terça-feira, 27 de março de 2012

Os Sete Pecados do Rock Nacional - Parte V: A AVAREZA (Titãs - Tudo ao Mesmo Tempo Agoraa[1991])



Por Mairon Machado


Enquanto o Engenheiros do Hawaii alcançava o posto de maior banda de rock do país, o Titãs, que em 1990 também era considerado um dos maiores nomes do rock nacional, fugia totalmente dessa posição. O mais curioso é que isso ocorreu por livre e espontânea vontade do grupo. 

Depois de 10 anos na estrada, o Titãs havia lançado cinco discos: Titãs (1984), Televisão (1985), Cabeça Dinossauro (1986), Jesus Não Tem Dentes No País dos Banguelas (1987) e Õ Blésq Blom (1989). Além disso, se o Engenheiros do Hawaii tinham participado de uma mini-turnê pela Rússia em 1989, o Titãs um ano antes há havia participado do famoso Festival de Jazz de Montreux, resultando no álbum ao vivo Go Back (1988). Cabeça Dinossauro era considerado pela mídia como o melhor disco do grupo (e um dos melhores da história do Brasil), mostrando uma agressividade e letras ditas inteligentes, principalmente na obra de Arnaldo Antunes (vocais), e o Titãs era sem dúvidas, um dos maiorais no rock nacional. 

O octeto paulistano tocava nas rádios como poucas bandas (talvez só o Legião Urbana conseguisse superar o sucesso do Titãs), fazendo da sujeira e agressividade do grupo uma marca característica. Porém, após Go Back, o grupo deu uma guinada de 180º, e com Õ Blésq Blom, passou a experimentar com a Tropicália, a música eletrônica e com o rock mais simples. 

Titãs: Charles Gavin, Tony Bellotto, Branco Mello, Arnaldo Antunes e Sérgio Britto (em pé);
Paulo Miklos, Marcelo Fromer e Nando Reis (Agachados)
Como resultado, o álbum vendeu 220 mil cópias em apenas um ano, e revelou que não somente Arnaldo era o homem das letras, mas todos os demais membros da banda também eram ótimos compositores. Assim, os nomes de Branco Melo (vocais), Sérgio Britto (vocais e teclados), Paulo Miklos (vocais, saxofone), Tony Bellotto (guitarras), Nando Reis (vocais, baixo) e Marcelo Fromer (guitarras) começaram a aparecer com mais destaque, com exceção do baterista Charles Gavin, que ficou restringido a tocar seu instrumento, e auxiliar no processo de produção. Canções como “Flores”, “O Pulso”, “Miséria” e “32 Dentes” não paravam de tocar nas rádios. 

Apoiado em programações eletrônicas, o disco gerou problemas internos. Bellotto e Fromer ficaram desagrados com a pouca presença das guitarras, enquanto Arnaldo viu diminuir seu espaço como um dos principais letristas do grupo. 

O sucesso então trouxe indiferenças dentro da banda, e a solução foi tentar voltar às raízes. Para isso, deveriam economizar em letras, composições e melodias, abandonando o que tinha feito do Titãs o grande grupo que era até então, e cometendo um pecado que marcaria a banda para sempre a partir de então, a AVAREZA. 

O sentido da AVAREZA aqui é exatamente na economia de criatividade que o octeto resolveu empregar para o próximo álbum. Letras pobres, acordes simples, sem invencionismo ou eletrônicos, além de uma produção independente e o forte apoio da WEA (novamente ela).

Titãs na época de Tudo ao Mesmo Tempo Agora
Então, o grupo saiu do mundo eletrônico para o rock nu e cru, poupando esforços e fazendo um disco o mais simples que pudesse. Porém, a simplicidade refletiu em letras com sentidos tão pequenos que às vezes pareciam mais um aglomerado de palavras. Além disso, a ausência da censura fez com que os membros resolvessem apostar em temas não usuais, como falar sobre o relacionamento de um casal de um ponto de vista agressivo, e nojento por vezes, além do forte uso de palavrões na maioria das faixas do LP. 

