quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Cinco Músicas Para Conhecer: Homenagens À Rita Lee



No dia 31 de dezembro de 1947, nascia Rita Lee. A Rainha do Rock nacional, falecida em 8 de maio de 2023, vítima de câncer, teve uma carreira espetacular, que conquistou fãs não somente anônimos como este que vos escreve, mas também nomes importantes da cena musical nacional. Vários foram os artistas que prestaram sua homenagem à Tia Rita, a "mais bela tradução de São Paulo" na visão de Caetano Veloso, e desta forma, recolho aqui cinco destas homenagens.

"Rita Lee" - Mutantes [1969] (Mutantes)

A primeira banda que homenageou Rita foi o seu próprio grupo, logo no segundo álbum da banda. A faixa, intitulada simplesmente "Rita Lee", é mais uma das grandes amostras do deboche escrachado que o trio Rita, Sergio Dias e Arnaldo Baptista fazia no início de sua carreira. Rita surge como uma menina inocente de 20 anos, infeliz, que sonha em ser feliz e encontrar seu amor, uma letra infantil para uma música infantil, um rock comandado pelo piano de Arnaldo e os vocais de Serginho, mas engraçada e que faz (fez) toda a aura mutante ser enaltecida através dos anos. O deboche vocal e musical vai crescendo junto com a história "comovente" de Rita, que ao final, acaba encontrando o seu par, entre muitos beijos, risadas de felicidade e chamegos, onde outro destaque é o solo de Arnaldo no órgão. Grande faixa dessa fase inicial do trio, que também saiu como lado B num raro compacto promocional da Polydor, tendo "Banho de Lua" no lado A. 

"Rita Jeep" - Negro É Lindo  [1971] (Jorge Ben)

Esta homenagem de Jorge Ben (que havia sido revisitado pelos Mutantes com "A Minha Menina", no primeiro álbum da banda) trata Rita como uma mulher forte, terrivelmente feminina, a qual faz Jorge sentir-se fraco e pedir-lhe para fazer um trato de comunhão de bens. Aprofundando-se mais na letra simples de Jorge (como a maioria de suas músicas), é um atestado de defesa da força da mulher, em plenos anos 70, e que tem no nome de Rita a personagem principal, com ela representando todas as mulheres fortes de nosso país, e a referência do Jeep é uma homenagem a Charles, o Jeep Willys que era de Rita Lee, a qual se definia como uma jeepeira. Em suas próprias palavras para um podcast da Rádio 89 FM, em 2021, "Eu tinha uma afinidade tão grande com o Jeep, que eu via os outros carros eu achava os outros carros horríveis, sem estilo". Musicalmente, é mais um samba-rock de Jorge, com apenas duas mudanças de acordes (C e F na primeira parte, A e D na segunda), destacando uma gatinha manhosa que acompanha o embalo do violão e a voz manhosa de Jorge, mas que embala a casa facilmente, como toda boa faixa do carioca. Saiu como lado A de um compacto (com "Negro É Lindo" no lado B) e abre o álbum Negro É Lindo de 1971. 

"Quando" - Doces Bárbaros [1976] (Doces Bárbaros)

Um dos maiores projetos da música popular brasileira, os Doces Bárbaros uniu nada mais nada menos que Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso e Maria Bethânia, em uma turnê repleta de complicações, mas que acabou resultando em um álbum duplo ao vivo sensacional, assim como um compacto de quatro canções. No show, uma das faixas traz seu apoio para Rita, "Quando", interpretada por Gil e os backing vocals de Gal. Explicitamente, a música começa citando o nome da artista, seguido pelos "tiu, tiu, ru, ru, ru" e riffs que Rita apresentou diversas vezes em sua carreira, passando por apenas mais uma breve frase, citando que "quando a governanta der o bode pode quer que eu quero estar com você, super estar com você", em alusões para as canções "Superstafa" e "Sucesso Aqui Vou Eu", da própria Rita, e a citação para Mônica Lisboa, a empresária que acabou, supostamente, sendo a responsável pelo fim da Tutti Frutti. A segunda parte da canção  exalta uma profecia onde uma mulher lê, na bola de cristal, "uma menina loira que virá de uma cidade industrial, de bicicleta, de bermuda, mutante, bonita, solta, decidida, cheia de vida etc e tal, cantando o yê, yê, yê", ou seja, a própria Rita cuspida e escarrada. Uma faixa rock 'n' roll direta, na linha Tutti Frutti, e que segundo Gil, "Rita era a nossa musa do desvio, do transvio". No ano seguinte, Gil e Rita saíram na turnê Refestança, e "Quando" acabou nunca mais sendo interpretada.

