Por Mairon Machado
Com André Kaminski, Bernardo Brum, Bruno Marise, Christiano Almeida, Daniel Sicchierolli, Davi Pascale, Diego Camargo, Fernando Bueno, João Renato Alves, Leonardo Castro, Ronaldo Rodrigues e Ulisses Macedo
O ano de 2016 foi cercado de inúmeros lançamentos ao redor do mundo. Nomes consagrados do Thrash Metal se destacaram com belos lançamentos, enquanto vários novatos acabaram se fazendo presentes nas listas individuais de nossos consultores.
Com o auxílio de seis convidados, formamos a lista de Melhores Álbuns de 2016, na qual o grande campeão foi o renovado Megadeth. O ruivo Dave Mustaine, eterno líder da banda, uniu forças com o brasileiro Kiko Loureiro, e assim criou Dystopia, para muitos o melhor trabalho da banda em anos. Complementa nosso pódio a despedida de David Bowie, Blackstar, bem como o mais recente lançamento do Metallica, o que atesta que apesar das inúmeras novidades que apareceram nas listas, ainda são os veteranos quem agradam os ouvidos dos fãs.
Que 2017 seja um ano de tantos lançamentos ótimos quanto 2016, ao mesmo tempo que não seja tão severo com nossos ídolos, já que o ano levou para o Paraíso da Música David Bowie, Greg Lake, Keith Emerson, Paul Kantner, Leonard Cohen, George Michael, Alphounse Mouzon, Maurice White, Nick Menza, Prince, Leon Russell, Glenn Frey, e vários outros. Lembrando que nossa pontuação é baseada na pontuação do Campeonato Mundial da Fórmula 1, e que o espaço dos comentários estão a sua disposição para concordar, discordar e sugerir novos nomes a essa lista.
1. Megadeth – Dystopia (89 Pontos)
André: Entrou já na minha lista e definitivamente é um discaço. Fez todos esquecerem do fraco Super Collider e mostrou que Kiko Loureiro foi a escolha mais acertada. Ouçam porque Mustaine e cia acertaram em cheio.
Bernardo: As novas adições do Megadeth deram um novo fôlego para a banda. Dystopia é provavelmente o melhor disco da banda da década e o melhor desde The System Has Failed. Kiko se dá bem como guitarrista de thrash, injetando velocidade e peso. Não é o Megadeth de antigamente nem de longe, mas é um disco consistente.
Bruno: Mesmo com a entrada de Kiko Loureiro e do monstro Chris Adler na bateria, não me empolguei pra ouvir o novo da banda do Mustaine, e só o fiz pra comentar aqui mesmo. Não perdi nada. Na terceira faixa eu já tava morrendo de sono. Infelizmente o Pato Donald não soube dar a liberdade criativa pra que os novos membros desenvolvessem alguma coisa minimamente interessante. Prefiro ficar com os clássicos mesmo.
Christiano: Desde The System Has Failed [2004], nenhum outro disco do Megadeth me agradou. Porém, tenho que reconhecer as qualidades de Dystopia. Uma delas é a presença de um bom baterista. A saída do robótico Shawn Drover já deveria ter acontecido tempos atrás. Para o seu lugar, foi contratado Chris Adler (Lamb of God), que é bastante técnico e teve uma performance bastante criativa, acrescentando muito ao resultado final. O mesmo pode ser dito de Kiko Loureiro, desde sempre um grande guitarrista. O interessante é que ele se encaixou muito bem no som do Megadeth, o que não é nenhuma surpresa para quem já conhece sua versatilidade. Enquanto álbum, considero Dystopia o melhor lançamento do Megadeth pós 2004. Inicialmente, não tinha gostado, mas ouvi novamente, com atenção, e comecei a entender os motivos de tantas resenhas positivas. Não tem como ignorar músicas como “Bullet To The Brain” ou mesmo a faixa título, que foram as primeiras que me atraíram. Como um todo, o disco funciona muito bem. Não é nenhum clássico, mas é interessante.
Daniel: Um bom disco, muito merecido estar na frete do U2 do metal que será citado abaixo. Comparando Megadeth com Megadeth, apesar de ser um disco bom, acho que vou esquecer dele em breve, pois está longe de ser algo relevante ou essencial na discografia deles..
Davi: Megadeth lança mais um belo disco. Claro que não dá para compara-lo com álbuns clássicos como Rust In Peace (1990), Peace Sells... But Who´s Buying (1986), nem mesmo Youthanasia (1994), mas o trabalho dos caras é muito acima da média. Por muito pouco, esse disco não entrou na minha lista. Álbum tipicamente thrash. Dave Mustaine revive seu lado político em “Post American World”, “Dystopia” e “The Emperor”. A influência punk volta a surgir com a releitura de “Foreign Policy” (Fear). Trazem algumas novidades também como as orquestrações de “Poisonous Shadows” e a influência de violão clássico no início de “Conquer Or Die”. Kiko Loureiro fez sua estreia em altíssimo nível. Ótimo disco!
Diego: Estava curioso desde o lançamento sobre o novo disco do Megadeth. Mas ao notar que não havia ouvido diversos dos discos lançados pela banda mais recentemente fui ouvindo os mais antigos primeiro (ainda falta o Super Collider) até chegar ao mais recente. Como ele entrou na lista aqui estou eu ouvindo o disco. Dystopia é realmente um bom disco, provavelmente o melhor do Megadeth desde Endgame (e antes disso o melhor desde Youthanasia). A entrada de Kiko Loureiro realmente pode ser sentida, e apesar de Kiko estar tocando bem diferente de como toca no Angra (pudera, as duas bandas tem estilos muito diferentes), é possível notar sua presença. No geral um disco muito bom, que mostra que uma banda veterana e de sucesso pode sim, ainda lançar material inédito com relevância.
Fernando: Achava que o nome do Megadeth seria muito falado aqui no Brasil por conta do Kiko Loureiro, mas me parece que o mundo inteiro gostou do disco. Mais um disco da minha lista pessoal.
João Renato: O melhor disco da banda desde Endgame – não que faça tanto tempo assim, mas vale citar. Criativo, trazendo influências que, se não são exatamente novidades, mostram que Dave Mustaine puxou menos as rédeas. E que diferença faz um baterista que foge do arroz com feijão, assim como um músico do calibre de Kiko Loureiro. O melhor entre os quatro discos mais recentes do Big Four.
Mairon: Gostei pacas desse disco. Mustaine parece que finalmente encontrou alguém que possa tocar ao seu lado sem soar deslocado. A adição de Kiko Loureiro para a banda trouxe mais melodia às guitarras, bem como ao processo de composição no geral, como atesta a excelente e pesadíssima instrumental “Conquer … or Die”, com exímios solos de guitarra e cuja introdução ao violão é um daqueles momentos mágicos da união entre dois monstros em seus instrumentos. Faixas matadoras como "The Threat is Real", "Death from Within", "The Emperor" e "Last Dying Wish" trazem boas recordações do melhor do Megadeth oitentista, e compensam faixas menores como "Dystopia", "Post American World", "Foreign Policy" e "Look Who's Talking". Destaco principalmente a veloz “Fatal Illusion”, o peso de “Bullet to the Brain”, a pancada “Lying in State”, e o bonito trabalho dos violões em "Poisonous Shadows”, a qual insere orquestra e piano, elementos raros nas canções do Megadeth, e sem soar pomposo como foi o Iron Maiden. Acho um certo exagero colocá-lo na primeira posição geral, pois Bowie merecia isso dentre os discos aqui apresentados, mas com certeza, foi o melhor disco de thrash metal de 2016.
Ronaldo: Outro bastião do thrash metal que lançou um bom disco em 2016. O ingresso de Kiko Loureiro como guitarrista parece ter dado uma oxigenada no som do grupo com solos de guitarra avassaladores, técnicos e criativos. O disco não prima só pela técnica – os refrões são ganchudos, os riffs grudam na cabeça, as convenções são empolgantes. As músicas trabalham sempre na alta rotação, mas se alternam bem entre a rapidez e a velocidade extrema.