Gravado entre junho e agosto de 1991, em uma casa na Granja Viana, em Cotia (São Paulo), para ter uma sonoridade "mais caseira", Tudo ao Mesmo Tempo Agora foi lançado em 23 de setembro de 1991, e causou tanto impacto quanto foi o lançamento de Psicoacústica. Afinal, a população jovem que tinha sido conquistada com Õ Blésq Blom não conseguiu assimilar as distorções e as letras agressivas do disco, bem como exatamente em 1991, o sertanejo havia tomado conta da mídia, assim como o Pop (que havia feito do Engenheiros do Hawaii a banda do ano de 1990). 

Segundo Tony Bellotto: "Esse disco desde o começo já teve uma vontade de a gente tocar junto, que era algo que a gente tinha perdido um pouco de vista nos últimos LPs, que era captar a emoção como se fosse ao vivo, no palco, tocando de verdade, um de olho para a cara do outro (...) e optar por um som básico, de rock, onde sobressairiam as guitarras, a bateria acústica e o baixo". Essa frase de Bellotto, dita para um documentário lançado sobre a gravação do LP, explica a praticamente ausência dos teclados em Tudo ao Mesmo Tempo Agora, e consequente ausência de Sérgio Britto, tornando o álbum extremamente visceral.

Único disco do Titãs a ter produção apenas dos oito membros (sem a participação do famoso produtor Liminha, que era considerado o George Martin do grupo), Tudo ao Mesmo Tempo Agora conta com quinze canções, cujas autorias foram dividas entre todos os membros (embora nem todos tivessem participado da composição de todas as canções). 

O álbum abre com uma homenagem à vagina, chamada “Clitóris”, onde o sustain de uma guitarra agonizando, e carregada de sujeira, traz as batidas mezzo eletrônicas, mezzo samba da bateria, para Miklos começar a entoar o nome da canção, acompanhado por um ritmo grudento das guitarras, com destaque para o baixo de Nando Reis. Branco e Britto acompanham complementando a voz de Miklos, e a canção permanece sempre no seu ritmo dançante e envolvente, com exceção de uma sessão mais marcada, onde Miklos canta “Virgem surja, ah! surja suja / Corpo surja, oh! mente surja imunda / Em cada berço que esse esperma espesso inunda / Em cada fosso que esse gozo grosso suja” que leva ao estranho solo de teclados, enquanto Miklos canta as absurdas frases acima. A letra é repetida, enaltecendo o clitóris, levando para mais uma participação solo de Britto, a sessão marcada e a conclusão com outra participação solo dos teclados, assim como o longo sustain agonizante do início da canção. 

Depois, temos “O Fácil é o Certo",com um pesado riff de guitarra, levando ao acompanhamento de baixo e bateria tipicamente grunge. O riff das guitarras sobrem à medida que Britto canta a letra da canção, uma das poucas a não conter palavrões. O refrão que embaralha as palavras que compõem o nome da canção leva ao insinuante e pesado solo de guitarra, com vocalizações que acompanham o ritmo das guitarras, para Britto cantar a segunda parte da letra, que leva ao encerramento da canção com a repetição do refrão. 

As ofensas, apesar de mais sutis, voltam em “Filantrópico", com um riff pegado das guitarras e do baixo, lembrando um pouco a introdução de "Immigrant Song" (Led Zeppelin), e com Nando Reis tocando com tanta fúria que nem parece ele. Branco é o responsável pelos cuspidos vocais da canção, gravando na mente do pobre coitado que está ouvindo as frases “acumulando raiva e rancor, raiva, rancor”. Uma das melhores canções do disco, com uma agressividade rara até então para um disco do Titãs, mesmo em comparação à Cabeça Dinossauro, e que só seria superada em Titanomaquia, fora a performance insana do baixo de Nando Reis e das guitarras de Fromer e Bellotto. 

O slide guitar de Bellotto se faz presente na ótima “Cabeça", agora fazendo uma analogia com o membro humano, apesar de uma letra simples e quase sem sentido cantada por Miklos, de um boogie pesado que lembra os momentos do hard setentista, com destaque dessa vez para as viradas de Gavin e claro, a performance endiabrada do slide guitar, que encerra esse petardo com ensurdecedores batidas nas cordas. "Já" abre com o tema do baixo feito sobre os dedilhados da guitarra. Nando canta a canção, uma série de perguntas sobre acontecimentos que podem ter acontecido na vida de um cidadão. A canção vai ganhando peso, chegando ao refrão, onde o riff ganha espaço enquanto o nome da canção é entoado. Depois, “Eu Vezes Eu", cantada por Britto, diminui o ritmo, com o baixo de Nando comandando o riff mais simples, lembrando muito os rocks de U2 e Smiths, ainda mais pelas linhas de guitarra de Bellotto e Fromer,mas de uma canção que não está à altura das demais. 

