quinta-feira, 28 de março de 2013

Maravilhas do Mundo Prog: Pink Floyd - Echoes [1971]



Um gigantesco polvo emerge do lago localizado no Crystal Palace Garden Party, em Londres, após duas horas e meia de show do Pink Floyd. Naquele momento do dia 15 de maio de 1971, era a primeira vez que o grupo britânico apresentava ao mundo a suíte "Echoes", canção que a partir de então, passou a encerrar as apresentações do grupo pelos próximos sete anos.

A Maravilha Prog dessa semana é outra incluída no Hall of Fame das principais suítes do rock progressivo. 

Depois que Roger Waters (baixo, voz, percussão), Rick Wright (teclados, voz, instrumentos de sopro), David Gilmour (guitarras, voz) e Nick Mason (bateria, percussão), gravaram Atom Heart Mother (1970), o grupo fez uma gigantesca turnê, divulgando seu quinto álbum de estúdio, e durante os intervalos das apresentações, começou a planejar o sexto disco.

Algumas canções eram sobras antigas, dos tempos de Ummagumma (1969), e receberam pequenas modificações em seu formato. Outras, foram, assim como nossa Maravilha anterior, moldadas em pleno palco. Ambas as situações encaixam-se na criação de "Echoes".

Famosa capa interna de Meddle

A suíte por si só surgiu como peças instrumentais individuais de cada membro do Floyd, não utilizadas em Ummagumma. No total, foram "arrecadadas" vinte e quatro partes, que acabaram batizadas como "Nothing, Parts 1 - 24". 

As partes acabaram sendo encaixadas aos poucos, assim como a letra para a canção começou a brotar nas mentes (principalmente) de Wright e Gilmour. Como a ideia do que a letra iria tratar, veio o título provisório de "Son of Nothing" para a canção, que, por dificuldades na interpretação ao vivo, acabou sendo abandonada. 

O grupo então concentrou-se nas demais composições, até que Waters (sempre ele), decidiu resgatar "Son of Nothing", retirando partes da mesma e incluindo outras, além de criar uma história conceitual para a canção que encaixasse com a proposta instrumental. Assim nasceu "The Return of the Son of Nothing", já no final de 1970, semanas antes do Natal daquele ano.

Roger Waters em Pompeia


Com alguns ensaios para ajustes, não demorou para a longa suíte de mais de vinte minutos entra-se no set list do grupo, e em fevereiro de 1971, quando o Floy passava pela Alemanha, os fãs eram apresentados a agora batizada "Looking Through the Knotholes in Granny's Wooden Leg", e ainda "The Dam Busters", mas na maioria dos espetáculos, "The Return of the Son of Nothing" ainda era seu título.

Foi exatamente na apresentação em Londres citada no início do texto, que Waters chamou a canção de "Echoes". O público ficou fascinado com o espetáculo visual e musical, já que além do polvo, o Floyd utilizava pela primeira vez jogos de luz e lasers, além de toneladas de equipamento sonoro que ocupavam boa parte do palco.

Capa inteira de Meddle


O sucesso da suíte nas apresentações acabou alavancando ainda mais a já bem sucedida reputação do grupo, e quando Meddle, o sexto álbum da banda, foi lançado em 30 de outubro de 1971 nos Estados Unidos (13 de novembro do mesmo ano no Reino Unido), rapidamente entrou entre os 100 mais vendidos em ambos os países, alcançando a terceira posição na Inglaterra. Tirando a parte musical, talvez o principal fato a se destacar é o crescimento de Gilmour como músico, fazendo a voz principal em duas canções e ainda dividindo as honras vocais com Wright em "Echoes".

Assim como seu antecessor, temos em Meddle dois lados bem diversificados. No lado A, estão "One of These Days" (uma sequência instrumental para "Carefull With That Axe, Eugene"), criada antes de Ummagumma para o fracassado projeto "The Man and the Journey"; "A Pillow of Winds", belíssima faixa acústica que poderia estar na trilha de More, ou até mesmo em Ummagumma, cantada por Gilmour; outra balada, "Fearless", também cantada por Gilmour e destacando a inclusão de "You'll Never Walk Alone", cantada pelos torcedores do Liverpool em pleno estádio do clube de futebol; a jazzística "San Tropez"; e o blues experimental "Seamus", tendo a cachorro que dá nome a canção fazendo o vocal principal (!).

"Palco" no anfiteatro de Pompeia
Já o lado B é totalmente dedicado para "Echoes". Em vinte e três minutos, e vinte e nove segundos, passeamos por uma belíssima composição, recheadas de variações, e que por íncrivel que pareça, é de uma simplicidade tão grande que parece que não é uma canção composta por seres humanos. O próprio David Gilmour certa vez declarou para uma revista inglesa: "Colocamos 'Echoes' no final dos shows por que já estamos cansados, e assim, fica mais fácil tocar ela, já que os seus acordes são muito simples".