Ulisses: Inspirado e enérgico, o Megadeth entrega um disco com várias composições pesadas e memoráveis. As faixas fluem muito bem do começo ao fim e apresentam uma diversidade de elementos muito bem-vindas, como a orquestral "Poisonous Shadows" e o violão clássico em "Conquer or Die!". Aliás, é interessante que Kiko tenha tido a possibilidade de mostrar um pouco de sua criatividade e versatilidade no álbum. Um excelente retorno à forma, mas confesso ter ficado surpreso que tenha alcançado o primeiro lugar na lista final.
2. David Bowie - ★ [Blackstar] (74 Pontos)
André: Não dá para se dizer que seja um dos melhores de sua carreira. Mas também é injusto dizer que o disco foi hypado devido a sua morte. Tem um resumo de suas várias influências dentro do rock junto a umas boas doses de jazz, Blackstar é sim um grande destaque do ano. Também estava cotado para entrar em minha lista do ano, acabei preferindo outros trabalhos, mas o camaleão nos deixou um belo presente para apreciarmos antes de deixar este mundo. Grande músico, grande compositor, grande artista. E uma grande pessoa, é claro.
Bernardo: Essa deve ser a terceira vez que escrevo sobre Blackstar, mas é sempre um prazer: Bowie se despediu de nós com o seu disco mais ousado, herdeiro legítimo do seu período mais experimental, meio rock, meio jazz, meio avantgarde. Com a dose certo de calculismo e improviso, atmosfera e estrutura, e com o experimentalismo comendo solto, mostra a razão de ser uma figura ainda tão influente na música contemporânea.
Bruno: Assim como todos os álbuns do Bowie, vou precisar ouvir muito esse aqui pra assimilar. Mas por hora posso dizer que é uma despedida digna de uma carreira brilhante e a frente de seu tempo, como ele sempre foi.
Christiano: Sinceramente, não tenho muito a comentar sobre o último disco do David Bowie. Escutei algumas vezes e não me cativou. Sei que muita gente de bom gosto aprovou, por isso, o problema é comigo. Claro que músicas como “Lazarus”, “'Tis a Pity She Was a Whore” e “I Can’t Give Everything Away” são muito agradáveis, principalmente esta última. Mas álbum, como um todo, não me empolgou muito.
Daniel: Não faço questão de ouvir!
Davi: Sem dúvidas, nosso amiguinho camaleão foi um dos maiores artistas de todos os tempos. Um artista talentoso, criativo, muito à frente do seu tempo, não há dúvidas. O cara fez álbuns simplesmente maravilhosos, no entanto, esse BlackStar, infelizmente, não me cativou. Musicalmente, os arranjos trazem elementos do jazz para dentro do pop, explorando bastante o sax, aposta bastante em experimentações, resgata algumas influências eletrônicas. Ok, álbum extremamente bem gravado e bem elaborado, mas as composições não me agradaram tanto. Achei o The Next Day (2013) um trabalho mais forte. Momentos preferidos; o single “Lazarus” e a balada “Dollar Days”.
Diego: Mais uma vez, eu não entrei no hype, por causa da morte de David Bowie logo após o lançamento do disco, tive a impressão de que todos os elogios vinham da melancolia que o fato trouxe, também é comum no mundo musical que ao morrer, o músico se transforme em uma lenda perfeita. Por esses motivos deixei Blackstar pra lá, por um bom tempo. Ouvindo o disco sem o hype, consegui entender que sim, David Bowie, sabendo de sua condição e do pouco tempo que tinha, tentou ao máximo criar a obra definitiva de adeus e ele basicamente conseguiu. O disco traz a essência de Bowie que durante anos foi a experimentação, a inovação o fato de que ele conseguia olhar sempre pra frente, mesmo utilizando elementos do passado. O disco anterior do músico The Next Day não era lá o tão esperado retorno após 10 anos sem lançar nada, já Blackstar merece estar em listas de melhores do ano.
Fernando: O primeiro lugar da minha lista individual. Ótima despedida de uma gênio.
João Renato: Não dá para negar que foi uma experiência diferente ter escutado o disco após a morte do protagonista. O que naturalmente já seria um disco mais melancólico ganhou contornos mórbidos. Chega a ser difícil digerir. Nem tanto pelo som, mas por tudo que envolve a gravação e o desenrolar dos fatos. Mesmo assim, Blackstar mostra Bowie passeando sem limites por diferentes áreas, como nunca se privou na carreira. Ainda prefiro The Next Day, trabalho anterior e um dos melhores de sua carreira. Porém, temos aqui uma despedida digna de um dos artistas mais criativos de todos os tempos.
Mairon: A despedida do Melhor Artista de Todos os Tempos é um momento ímpar no mundo da música. Confuso, estranho, soturno, revolucionário, épico, histórico, quaisquer adjetivos que lhe venham à mente não irão conseguir qualificar essa obra. Para ficar no hall de Discos Mais Importantes eternamente.
Ronaldo: Sinceramente não sabia o que esperar deste disco de David Bowie, recentemente falecido. Primeiro, porque não acompanho sua carreira e nem tenho conhecimento de seus lançamentos mais recentes. Além disso, lembro-me que ele havia anunciado sua aposentadoria em 2013, com The Next Day. Mas retornou com esse lançamento-testamento. O disco é bem moderno, com alguns lampejos de experimentação e uma interpretação sôfrega de David Bowie cantando. Algumas passagens instrumentais são bem interessantes, com mudanças inesperadas, mas frequentemente Bowie acrescenta linhas vocais cafonas sobre elas (e isso, aos meus ouvidos, é uma constante em sua longa e variada carreira). O clima geral é denso, melancólico, soturno, mas também flutuante. Ainda que vários trechos do disco tenham me agradado de imediato, a sensação geral é de estranhamento. O que também pode ser bom e motivante para novas audições.
Ulisses: A despedida de Bowie, embalada num disco de jazz com arranjos experimentais, elementos eletrônicos e densa ambientação, consegue cativar do começo ao fim, mostrando que o camaleão do rock seguia se reinvantando e borrando as barreiras musicais.
3. Metallica - Hardwired... to Self-Destruct (47 Pontos)
André: Merecem destaque e todos os elogios que ouvi internet afora. Ótimo disco, pegou vários defeitos do Death Magnetic, os corrigiu e lançaram em ótimas composições que esperávamos desde o início dos anos 90. Agora só falta manter um ritmo de lançamento de 4 em 4 anos para não nos deixar esperar tanto e a banda nos fazer acreditar de vez que os caras ainda estarão entre os líderes do estilo por mais uma década.
Bernardo: Metallica é uma das poucas bandas de heavy metal que ainda me motiva a ouvir qualquer coisa nos dias de hoje. Demoram para lançar coisa, mas se o resultado disso for um bom álbum, a espera vale a pena. Apesar de excessivamente longo, é um Metallica que toca como uma banda com química, com o baixo de Trujillo ainda mais incorporado à música e Hetfield cada vez mais sábio e experiente na interpretação. Pode não ser tão raivoso quanto um Kill 'Em All, mas músicas como "Atlas, Rise!" e "Moth into Flame" merecem respeito.
Bruno: Um belo resumo de tudo que o Metallica fez na carreira: Do thrash rápido dos primórdios, ao apelo mais acessível de Load/Reload. Dessa vez com composições muito mais inspiradas e os riffs sempre massacrantes de Hetfield.
Christiano: Depois de Load [1996], o Metallica se perdeu em uma série de discos equivocados e até mesmo medíocres. Com Death Magnetic [2008], tentaram retomar o que fizeram no passado, com um som mais agressivo e bem executado. O resultado não foi dos melhores, principalmente por um tipo de descuido na elaboração das músicas, às vezes repletas de clichês criados por eles mesmos, só que não muito bem encadeados. Pra piorar, a produção de Death Magnetic se tornou um exemplo de volume alto e distorcido que atrapalha a audição. Por isso, o lançamento Hardwired... to Self-destruct, que tem uma boa produção e apresenta o Metallica tentando, novamente, retomar sua sonoridade clássica, foi muito elogiado. De fato, se considerarmos o que vinham fazendo, é um bom disco. Principalmente por conta de músicas como “Atlas Rise”, a melhor do álbum, em minha opinião, “Halo On Fire” e “ManUNkind”, que são realmente boas. Por outro lado, se desconsiderarmos todo o histórico do Metallica e o que a banda simboliza, e levarmos em conta somente o lado musical de Hardwired... to Self-destruct, temos apenas um disco mediano, que soa meio forçado na maior parte do tempo. É como se a banda estivesse tentando, com muito esforço, retomar a energia dos seus tempos áureos. Só que isso parece muito premeditado, e atrapalha tudo.
