sábado, 8 de agosto de 2020

Livro: ABBA - O Que Há Por Trás De Cada Canção [2012]



Que o ABBA é uma das maiores bandas da história do pop mundial isso ninguém discute. Lançamentos como Abba, Arrival, Album, Voulez-Vous e Super Trouper estouraram nas paradas do mundo inteiro, e fizeram de Aghneta, Anne-Frid, Björn e Benny a dupla de casal mais bem sucedida no mercado fonográfico em todos os tempos. Os suecos conquistaram os anos 70 com sucessos do porte de "Waterloo", "Dancing Queen", "S. O. S.", "Mamma Mia", "The Winner Takes It All", "Chiquitita", "Fernando" e por aí vai.


Essas e todas as outras canções que o quarteto gravou são narradas por Robert Scott em ABBA - O Que Há Por Trás De Cada Canção, lançado no Brasil em 2012 pela editora Lafonte. Com textos no The Guardian, Elle, e apresentação de programas na BBC e Sky News, Scott é um pseudônimo de Chris Roberts, especialista em música que já fez biografias para Lou Reed e Michael Jackson, mas que se destacou mesmo com Idol Worship, livro que foi aclamado pelo New York Times. O autor manja bastante de música, e isso transparece ao longo das 240 páginas de livro.

Afinal, ele entra de sola quando não aprecia uma composição ou melodia da banda, mas por outro lado, exalta todas as virtudes daquilo que lhe agrada. E isso acaba incomodando bastante na leitura de O Que Há Por Trás De Cada Canção. Ele se torna bastante pessoal, com Roberts implicando o tempo todo com as vozes masculinas, enaltecendo todas as virtudes sensuais de Agnetha e trazendo uma Anne-Frid que parece ser apenas um adorno do marido Benny do que realmente um membro fundamental na banda.


Bom, mas vamos ao livro. São 16 capítulos divididos em 240 páginas, incluindo Prefácio, Introdução, Cronologia, Discografia Básica, Bibliografia, Índice Analítico e Créditos de Fotografia, que aliás, são várias. O autor não se prende somente em analisar as canções, mas também vai fazendo um resgate da história da banda, além de um breve resumo da vida pessoal de cada membro do ABBA antes da banda. Assim, passamos pelos relacionamentos, glórias, fracassos, shows, gravações e muito mais de forma bastante tranquila, em uma leitura fácil, onde Roberts sempre dá seu pitaco, para o bem ou para o mal.

Assim ficamos sabendo que fora dos palcos, Agnetha e Anne-Frid quase nem conversavam. Que a primeira, uma musa sexual para todo o mundo, detestava as turnês, e preferia muito mais o lado materno, o que acabou levando a sua separação de Björn. Que os homens do quarteto eram fascinados por gravar um musical, o que só foi realizado de fato após o fim do ABBA. Que todos tinham uma carreira considerável antes do ABBA, fazendo sucesso principalmente no norte europeu. Que as participações no Eurovision ajudaram e muito a moldar a banda, entre outros diversos detalhes bastante curiosos para um fã não-iniciado na história dos suecos.


Essa parte do livro é boa, mas as análises das músicas, bom, aí é outra história. Roberts deixa transparecer que para ele, o que o ABBA fazia de bom era só a música disco. Elogia muito os sucessos "Dancing Queen", "Mamma Mia" e "Money Money Money", além de todas as faixas dançantes que o grupo fez. Mas por outro lado, critica veementemente os rocks da banda ("Watch Out", "Rock Me" ou "Rock 'n' Roll Band", por exemplo), a tentativa (em minha opinião bem sucedida) de fazer uma mini-ópera rock com The Girl With the Golden Hair, e claro, essa com bastante razão, detona as criações reggae de "Tropical Loveland" e "Sitting in the Palmtree", facilmente as piores músicas dos suecos. Roberts também não poupa letras tolas e infantis como "Bang-a-Boomeran", "Dum Dum Diddle", "Two For The Price of One" ou "Suzy-Hang Around", mas sabe reconhecer a grandiosidade de composições como "The Winner Takes It All" e "One of Us", duas das melhores letras que foram gravadas pela banda.

Enfim, para quem quer conhecer um pouco da história e das letras de uma das bandas mais importantes do mundo da música, ABBA - O Que Há Por De Trás De Cada Canção é um achado, ainda mais que ele está barato em diversas lojas do ramo. Mas, se você quer realmente se aprofundar na história dos suecos, então busque obras mais refinadas como A Biografia, de Carl Palm, que outro dia trarei por aqui

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