Diferentemente de "Atom Heart Mother", "Echoes" consiste de uma única peça musical, com letra voltada para problemas pessoais como a dificuldade de relacionamentos, principalmente em encontrar as pessoas certas para se relacionar. 

Ela é recheada de experimentações e criações saídas das cabeças inventivas do quarteto, a começar pelas estonteantes notas do início da canção, geradas pela amplificação de uma nota executada em um grand piano através do famoso amplificador Leslie Speaker (um amplificador especial que distorce o som através da aplicação de Effeito Doppler em suas caixas de som, gerando ondas sonoras com frequências alternadas).

Lentamente, o slide guitar de Gilmour surge, acompanhado por acordes de órgão, criando um clima especial para a canção, muito suave. Gilmour executa leves notas, e então, baixo e bateria passam a acompanhar o bonito crescendo inicial da canção. As notas fantasmagóricas do piano saltitam entre as notas da guitarra e o slide, além de uma levíssima marcação do chimbal. O crescendo é repetido e então, Wright e Gilmou passam a cantar.

Narrando sobre a facilidade como os seres marinhos encontram seus objetivos no mar, a dupla canta com um acompanhamento suave do chimbal e do órgão, enquanto a guitarra faz um som muito bonito ao fundo. Os vocais ganham força, encerrando a primeira estrofe da letra e apresentando o riff central de "Echoes", executado pela guitarra de Gilmour.

Gilmour interpretando "Echoes"


A segunda estrofe fala sobre as pessoas que passam pelos homens como estranhos, sem serem reconhecidas, com o mesmo acompanhamento da primeira estrofe, e então, o riff retorna, trazendo então o solo de Gilmour. 

Essa longa sessão instrumental inicia magnificamente, com órgão, baixo e bateria fazendo um acompanhamento singelo, para as guitarras sobrepostas de Gilmour mandarem ver. O solo vai recebendo a força de piano, distorções e mais guitarras, e Gilmour abusa do slide em seu solo, enquanto o riff central vai aumentando sua potência.

Encerrando o solo, somos levados para um reggae feito pelo órgão, com um acompanhamento cadenciado de órgão, baixo e bateria, no qual Gilmour sola com notas rasgadas, sem usar de nenhuma técnica extravagante ou de algum virtuosismo, somente a guitarra, crua, sendo tocada nota por nota, com pequenos vibratos e bends.

O embalo perambula pela canção, sempre no mesmo ritmo, e então, efeitos na guitarra aparecem, com o volume do embalo diminuindo. Entramos na viajante sessão central de "Echoes", no qual barulhos assustadores dos sintetizadores, fazem a cama sonora para os "gritos de baleia" serem entoados pela guitarra de Gilmour através de uma incrível aplicação do slide nas cordas iniciais da guitarra, além de muita distorção e aplicação do wah-wah.

Barulhos de vento, imitando a brisa do mar, aparecem ao fundo (barulhos esses gerados por Waters em seu baixo), e aos poucos, o órgão começa a se fazer a aparecer, além de sons de gaivotas e albatrozes. Os uivos da guitarra seguem assustando o ouvinte,

O órgão então ganha espaço, com dois longos acordes, trazendo as notas iniciais do piano, e alternando-se entre eles. Baixo , bateria e guitarra aparecem aos poucos, aumentando o volume suavemente, e novamente, o Pink Floyd nos propicia um belíssimo crescendo musical. O sintetizador executa um tímido tema, e o crescendo continua, explodindo na sequência de notas da guitarra, acompanhadas apenas pela marcação nos pratos, enquanto Gilmou aplica distorção ao fundo.

"Echoes" ao vivo em Pompeia


Chegamos então na terceira e última estrofe de "Echoes", tratando o homem como que finalmente encontrando a forma de descobrir-se como ser-humano, no mesmo ritmo das estrofes vocais anteriores, repetindo o riff central por diversas vezes, aumentando cada vez mais sua potência e destacando a pegada e as viradas de Mason. 

A canção encerra-se com piano e guitarra solando levemente, um seguindo ao outro, refletindo a opinião da letra de que sempre um irá encontrar outro ser para seguir e ser seguido, enquanto o órgão executa longos e lindos acordes, além de diversos efeitos surgirem ao fundo, diminuindo seu volume até a agulha do toca-discos atingir os sulcos sem gravação do vinil.

"Echoes" virou um hino para os fãs do Floyd, e além de sua maravilhosa construção, foi fundamental para a guinada que o grupo deu com Dark Side of the Moon dois anos depois.

Uma das principais apresentações da canção foi realizada no show de Pompeia (Itália) em 1972, onde para os camera-men e os fantasmas da cidade soterrada pelas cinzas do vulcão Vesúvio em 79. a. C., o grupo fez um show incrível dentro do anfiteatro local.

