve Harris. (Diogo Bizotto)
Performance destacada: “Killers” (Iron Maiden, 1981)

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16 – Sting (The Police, Solo) (131 pontos)
Muito comenta-se sobre o Sting. E ao mesmo tempo, pouco comenta-se sobre o Sting. Falam muito sobre suas composições, seu sucesso com o The Police, etc. Entretanto, poucos comentam sobre sua habilidade no baixo. Sim, habilidade é a palavra certa. Nos tempos de The Police, tocava algumas musicas com palheta, outras sem. Já na carreira-solo vem explorando mais o thumb plucking (técnica onde faz a marcação com o dedão). O rapaz criou linhas de baixo absolutamente memoráveis, além de ser um músico extremamente seguro ao vivo. O fato de explorar influências de diferentes gêneros (o cara vai do punk rock ao jazz, passando pelo reggae), fez com que ele criasse um estilo único. Suas frases de baixo tendem a ser simples, porém eficientes, essenciais e belas. (Davi Pascale)
Performance destacada: “If I Ever Lose my Faith in You” (Solo, 1993)

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17 – Paul Simonon (The Clash) (130 pontos)
Ok, é injusto querer elogiar Simonon em detrimento de outros músicos do Clash, uma banda nada menos que fantástica, musical e liricamente. Mas é difícil não o fazer e perguntar: o que teria sido do Clash sem Simonon? Baixista de quase todas as músicas do Clash, seu estilo influenciado por reggae e ska foi em contraponto a todos os baixistas de punk da época, tornou o baixo um instrumento destacado dentro da banda, com suas palhetadas diversificadas, ora envolventes e atmosféricas dentro do som “world music” que a banda incorporou ao expandir seus horizontes, ora agressivas e frenéticas, quando desaguavam no punk gritado, marcado e sempre tenso. Suas linhas de baixo são um verdadeiro mundo de música e seu caldeirão sonoro é uma catarse multiétnica que transformou o Clash em máquina de protesto anti-hegemônica não só nas letras mas também no som, não interessado em barreiras comumente impostas e levando o “do it yourself” do punk a sério, à sua maneira, abrindo a cabeça de milhares de jovens do pós-punk, hardcore e ska-punk que derrubaram as tolas barreiras culturais e saíram de lá com música vibrante e vigorosa. A iconoclastia sonora do Clash deve muito a Simonon, protagonsita da capa mais punk da história: London Calling, onde nervoso em um preto e branco contrastado esmaga seu baixo contra o chão e avisa que a música popular dificilmente será como antes. (Bernardo Brum)
Performance destacada: “The Guns of Brixton” (The Clash, 1979)

Andy Fraser, baixista do Free
18- Andy Fraser (Free, John Mayall & The Bluesbreakers) (118 pontos)
Para muitos, os melhores baixistas são aqueles que costumam manter-se o tempo todo bem ocupados, deslizando os dedos sobre as cordas de seu instrumento com velocidade e desfilando técnicas variadas. Apesar de não discordar necessariamente disso, nunca deixo de exaltar o estilo mais solto de Andy Fraser, valorizando os intervalos de silêncio tanto quanto aqueles em que extraía de seu Gibson EB-3 um dos timbres mais característicos de sua época. “Deixar a música respirar era importante”, afirmou certa vez. Na estrada profissionalmente desde os 15 anos, primeiramente com o John Mayall Bluesbreakers e depois com o Free, banda na qual pavimentou seu sucesso, Andy nunca limitou seu talento apenas às quatro cordas, agindo como uma liderança e aplicando sua linguagem na construção da maioria das canções do quarteto inglês, incluindo seu maior sucesso, “All Right Now” (para quem não sabe, seu riff de guitarra inicial também é de sua autoria), e aquela que julgo ser a melhor demonstração de sua capacidade, “Mr. Big”, contando com um solo que se tornaria arquétipo a ser seguido por diversos outros baixistas. Para os iniciantes, Andy deixa a dica: “Minha abordagem sempre foi minimalista; somente fiz o que era apropriado para a música em si”.(Diogo Bizotto)
Performance destacada: “Mr. Big” (Free, 1970)