Daniel: Não ouvi e não gostei. Tenho mais o que fazer!!!
Davi: Digam o que quiserem, mas os caras são uma puta banda!!!! O novo trabalho, mais uma vez, está destruidor. Assim como em Death Magnetic (2008), resgatam elementos de sua fase oitentista e adéquam ao ‘novo’ Metallica. Riffs empolgantes, bateria criativa, músicas memoráveis. Tenho certeza que a introdução de “Moth Into Flame” levará seus velhos fãs às lágrimas, remete diretamente à fase clássica da banda, aquela época em que o Testament chupava eles, lembra? “Hardwired” tem algumas passagens que nos remetem aos tempos de Kill ´Em All (1983), mas isso não ocorre todo o tempo. Durante a audição temos momentos que nos remetem ao Black Album (1991) e até mesmo ao Load (1996). Ou seja, a tal fase comercial da banda. O repertório é destruidor. Faixas como “Hardwired”, “Atlas, Rise”, “Now That We´re Dead”, “Moth Into Flame”, “Dream No More”, “ManUnkind” e “Spit Out The Bone” devem vencer a barreira do tempo. Vá sem medo!
Diego: Finalmente animei em ouvir o disco novo do Metallica. Tinha ouvido o primeiro single e me animado, mas o mesmo acontecera com Death Magnetic, que apesar de bom, não era fenomenal. Em um primeiro momento tenho que admitir que Hardwired... To Self-Destruct é um bom disco, especialmente para uma banda como o Metallica que define na vida real o que a frase 'quem vive de passado é museu' representa. O Metallica há muitas décadas é um museu. Só que o disco passa longe de ser perfeito, e pra começo de conversa é longo demais, demais. Músicas como "Now That We're Dead", "Dream No More", "Am I Savage?", "Spit Out The Bone" poderiam ter sido facilmente cortadas da versão final do disco e poderiam ter sido usadas na edição especial apenas, porque em nada contribuem para o resultado final, já outras poderiam ter sido editadas drasticamente. Me deu a mesma impressão de quando ouvi cada um dos discos do Metallica desde Load, que a banda quer compensar todos os anos que fica sem lançar material recheando os 80 minutos da bolachinha que é o CD. Foi assim com Load (79 minutos), Reload (76 minutos), St. Anger (75 minutos), Death Magnetic (74 minutos) e agora Hardwired... to Self-Destruct (77 minutos), só esqueceram de dizer para eles que no caso do Metallica menos É mais, encher o disco com lados B não faz com que a qualidade aumente e todos os discos que eu citei só corroboram o que eu disse. Cheio de fillers. Mas quando o Metallica acerta, ele acerta mesmo, o que mostra que os velinhos ainda sabem como compor riffs ganchudos, mesmo que Lars seja o baterista mais horrendo da história do Metal (como todos já sabemos). Muito se fala de como ... And Justice For All 'sumiu' com os graves do baixo, mas não é muito diferente aqui, Trujillo se faz inaudível em muitos momentos. James ainda tem o dom na goela e Kirk ainda manda bem em seus solos clichês. Em suma, com certeza o melhor disco que o Metallica lançou desde o auto-intitulado disco de 1991. Mas isso não quer dizer muita coisa, não é mesmo verdade?
Fernando: Metallica demorou, mas não decepcionou. Outro dos discos da minha lista individual.
João Renato: Era certo que esse disco despertaria reações extremadas desde antes de seu lançamento. Afinal de contas, é fácil odiar o Metallica, eles deram todos os motivos para que isso acontecesse. Mesmo assim, Hardwired... é o trabalho mais consistente da banda em muito tempo. Tivesse sido lançado sob outra alcunha, talvez tivesse sido melhor digerido por pessoas com pré-conceitos estabelecidos – embora não tivesse a mesma repercussão, por motivo óbvio. De qualquer modo, merece todos os elogios.
Mairon: Não mudei muito minha opinião sobre esse álbum desde que fizemos o Test Drive. É um bom disco? Claro que é! Tem ótimas músicas? Claro que tem! Os riffs matadores estão presentes? Sim, estão, e com muita força. Só que é longo demais. Na medida que vamos ouvindo, o disco vai se tornando cansativo. Ainda por cima, fizeram Hardwired ... no formato duplo, sendo que ele cabe muito bem no formato simples. As músicas em sua maioria tem duração exagerada. Tivessem feito um álbum mais curto, não seria tão maçante. Em resumo, ouvindo do início ao fim, temos a sequência das melhores músicas do disco já prontinha no próprio track list do álbum, ou seja, "Hardwired", "Atlas-Rise!", "Now That We're Dead" e por aí vai. Não votei nele, mas era lógico que iria estar entre os 10 mais. Afinal, aqui só tem metaleiro ...
Ronaldo: Não sou fã do Metallica nem um grande conhecedor de sua discografia. Mas tanto as composições quanto a sonoridade remeteram ao período de ascenção da banda, na segunda metade dos anos 1980. O disco tem sido bem recebido pelo público e, às vezes, é preciso reconhecer que certas bandas não se dão bem quando se aventuram fora de suas especialidades.
Ulisses: Um disco de altos e baixos. Tem seus momentos empolgantes (concentrados, especialmente, no primeiro CD), mas o Metallica não se segurou e entregou um tracklist gorduroso, com várias composições arrastadas que são um verdadeiro exercício de paciência: é o caso de "Am I Savage?" e "Murder One", que nem deveriam constar no álbum. Outras ("Halo on Fire", "Confusion") deveriam, no mínimo, ter as arestas aparadas. O saldo final é um disco mediano com alguns momentos muito bons, mas pouco inspirado na maior parte do tempo.
4. Anthrax - For All the Kings (33 Pontos)
André: Outro destaque dentro do heavy metal, também esteve fortemente cotado para entrar em minha lista final. O Anthrax mescla bem o heavy tradicional e o thrash criando uma sonoridade pesada e empolgante. Merecidamente elogiado por uma maioria, fico contente que o grupo liderado por Scott Ian continua colocando ótimas composições no mercado metálico.
Bernardo: Primeiro disco da banda em cinco anos, o segundo de Belladonna desde o seu retorno. É o Anthrax de raiz, mas também, como o caso de Megadeth, Slayer e outros thrashers que continuavam na ativa, com medo de qualquer risco. Mesmo com bons momentos, transpira lugar comum.
Bruno: O Anthrax mora no meu coração, mas esse disco não me pegou. Achei cansativo e pouco inspirado. Bem aquém do excelente Worship Music. Pode ser que numa audição futura eu mude de ideia, mas por hora eu passo.
Christiano: Já falei sobre esse disco aqui no site. Só gostaria de acrescentar que enquanto bandas como o Metallica fazem um notável esforço para resgatar a sonoridade enérgica que tiveram em seus primeiros discos, o Anthrax, com esse último álbum, foi capaz de se afirmar como uma banda ainda bastante inventiva e com muita lenha pra queimar, e faz isso de forma muito natural.
Daniel: Excelente álbum. Longe de ser o melhor da banda, mas ainda traz muita coisa boa. Muito melhor que o U2 do metal.
Davi: Em For All Kings, os músicos entregam um álbum empolgante onde resgatam elementos do passado e mesclam com uma sonoridade mais atual. “You Gotta Believe”, “Evil Twin” e “Zero Tolerance” retomam o Anthrax dos anos 80. “Breathing Lightning” já tem uma pegada mais comercial. Não sei por qual razão, mas algumas faixas daqui consigo imaginar John Bush cantando, caso de “This Battle Choose Us” ou “Blood Eagle Wings”. De toda forma, Joey Belladonna está mandando bem, Charlie Benante está destruidor, como de costume, e Jon Donais (Shadows Fall) parece ter se encaixado bem no conjunto. Ótimo álbum. Diria que está no mesmo nível de We´ve Come For You All (2003).