O lado A encerra-se com "Isso para Mim é Perfume", talvez a mais agressiva das canções do LP, com letra recheada de palavrões. Guitarra, baixo e bateria trazem o riff pesado da mesma, com sessões intrincadas, para Nando cantar aquilo que ele considera ser o máximo de intimidade a que se pode chegar num relacionamento, com palavras como ("Isso para mim é perfume / Suor, fedor / (...)/ Cheirar sua calcinha suja na menstruação / (...) / A cabeça do pau faz esporra de leite pra tomar de manhã / (...) / Amor, eu quero te ver cagar”. A agressividade dessa canção,musicalmente falando, é muito boa, mas é óbvio que a escatalogia da letra acabou minando as mentes ainda conservadoras do início da década de 90, que baniram a canção e massacraram a banda. 

Capa interna e encarte de Tudo ao Mesmo Tempo Agora
Como se não bastasse, a canção que abre o Lado B (e que foi escolhida como música de trabalho) quase supera (se não supera) as polêmicas e agressões de “Isso Para Mim É Perfume”. “Saia de Mim" começa com o riff da guitarra, trazendo a marcação forte do baixo de Nando, imitando o riff, enquanto Gavin soca a bateria. A performance de Nando tem que ser exaltada novamente. A partir de então, Arnaldo passa a cantar a letra, e cospe palavras fortes, dizendo: “Saia de mim como um peido / (...) Saia de mim como um escarro / espirro, pus, porra, sarro / Sangue, lágrima, catarro”, sendo a última parte da letra sobre um acompanhamento cavalgante, com pequenas intervenções do teclado fazendo algumas notas. O solo mesclado de guitarra e sintetizadores faz uma barulheira infernal, e Arnaldo repete a letra, sempre com o riff cavalgante do baixo e da guitarra, mas agora com a presença mais destacada dos teclados, encerrando essa paulada com a repetição da segunda parte da letra, e com Arnaldo gritando “Saia de mim a verdade” por diversas vezes, enquanto as guitarras e o baixo mandam ver no riff. 

A partir de então, o grupo manera nas letras, mas não em agressividade. Na canção seguinte, “Flat-Cemitério-Apartamento”, a guitarra aparece com destaque, sendo a mesma uma curta canção onde Branco apenas entoa palavras que formam sua letra, com o refrão sendo um pesado riff que acompanha o entoamento do nome da mesma, entre insanas notas do sintetizador, que imita uma sirene, encerrando com um breve solo de guitarra, e com mais uma destacada participação do baixo, trazendo "Agora", onde o riff de guitarra e baixo apresenta a voz de Sérgio, cantando uma canção mais amena em termos de letra quando comparada com as duas primeiras, mas que mesmo assim é uma paulada agressiva, principalmente pela levada da mesma. 

O riff punk de "Não é por Não Falar" da guitarra traz a voz de Sérgio, cantando tristemente. A segunda guitarra, carregada de wah-wah, passa a solar ao fundo, enquanto o riff punk inicial acompanha a letra da canção. A bateria entra, e então, o ritmo simples foge do que estávamos acostumados a ouvir no álbum, o que não torna “Não é por Não Falar” uma canção desprezível, mas talvez, uma das mais fracas do LP, ainda mais com seu solo-vinheta de sintetizador que encerra a canção. 

A marcação da bateria traz a voz de Branco cantando a curta "Obrigado", com um riff extremamente Ramones, e com uma letra extremamente econômica, falando apenas “Obrigado, de nada, obrigado a nada”, seguida por "Se Você Está Aqui", com uma levada swingada das guitarras que acompanha os vocais de Nando, em mais uma letra simples. Destaque para o refrão, cantado com agressividade pelas vozes de Arnaldo, Branco e Nando, e para a participação do piano elétrico, lembrando The Doors em alguns momentos. 