"Rita Lee" - Ponto & Vírgula  [1980] (Ponto & Vírgula)

Este grupo conheci por aqueles acasos da vida. Vasculhando um acervo de uma rádio, na qual fui levado justamente para pegar os discos que quisesse, encontrei este compacto e achei curioso que nunca tinha ouvido falar no tal grupo. Ao ler as informações na contra-capa, me deparo com um certo T. Maia na percussão, e uma faixa intitulada "Rita Lee". Peguei a bolachinha e para minha surpresa, é justamente Tim Maia quem está na percussão do mesmo, o qual tem justamente em "Rita Lee" sua melhor faixa. A faixa é um belo rock no estilo da Tutti Frutti, trazendo várias referências inclusive as canções de Rita ("A Minha Menina", "Arrombou A Festa", "Ovelha Negra" entre outros), e citando como o cantor ficou influenciado pelas performances de Rita, destacando os bons solos de guitarra de Riba. A dupla Ponto E Vírgula (Tukley e Marcelo Fasolo) lançou alguns compactos nos anos 70, tendo sido os responsáveis por criarem a frase "money que é good nóis não have", na faixa "Laika nóis Laika", frase que ficou eternizada posteriormente pelos Mamonas Assassinas, e deixou também eternizada esta justa homenagem para a Rainha do Rock.

"A Tal" - Ivan Lins [1986] (Ivan Lins)

Esta faixa, escrita por Ivan em parceria com Vitor Martins, está no álbum de 1986 do cantor, e tem em seus versos a declaração de amor dos artistas por sua musa, em frases como “Sempre provocante / quente, picante, tem sal / Sempre irreverente, sim / descaradamente sensual”. Um rock pesado, com a quadrada bateria dos anos 80, e o comando da guitarra de Heitor T. P. e importante participação dos instrumentos de sopro de Guilherme Dias Gomes. Apesar de não ser citada diretamente, a descrição acaba que é de Rita que Ivan fala na terceira estrofe, "Negra, sempre uma ovelha negra como desejara que ia ser ...". O próprio Ivan, quando soube do falecimento de Rita, prestou homenagem à Rita em seu Facebook/Twitter, dizendo que "Esse roquezinho foi feito em homenagem a ela em 1986, por mim e pelo Vitor. Sempre tivemos forte admiração por ela, grande mulher. Polêmica, inteligente e libertária, sempre foi uma voz essencial na defesa das mulheres". 


segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Tom Jobim - The Man From Ipanema [1995]


Há 30 anos, o mundo perdia um de seus maiores compositores, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, ou simplesmente Tom Jobim. O carioca e multi-instrumentista (exibiu domínio amplo no violão, piano e flauta) se consagrou mundialmente como arranjador, compositor e intérprete, e faleceu por conta de duas paradas cardíacas, causadas por uma embolia pulmoar, após uma operação de emergência, por conta de problemas urinários, aos 67 anos. Mesmo que em um período de vida relativamente curto, comparado com outros artistas, Tom deixou um legado gigante para a música brasileira, e por que não, mundial. Lembro de assistir Tom tocando na Globo, quando pequeno, por diversas vezes, e toda a comoção que sua morte gerou na empresa de televisão, mas confesso que nunca fui um apreciador da música dele, principalmente por sua forma arrastada de cantar. 

Porém, com o passar dos anos, e influenciado por obras de (principalmente) Elis Regina e Gal Costa, bem como Tim Maia e Caetano Veloso (em proporção menor), acabei conhecendo as músicas de Tom com um outro ouvido, assim como ir atrás da vasta obra do carioca me abriu os horizontes para entender por que do enaltecimento do cara pelo mundo, e todo o sucesso que ele fez nos Estados Unidos.