Diego: Não conheço absolutamente nada do Anthrax. Sei da história da banda e conheço alguns dos clássicos que vi no DVD The Big Four, mas é só. O que isso significa? Não muito, só que ao ouvir esse disco não tinha nenhuma comparação para fazer, independentemente do passado da banda minha avaliação se dá ao que eu ouvi, tão somente, e ponto final. E ao meu parecer, For All The Kings é bem melhor que Dystopia. Mais energia, mais empolgação, mais paixão e menos cansaço. Ok, essas comparações são meio furadas, mas as duas bandas sempre fizeram parte do mesmo 'meio' musical, então a comparação é válida. gostei do disco. Deu vontade de ouvir outros da banda.
Fernando: Só eu to achando o Anthrax mais metal do que thrash? Disco presente em minha lista individual.
João Renato: Talvez a grande decepção que tive este ano. Salvo em raros momentos, um disco arrastado, cansativo, modorrento, que não é possível nem ser detestado com as maiores das forças, de tão lugar comum que é. Poucos após os ótimos We’ve Come For You All e Worship Music.
Mairon: Achei esse disco bem diferente do que podia esperar para um disco do Anthrax. O quinteto compôs duas canções bem longas, pesadas e arrastadas, as quais são "Blood Eagle Wings" e "You Gotta Believe", e que se afastam muito do que esperamos para o som do Anthrax. Claro que ainda temos pancadas excitantes, como "Zero Tolerance" (show das guitarras de Scott Ian e do novato Jon Donais), "Evil Twin" (baita rifferama), "Suzerain" (introdução matadora) , mas confesso que o disco passou pelos meus ouvidos sem deixar muita saudade. Talvez necessitasse mais audições, talvez eu esteja ficando velho demais para o Thrash Metal, e por isso não cogitei ele para minha lista, por que realmente não achei dos melhores de 2016, mas já era esperado vê-lo na lista final.
Ronaldo: Achei mais sem graça que os álbuns de 2016 dos outros dinossauros do thrash metal. A exceção de conseguirem imprimir melhores variações rítmicas em suas músicas e algumas levadas pouco convencionais, de resto, não consigo destacar mais nada.
Ulisses: Gosto menos desse álbum do que do antecessor (Worship Music, 2011), já que a maioria das faixas, de alta similaridade, muitas vezes parecem ter sido compostas no piloto automático, com uma evidente falta de ganchos e momentos memoráveis. Ocasionalmente ótimos ("Zero Tolerance") e evoluídos ("Breathing Lightning" e "Blood Eagle Wings"), mas tirando isso, não dá vontade nenhuma de bater cabeça, o que é um grave pecado em se tratando de thrash metal.
5. Michael Kiwanuka - Love & Hate (31 Pontos)
André: Sei que o sujeito é bastante influenciado pelo soul e por isso, a intensa melancolia das letras de suas músicas. O duro é que algumas soam por demais "depressivas" o que me passa uma certa impressão de que o cara força um tanto. Porém, eu seria injusto em desconsiderar as ótimas composições em que o soul e o folk se misturam tão bem em melodias tristes, mas bem feitas.
Bernardo: O soul acústico de Kiwanuka é muito, muito bom. Não chegaria a comparar com medalhões como Marvin Gaye, Curtis Mayfield ou Otis Redding, porque não precisa. Michael tem que trilhar o próprio caminho, e Love & Heart é uma bela pegada na história do soul recente. Os dez minutos de "Cold Little Heart" atestam minha afirmação. E a gente achando que Charles Bradley era a única surpresa que os anos 10 nos reservavam...
Bruno: Com Love & Hate o soulman britânico foi de promessa a realidade com esse statement da música negra atual. Pontos pro produtor Danger Mouse que trouxe um wall of sound caprichadíssimo proporcionando dinamismo e musicalidade ao disco. Meu favorito do ano.
Christiano: Segundo disco desse jovem inglês que vem recebendo bastante atenção da crítica especializada. Em Love & Hate, Kiwanuka mantém como elemento central a Soul Music, que já moldava seu primeiro disco, Home Again [2012]. No entanto, nesse novo álbum, não temos somente um trabalho que simplesmente emula medalhões como Bill Withers e Otis Redding, pois é notável a presença de sonoridades mais contemporâneas, principalmente na timbragem dos instrumentos. Longe de ser somente um tributo a ídolos do passado, Kiwanuka conseguiu mostrar que tem muito a oferecer para a música Soul, mantendo sua tradição e, ao mesmo tempo, apontando novos caminhos.
Daniel: Isso é zoeira?? Nem sei o que é isso, mas aposto que não é rock! Na lista do que (não) ouvir, vem após o u2 do metal que não ouvi e não gostei!
Davi: Home Again (2012) trazia o cantor tentando reproduzir a sonoridade clássica do soul dos anos 70. Embora não causasse a mesma emoção de ouvir um álbum do Otis Redding, o rapaz entregava um trabalho agradável. Em Love & Hate apostou em produtores como Danger Mouse e Inflo para tentar dar uma modernizada no seu som. Ele até conseguiu, mas o resultado não me agradou tanto. Quando ele aposta em arranjos mais simples, como a balada “The Final Frame”, é onde me agrada mais. Por outro lado, quando ele resolve viajar na batatinha em canções como “Love & Hate”, notamos que ele realmente viajou na batatinha. Em resumo; bem feito, mas chatinho.
Diego: Discaço! Nem vou discorrer muito sobre ele, é todo alma, soul de primeira! Meu único porém é que... bom, vou ter sempre isso e nunca vai mudar (não é ser cabeça dura, eu sou eclético pra porra), um disco que nada tem a ver com rock na Consultoria DO ROCK é sempre estranho e nunca parece correto.
Fernando: Disco gostoso de ouvir. Dá vontade de pegar uma bebida e uma revista para curtir junto. A primeira faixa tem alguma coisa até de Pink Floyd na sua introdução. Porém fico com a sensação de que ao invés de ouvir o cantor eu deveria conhecer e me aprofundar em carreiras de outros caras mais importantes no estilo como Ray Charles, Sam Cooke, Marvin Gaye, Curtis Mayfield...
João Renato: Tem suas qualidades, o talento do cidadão é inegável e a repercussão, pelo que li, foi muito boa no Reino Unido. Porém, demora para engrenar. Só para quem é muito fã da proposta. A sonoridade me lembrou aqueles clipes que passavam de madrugada na MTV dos anos 1990, no programa Insomnia.
Mairon: Esse álbum figurou na minha lista de Melhores por um bom tempo, e acabou saindo aos 45 do segundo tempo. Discaço com uma entrega sensacional de um artista acima da média. O álbum de estreia de Kiwanuka já era uma flor de bálsamo perto das produções atuais, e esse disco então, é simplesmente divino. A faixa-título possui vocalizações envolventes e arrepiantes, assim como a ótima gospel "Black Man in a White World", o arrepiante e rasgado solo de guitarra em "The Final Frame" e a sensacionalíssima faixa de abertura, "Cold Little Heart", um tour de force de 10 minutos que mostra o quão poderoso é Love & Hate. Me arrependi de não tê-lo colocado na minha lista, mas que bom que ficou entre os dez mais, por que é sonzeira do início ao fim. Baita disco.
Ronaldo: Já havia me surpreendido com o disco de estreia desse cantor de origem africana radicado na Inglaterra. E ao ouvir seu novo trabalho, me pergunto se ele é o arranjador de suas próprias composições. Se for, sou seu mais novo fã. Claro que as músicas são bonitas, a interpretação e a voz de Michael são de fina estirpe, mas os arranjos são incrivelmente belos e ricos em instrumentação e sonoridade. O disco não seria tão bom sem esses arranjos. Não entrou na minha lista particular por pouco, ainda que eu ache seu trabalho de estreia ligeiramente mais empolgante que Love & Hate.
Ulisses: Interessante notar a rápida evolução em relação ao álbum anterior, de estréia (Home Again, 2012). O soul se encontra com a música gospel, arranjos orquestrais e constantes vocais de apoio. O resultado é interessante, resultando numa sonoridade bastante simpática, embora eu ainda não ache essa Coca-Cola toda.
6. The Defiants - The Defiants (28 Pontos)
André: Um bom hard rock por parte do lendário vocalista do Danger Danger. Nada extraordinário, mas vale uma audição para quem curte o estilo. Não me marcou mas também não me incomodou. Desceu tranquilo, macio e redondo.