A penúltima canção é "Eu Não Sei Fazer Música", com uma bela introdução de guitarra, bateria e baixo, onde Branco solta um urro fenomenal. A partir de então, ele canta agressivamente, em um ritmo muito bom, que vai socando a sua cara e você gosta ao mesmo tempo. As guitarras, o ritmo alucinante de Gavin, e claro, a interpretação despojada e raivosa de Branco, dão o tempero essencial para fazer dessa uma das minhas favoritas em Tudo ao Mesmo Tempo Agora, que encerra-se com a maluca “Uma Coisa de Cada Vez", canção que surgiu de um improviso nas gravações do LP, onde sobre as mudanças de acorde do órgão de Miklos, e a levada de baixo, wah-wah e bateria, Arnaldo entoa o nome da canção e do álbum alternadamente, sendo a prova final da AVAREZA do Titãs para com suas letras. 

A capa do álbum, feita por Fernando Zarifi, apresentava uma mistura de vísceras e imagens distintas, além das radiografias posadas de alguns membros do grupo estampada na capa interna. Apesar de ter vendido pouco menos de 150 mil cópias, Tudo ao Mesmo Tempo Agora foi considerado um fracasso comercial. Para piorar, a imprensa especializada caiu de pau no Titãs, e de forma fria (e por vezes desrespeitosa), criticou veemente o trabalho, e principalmente, as letras das canções. A escatologia de Tudo ao Mesmo Tempo Agora, genérica ao que havia sido idolatrada em Cabeça Dinossauro, era apedrejada com as duas mãos, recebendo a classificação de infantil, imaduro e fraco. A revista Bizz chegou a dizer que o grupo havia virado um dinossauro ultrapassado. Mas em questão de gosto pessoal, considero este o segundo melhor álbum do Titãs, perdendo apenas para seu sucessor.


Uma das últimas fotos como octeto
Apesar de todas as críticas, os paulistas seguiram de cabeça erguida. Sem dar bola para a imprensa (e esse era um dos objetivos, sair do foco), o grupo continuou suas apresentações pelo país, com destaque para o show na quarta edição do Hollywood Rock, em 1992, com duas apresentações: uma detonante somente com o octeto, e outra em uma jam session com o Paralamas do Sucesso, tida por muitos como um dos melhores shows já vistos no país. A linha thrash metal estava pronta para ser assumida de vez pelos paulistas. 

Mas, os resquícios de ter cometido um pecado como a AVAREZA começaram a surgir em dezembro de 1992, quando Arnaldo resolveu sair do grupo, alegando desentendimento musical. Na realidade, o que estava acontecendo é que o Titãs estava preparando-se para lançar o álbum mais pesado e controverso de sua carreira, Titanomaquia, o qual mergulhou profundamente no grunge que assolava o mundo no início da década de 90, principalmente pela colaboração com o produtor Jack Endino (responsável por lançar o Nirvana ao mundo, através do álbum Bleach, de 1986), e afastou ainda mais os fãs da era Go Back / Õ Blésq Blom. As influências no grupo suíço Celtic Frost brotavam em cada poro do vinil. Canções como “Estados Alterados da Mente” e “Dissertação do Papa Sobre o Crime Seguida de Orgia” são vistas (e ouvidas) pelos especialistas como pura inspiração nos suíços. 

Titanomaquia acabou tornando-se o álbum “ame ou odeie” do Titãs, mas não deixou de receber seu esculacho da imprensa, como escreveu André Barcinski à revista Bizz: “uma tentativa frustrada de ser grunge”. Também pesa (ao que consta em biografias não-autorizadas e sites dedicados ao gupo) que no período entre 1989 e 1993, quase todos (se não todos) os membros do Titãs estavam compondo sob forte influência de drogas, o que influenciou os mesmos a demonstrar esse lado mais agressivo nos álbuns Tudo ao Mesmo Tempo Agora e Titanomaquia

De qualquer forma, de uma hora para outra, o grupo resolveu voltar ao pop de fácil acesso, e fugiu totalmente da rota promissora que o esperava com ardência no heavy metal, que era a forte tendência de o grupo ir parar. Após um breve período de férias, onde Branco e Sérgio, junto da baterista Roberta Parisi, lançaram o álbum seminal Con El Mundo a Mis Pies (pelo grupo Kleiderman, em 1994), que mantinha a sonoridade dos dois últimos álbuns do Titãs até então, o grupo lançou Domingo (1995), voltando para o som mais simples dos tempos de Õ Blésq Blom

O disco que mudou o destino do Titãs

A partir de então, a maldição causada pelo pecado da AVAREZA começou a causar fatos que mudaram radicalmente a vida do Titãs. Primeiro, veio o convite (meio que forçado pelo sucesso do Paralamas do Sucesso em uma empreitada similar) para a gravação de Acústico MTV (1997), que colocou o grupo novamente nas paradas, mas por outro lado, desagradou toda a geração que havia sido construída com o lado pesado do grupo, já que claramente, o grupo havia encontrado dinheiro suficiente para largar o rock visceral e cru e partir para uma investida sem volta no pop para tocar em rádios. 