Parte do livreto que acompanha o álbum aqui resenhado,
apresentando Tom ao lado de Baden Powell, Lucia Proença e Vinicius de Moraes

Tom é um dos pais da bossa nova, adaptando a música francesa e o jazz americano junto ao samba carioca, criando um estilo único, complexo, e que só foi sendo aprimorado com o passar dos anos. Com letras que flertam com amor e relacionamentos, indo para tons políticos, principalmente sobre o meio-ambiente, apreciar a obra de Tom na sua totalidade exige uma audição dedicada, mas, para quem quer se iniciar e não tem ideia de onde ir, vá atrás de The Man From Ipanema, coletânea lançada (somente lá fora) em 1995, e que resgata muitos dos pontos altos de artistas e do próprio Tom interpretando suas canções.

São 3 CDs, dividos em Vocals, Instrumentals e Side By Side, e que apresentam Tom para aqueles que desconhecem seus discos, ou até mesmo para os já iniciados em sua obra, de uma forma bastante plural. No total, canções de 10 discos aparecem nas três mídias, sendo eles quatro de Tom (Antonio Carlos Jobim - The Composer Of Desafinado, Plays - 1964; Wave - 1967; Tide - 1970; e Passarim - 1987), a famosa parceria com Elis Regina, Elis & Tom (1974), mais os álbuns Jazz Samba Encore!, parceria do saxofonista Stan Getz com o violonista e compositor brasileiro Luiz Bonfá (1963),  Getz/Gilberto, projeto fantástico que uniu Getz ao violão de João Gilberto, em 1964, e do qual Tom contribui com o piano e/ou violão, The Astrud Gilberto Album (1965), da esposa de João Gilberto, Astrud Gilberto, Elis Especial (1979), coletânea não autoriza de Elis Regina, e o espetacular The Carnegie Hall Salutes The Jazz Masters (1994), trazendo Tom Jobim e outros convidados na apresentação realizada em 6 de abril de 1994 em homenagem aos 50 anos da gravadora Verve.

CD 1, acondicionado em um envelope no formato de peixes

Começando pelo CD 1, com quase 80 minutos de música,  passeamos pela nata da obra de Tom em nada mais nada menos que 23 canções. Pegando aquelas gravadas pelo próprio Tom, temos a bela "Lamento" (de Wave) e nada mais nada menos que sete faixas de Elis & Tom (sendo que o álbum original possui 14 canções), a saber a mega-clássica "Águas De Março", "Chovendo Na Roseira", "Modinha", "Soneto Da Separação", "Retrato Em Branco E Preto", "Inútil Paisagem" e "O Que Tinha De Ser". O timaço que acompanha a dupla aqui é César Camargo Mariano (piano), Luizão Maia (baixo), , Paulinho Braga (bateria), Chico Batera (percussão), Oscar Castro Neves (violão) e Helio Delmiro (violão, guitarras). Quem assistiu o documentário Elis & Tom, Só Tinha De Ser Com Você (2022) percebe o clima de tensão que acompanha a gravação deste que é sem sombra de dúvidas um dos álbuns fundamentais da MPB, e ao ouvir as faixas aqui escolhidas para representar este grande encontro, o quão grande era o talento de Elis Regina para interpretar, como só ela sabia fazer, letras tão belas e pessoais de outros compositores, principalmente nas doloridas “Modinha”, somente Elis e cordas (arrepiante e assustador), “Retrato Em Branco E Preto” e “O Que Tinha de Ser”, essa para cortar os pulsos! Elis também contribui com "Bonita", do álbum Elis Especial, que é apenas ais um pequeno grande acréscimo do talento da gauchinha de voz mais espetacular que o Brasil já teve. 

Por fim, de Passarim saem "Borzeguim", "Passarim", "Luiza", "Anos Dourados (Looks Like December)", "Gabriela" e "Chansong". A line-up aqui conta com um timaço de vozes (Ana Lontra Jobim, Danilo Caymmi, Elizabeth Jobim, Maucha Adnet, Paula Morelenbaum, Paulo Jobim e Simone Caymmi) que enaltecem a inquestionável qualidade de criação e composição de Tom, pois os arranjos e harmonias vocais, mesclados com instrumental aguçadíssimo e uma orquestra em perfeita combinação com os demais músicos, fazem deste não à toa um dos meus álbuns preferidos de Tom. Poderia ter entrado a excelente "Borzeguim", uma letra forte e atemporal (não parece que faz mais de 40 anos que Tom escreveu algo tão poderoso) na versão que Gal Costa lançou em Minha Voz (1982), e também a épica “Matita Perê”, uma de suas obras mais belas e complexas. Mas ok, para quem está conhecendo Tom, foram ótimas escolhas.