Gilmour, Waters, Wright e Mason em Pompeia


Diversos outros registros, como uma apresentação na BBC de Londres em 1971, ou ainda, quando o grupo tocou no Festival de Jazz de Montreux, em 1971, são pérolas preciosas de registros fantásticos de "Echoes" ao vivo, com pequenas variações, mas sempre maravilhosa.

Durante as turnês de Dark Side of the Moon e Wish You Were Here, "Echoes" sempre esteve presente no encerramento dos shows, sendo abandonada somente na turnê de Animals (1977). Posteriormente, em alguns shows da turnê de A Momentary Lapse of Reason (1987), o grupo voltou a apresentá-la, só que agora abrindo os shows e sem os seus vinte e três minutos de duração, mas aindasempre com a mesma força e imponência da época em que foi registrada.

Em quinze dias, contaremos a história de uma maravilhosa homenagem feita por Waters, Gilmour, Mason e Wright para o fundador do Pink Floyd, Syd Barrett, através de "Shine on You Crazy Diamond".

terça-feira, 26 de março de 2013

Wishbone Ash - Phoenix Rising / Classic Ash: Then & Now [2006]




Sempre fico com um pé atrás para comprar um DVD de uma banda que não conheço muito bem. Nesse caso, pestanejei um pouco antes de adquirir o DVD Phoenix Rising - Classic Ash: Then & Now do Wishbone Ash. Meu único conhecimento do grupo (até aquele momento) eram os álbuns Live Dates (1973) e Argus (1972 - um dos excepcionais LPs da história da música).

Quando vi o DVD em promoção em uma famosa loja na internet e observei a listagem das músicas duas coisas já me atraíram. A primeira delas, a inclusão da imortal faixa que dá nome ao DVD. Ficando a expectativa de que estariam ali os 18 minutos da obra original, já que a data anunciada para o registro desta canção era 2003. A segunda, nada mais que 15 canções que viajavam desde apresentações do início dos anos 70 até um show realizado em 2003. Portanto, a história da banda estaria retratada nos pouco mais de 90 minutos previstos na contra-capa.
 

E é realmente isso que acontece. De cara já podemos ver o que o Wishbone Ash tinha de bom. Os talentos individuais condensados em um grupo sólido com ótimas passagens instrumentais e muita técnica. Tudo apresentado na fantástica canção "Vas Dis" que também abre o espetacular Pilgrimage (1971), aqui retirada de uma apresentação na BBC em 1971. O DVD começa com a introdução da poderosa bateria de Steve Upton mostrando os ainda jovens Martin (baixo, voz) e Ted Turner (guitarras) - com Martin dando uma aula de baixo e vocalizações - além de Andy Powell e a tradicional Flying V que marcou sua carreira.
Formação clássica do Wishbone Ash: Steve Upton, Martin Turner, Ted Turner e Andy Powell

Dali, pulamos para o show de 2003, onde temos na formação contando com Powell gordo e careca, fazendo a voz principal. O talentoso Ben Grafelt dividindo as guitarras com Powell. Bob Skeat no baixo e Ray Weston na bateria. Interpretam a lendária "The King Will Come", o clássico que abre o lado B de Argus, de forma primorosa. Com a longa introdução e o riff matador, e que apesar do grupo apresentar sinais da estrada, mandam ver nas famosas melodias das guitarras gêmeas que caracterizaram a banda e nas ótimas linhas vocais.
 

Voltamos ao passado com uma apresentação em preto-branco de "Blowin' Free" (Argus) na ABC australiana em 1972 com a clássica formação citada no início e que durou toda a década de 70. Apesar do playback, é sensacional ver como Powell tinha o comando da banda. O mais sério dos 4 ao vivo, enquanto Martin é o que parece se divertir mais com a fanfarronice.
 

Até aqui, três clássicos, mostrando que o DVD começa com tudo. Para os apaixonados pela banda não poderia vir presente maior do que "Phoenix", no já citado show de 2003. E para quem acha que o grupo esqueceu como se toca, temos uma aula de resgate do maior clássico da banda. Lá estão mais de 10 minutos de uma obra-prima (apesar de estar incompleta), lançada no álbum de estreia do grupo, em 1970. Algo que somente assistindo podemos compreender, tamanha a emoção e participação dos músicos interpretando esse clássico. 


Apesar do pequeno local e do público, fica clara a emoção de todos os presentes. Cada passagem das guitarras. O baixão da introdução acompanhado as melodias que inspirariam, sem sombra de dúvidas, o Iron Maiden em várias canções. A bateria avasssaladora de Weston. A famosa frase "Raise your head to the sky" em uma das menores letras (se não a menor) da melhor canção do grupo, são ouvidas dentro do teatro de Londres como que se o público não acreditasse no que estão assistindo diante de seus olhos. Com certeza, esse é o ponto máximo do show. Aqui, já valeu cada centavo investido na mídiazinha.
 