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19 – Charles Mingus (117 pontos)
O que seria da guitarra se não fosse Jimi Hendrix? Se Jaco Pastorius é o Eddie Van Halen do baixo, o Jimi Hendrix da guitarra sem dúvida é Charles Mingus. Esse senhor baixista transformou o baixo acústico não mais em um mero instrumento base, mas em um instrumento de frente, com liberdade de improvisar tanto ou mais que o piano, o saxofone e a bateria nos tradicionais quartetos de jazz. Como bandleader, Mingus lançou diversos álbuns que marcaram época não apenas para o jazz, mas para a evolução do baixo como um dos principais instrumentos da música, tendo como ponto e ápice o aclamadíssimo The Black Saint and the Sinner Lady (1963), eleito pelos consultores – e não apenas pelos colegas, mas também diversas outras fontes – como o melhor álbum daquele ano. Nas décadas de 50 e 60, a criatividade de Mingus extrapolou o limite do imaginável, criando obras atemporais que viraram referência para muitos dos baixistas de rock que apareceram posteriorment no final da década de 60 e início dos anos 70. Nomes consagrados como Jack Bruce, Paul McCartney, Dizzy Gillespie, Larry Coryell , Joni Mitchell, Jeff beck, entre outros, citam Mingus como um dos responsáveis por suas formações nos diferentes instrumentos que vieram a tocar, o que revela que além de ser um excelente baixista, a visão musical de Mingus estava muito a frente do seu tempo. (Mairon Machado)
Performance destacada: “Pithecanthropus Erectus” (Charles Mingus, 1956)

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20 – John Myung (Dream Theater) (111 pontos)
Dream Theater é o famoso grupo ame ou odeie. No entanto, ninguém é louco para questionar a habilidade de seus músicos. O fato de alguém dizer que tocou com o Dream Theater já faz com que ganhe ponto no curriculum. John Myung além de ser exímio musico, é bastante criativo. Entre suas técnicas mais exploradas estão o uso do tapping (a famosa digitação) e o pizzicato com três dedos. Pizzicato é o dedilhado na corda com alternância entre dois ou três dedos. Ou seja, não há palheta na jogada. O fato de utilizar os três dedos permite com que o musico consiga uma velocidade maior, mantendo a precisão. (Davi Pascale)
Performance destacada: “The Dance of Eternity” (Dream Theater, 1999)

Listas individuais
André
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Jimmy Bain (Dio)
1. Geddy Lee
2. Jimmy Bain
3. Cliff Burton
4. John Entwistle
5. Jason Newsted
6. Jerry Jemmott
7. Gerry McAvoy
8. Geezer Butler
9. Tobias Exxel
10. Doug Wimbish
11. Ross Valory
12. Stanley Clarke
13. John Campbell
14. Paul McCartney
15. Jeff Pilson
16. Michael Anthony
17. Billy Peterson
18. Roger Waters
19. Chris Squire
20. John Paul Jones
21. John Myung
22. Frank Thorwarth
23. Bob Daisley
24. Jaco Pastorius
25. Donald “Duck” Dunn
26. Steve Harris
27. Steinar Krokmo
28. Pete Way
29. Mel Schacher
30. Francis Buchholz
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Tina Weymouth (Talking Heads)
Bernardo

1.Paul Simonon
2. John Entwistle
3.Geezer Butler
4. Tina Weymouth
5. Kim Gordon
6. Paul McCartney
7. Bootsy Collins
8. Larry Graham Jr.
9. Jack Bruce
10. Cliff Burton
11. Kim Deal
12. Billy Gould
13. Shavo Odadjian
14. Flea
15. Billy Bass Nelson
16. John Paul Jones
17. Roger Waters
18. D’arcy Wretzky
19. Dee Dee Ramone
20. Matt Freeman
21. Michael Davis
22. Les Claypool
23. John Deacon
25. Glenn Hughes
26. Bill Wyman
27. Phil Lynnot
28. Liminha
29. Jerry Only
30. Peter Hook
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Matt Freeman (Rancid, Operation Ivy)
Bruno

1. Geezer Butler
2. Geddy Lee
3. Phil Lynott
4. John Entwistle
5. Flea
6. John Paul Jones
7. Matt Freeman
8. Scott Shifflet
9. Karl Alvarez
10. Peter Hook
11. Mike Watt
12. Kim Deal
13. Jack Bruce
14. Andy Fraser
15. Sting
16. Gary Thain
17. Dee Dee Ramone
18. Paul Simonon
19. Billy Gould
20. Bruce Foxton
21. Cliff Burton
22. Robert Trujillo
23. Les Claypool
24. Jerry Only
25. Chris #2
26. Tim Commerford
27. Shavo Odadjian
28. Darryl Jenifer
29. Liminha
30. Fat Mike
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Roger Glover (Deep Purple, Rainbow)
Davi