Mas não acabou o CD 1, já que ainda temos, de Getz/Gilberto, as excepcionais e exclusivas versões para "Só Danço Samba" e "O Grande Amor", com o destacado Getz no saxofone, além de uma bandaça formada por Tommy Williams (baixo), Milton Banana (percussão) e Tom ao piano, e a delicadíssima voz de Astrud Gilberto com 6 das 11 faixas de The Astrud Gilberto Album em "Amor Em Paz", "Água De Beber", "Dindi", "Photograph", "Meditation" e "O Morro Não Tem Vez". Vale ressaltar o trabalho de tradução das letras de Tom para o inglês, feitas por Ray Gilbert, e a bela banda que acompanha Astrud em seu álbum, a saber Joe Mondragon (baixo), Bud Shank (flauta), João Donato (piano), Milt Bernhart (trombone) e Tom no violão/piano. Difícil saber qual a melhor faixa dessas citadas, mas o fato é que toda a audição do CD 1 é uma experiência fantástica.

O CD 2, acondicionado em um envelope no formato de flor

Passamos para o CD 2, com as faixas instrumentais, onde destacam-se os álbuns Wave e Tide, que juntos entregam 7 das 15 canções do CD. Do primeiro saem "Wave", "Mojave", "Triste" e "Captain Bacardi". Aos perdidos, são faixas nas quais Tom une o jazz americano ao samba brasileiro, essencialmente por conta dos músicos estadunidenses que o acompanham aqui (Ron Carter no baixo, Claudio Slon na bateria, Jimmy Cleveland e Urbie Green no trombone, mais um naipe de metais e cordas, bem como a percussão de Dom Um Romão). Músicas de arranjos complexos, belos, e que facilmente se apresentam como o ápice da criatividade de Tom, assim como as três faixas de Tide, a saber a faixa-título, "Sue Ann" e "Tema Jazz". Se Wave é um grande álbum de jazz/samba, Tide já é um álbum mais conservador, com Tom acompanhado por uma orquestra, Ron Carter ao baixo e Hermeto Paschoal na flauta, sendo este o principal nome nos improvisos de "Tema Jazz", fácil candidata a melhor deste álbum em especial. Mas se você quer realmente saber de onde vem as origens de Tom, concentre-se nas 7 faixas de Antonio Carlos Jobim, The Composer of Desafinado, Plays. Este é o primeiro álbum solo de Tom, gravado em Nova Iorque no ano de 1963, e nas faixas escolhidas para esta coletânea, estão "Amor Em Paz", "Chega De Saudade", "Samba De Uma Nota Só", "O Morro Não Tem Vez", "Meditation", "Água De Beber" e "Só Danço Samba". Fica claro aqui que Tom era um músico exímio, e que suas canções, mesmo tendo belas letras, funcionam melhor com ele somente no piano, acompanhado pelos exímios arranjos orquestrais, e deixando então as interpretações vocais para outros artistas. Fecha o CD dois a versão de "O Morro Não Tem Vez (Favela)" retirada do álbum Jazz Samba Encore!, e que por si só já vale toda a audição do CD, afinal, Getz e Bonfá simplesmente estraçalham aqui.