Voltamos então a 1973 com a clássica "Warrior" (Argus). As lágrimas que você segurou em "Phoenix" vem abaixo. Fantástico é pouco! O que ouvimos é mais uma bela interpretação do auge da carreira do Wishbone Ash com uma suavidade que poucas bandas do hard conseguiam dar as suas canções.

Depois desse início realmente avassalador entramos nos anos 80 com uma apresentação em Bristol no ano de 1989. Apresentando a fraca "Classic Jazz", trás a formação clássica do grupo, porém com uma sonoridade muito moderna comparada ao que o Ash fazia nos anos 70. Não me agrada nem um pouco!
Wishbone Ash em 2003: Ben Granfelt, Ray Weston, Bob Skeat e Andy Powell
A apresentação de 2003 em Londres surge novamente com "Living Proof" com Laurie Wisefield no lugar de Ted Turner. Depois, voltamos a apresentação da BBC com "Jail Bait", outra de Pilgrimage. 

A partir daí O DVD desfila por várias canções alternando somente entre os shows de Londres e Bristol. Apresentando, inclusive, uma nova versão para "Blowin' Free" e encerrando com uma apresentação nos Estados Unidos onde "Where Were You Tomorrow" (Pilgrimage) é apresentada.

O maravilhoso início do DVD acaba ofuscando o resto. Porém, se começarmos o DVD de trás para a frente, torna-se óbvio a importância do Wishbone Ash para consolidar o hard rock e as guitarras gêmeas. Apesar de não ser citada entre as grandes bandas do rock, o grupo deixou sua marca. Os clássicos citados no título do DVD e apresentados aqui são realmente fenomenais.
 

Para quem acha que também vai aprender sobre a história da banda fica o alerta de que não temos nada de entrevistas ou documentários. Somente a sonzeira comendo solto. Trata-se contudo de um ótimo aperitivo para correr atrás da discografia da banda. Algo que já venho fazendo desde então e que me surpreende positivamente a cada álbum que escuto (dos anos 70, lógico).

Contra-capa do DVD

Track list
 
1. Vas Dis
2. The King Will Come
3. Blowin' Free
4. Phoenix
5. Warrior
6. Cosmic Jazz
7. Living Proof
8. Jailbait
9. Wings of Desire
10. Why Don't We
11. Ballad of the Beacon
12. Real Guitars Have Wings
13. Blowin Free
14. Bad Weather Blues
15. Where Were You Tomorrow

sábado, 23 de março de 2013

Melhores de Todos os Tempos: 1963

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Por Diogo Bizotto
Com Adriano KCarão, Bruno Marise, Mairon Machado e Ronaldo Rodrigues
Publicamos ontem uma edição da coluna “War Room” celebrando 50 anos do lançamento de Please Please Me, primeiro álbum dos Beatles. Além de festejar o grupo e avaliar a música presente no disco, essa publicação teve outra intenção ainda mais importante: introduzir uma nova coluna mensal na Consultoria do Rock: “Melhores de Todos os Tempos”. A proposta? Levar a cabo o ambicioso desafio de eleger quais são os melhores álbuns lançados nas últimas décadas. Mensalmente, vários colaboradores do site elaborarão listas anuais congregando dez escolhas pessoais, que depois serão compiladas em um Top 10 definitivo. O critério para elaborar a listagem final? A pontuação do Campeonato Mundial de Fórmula 1, iniciando com 25 pontos para primeiros colocados e finalizando com 1 ponto  para décimos colocados. Como marco inicial, escolhemos 1963, ano em que a maior banda de todos os tempos registrou sua estreia. A nova seção será publicada todos os meses, sempre aos sábados. Conheça abaixo o resultado de nossa primeira empreitada e não deixe de enviar seus comentários, concordando ou discordando de nossa lista. Não esqueça de citar seus favoritos!

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Charles Mingus – The Black Saint and the Sinner Lady (80 pontos)
Adriano: Merecidíssimo primeiro lugar. Embora eu não conheça aprofundadamente a carreira de Charles Mingus, sei que antes desse disco ele já desenvolvia um som nessa linha, distinguindo-se de todos os artistas de jazz que já pude ouvir. No caso desse álbum, é como se fosse um disco conceitual de jazz, tanto pelos títulos das músicas, que remetem a uma espécie de balé, como pela musicalidade, em que sempre os instrumentos parecem conversar – ou discutir, mais propriamente – e boa parte das “melodias”, se quisermos chamar assim, vão surgindo por meio desse diálogo. Embora, todas as faixas tenham o selo Mingus de qualidade, destaco a terceira música, “Group Dancers”, e a inserção de um violão “andaluz” – à la Steve Howe (Yes) – nessa faixa e na posterior. O progressivo já existia nesse disco, ainda que não fosse rock.
Bruno: Mescla impressionante de jazz com música folclórica, influências de blues e batidas dançantes. Uma das melhores facetas da variadíssima carreira de Mingus.
Diogo: Esse disco me impressionou especialmente por dois motivos. Primeiro: apesar de ser um registro totalmente instrumental, evidentemente soa como um álbum conceitual, tornando fácil imaginar o desenrolar de uma história em nossas mentes, dependendo apenas da nossa capacidade imaginativa. Segundo: o diálogo entre os instrumentos é hipnótico. Definitivamente, esqueça toda aquela conversa sobre o jazz ser um gênero indicado para momentos de relaxamento, pois The Black Saint and the Sinner Lady exige máxima atenção daqueles que realmente entendem sua proposta. Trata-se de um disco tenso, e é justamente essa tensão que o torna tão especial.
Mairon: Um disco revolucionário, que merece o status de melhor de 1963. Charles Mingus demonstrando toda a sua genialidade.
 