Bernardo: Não se ofendam, mas serve mais como trilhas sonoras daquelas farofadas do Robert Rodriguez e do Rob Zombie do que como música em si. Tão genérico e lembra tanto outras bandas mais famosas e melhoras. Acho que se você botar uma bota, colocar um chapéu de caubói, uma camisa do Nashville Pussy e ouvir no bar de rock com uma breja na mão até que vai, mas em casa parece que eu tou ouvindo a mesma música em loop.
Bruno: É piada né? Um Bon Jovi de terceiro escalão reproduzindo os piores clichês do gênero. Não entendo como isso pode chegar perto de ser considerado melhor do ano.
Christiano: Essa é uma espécie de reagrupamento do Danger Danger, banda de Hard Rock oitentista tardio. Lançaram um disco que tem como referência a mistura de Glam Metal com AOR, fórmula bastante comum adotada por alguns veteranos que costumam retomar suas carreiras e fazer grandes parcerias. É um álbum correto e que poderá agradar muitos admiradores do estilo, principalmente pelo belo timbre de Paul Laine, talvez o grande destaque do disco. Mesmo com as qualidades apontadas, soa muito derivativo e chega a tornar a audição enfadonha. Recomendado apenas para fãs ardorosos do estilo.
Daniel: Um belo disco de hard rock!!!
Davi: Paul Laine, Bruno Ravel e Rob Marcello, todos ex-Danger Danger, unem as forces e lançam esse trabalho pelo selo italiano Frontiers. Disco muito bacana que irá agradar aos fãs de hard rock 80´s, incluindo os fãs de Danger Danger, é claro. Solos técnicos e velozes, bateria simples, refrãos pegajosos, letras sobre mulheres, vida na estrada e festas. A fórmula que os fãs dessa época tanto curtem. “Take Me Back”, “Runaway” e “Little Miss Rock n Roll” nos levam de volta à época das trilhas dos cigarros Hollywood. “We All Fall Down”, “Underneath The Stars”, “When The Lights Go Down” e “Love And Bullets” trazem aquele hard de arena que o Steel Panther bebe na fonte. Curte essa pegada? Então a diversão está mais do que garantida.
Diego: Afff... que porra é essa??? Ainda mais na lista de melhores... Lembram do que eu falei sobre naftalina no disco do Last In Line (abaixo)? Então, no caso do Last In Line a naftalina tá na gaveta a anos, e o cheiro mal aparece, já o Defiants.... você acabou de colocar na gaveta e fede... muito...
Fernando: Surpresa total. Fui achando que seria uma banda mais alternativa. A capa do disco me deixou um pouco confuso, pois pensei se tratar de alguma trilha sonora. Até achei que não estaria ouvindo o disco certo e fiquei me perguntando como não reconheci pelo menos a capa já que li todas as listas. Nunca fui tão fã do Danger Danger e nem reconheceria o nome dos seus músicos, mas sei que a banda fazia parte da onda do hard rock oitentista e tinha vários admiradores. Gostei de cara do som e tive que ir atrás dos participantes que votaram nesse disco. Porém, como estou escrevendo antes de todas serem publicadas, ainda não sei quem foi, mas já tenho quase certeza.
João Renato: Rock genérico, derivativo, retrógrado, sem sentido ou significado. Ou seja, bom demais! Tudo aquilo que se usa para criticar o The Defiants é justamente o que o projeto oferece de melhor. A reunião de Bruno Ravel e Paul Laine mostra o quanto a dupla consegue render e, embora Ted Poley seja a cara do Danger Danger, poderiam ter ido até mais longe juntos, embora o momento não fosse propício, independente de quem estivesse na banda. Melodic Rock de primeira!
Mairon: Cara, quem é que ouve isso depois dos 30 anos? Não me serve esse tipo de som pasteurizado e datado principalmente em 2016. Essa "Save Me Tonight" é terrível, e queria entender o que passa na cabeça de um "roqueiro" quando ouve uma bost@ do tamanho de "That's When I'll Stop Loving You"!! Há mais novidades no mundo da música do que uma nova banda com membros de um grupo do quinto escalão do hard rock, por favor.
Ronaldo: Com todo o respeito a competência dos músicos desta banda, mas já estou um bocado velho pra esse tipo de som.
Ulisses: Bem tocado, bem cantado, mas facilmente esquecível, pois as composições são incrivelmente genéricas. O mais próximo que chegaram de me cativar foi na empolgante "Underneath the Stars" e na balada "That's When I'll Stop Loving You". No geral, farofa de mais e valor nutritivo de menos.
7. Last In Line – Heavy Crow (27 Pontos)
André: É a banda de Dio sem o Dio lançando um disco aos moldes dos trabalhos do baixinho. Bom disco, não tinha ouvido, provavelmente mereceria citação em minha postagem. Porém me incomodou um tanto o fato do vocalista Andrew Freeman querer imitar Dio. Sério, não precisava disso.
Bernardo: A banda de Dio se encontrou, tocou junto e resolveu gravar um disco como uma banda nova. O resultado foi um disco muito bem tocado, mas ainda assim Andrew Freeman não é nenhum Dio.
Bruno: Fraquíssimo, meu pai do céu.
Christiano: Independente do fato desse projeto ter toda a pinta de caça níquel, tentei considerar somente a música e esquecer o contexto. É agradável escutar o timbre de Vivian Campbell e poder ter boas recordações dos tempos em que ele tocava com o Dio. O mesmo vale para Vinnie Appice, um grande baterista que tem um estilo característico e sempre acrescenta muito a qualquer projeto que participa. No entanto, mesmo com tantas referências boas, musicalmente, Heavy Crow não é nada além de razoável. São bons músicos tentando emular o que fizeram no passado, mas sem a energia e espontaneidade daquela época em que criavam, e não apenas requentavam, sua música.
Daniel: Excelente disco! Hard and heavy de primeira! Isso sim é algo para se ouvir!!!
Davi: Excelente álbum que chegou a rondar minha lista de melhores por muito tempo. Se você escuta heavy metal à mais do que alguns meses, o senhor já deve ter escutado, ao menos uma vez na vida, álbuns como Holy Diver (1983) e The Last In Line (1984). O que temos aqui é simplesmente os músicos que acompanhavam o baixinho nessa época – ou seja; Vivian Campbell, Jimmy Bain e Vinny Appice – apresentando material inédito. O vocal ficou por conta de Andrew Freeman, algumas linhas vocais irão te lembrar de Ronnie James Dio, mas o timbre dele é bem diferente. E, sim, o cara canta pra cacete. Por terem tocado com Dio, em alguns momentos sua sonoridade clássica será lembrada. O riff inicial de “Already Dead” remete diretamente à “Stand Up And Shout”, a arrastada “Blame It On Me” tem um ‘q’ de Sabbath fase Dehumanizer (1992). No geral, o que temos aqui é um álbum de heavyrock de altíssima qualidade, com excelentes composições, um Vivian Campbell inspiradaço e um trabalho vocal muito acima da média. Ouça! E no talo!!!!!
Diego: Espécie de super grupo do Metal e ao mesmo tempo banda cover de Dio (solo), com Vivian Campbell, Jimmy Bain, Claude Schnell e Vinny Appice, todos tendo tocado com Dio em algum momento. Tendo esse passado era de se esperar que o disco tivesse o mínimo de Dio em seu som... e tem. O vocalista Andrew Freeman é ótimo e canta como se não houvesse amanhã, mas fica a sensação de que essas músicas deviam ter Dio cantando, e pelo fato de não ser ele fica aquele gostinho amargo no canto da orelha (?!?!). Todos sabem que se você for um vocalista e se for comparado com o Dio você vai sempre perder, não importa o quão bom você seja. Heavy Crown é bem produzido, bem tocado, bem composto e bem cantado. Mas fica a pergunta: o mundo precisa de praticamente uma banda cover de Dio? Não sei. Como eu disse, o disco é bom, mas tem um cheiro de naftalina dos diabos....
Fernando: Quando eu fiquei sabendo desse lançamento eu achei uma puta de uma picaretagem. Se aproveitar do nome do mestre Dio desse jeito, ainda mais Vivian Campbell que ficou anos falando mal da época que ele gravou os dois maiores clássicos Holy Diver e The Last in Line. Fiquei com um ranço e sequer ouvi. Porém ouvi agora para fazer esses comentários e me parece que o disco, no fim das contas, é legal.