1. Paul McCartney
2. John Paul Jones
3. John Entwistle
4. Chris Squire
5. Sting
6. Billy Sheehan
7. John Myung
8. Roger Glover
9. Flea
10. Rudy Sarzo
11. Andria Busic
12. Steve Harris
13. Geddy Lee
14. Doug wimbish
15. Glenn Hughes
16. Michael Anthony
17. Jack Bruce
18. Cliff Burton
19. Geezer Butler
20. John Deacon
21. Phil Lynott
22. Kip Winger
23. Robert Trujillo
24. Jeff Ament
25. Gene Simmons
26. David Ellefson
27. Jeff Pilson
28. Lemmy Kilmister
29. Tim Commerford
30. Fieldy
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Steve DiGiorgio (Death)
Diogo

1. Jack Bruce
2. Chris Squire
3. Andy Fraser
4. James Jamerson
5. Billy Sheehan
6. Steve DiGiorgio
7. John Entwistle
8. Steve Harris
9. Bob Daisley
10. Cliff Burton
11. Jaco Pastorius
12. Bernard Edwards
13. Geddy Lee
14. Geezer Butler
15. John Deacon
16. Chuck Rainey
17. John Wetton
18. Glenn Hughes
19. John Paul Jones
20. Neil Murray
21. Phil Lynott
22. John Taylor
23. Tony Levin
24. Kip Winger
25. Walter Becker
26. Alex Webster
27. Gary Thain
28. Dave Hope
29. Ross Valory
30. Greg Lake
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Józef Skrzek (SBB, Niemen)
Mairon

1. Jaco Pastorius
2. Józef Skrzek
3. Jeff Berlin
4. John Entwistle
5. Chris Squire
6. Glenn Hughes
7. Geddy Lee
8. Geezer Butler
9. Holger Czukay
10. Jon Camp
11. Ray Shulman
12. Pete Way
13. John Paul Jones
14. Dadi
15. Charles Mingus
16. Larry Graham
17. Stanley Clarke
18. Dave Hope
19. Luizão Maia
20. Cliff Burton
21. Mel Schacher
22. Jack Bruce
23. Liminha
24. Ulrich Leopold
25. John Deacon
26. Slam Stewart
27. John Wetton
28. Patrick O’Hearn
29. Ross Valory
30. Aston Barrett
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Tim Bogert (Vanilla Fudge, Beck, Bogert & Appice, Cactus)
Ronaldo
1. Chris Squire
2. Jack Bruce
3. Geddy Lee
4. John Paul Jones
5. Tim Bogert
6. Greg Lake
7. John Wetton
8. Jaco Pastorius
9. John Entwistle
10. Hugh Hopper
11. Geezer Butler
12. Glen Cornick
13. Dave Holland
14. Ray Shulman
15. Stanley Clarke
16. Mel Schacher
17. Gary Thain
18. Pedro Baldanza
19. Jack Casidy
20. Charles Mingus
21. Bootsy Collins
22. Cliff Burton
23. Fernando Gama
24. Glen Hughes
25. Paul McCartney
26. Leo Lyons
27. Novelli
28. Mick Hawksworth
29. Steve Harris
30. George Clinton
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Verdine White (Earth, Wind & Fire)
Ulisses

1. Geezer Butler
2. John Entwistle
3. Geddy Lee
4. Billy Sheehan
5. James Jamerson
6. Jack Bruce
7. Charles Mingus
8. John Paul Jones
9. Verdine White
10. Roger Waters
11. Noel Redding
12. Lemmy Kilminster
13. Phil Lynott
14. Roger Glover
15. Paul McCartney
16. Cliff Burton
17. John Myung
18. Sting
19. Chris Squire
20. Les Claypool
21. Aston Barrett
22. Flea
23. Steve Harris
24. Squarepusher
25. Andria Busic
26. Murdoc Niccals
27. David Ellefson
28. Doug Ferguson
29. Bob Bogle
30. Jason Newsted
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