Ronaldo: Um dos melhores trabalhos do mestre do contrabaixo.

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Sam Cooke – Night Beat (52 pontos)
Adriano: Também merecido segundo lugar. O mais soul de todos os álbuns soul que já ouvi. Não o melhor, pois ao menos Curtis (1970) de Curtis Mayfield lhe tomaria o lugar, mas certamente o mais soul, mais profundo, mais encantadoramente melancólico. A interpretação de Sam Cooke dispensaria facilmente o acompanhamento instrumental, mas os instrumentistas também fizeram um lindo trabalho nesse disco. Obrigado à Consultoria pela oportunidade de ter acesso a esse lindíssimo disco.
Bruno: Senti raiva por não ter ido atrás da obra de Sam Cooke antes. Que voz absurda. E o cara ainda lançou dois discaços em 1963. Night Beat só venceu pelo repertório mais coeso, porque a performance é brilhante nos dois. Pouquíssimas vezes ouviremos alguém cantar com tanta alma e sensibilidade.
Diogo: Uma das vozes mais belas que já habitaram este planeta, Sam Cooke entrega-se completamente em Night Beat e oferece interpretações magistrais, entre as quais é difícil apontar destaques, pois o disco é totalmente nivelado por cima. Posso não ser um grande conhecedor da soul music norte-americana, mas não tenho dúvidas em apontar esse álbum como uma excelente introdução ao gênero. Finalmente pude perceber quão grande é a influência de Cooke no trabalho de um de meus vocalistas favoritos, Steve Perry (Journey).
Mairon: Outro grandioso álbum que não entrou na minha lista dos dez melhores por detalhe. O rhythm ‘n’ blues como deveria ser tocado por todos os músicos de seu estilo. Melhor álbum da carreira de Sam Cooke, sem dúvida nenhuma.
Ronaldo: Desconheço.

Cover for Roy Orbison's "In Dreams."
Roy Orbison – In Dreams (36 pontos)
Adriano: Ouvi apenas depois que saiu o Top 10 definitivo, e não deu para formar uma opinião mais condizente com a realidade do disco. Canções naquela vibe bem brega, meio country, inclusive dois temas que gosto muito: “Blue Bayou” e “All I Have to Do Is Dream”. Infelizmente, a voz de Orbison não me agrada tanto.
Bruno: Um monstro que infelizmente foi muito ofuscado em sua época, talvez pelo grande número de músicos talentosos. Roy Orbison compõe como poucos e tem uma voz inacreditável, que vai do mais grave até o falsete sem perder a classe. In Dreamsfigura entre seus melhores trabalhos, com o clima melancólico de sempre e melodias de rasgar o coração.
Diogo: Roy está, sem dúvida, entre meus dez vocalistas favoritos em todos os tempos. Sua interpretação exala uma pureza quase impossível de se encontrar em qualquer época, quase virginal. Melhor ainda é o fato do cantor também ser um compositor de personalidade, cunhando baladas que conseguem flertar com o erudito, o country e o pop ao mesmo tempo. Não pense que os destaques residem apenas nos hits “In Dreams” e  “Blue Bayou”, pois músicas como “Shahdaroba”, “House Without Windows” e “Beautiful Dreamer” são de uma profundidade assustadora.
Mairon: O único defeito desse álbum é sua curta duração, com menos de 30 minutos. Mas a faixa-título já vale a aquisição. Não é dos meus preferidos.
Ronaldo: Desconheço o disco, mas o cantor em questão tem um estilo excessivamente polido.