O CD 3, acondicionado em um envelope no formato de folha

O CD 3 ataca com diferentes versões para as mesmas canções, destacando as faixas de Antonio Carlos Jobim - The Composer of Desafinado, Plays, as quais, instrumentais, são "Desafinado", "The Girl From Ipanema", "Corcovado", "Insensatez" e "Vivo Sonhando", fechando portanto as 12 canções originais deste disco todas na coletânea aqui representada. Porém, estas cinco faixas em especial surgem com outras versões. "Desafinado", que com Jobim é privilegia o piano do músico, aparece também na interpretação de Getz/Gilberto, já com a voz manhosa de Gilberto, e com a exímia versão registrada no citado show do Carnegie Hall, tendo Tom ao lado de Joe Henderson (saxofone), Charlie Haden (baixo) e Al Foster (bateria), na qual Henderson dá um espetáculo a parte. A dupla Getz/Gilberto também manda ver na versão definitiva de "The Girl from Ipanema", com João dividindo os vocais com a esposa Astrud (ele em português, ela em inglês), que na versão de The Composer of Desafinado ... possui um grandioso arranjo orquestral, "Corcovado" (outra com os vocais de João e Astrud, e um banho de Getz) e "Vivo Sonhando (Dreamer)", esta com os vocais de João e tipicamente bossa-novista, totalizando 6 das 8 faixas originais deste discaço. Complementam o CD a versão de Tide para "The Girl From Ipanema", totalmente instrumental, que lembra bastante a versão de The Composer of Desafinado ... a espetacular interpretação de Elis para "Corcovado", e as inebriantes interpretações de Astrud Gilberto para "Insensatez" e "Vivo Sonhando", fechando 8 das 11 faixas originais daquele disco, assim como o Getz e Bonfá acompanhando os vocais de Maria Toledo em "Insensatez", e as performances no Carnegie Hall para  "Insensatez", com Tom ao piano e vocais e Pat Metheny arransando no violão, e "The Girl From Ipanema", esta última retirada do raro VHS lançado no mesmo nome, e que até então nunca havia sido lançada em CD ou LP somente com Tom no vocal e piano. 

Um pouco mais do livreto, agora destacando Elis Regina e Tom

A grande surpresa deste CD 3 é que ao acabar a décima sétima faixa, no caso a versão de "Vivo Sonhando" feita por Astrud Gilberto, temos alguns segundos de puro silêncio, para então, em uma faixa escondida, comerçamos a ouvir as vozes de Elis e Tom em estúdio, criando "Águas De Março" entre muitas risadas e conversas. A discussão de quem canta "é o pé, e o chão" é hilária, com Elis falando "nossa senhora, please ..." e Tom dizendo "não, eu tô errado, que sacanagem hein", seguindo por mais erros, risadas e Tom brincando com Elis dizendo "vamos prestar atenção nesta bosta!". São pouco mais de 4 minutos de uma audição até então inédita, demonstrando a parceria que surgiu entre estes dois gigantes, e que depois acabou sendo uma das grandes atrações do lançamento No Céu Da Vibração - Parte 2 (1974-1980) da Folha de São Paulo (2014).

No recheado livreto de 60 (!) páginas, fotos diversas e entrevistas com o próprio Antonio Carlos Jobim, Oscar Castro-Neves, Gene Lees e Creed Taylor, assim como a biografia de Tom por Sergio Cabral, track list comentado por Oscar Castro-Neves e Liner Notes por Gene Lees, relatando como conheceu Tom e foi o responsável por traduzir e adaptar diversas de suas canções para o inglês.  A entrevista de Oscar Castro-Neves, conduzida por Richard Seidel, foi feita em agosto de 1995, pouco antes do lançamento do álbum, assim como a de Creed Taylor, essa conduzida por Gene Lees. A primeira concentra no fato de como Oscar e Tom se conheceram, e como surgiu a amizade entre eles, realizando diversos projetos (Elis & Tom, o filme Gabriela, entre outros), com destaque para a criação da palavra bossa-nova por outro grande nome da música nacional, Newton Mendonça, na canção "Desafinado".  arte de The Man From Ipanema também é muito bela. Já na segunda, temos Creed trazendo o processo de gravação do ábum Getz/Gilberto e de sua vinda ao Brasil para gravar outros álbuns de Tom. Na parte dos textos, com certeza a atração maior vai para a entrevista de Tom conduzida por Gene Lees, feita em 1974, na qual o carioca faz uma ampla retrospectiva de sua vida e carreira. 

Outra imagem do livreto, destacando a super
Banda Nova que acompanhou Tom nos anos 80

A arte de The Man From Ipanema também é muito bela. Os 3 CDs vêm em um livreto encadernado, cada um em um "envelope" especial que remetem a natureza, sendo o CD 1 no envelope em formato de peixe, o CD 2 no formato de flor e o terceiro CD em formato de folha, bastante caprichado. Um álbum mais que especial, que celebra a grande obra de um grande artista, e que se você tiver a sorte de encontrar em algum Mercado Livre ou Shopee da vida, e esteja afim de conhecer quem foi Tom Jobim, pegue sem medo!