João Renato: E realmente Ronnie não era a estrela solitária do Dio. Em Heavy Crown, o Last In Line mostra melhor desenvoltura que o baixinho em todos os seus discos pós-Sacred Heart. Que bom ver Vivian Campbell se reconciliando com o lado mais pesado de sua personalidade musical. Até porque os guitarristas que o saudoso cantor encontrou depois dele não chegavam nem perto em termos de criatividade. Andrew Freeman também merece destaque, fazendo um belo trabalho nos vocais.
Mairon: A coisa mais Dio que Dio nunca gravou. O instrumental é muito bom - só podia ser - Vivian Campbell continua tocando pacas, Vinny Appice ainda é o mesmo carregador de piano talentoso, mas esse Andrew Freeman é muito fraquinho. Me lembrou o Queen + Adam Lambert no geral, ou seja, é ouvir o instrumental original com um cantor de karaokê. Tem um Dehumanizer aqui ("Blame it on Me" e "The Sickness"), um Holy Diver acolá ("Devin in Me" e "Orange Glow"), pitadas de Mob Rules ("Already Dead"), e até um Sacred Heart mocoseado num canto ("Martyr" e "I am Revolution"), entre outras várias referências a obra de Dio. Portanto, é bom, mas não para uma lista de Melhores do ano. Entra mais pelo saudosismo e nome do que pela qualidade em si.
Ronaldo: Hard rock vigoroso e voluptoso – repleto de boas vocalizações, guitarras transbordando e a cozinha batendo panelas. Metade das faixas do disco tem menos de 4 minutos, o que significa que a banda costuma ir direto ao ponto. Não há muitas surpresas para o ouvinte dentro dessa fórmula, alguns riffs já são velhos conhecidos da galera que já rodou bastante pelo rock, mas aqui você encontra curtição e esta banda sabe bem como oferecer isso ao ouvinte.
Ulisses: Como o nome já denuncia, é uma banda formada pela galera que tocava na banda do Dio, incluindo aí o guitarrista Vivian Campbell. Mas, longe de mim falar mal de uma reunião dessas, Heavy Crown não chega nem perto do que essa galera é (ou já foi) capaz de fazer. E suspeito que nem o Dio, se ressuscitasse, conseguiria salvar composições tão sem força como "Blame it on Me", "Burn the House Down", "Devil in Me" e "Starmaker". É ótimo ver esse povo tocando junto novamente (embora, infelizmente, Jimmy Bain tenha sucumbido ao câncer no começo do ano), mas o som realmente não é grande coisa.
8. * Church of the Cosmic Skull - Is Satan Real? (25 Pontos)
André: Isso aqui saiu do final dos anos 60, impossível uma banda atual emular aquela sonoridade com tanta perfeição. Instrumental refinadíssimo, hammond maravilhoso, clima psicodélico intenso, adorei conhecer essa banda. E essa capa então? Só faltava colocar a referência lá "in stereo".
Bernardo: Aquelas bandas que transpiram mofo da maneira mais simpática o possível - Church of the Cosmic Skull é aquele hard rock super setentista, meio chapadão, meio suingado, com harmonias vocais matadoras, com momentos de maior peso e momentos mais melódicos. A produção talvez seja o negócio mais moderno aqui. Não vamos mentir: sim, soa datado. Mas é bem feito, então não chega a ser realmente um problema.
Bruno: Bela surpresa! Mais uma banda surfando na onda do Occult Rock. O som aqui é mais psicodélico e com timbres bem setentistas.
Christiano: Que disco bom! Mais um ótimo lançamento da leva de bandas que bebem nas fontes do Progressivo, Hard Rock e Psicodelia setentistas. No caso de Is Satan Real?, predominam as influências psicodélicas, principalmente pelos arranjos vocais, com backing femininos e climas lisérgicos. Junto disso, riffs grudentos de guitarra e teclados costuram todas as músicas, que apresentam variações rítmicas bastantes inesperadas. Talvez o único aspecto negativo seja a gravação muito polida, que tirou um pouco da pegada da banda.
Daniel: Tenho mais o que fazer!
Davi: Não conhecia e gostei bastante. A banda aposta em uma sonoridade bem anos 70 passando pelos vocais soul, os teclados prog, o violão folk, a levada jazz rock. São várias as influencias por trás do som da banda. Os músicos são bons, as músicas também. “Black Slug” traz uma pegada densa, arrastada, com umas vocalizações meio Ghost no meio da canção. “Mountain High” traz uns riffs meio Leslie West (Mountain), “Answers In Your Soul” aposta em uma levada de violão que lembra um pouco os violões de Jimmy Page. Enfim, trabalho bem interessante...
Diego: Interessante o som dos Ingleses, mas também bem difícil de classificar. Tem Hard Rock, tem órgão no estilo Deep Purple, tem psicodelia, uma pitada de Prog, vocais ao estilo coral... uma salada. Mas eu gostei, achei interessante. Tem uma onda de novas bandas nos últimos anos que seguem esse som, não chega a ser Heavy Psych, mas está quase lá.
Fernando: Quando o Mairon me sugeriu a banda disse para eu não julgá-la pelo nome deles ou do álbum. Mas de cara, quando se olha a capa já deu para notar que alguma coisa diferente estava por vir. “Mountain Heart” é um ótimo cartão de visitas e dá um bom ânimo para o disco todo, mas ao meu ver do meio para o fim o entusiasmo vai diminuindo. Porém eu gostei do todo.
João Renato: Psicodelia Prog/Hard interessante. Fácil e gostoso de se ouvir, o disco flui sem maiores atropelos. Destaco os arranjos vocais, sempre o diferencial na junção dos estilos citados. Não é a reinvenção da roda e não entraria na minha lista, mas tem seu valor.
Mairon: O melhor disco de 2016, o mais surpreendente, o que mais rodou no meu PC (ainda não consegui adquiri-lo no formato físico), o que mais teve melodias grudadas em minhas memórias, e um álbum capaz de te levar ao final dos anos 60, início dos 70, com uma facilidade monstra, mas sem perder as virtudes de um novo milênio. FANTÁSTICO!
Ronaldo: Um combo excêntrico tentando recuperar aquele clima apoteótico das trilhas sonoras de Andrew Lloyd Weber, com uma pegada de rock psicodélico. Contudo, as músicas soam como mais do mesmo em termos de hard rock, repletas de clichês e ainda com um certo tempero kitsch pela forma como o órgão Hammond é utilizado aqui e pela maioria das músicas ser entoada em coro, com um certo ar litúrgico. A faixa mais longa, “Evil in Your Eye”, emula algo do Kansas, mas esbarra em muitas repetições. Não possui elementos para ser considerado como algo memorável, ainda que agrade.
Ulisses: Típica junção de rock dos anos 60 e 70 com progressivo e psicodelia. Especial destaque à presença (e bom uso, claro) de orgão e violoncelo. Combine tudo isso com ótimas melodias vocais num pacote compacto (38 minutos) e você tem aí um disco razoavelmente bom.
9. ** Motorpsycho - Here be Monsters (25 Pontos)
André: É um progressivo mais pesado e psicodélico, mas confesso que achei meio insosso. As melodias não animam, a instrumentação não impressiona, não sinto aquele ar de querer surpreender o ouvinte com algo. Foi uma audição mediana e nada mais.
Bernardo: Meio psicodélico, meio progressivo, melhor quando está sendo viajante e menos agitado. De início achei que seria uma surpresa assim como Kiwanuka mas não chega a tanto.
Bruno: Essa banda norueguesa tem uma discografia bem extensa, e só conhecia a fase inicial, mais voltado pro stoner/psicodélico com alguns toques mais pop. Esse novo trabalho é mais progressivo, com arranjos minimalistas e uma atmosfera bem tranquila, trazendo intervenções de guitarra muito bem encaixadas e cheias de melodia.