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Duke Ellington & John Coltrane -  Duke Ellington & John Coltrane (35 pontos)
Adriano: Não consegui ouvir esse disco. Uma pena, pois são dois grandes nomes que me interessa conhecer bem.
Bruno: O maior compositor da história do jazz ao lado de um saxofonista brilhante. Não há mais o que falar. Momento histórico do gênero e de toda a música.
Diogo: Levando em consideração tudo o que já pude ouvir, 1963 foi um ano fantástico para o jazz. Duke Ellington & John Coltrane só não é o melhor álbum do ano em se tratando do gênero pois as qualidades de The Black Saint and the Sinner Lady são inegáveis. É belíssimo constatar que, apesar da grandeza de cada um dos protagonistas do disco, ninguém suplanta ninguém, abrindo espaço inclusive para que os outros músicos demonstrem sua capacidade. “In a Sentimental Mood” é pura perfeição musical.
Mairon: A junção de dois gigantes. Desde a faixa de abertura com “In a Sentimental Mood” até o encerramento com “The Feling of Jazz”, temos uma exposição emocionante do talento desses grandiosos, sendo o álbum uma valiosa despedida da fase vanguarda de John Coltrane, que mergulhou no free jazz meses depois.
Ronaldo: Um encontro sensacional.

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Bob Dylan – The Freewheelin’ Bob Dylan (33 pontos)
Adriano: Não gosto muito desse disco, e acho que a maioria das pessoas que o endeusam tampouco gostam dele! “Blowin’ in the Wind” é legal, “Girl From the North Country” e “Masters of War” também, “Bob Dylan’s Dream” é ótima, mas isso é suficiente pra fazer de um álbum um clássico? Pode ser um disco de muita relevância, mas gostar é outra conversa, e creio que é esse o ponto. Por isso, não incluíFreewheelin’ na minha lista, embora eu adore a voz e até a gaita do Dylan. O primeiro e o terceiro disco de Dylan são melhores, pra mim.
Bruno: Não tenho uma boa relação com Bob Dylan. O compositor está longe de fazer parte dos meus preferidos, apesar de reconhecer seu grande talento e influência. Gosto de alguns discos como Blood on the Tracks (1975) e Highway 61 Revisited(1965), mas seus primeiros trabalhos mais calcados no folk violão/gaita me soam extremamente cansativos.
Diogo: Só de ter servido como motivo para, finalmente, começar a me aprofundar na carreira de Bob Dylan, essa nova seção já está valendo a pena. The Freewheelin’ Bob Dylan faz jus às críticas positivas que costuma receber e mostra-se de uma maturidade impressionante para um artista que recém havia completado 22 anos. O disco todo é sensacional, mas “Girl From the North Country”, “Masters of War e “A Hard Rain’s A-Gonna Fall” são definitivas. É fácil entender os motivos pelos quais tantos músicos registram covers de Dylan: é difícil ouvir músicas como essas e não pensar na possibilidade de transformá-las em versões com banda completa.
Mairon: O disco no qual Bob Dylan começou a botar suas asinhas para fora. As letras valem mais que as melodias, apesar de “A Hard Rain’s a-Gonna Fall” ser uma das minhas favoritas do cantor norte-americano.
Ronaldo: Um dos pilares da revolução do rock, mesmo sem ser rock, deixando de ser música para dançar e dando inteligência a ela.

PleasePleaseMe
The Beatles – Please Please Me (25 pontos)
Adriano: Se tivesse de entrar um disco dos Beatles no Top 10, teria que ser esse, um disco pop no nível dos bons discos pop dessa época, como  How Do You Like It(1963), do Gerry & the Pacemakers, ou Big Girls Don’t Cry and Twelve Others(1963) do Four Seasons – esse último, certamente o melhor dos três. Embora haja algumas boas composições, como “I Saw Her Standing There” e “Love Me Do”, os melhores momentos são realmente os covers, principalmente “Boys”, com linda performance de Ringo, e a conhecidíssima versão pra “Twist and Shout”. Considero “Anna (Go to Him)” uma ótima escolha pra se fazer cover, dentro do repertório de Arthur Alexander, pois casou bem com a interpretação de John.
Bruno: Uma estreia importantíssima, mas que não chega perto dos grandes discos dos Beatles. O debut mostra uma banda ainda imatura, mas com algum destaques como as harmonias vocais de John Lennon, e as melodias inspiradas de McCartney. A quantidade de versões de outros artistas não colabora, ainda mais quando as melhores faixas do disco são de composição própria. O segundo disco, do mesmo ano, With the Beatles, já mostraria uma banda bem mais competente.
Diogo: Fico em severa dúvida sobre qual dos discos lançados pela banda em 1963 é o melhor, Please Please Me ou With the Beatles. De qualquer maneira, nenhum deles mereceu fazer parte de meu Top 10, mas, caso fossem vinte os citados, possivelmente estariam na lista. Please Please Me é um bom disco, recheado de belas harmonias vocais e promissor, especialmente por mostrar o potencial dos integrantes como compositores. Minhas favoritas são “I Saw Her Standing There”, “Misery” e “Twist and Shout”.
Mairon: Disco mediano, um dos mais fracos da carreira do Fab 4. Não entra nem entre os vinte melhores de 1963. Somente Lennon se escapa.
Ronaldo: Outro pilar da revolução do rock, ainda que mantivesse muito do pano de fundo inicial, mas introjetando levemente as mudanças mais radicais que o estilo teve no campo musical.

