por Bruno Marise
Com André Kaminski, Davi Pascale, Diogo Bizotto, Mairon Machado e Ronaldo Rodrigues
Na terceira edição de nossa coluna especial dedicado aos músicos, resolvemos fugir um pouco do convencional quando se trata das listas e fizemos uma homenagem aos mestres das teclas. Apesar de no título nos referirmos aos “tecladistas”, demos também espaço para os inúmeros instrumentos do mesmo gênero que foram empregados no rock e na música popular, como órgãos, sintetizadores, clavinetes, pianos etc.
É importante lembrar que a classificação difere do habitual sistema de pontuação da Fórmula 1, devido ao maior número de nomes da lista (20 ao invés de 10), e por isso, criamos o nosso próprio esquema. Ressaltamos também, que o critério de escolha depende muito do gosto pessoal e conhecimento de cada participante da lista. Não temos a pretensão de eleger um apanhado definitivo de músicos, mas apenas gerar uma discussão bacana, como sempre acontece. Cada participante elegeu seus 30 músicos favoritos, e seguindo a tabela abaixo, fechamos a lista com os 20 mais votados.
1. Rick Wakeman (YES, Strawbs, Solo) (413 pontos)
Certamente, um dos primeiros nomes que nos vem à mente quando pensamos em tecladistas de rock. Considerado o mago dos teclados , além de ser um virtuose, sempre demonstrou uma preocupação com visual. Bastante influenciado pela música clássica, destacou-se ao lado do lendário grupo Yes, gravando álbuns clássicos comoFragile (1971) e Close To The Edge (1972). Também conseguiu chamar a atenção em alguns trabalhos solos como The Six Wives of Henry VIII, Journey To The Centre Of The Earth e The Myths And Legends of King Arthur And The Knights Of The Round Table. Como se não bastasse, chegou a atuar também como musico de estúdio, gravando para artistas do calibre de David Bowie, Elton John e até mesmo Black Sabbath. Influência direta para 10 entre 10 tecladistas que se preze. (Davi)
2. Jon Lord (Deep Purple, Whitesnake, Paice Ashton Lord, Solo) (360 pontos)
Quando se fala em teclado e rock, o nome que imediatamente vem à cabeça é de Jon Lord. O maestro do Deep Purple cresceu estudando piano clássico e foi um dos pioneiros na fusão entre música erudita e som pesado, um dos pilares do heavy metal. Popularizou o uso do Hammond – sua marca registrada – dentro do gênero, plugando-o nos amplificadores para deixar o instrumento tão alto e pesado quanto à guitarra. Apesar de sua bagagem erudita, Lord conseguiu empregar sua técnica de uma maneira que se destacasse mas sem soar exagerado ou virtuose demais, deixando o paredão sonoro do Deep Purple ainda mais vigoroso e lhe conferindo uma sonoridade única. Sua musicalidade é tão inspiradora que Lord tornou-se sem dúvida o membro mais importante de toda a história do Roxo Profundo. (Bruno)
3. Keith Emerson (Emerson, Lake & Palmer, The Nice) (280 pontos)
Ter sido laureado com a medalha de bronze em nossa lista não representa a posição mor que Keith Emerson deve ocupar em qualquer classificação, já que ele é, com distância folgada, o maior tecladista de música popular do século XX. Ele aproximou o erudito do popular de maneira perigosa, causando furor e excitação de ambos os lados. Dono de uma técnica barbarizante, prolífico compositor, misturou Dave Brubeck e Mussorgsky no imaginário daqueles jovens que chegaram a lotar estádios para ver seus “rock-concertos”. Pioneiro na parafernália, foi vanguarda até o último grau – composição, performance, sonoridade e equipamentos. Tudo em Keith Emerson era maximizado. O cara passava tanto tempo tocando que ganhou até uma tendinite. Só descansava pra escutar a cândida voz e o violão de seu parceiro, Greg Lake, ou as batucadas do frenético Carl Palmer. (Ronaldo)
Performance destacada: “Hoedown” (Emerson, Lake & Palmer, 1972)
4. Ken Hensley (Uriah Heep) (217 pontos)