Christiano: Banda Norueguesa que está na ativa desde o início da década de 90. Como eu não conhecia, foi uma das grandes surpresas desta lista. Here be Monsters é um belo disco, realmente um dos melhores do ano, embora seja uma tarefa difícil definir sua sonoridade. É uma espécie de cruzamento entre Post-Rock, Progressivo e Psicodelia, que tem como resultado algo muito característico e original. “Lacuna/Sunrise”, em seus quase 10 minutos de duração, leva o ouvinte a viajar com sons agradáveis e meio soturnos, acompanhados de vocais belos e calmos. “Spin, Spin, Spin” tem um clima folk lisérgico, o que reforça a criatividade e riqueza de referências da banda. Como um todo, o disco funciona muito bem, convidando o ouvinte a consecutivas audições. Bela dica.
Daniel: Desconheço e continuará assim! Não! Obrigado!!!
Davi: Mais um grupo que não conhecia. O que temos aqui é um trabalho progressivo, daqueles bem viajados. Em alguns momentos pegamos uma forte influência de Pink Floyd, principalmente em faixas como “Running With Scissors”. Há algumas harmonias vocais muito bonitas. Contudo, o que me chamou a atenção mesmo foi a qualidade dos instrumentistas. Trabalho de guitarra, baixo e bateria são muuuuuito bons, não apenas muito bem tocado, como muito criativos. Não vou dizer que virei fã, mas achei a audição interessante.
Diego: É por isso que eu gosto de música... A cada dia que passa temos a possibilidade de descobrir coisas novas, as vezes não nos agradam e as vezes se tornam nossas favoritas. O Motorpsycho existe há, pasmem, 28 anos, desde 1989, tendo lançado seu primeiro disco em 1991 e eu nunca havia ouvido falar neles. Quer dizer, lembro de ter lido sobre a banda e de ter lido boas coisas sobre Still Life With Eggplant de 2013, e Phanerothyme de 2001, mas nunca tinha ouvido nem sequer uma música da banda. Fico feliz de ter feito isso por causa da lista. Vindos de Trondheim, na Noruega, o Motorpsycho foi um achado, pelo menos em seu disco mais recente o Here Be Monsters. Uma feliz mistura de Rock Psicodélico, Rock Progressivo e pitadas de Heavy Psych nos envolvem nos pouco mais de 46 minutos da bolachinha. Num primeiro momento (na faixa de abertura 'Sleepwalking') você acha que está ouvindo um disco perdido da era Espacial do Pink Floyd, mas logo a cara da banda aparece e você esquece comparações. Here Be Monsters as vezes vem com viagens instrumentais bem dosadas (eles souberam diferenciar magistralmente entre a 'viagem' e a 'encheção-de-linguiça'), como em 'Lacuna/Sunrise' e 'Running With Scissors' e as vezes com belos vocais em camadas (como em 'Lacuna/Sunrise', 'I.M.S.', 'Spin Spin Spin'). As vezes com uma pitada a mais de Rock ('I.M.S.'). Mas o destaque fica por conta da calmíssima 'Big Black Dog', que engloba todas os detalhes que eu citei anteriormente em uma única viagem de quase 18 minutos. Em suma, OUÇA!
Fernando: Não sei se pelo nome da banda eu esperava algo totalmente diferente na linha de alguma coisa mais rockabilly, sei lá. Porém fiquei bastante contente com o que ouvi.
João Renato: Bom disco, se você estiver no clima, dá para escutar de boas. Arranjos excelentes, execução sem reparos. Não é do tipo que ouço de cabo a rabo, mas proporciona momentos agradáveis.
Mairon: Essa banda norueguesa já existe desde o final da década de 80, mas nunca tinha ouvido falar dela. Azar o meu, que perdi a oportunidade de conhecer antes uma grandiosa sonoridade progressiva. Esse disco em especial é muito bom, trazendo uma leveza pura e que sensibiliza tímpanos com facilidade. Que coisa bem linda é a faixa "Lacuna / Sunrise", com pitadas de Pink Floyd e Genesis entre camadas grossas de inspiração nas obras de Steven Wilson, e a longa "Big Black Dog" é uma das grandes Maravilhas do progressivo nessa década. A melhor faixa é a instrumental "Running With Scissors", de arrepiar. Ótima oportunidade de conhecer uma ótima música, e se tivesse ouvido antes, talvez estivesse em minha lista final.
Ronaldo: Belíssimo trabalho progressivo e soberbo em tudo – composições, arranjos, interpretação, sonoridade, conceito. Mais impressões a respeito estão descritas na minha lista particular dos melhores de 2016.
Ulisses: O Motorpsycho exibe vários elementos que poderiam dar vazão a um registro bastante sólido e expressivo: um progressivo com belos toques de psicodelia e folk, bastante melódico e viajante, embora as letras lidem, de form bastante interessante, com temas profundos e instrospectivos. O problema é que a banda não consegue juntar todos esses elementos de forma que não soe ordinário e entediante, resultando numa audição pouco encantadora e memorável. Tocam tanto e não chegam a lugar algum...
10. Evergrey - The Storm Within (25 Pontos)
André: O metal progressivo do Evergrey sempre me chamou a atenção, sem falar no estilo emocional de Tom Englund interpretar suas letras. É o meu disco favorito dos que ouvi esse ano, um belo destaque na discografia dos suecos e creio que ele crescerá ainda mais em minhas audições.
Bernardo: Eles certamente ambicionam. Mas falta singularidade à banda. Os outros discos que ouvi não me animaram muito, e esse caso não foi diferente.
Bruno: Não faz muito minha cabeça não, mas é até interessante.
Christiano: Lá no início dos anos 2000, cheguei a gostar de discos como Solitude, Dominance, Tragedy [1999] e In Search of Truth [2001], quando conheci o Evergrey. Depois disso, a banda foi lançando discos medianos e perdi o interesse. Como The Storm Within apareceu na lista dos melhores do ano, fui conferir para ver se ele se diferenciava dos demais álbuns do grupo. Infelizmente, não mudei minha opinião sobre a quase carreira solo de Tom S. Englund. Como é um disco bem produzido, com tudo muito bem encaixado, inicialmente achei interessante, principalmente a primeira faixa “Distance”, só que em pouco tempo começou a ficar tudo muito repetitivo, com vocais pseudo-dramáticos e muita previsibilidade. Por isso, continuo não achando graça no som de Englund e CIA. Só pra constar: não entendo o motivo de muitas bandas escolherem capas com desenhos computadorizados e altamente artificiais, com essa do Evergrey. Parece que virou moda.
Daniel: Não ouvi e não gostei, cansei de prog metal.
Davi: Essa é uma banda extremamente cultuada, mas que não dei ainda a atenção que mereciam. Pelo que percebi aqui, a ideia é fazer um prog metal com um pé no power metal. O trabalho deles tem um ar de melancolia, um pouco sombrio e bastante peso. Como não conheço os outros álbuns, só ouvi um deles, não tenho como ficar comparando ao que fizeram antes. Achei os músicos excelentes, com destaque para o trabalho vocal de Tom Englund e de bateria do Jonas Ekdahl. As participações de Floor Jansen e Carina Englund funcionam bem. Não achei genial, mas achei um bom disco, vou procurar ouvir mais alguns trabalhos deles.
Diego: Meu interesse pelos Suecos do Evergrey sempre foi mínimo. Sempre tive uma visão meio 'Metal-Progressivo- mais-do-mesmo-com-pitadas-de-Metal-moderno'. Essa minha impressão foi confirmada quando ouvi, há muitos anos atrás o disco Torn. Confirmada minha impressão ao ouvir o citado disco eu nunca mais tive o menor interesse na banda até este momento. Ouvi The Storm Within sem ter nenhuma pré-concepção do que o disco traria, mas no final das contas, é o mesmo 'Metal-Progressivo- mais-do-mesmo-com-pitadas-de-Metal-moderno' que eu pensava que a banda era. Mediano no máximo, após uma única 'ouvida' não se faz necessário ouvir o disco novamente porque você já ouviu tudo que ele tinha pra oferecer. Na lista de melhores do ano? HA! PEGADINHA DO MALANDRO! Não? Não é? Putz, a que ponto chegamos...
Fernando: Tinha uma visão diferente do Evergrey. Sempre relacionei o grupo como mais uma das bandas de metal melódico e acabei não me interessando já que as várias que eu ouço e gosto já me são suficientes. É melhor do que eu imaginava e esperava, mas ainda assim não me cativou. Tentarei ouvir de novo para uma última (ou não) chance.