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The Ventures – Ventures in Space (22 pontos)*
Adriano: Discaço conceitual! Os Ventures unem a surf music – que os caras dominavam super bem, diga-se de passagem! – com o space age pop então em voga, criando muitas vezes um som psicodélico-espacial que muita banda faria depois de 66, como se fosse algo muito novo. O disco é todo instrumental, muito bem tocado, com lindos efeitos e atmosferas de dar inveja a muita bandinha metida a “viajante”. Destaque pra abertura com a ótima “Out of Limits” e pras lisérgicas “Fear”, “The Fourth Dimension” e “The Twilight Zone”. Quem não ouviu tá vacilando feio!
Bruno: Achei interessante o surf music tradicional do grupo com toques progressivos (pioneiros?) e efeitos “espaciais”, mas se tratando de Ventures prefiro Surfing, do mesmo ano.
Diogo: Caso as listas particulares contemplassem não dez, mas 11 discos, certamente o The Ventures estaria na minha. O problema seria escolher entre o excelente Surfinge o genial Ventures in Space, um registro ousado para sua época, indo além do que é rotulado como surf rock e flertando com aquilo que viria a ser tido como psicodelia e space rock alguns anos depois. A quantidade de efeitos explorados pelo quarteto impressiona, assim como a influente guitarra de Nokie Edwards.
Mairon: Ouvi pouco, e do que consegui absorver, ficou um gostinho de que é algo bem primitivo, mas que pode gerar boas audições no futuro. Rock instrumental simples, mas contagiante. Bem melhor que o sexto colocado.
Ronaldo: Um trabalho muito próprio da época, música para dançar e curtir sem maiores pretensões, porém com o diferencial de um instrumental mais cuidadoso e trabalhado.

Eduardo Rovira - Tango Vanguardia
Eduardo Rovira – Tango Vanguardia (18 pontos)
Adriano: Só eu ouvi esse disco? Todo o meu respeito ao gênio Astor Piazzolla – que aniversariou no dia 11 deste mês –, mas no ano de 1963, em matéria de tango nuevo, é dominado por Eduardo Rovira com sobras! Um disco perfeito, inventivo, trazendo um tango mais voltado pro lado erudito – bem diferente, aliás, da proposta de Piazzolla. As faixas realmente soam como se fossem peças românticas, mas sem perderem nunca o “gingado” próprio do tango argentino – embora ele próprio tenha definido seu estilo como um “tango da cintura pra cima”. Demorei meses pra sacar qual era a desse disco, mas valeu a pena. Prefiro não destacar faixa nenhuma, pois são todas ótimas e posso incorrer em sérias injustiças.
Diogo: Não consegui ouvir o disco por completo. Escutei apenas algumas músicas soltas, que revelaram uma musicalidade sofisticada, um tanto diferente do tango ao qual os brasileiros estão mais normalmente expostos.
Bruno: Não ouvi.
Mairon: Não consegui achar o mesmo para ouvir, mas fiquei curioso com as desconhecidas (para mim) canções do álbum.
Ronaldo: Desconheço tanto o artista quanto o disco.

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Miles Davis – Seven Steps to Heaven (17 pontos)
Adriano: Bem, esse realmente não me fisgou. Esperava mais de um disco de Miles Davis, pois antes desse álbum ele já havia gravado clássicos como “It Never Entered My Mind”. Talvez eu não tenha ouvido o suficiente, mas não foram poucas vezes. No futuro, talvez me pareça diferente, mas hoje esse álbum “nem fede nem cheira” pra mim.
Bruno: O cool jazz é minha vertente preferida do gênero. E eis aqui um grande representante. Disco belíssimo, relaxante e viajante ao mesmo tempo, pra deixar rolando de madrugada, só apreciando as melodias e o trompete de Davis, que passeia por todas as faixas em uma base sonora construída por um time de músicos de primeira.
Diogo: Miles lançou dois álbuns excelentes em 1963: Seven Steps to Heaven eQuiet Nights (com a participação de Gil Evans). Apesar do nível de qualidade ser semelhante, escolhi como meu favorito Seven Steps to Heaven, que, mesmo consistindo quase totalmente em uma compilação de standards, tem em sua original faixa-título o provável maior destaque, uma canção nervosa como a música que Miles faria pouco tempo depois, em discos que deixaram uma marca indelével não apenas no jazz, mas no rock.
Mairon: A transição do quinteto de Miles Davis para as experimentações que viraram no famoso fusion começam aqui. Um timaço jogando redondinho, em um dos melhores discos da carreira de Davis.
Ronaldo: Miles já pinçando novos territórios e dominando com desenvoltura tudo o que já existia.