É simplesmente impossível não se lembrar de seu Hammond na riquíssima sonoridade do Uriah Heep. Sem Hensley, o Uriah Heep não teria o reconhecimento que possui hoje. Seus teclados sempre transparecem uma energia fora do comum, tocando de maneira a encorpar e dar força aos outros instrumentos ao invés de apenas se resumir a efeitos sonoros ou atmosferas. O próprio Blackie Lawless do W.A.S.P. disse que Hensley foi o responsável por criar o manual do teclado para o Heavy Metal. E o Neguinho Fora da Lei tem toda razão ao afirmar isso. (André)
Performance destacada: “July Morning” (Ken Hensley & Live Fire, 2011)
5. Arnaldo Baptista (Os Mutantes, Patrulha do Espaço, Solo) (214 pontos)
Principal compositor da fase clássica d’Os Mutantes, Arnaldo é um virtuoso e apesar de se concentrar mais no piano, já experimentou com teclados, órgão, clavinete e sintetizadores Moog. Apesar do trabalho impecável nos quatro primeiros álbuns d’Os Mutantes, sua obra máxima sem dúvida é o maravilhoso e deslocado Lóki!?, onde Arnaldo passeia pelo rock progressivo, música erudita, psicodelia, rockabilly e até bossa nova. A música em destaque, que abre o LP, “Será Que eu Vou Virar Bolor?”, traz Arnaldo ao piano, e começa como uma balada tristíssima que desemboca em um rocão ala Jerry Lee Lewis, com o ex-Mutante espancando as teclas e descontando toda sua mágoa e frustração. (Bruno)
6. Richard Wright (Pink Floyd) (199 pontos)
Tanto se foi falado sobre este gênio que eu mesmo acho que vou soar redundante. Wright possui um senso de melodias tão belas e profundas que não poucas vezes se sobressaiu a Gilmour e Waters no Pink Floyd. Tanto na fase psicodélica dos primeiros discos quanto na fase progressiva dos seguintes, Wright representava a ligação entre a emoção de Gilmour ao cérebro de Waters. Sua melhor canção para mim é Summer ’68 onde tudo de melhor que Rick fez (piano, hammond e voz) transparece maravilhosamente. (André)
Performance destacada: “Breakthrough” (Richard Wright and David Gilmour, 2002)
Stevie Wonder integra um rol de músicos que está em um patamar superior dos demais. Sua genialidade e talento são tamanhos que chega a ser impressionante. No começo dos anos 70, Wonder já era uma estrela, gravava discos na Motown desde os 12 anos e era conhecido por sua voz doce e potente ao mesmo tempo e pelas baladas açucaradas, característica marcante do selo. Porém, o multiinstrumentista Wonder começou a experimentar com novas tecnologias como o piano elétrico Fender Rhodes, os sintetizadores T.O.N.T.O e ARP e principalmente o clavinete Hohner, que dava uma sonoridade bem mais funkeada às composições. Essa fase mais experimental do músico é também a sua melhor, compreendendo o período de 72 a 76. (Bruno)
8. Tony Banks (Genesis) (191 pontos)
Embora Tony Banks não fosse um musico exibicionista (nem no sentido de performer, nem nos arranjos), é considerado peça fundamental na construção da sonoridade clássica do Genesis. Não apenas por ser o tecladista, mas também por ter criado boa parte das melodias que o conjunto executava. Estudou piano clássico e aprendeu guitarra de maneira auto-didata. Foi influenciado tanto pela musica pop dos anos 60, quanto, principalmente, pela música clássica. Chegou a gravar alguns álbuns solos e a compor trilhas para filmes, mas sua marca é mesmo o trabalho que realizou ao lado do grupo de prog britânico. Trabalho que ainda é referência dentro do gênero. (Davi)
9. Kerry Minnear (Gentle Giant) (150 pontos) *
Com uma formação mais do que clássica, em uma das principais escolas do Reino Unido, a Royal Academy of Music, Minnear foi o responsável por consolidar o som progressivo e inovador do Gentle Giant. Sua habilidade com os teclados é sobrenatural. A capacidade de tocar escalas intrincadas com uma velocidade ímpar no clavinet, enquanto faz uma base inversa e também intrincadíssima no moog ou no órgão, é um dom que poucos músicos tem, e Minnear acaba tendo de sobra. Além disso, suas composições e arranjos são exemplos de como criar músicas belíssimas com muita sofisticação e sem soar insosso. Para finalizar, Minnear também é um perito no vibrafone, violoncelo, percussão, marimba e flautas, além de um excelente vocalista. Um músico completo! (Mairon)