Contra-capa do CD

Track list

Vocals

1-01 Antonio Carlos Jobim– Passarim

1-02 Stan Getz / João Gilberto Featuring Antonio Carlos Jobim– Só Danço Samba (Jazz Samba)

1-03 Elis  & Tom – Águas De Março (Waters Of March)

1-04 Astrud Gilberto – Amor Em Paz (Once I Loved)

1-05 Antonio Carlos Jobim – Lamento

1-06 Antonio Carlos Jobim – Luiza

1-07 Elis & Tom – Chovendo Na Roseira ("Double Rainbow" And "Children's Games")

1-08 Antonio Carlos Jobim – Anos Dourados (Looks Like December)

1-09 Stan Getz / João Gilberto Featuring Antonio Carlos Jobim – O Grande Amor

1-10 Astrud Gilberto – Água De Beber

1-11 Elis & Tom – Modinha

1-12 Antonio Carlos Jobim – Borzeguim

1-13 Elis & Tom – Soneto Da Separação

1-14 Antonio Carlos Jobim – Gabriela (From The Film Gabriela)

1-15 Elis & Tom - Retrato Em Branco E Preto (Portrait In Black And White) ("Zingaro")

1-16 Astrud Gilberto – Dindi

1-17 Elis & Tom - Inútil Paisagem (Useless Landscape)

1-18 Astrud Gilberto – Photograph

1-19 Antonio Carlos Jobim – Chansong

1-20 Astrud Gilberto – Meditation

1-21 Elis & Tom - O Que Tinha De Ser

1-22 Astrud Gilberto – O Morro Não Tem Vez (Aka "Favela")

1-23 Elis Regina – Bonita


Instrumentals

2-01 Antonio Carlos Jobim – Wave

2-02 Antonio Carlos Jobim – Tide

2-03 Antonio Carlos Jobim – Amor Em Paz (Once I Loved)

2-04 Antonio Carlos Jobim – Chega De Saudade (No More Blues)

2-05 Antonio Carlos Jobim – Sue Ann

2-06 Antonio Carlos Jobim – Samba De Uma Nota Só (One Note Samba)

2-07 Antonio Carlos Jobim – Mojave

2-08 Antonio Carlos Jobim – O Morro Não Tem Vez (aka "Favela")

2-09 Antonio Carlos Jobim – Tema Jazz

2-10 Antonio Carlos Jobim – Meditation

2-11 Antonio Carlos Jobim – Triste

2-12 Antonio Carlos Jobim – Água De Beber

2-13 Antonio Carlos Jobim – Só Danço Samba (Jazz Samba)

2-14 Antonio Carlos Jobim – Captain Bacardi

2-15 Stan Getz / Luiz Bonfá – O Morro Não Tem Vez (aka "Favela")


Side By Side

3-01 Antonio Carlos Jobim – Desafinado (Off Key)

3-02 Stan Getz / João Gilberto Featuring Antonio Carlos Jobim – Desafinado

3-03 The Carnegie Hall Jazz Band – Desafinado

3-04 Antonio Carlos Jobim – The Girl From Ipanema

3-05 Stan Getz / João Gilberto Featuring Antonio Carlos Jobim – The Girl From Ipanema

3-06 Antonio Carlos Jobim – The Girl From Ipanema

3-07 The Carnegie Hall Jazz Band – The Girl From Ipanema

3-08 Antonio Carlos Jobim – Corcovado (Quiet Nights Of Quiet Stars)

3-09 Stan Getz / João Gilberto Featuring Antonio Carlos Jobim – Corcovado

3-10 Elis & Tom – Corcovado

3-11 Antonio Carlos Jobim – Insensatez (How Insensitive)

3-12 Astrud Gilberto – Insensatez

3-13 Stan Getz / Luiz Bonfá – Insensatez (Instrumental, 1963)

3-14 The Carnegie Hall Jazz Band – Insensatez

3-15 Antonio Carlos Jobim – Vivo Sonhando (Dreamer)

3-16 Stan Getz / João Gilberto Featuring Antonio Carlos Jobim – Vivo Sonhando

3-17Astrud Gilberto – Vivo Sonhando

Hidden Track

3-18 Elis & Tom – Águas De Março (Studio Outakes)

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