Depois, uma inesperada (e por que não indecente) participação do Titãs em um show do grupo de pagode Katinguelê (!), perdendo toda sua credibilidade ao cantarem a canção “Nem Cinco Minutos Guardados”, e em 1997, uma paticipação no especial de fim de ano do Roberto Carlos, cantando “Pra Dizer Adeus” e “É Preciso Saber Viver”, alavancaram as vendas de Acústico MTV, colocando o Titãs no topo das paradas nacionais, mas sem um pingo de respeito por parte de seus antigos fãs. 

Vieram ainda Volume Dois (1998), As Dez Mais (1999), trazendo apenas covers, e então, a triste e inacreditável morte de Marcelo Fromer. Para piorar, Nando Reis decidiu seguir em uma carreira solo de altos e baixos, mas principalmente, longe das luzes que encobriam o Titãs. E por fim, Miklos acabou virando ator global, e inclusive, participou de um show da dupla de sertanejo Chitãozinho e Xororó. 

Titãs 2012: Sérgio Britto, Paulo Miklos, Tony Bellotto e Branco Mello.
De um octeto agressivo para um quarteto sem sal
Vieram os terríveis A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana (2001) e Como Estão Vocês? (2001), além do quase impercebível Sacos Plásticos (2009), com músicas que os fãs mais radicais chamaram de “música de auto-ajuda”, como “Epitáfio” (A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana) e “Enquanto Houver Sol” (Como Estão Vocês?), bem como um álbum ao para a MTV e outro registrando uma apresentação ao lado do Paralamas do Sucesso, todos totalmente irrelevantes. A gota d’água foi a saída do baterista Charles Gavin no começo de 2010. 

As últimas notícias do grupo foram no último Rock in Rio, onde apresentaram-se (mais uma vez) ao lado do Paralamas do Sucesso. Para 2012, está previsto o lançamento de um novo álbum, além de uma turnê comemorando os 30 anos de carreira do grupo, trazendo como convidados Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin. 


Capa do VHS documentário sobre o LP

A queda vertiginosa do cavalo, que praticamente acabou com a reputação e a enorme legião de fãs que o Titãs teve na década de 80, sem sombra de dúvidas se deve ao fato revolucionário do lançamento de Tudo ao Mesmo Tempo Agora, e logo após, Titanomaquia

Incompreendido e fracassado, Tudo ao Mesmo Tempo Agora depois demonstrou ser um álbum à frente de seu tempo. Maria Bethânia regravou “Agora” no álbum Mar de Sophia (2006), enquanto Caetano Veloso confessou ter se inspirado no LP para gravar o disco  (2006). Para os curiosos, existe um documentário sobre a gravação do LP, dirigido por Lula Buarque de Holanda e Arthur Fontes e com roteiro de Cláudio Torres. Nele, podemos perceber como Britto ficou um pouco afastado durante as gravações, sendo que em algumas canções, ele apenas limita-se a observar seus colegas trabalhando.

O estrago foi feito, e o Titãs, acabou sendo mais um grupo a cometer um pecado capital que agravou severamente seu futuro, sem nenhuma chance de perdão. 

Próximo Pecado: A VAIDADE

2 comentários:

  1. Interessante seu post sobre a banda. Independente da opinião da "mídia especializada", sempre achei o álbum inovador, bem diferente da maioria das coisas que eram feitas pelas bandas brasileiras. Inclusive, foi gravado na mesma época de Nevermind, do Nirvana, o que mostra que não estavam "copiando" a moda grunge. Pelo menos nesse álbum.
    Depois de Titanomaquia, fiquei com uma grande expectativa sobre o que viria em seguida e o álbum seguinte, Domingo, acabou com as minhas esperanças em relação à banda.

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  2. Obrigado Higor. Concordo com você. Domingo acabou com todas as minhas expectativas em relação aos Titãs. Abraço e espero que curta o blog

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