O ano é 1964. Na gelada Milão, ao norte da Itália, surge o Black Devils, banda embalada pela chegada ao país da bota da onda beat britânica. O então quarteto era formado por Franz Di Cioccio (bateria), Franco Mussida (guitarra), Pino Favaloro (guitarra, vocais) e Tony Gesualdi (baixo, vocais), e após uma série de apresentações, são descobertos pelo cantor e compositor Gian Pieretti, o qual os adotou como banda de apoio, transformando-os em I Grifoni. Pieretti apresenta a banda para a gravadora Dischi Ricordi, e de contrato assinado, e com um vocalista novo, Teo Teocoli, mudam novamente de nome. Batizados de Quelli (Aqueles), logo em 65 lançam seu primeiro compacto, "Via con Il Vento", canção de Mussida, mas que por não ser ainda um músico inscrito no sindicato dos músicos da Itália, acaba sendo assinado por Ricky Gianco e o amigo Pieretti.
A bolachinha, trazendo "Ora Piangi" no lado B, não fez muito sucesso, mas não impediu o grupo de seguir adiante, e em 66 sai a bolachinha "Una Bambolina Che Fa No No No", versão em italiano para "La Poupée Qui Fait Non", do cantor e compositor francês Michel Polnareff , e que conta com" Non Ci Sarò", versão em italiano para "I Can't Let Go" dos Hollies. Esse 45 rpm faz bom sucesso, mas infelizmente, Mussida acaba indo cumprir o serviço militar na marinha, sendo então substituído por Alberto Radius por dois anos.
No início de 1967, a formação muda novamente, agora com a entrada de Flavio Premoli nos teclados, e então gravam "Per vive Insieme", versão de "Happy Together" dos Turtles, com "La Ragazza Ta Ta Ta", de Enrique Pagani no lado B. Este compacto também um bom sucesso, inclusive com um raro lançamento aqui no Brasil, animando os garotos, que já se destacam por suas qualidades técnicas muito acima da de outros músicos italianos da época, que os tornarão presenças constantes nas gravações de nomes como Mina, Lucio Battisti, Fabrizio De André, entre outros gigantes da música italiana. Porém, as próximas bolachinhas não seguem a mesma linha de sucesso. "Tornare Bambini", versão de "Hole in My Shoe" do Traffic, com "Questa Città Senza Te" (versão de "Even The Bad Times Are Good", dos Tremeloes, e "Mi Sentivo Strano" (versão de "I Felt Strange"), com "Dettato Al Capello" no lado B, canção de Gianni Sanjust, afundaram nas vendas, levando Teocoli a pedir demissão.
"Lacrime e Pio", cover de "Rain and Tears" do Aphrodite's Child é lançado em 1968, e logo na sequência, Mussida retorna após o período militar, com Radius se unindo a Gabriele Lorenzi para fundar o incrível Fórmula 3). Chega então o ano de 1969, e com isso, o primeiro Long Play. Quelli contém vários covers (como já era a carreira da banda), mas também apresenta composições próprias.
Veio a bolachinha "Marilú" / "Dici", ainda em 69, e a saída de Pino Favaloro. O quarteto seguiu adiante, e em 1970 lança mais um compacto, "Dietro Al Sole" ("Back In The Sun", de Armand Canfora e Boris Bergman) com "Quattro Pazzi", e a saída de Di Cioccio para o Equipe 84 pelos próximos dois anos. O quarteto segue sob o nome de Krel, lançando a bolachinha "Fin Che Le Braccia Diventino Ali" / "E Il Mondo Cade Giù" em 1970. Em 1972, Di Cioccio volta a se aproximar dos ex-colegas, e agora com o violinista e flautista Mauro Pagani, são rebatizados como Premiata Forneria Marconi, tornando-se um dos maiores nomes doa história do rock progressivo italiano. Mas isso é papo para outro texto.
Em 14 de novembro de 2007 em Milão , por ocasião do concerto do trigésimo quinto aniversário da Premiata Forneria Marconi , Franz Di Cioccio e Franco Mussida reuniram excepcionalmente no palco da Rolling Stone o baixista Giorgio Piazza , o guitarrista Pino Favaloro , Alberto Radius e Teo Teocoli , tudo novamente sob o nome histórico de "Quelli", recriando efetivamente a banda. As peças executadas, entremeadas de divertidas anedotas e citações, também graças ao talento cabaré de Teocoli, foram "Via con il vento", seus primeiros 45 rpm , Returning child (com Elena Di Cioccio , filha de Franz e famosa vee-jay, realizando o segmento do centro falado), The Live Together , Hush , The No-No-No Doll e o clássico de Wilson Pickett In The Midnight Hour . A noite continuou conforme planejado com a programação e repertório do PFM.
Bass Guitar – Angelo Traverso
Drums, Timpani, Percussion, Harmonica, Vocals [Voce] – Maurizio Cassinelli
Electric Guitar, Acoustic Guitar, Viola, Vocals [Voce] – "Bambi" P. N. Fossati*
Organ, Piano [Pianoforte], Mellotron, Electronics [Oscillatore] – Lio Marchi
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