João Renato: A dobradinha Recreation Day/The Inner Circle é minha fase preferida do Evergrey. Os posteriores me agradam, mas sempre deixam aquela sensação de que faltou algo. The Storm Within não foge à regra, embora possua ótimos momentos. Vale a conferida, mas não é recomendável para quem está começando a apreciar a obra dos suecos.
Mairon: Esse tipo de METÁU com voz super forçada, tendências progressivas e que lembra o Dream Theater nos seus dias de TPM não consegue em nada me agradar. Ouvi todo o álbum por consideração, sendo que quando passei por "In Orbit", com a participação da cantora Floor Jansen, pensei: "O que eu fiz para merecer isso?". Definitivamente, ter que aguentar a choradeira de "The Paradox of the Flame", com a participação de Carina Englund, só pode ser por algo que fiz em outras vidas. Espero que Jesus Cristinho me dê um belo ano por conta dessa boa ação.
Ronaldo: Esse tipo de som não é pra mim – uma tonelada de guitarras mixadas juntas com um vocal irritantemente messiânico (obrigado por essa péssima influência para a humanidade, Bono Vox) em bases mais que manjadas na música pop, soando muito magras para meus ouvidos. Creio que é um tipo de rock apenas para um público específico.
Ulisses: Em The Storm Within, o Evergrey consegue passear por diversas nuances musicais sem escorregar muito, trazendo composições que procuram balancear o peso com a melodia, e a melancolia com a expressividade. Gostei especialmente da interpretação do vocalista, embora a parte pesada do instrumental, em muitos momentos, soe formuláica e pouco inspirada, drenando a força vital da música ao invés de enchê-la de vigor ("Astray" e "The Lonely Monarch" são bons exemplos); portanto, não é de se surpreender que eu tenha gostado mais das baladas ("The Impossible" e "The Paradox of the Flame"), cujos discretos elementos orquestrais e forte carga emotiva as fazem muito mais apreciáveis do que o metal padrão do restante do tracklist.
Listas IndividuaisAndré
- Evergrey - The Storm Within
- Megadeth - Dystopia
- Tygers of Pan Tang - Tygers of Pan Tang
- Murder Made God - Enslaved
- Karmakanic - Dot
- Lacrimas Profundere - Hope is Here
- Big Big Train - Folklore
- Pesta - Bring Out Your Dead
- Metallica - Hardwired ... to Self-Destruct
- Insomnium - Winter's Gate
Bernardo
- David Bowie - ★ [Blackstar]
- Nick Cave and The Bad Seeds - Skeleton Tree
- Frank Ocean - Blonde
- Radiohead - A Moon Shaped Pool
- Leonard Cohen - You Want It Darker
- A Tribe Called Quest - We Got It From Here ... Thank You 4 Service
- Iggy Pop - Post Pop Depression
- Metá Metá - MM3
- Angel Olsen - My Woman
- Kanye West - The Life of Pablo
Bruno
- Michael Kiwanuka - Love & Hate
- Khemmis - Hunted
- Tiger Army - V
- Leonard Cohen - I Want It Darker
- Angel Olsen - The Woman
- The Handsome Family - Gold
- Brujeria - Pocho Aztlan
- Volbeat - Seal The Deal and Let's Boogie
- Red Fang - Only Ghosts
- Zakk Wylde - Book Of Shadows II
Christiano
- Case/Lang/Veirs – Case/Lang/Veirs
- The Last Shadow Puppets - Everything You've Come to Expect
- Anthrax – For All Kings
- Purson – Desire’s Magic Theatre
- Opeth – Sorceress
- Wire – Nocturnal Koreans
- Michael Kiwanuka – Love & Hate
- Sting - 57th & 9th
- The Amazing – Ambulance
- The Coral - Distance Inbetween
Daniel
- Reckless love - Invader
- The Defiants - The Defiants
- Last in Line - Heavy Crow
- Ressurection Kings - Ressurection Kings
- Tango Down – Bulletproof
- Anthrax – For All Kings
- Nordic Union – Nordic Union
- Death Angel – The Evil Divide
- Testament – Brotherhood Of The Snake
- Megadeth – Dystopia
Davi
- Metallica – Hardwired ... To Self-Destruct
- Dead Daisies – Make Some Noise
- Whitford / St Holmes – Reunion
- Glenn Hughes – Resonate
- Blues Pills – Lady In Gold
- Fates Warning – Theories Of Flight
- Kansas – The Prelud Implicit
- Airbourne – Breakin´ Outta Hell
- King Bird – Got Newz
- Michael Sweet – One Sided War
Diego
- Macroscream - Macroscream
- Metá Metá - MM3
- Oргия Праведников [Orgia Pravednikov] - Для тех, кто видит сны. Vol.2
- Anderson / Stolt - Invention of Knowledge
- Jack Dupon - Empty Full Circulation
- NOFX - First Ditch Effort
- Violeta De Outono - Spaces
- David Bowie - ★ [Blackstar]
- Niechęć - Niechęć
- Big Big Train - Folklore
Fernando
- David Bowie - ★ [Blackstar]
- Metallica - Hardwired ... to Self-Destruct
- Megadeth - Dystopia
- Destroyer 666 - Wildfire
- Anthrax - For All the Kings
- Pretty Maids - Kingmaker
- Running Wild - Rapid Foray
- Death Angel - The Evil Divine
- Anderson / Stolt - Invention of Knowledge
- Diamond Head - Diamond Head
João Renato Alves
- Shakra – High Noon
- Testament – Brotherhood Of The Snake
- Megadeth – Dystopia
- Last In Line – Heavy Crown
- The Defiants – The Defiants
- Rebel Machine – Nothing Happens Overnight
- Borknagar – Winter Thrice
- Inglorious – Inglorious
- Pretty Maids – Kingmaker
- Spiritual Beggars – Sunrise To Sundown
Leonardo
- Megadeth - Dystopia
- Primal Fear – Rulebreaker
- Avantasia – Ghostlights
- Dark Tranquillity - Atoma
- Running Wild – Rapid Foray
- Grand Magus - Sword Songz
- Michael Sweet – One Sided War
- Vektor – Terminal Redux
- Metallica - Hardwired ... to Self-Destruct
- Sunstorm – Edge of Tomorrow
Mairon
- Church of the Cosmic Skull - Is Satan Real?
- David Bowie - ★ [Blackstar]
- Whoopie Cat - Whoopie Cat
- Lee Van Cleef - Holy Smoke
- The Spacelords - Liquid Sun
- Electric Octopus - This Is Our Cuture
- 1000mods - Repeated Exposure To...
- Native Daughter - Master Manipulator
- Suicidal Tendencies - World Gone Mad
- Atlas - Death & Fear
Ronaldo
- Motorpsycho - Here be Monsters
- Mondo Drag - The Occultation of the Light
- Blood Ceremony - Lord of Misrule
- Dewolff - Roux-Ga-Roux
- Hurtmold & Paulo Santos - Curado
- Blues Pills - Lady in Gold
- Causa Sui - Return to Sky
- Steven Wilson - 4 1/2
- Snowy Dunes - Atlantis part I
- NxWorries - Yes Lawd!
Ulisses
- Kero Kero Bonito – Bonito Generation
- Santana – Santana IV
- Megadeth – Dystopia
- Perfume – Cosmic Explorer
- Oceans of Slumber – Winter
- Ed Motta – Perpetual Gateways
- Esben and the Witch – Older Terrors
- Acapulco Lips – Acapulco Lips
- David Bowie – ★ [Blackstar]
- Avenged Sevenfold – The Stage
* Is Satan Real?, The Storm Within, Here be Monsters, Macroscream, Bonito Generation, Case/Lang/Veirs, Invader e High Noon ficaram empatados todos com 25 pontos. Em uma nova votação apenas com esses álbuns, Is Satan Real? recebeu 7 votos, enquanto Evergrey e Motorpsycho receberam 6 votos, completando assim a lista de Melhores de 2016.
** Para desempatar Here Be Monsters e The Storm Within, uma nova votação foi feita, com The Storm Within recebendo 6 votos, enquanto Here Be Monsters recebeu 7 votos, ficando assim na nona posição.
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