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The Beach Boys – Surfer Girl (17 pontos)
Adriano: Curto os Beach Boys desde o primeiro disco, de 1962, mas é uma coisa mais sentimental. “Drag City”, da dupla Jan & Dean, merecia figurar nesse Top 10, e não algum desses discos dos Beach Boys. Há, sim, boas músicas, como a faixa-título, “Catch a Wave”, “South Bay Surfer”, “Little Deuce Coupe” e “Our Car Club”, mas o disco não é nada memorável. Bem, mas em décimo passa.
Bruno: Os primeiros discos dos Beach Boys são bastante inconsistentes, apesar de uma pérola lá e cá. Do ano de 1963, prefiro Surfin’ Usa e o considero mais coeso queSurfer Girl.
Diogo: Ouvi os três discos que os Beach Boys lançaram em 1963 e, honestamente, nenhum deles me chamou muito a atenção. Certamente trazem algumas boas composições, mas nada que me faça escutar os álbuns com frequência. É possível queSurfer Girl até seja o mais coeso entre os três, mas é fato inegável que a banda evoluiria muito mais em questão de pouco tempo.
Mairon: Beach Boys é sempre Beach Boys, e Surfer Girl, com clássicos do porte de “In My Room”, “Little Deuce Coupe” ou a faixa-título, deve estar sempre entre os dez melhores de 1963.
Ronaldo: Assim como o Surfaris, foram injetando alguns temperinhos especiais naquela música adolescente, ainda que muito adolescente, mas divertida e boa pra curtir sem maiores pretensões.

Listas individuais:
WhenSunComesOutAdriano KCarão
1. Charles Mingus – The Black Saint and the Sinner Lady
2. Eduardo Rovira – Tango Vanguardia
3. Sam Cooke – Night Beat
4. Sun Ra – When Sun Comes Out
5. The Ventures – Ventures in Space
6. The Four Seasons – Big Girls Don’t Cry and Twelve Others
7. Jorge Ben – Samba Esquema Novo
8. Prince Buster – I Feel the Spirit
9. Rufus Thomas – Walking the Dog
10 Astor Piazzolla – Tango Contemporáneo
 
albumcoverJohnColtrane-BalladsBruno Marise
1. Sam Cooke – Night Beat
2. Roy Orbison – In Dreams
3. The Beatles – With the Beatles
4. Charles Mingus – The Black Saint and the Sinner Lady
5. John Coltrane Quartet – Ballads
6. Miles Davis – Seven Steps to Heaven
7. Ray Charles – Ingredients in a Recipe of Soul
8. The Ventures – Surfing!
9. The Surfaris – The Surfaris Play
10. Johnny Cash – Blood, Sweat and Tears
 
Ellington_01-675x675Diogo Bizotto
1. Charles Mingus – The Black Saint and the Sinner Lady
2. Roy Orbison - In Dreams
3. Bob Dylan – The Freewheelin’ Bob Dylan
4. Sam Cooke – Night Beat
5. Duke Ellington & John Coltrane - Duke Ellington & John Coltrane
6. Miles Davis - Seven Steps to Heaven
7. John Coltrane Quartet - Ballads
8. Duke Ellington – Money Jungle
9. Miles Davis – Quiet Nights
10. John Coltrane & Johnny Hartmann - John Coltrane & Johnny Hartmann
 
Tamba Trio - Avanço (1963)_FrontMairon Machado
1. Duke Ellington & John Coltrane - Duke Ellington & John Coltrane
2. Charles Mingus – The Black Saint and the Sinner Lady
3. Tamba Trio – Avanço
4. Ike & Tina Turner – It’s Gonna Work Out Fine
5. Duke Ellington & Coleman Hawkins - Duke Ellington Meets Coleman Hawkins
6. Wes Montgomery – Portrait of Wes
7. Dizzy Gillespie – Something Old, Something New
8. Art Blakey – Ugetsu
9. The Beach Boys – Surfer Girl
10. Miles Davis - Seven Steps to Heaven
 
 1368030Ronaldo Rodrigues
1. The Beatles – Please Please Me
2. Bob Dylan - The Freewheelin’ Bob Dylan
3. The Beach Boys - Surfer Girl
4. The Ventures - Ventures in Space
5. John Lee Hooker – Don’t Turn Me From Your Door
6. The Surfaris - The Surfaris Play
7. Lightning Hopkins – Goin’ Away
8. Dick Dale – The King of Surf Guitar
9. Link Wray – Jack the Ripper
10. Bo Diddley – Bo Diddley & Company
 
* Devido à inconsistência das fontes, que ora apontam Ventures in Space como tendo sido lançado em 1963, ora em 1964, resolvemos incluí-lo nesta edição da coluna e excluir da próxima, que será publicada no dia 20 de abril e abordará os álbuns editados em 1964.
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