Performance destacada: “The Runaway/Experience” (Gentle Giant, 1974)
10. Duke Ellington (150 pontos) *
Fico muito feliz de ver Ellington nessa lista final. Apesar de nunca ter tocado oficialmente qualquer teclado elétrico, Ellington foi um pianista de mão-cheia. Durante os sessenta anos de sua carreira, Ellington foi um dos responsáveis por popularizar o jazz entre os brancos, e isso foi feito não somente conduzindo incrivelmente sua maravilhosa Big-Band, mas tocando com uma habilidade ímpar seu piano de cauda. Com um sorriso humilde, os olhos inchados e uma serenidade sempre estampada em sua face, Ellington criou canções que logo tornaram-se clássicos populares, principalmente com a perfeita parceria de Billy Strayhorn. Assim nasceram “Caravan”, “Take the -A- Train”, “Mood Indigo”, “In A Sentimental Mood” e tantos outros clássicos. Suas longas suítes registradas nos anos 50, 60 e 70, serviram de inspirações para diversos grupos do rock progressivo, que beberam das infinitas fontes de genialidade de um maestro fantástico, com uma mão esquerda capaz de sacudir estruturas com bases fortes, e uma mão direita que era um instrumento a parte de seu corpo, solando com facilidade peças intrincadas para qualquer grande tecladista, ou então, transformando peças sacras em milagrosas obras geradoras de lágrimas, tamanha delicadeza transmitida por suas mãos. Revelador de nomes fundamentais para a música como o baterista Louie Bellson, ou o saxofonista Paul Gonsalves, Ellington também tem em seu currículo parcerias memoráveis com John Coltrane, Count Basie e Ella Fitzgerald, só para citar alguns. Não há um grande tecladista que não reverencie o Duque como um dos grandes músicos da história, que a Consultoria sabiamente o homenageou nessa lista de Melhores de Todos os Tempos. (Mairon)
11. Herbie Hancock (135 pontos)
Um prodígio do piano jazz, que muito jovem foi jogado aos leões para tocar no Miles Davis Quintet. Essa experiência forjou o caráter musical de Herbie Hancock, um às do free jazz e do jazz modal. Seu estilo é intenso e extremamente musical, com uma inteligência harmônica acima da média. Assim como outros de sua geração, fez a transição para o som elétrico e experimentou todo o tipo de novidade de equipamento, no qual também, pasmem, se tornou mestre novamente. Do piano acústico para o Fender Rhodes, Clavinet e sintetizadores Arp, Herbie marcava golaço até jogando na zaga. (Ronaldo)
Performance destacada: “Shekere & Chameleon“ (Herbie Hancock & The Headhunters, 1974)
12. Jonathan Cain (Journey) (130 pontos)
Eu diria que Jonathan Cain foi o tecladista que definiu o AOR em suas mais marcantes características, influenciando dezenas de bandas com seus toques fáceis e de melodia simples, porém marcantes. O Journey conseguiu seu estouro nas rádios graças em grande parte a atmosfera viajante de sua sonoridade, com seus teclados transparecendo a alegria e a liberdade do ser humano. O que falar da lindíssima introdução de piano de “Don’t Stop Believin’”? É simplesmente um prazer aos ouvidos ouvir estes sons marcantes típicos dos anos 1980 marcados por seu piano, teclados e sintetizadores. (André)
Performance destacada: “Don’t Stop Believin’” (Journey, 2005)
13. Ray Manzarek (The Doors) (128 pontos)
Além dos vocais inconfundíveis de Jim Morrison, outra marca registrada do The Doors eram os teclados de Ray Manzarek. Extremamente criativo, tinha uma habilidade invejável. O rapaz fazia a linha de baixo em uma mão através de um Fender Rhodes Piano Bass, enquanto fazia o teclado na outra. Era capaz de segurar improvisos pelo tempo que fosse necessário. Muitas vezes, seu teclado era a tônica da canção como acontece no clássico “Light My Fire” ou em “Riders On The Storm”, por exemplo. Influenciado por música clássica, jazz, r&b e cabaret, criou um estilo único e ainda é referência para qualquer jovem que se arrisque no mundo dos teclados. (Davi)
Performance destacada: “Light My Fire“ (The Doors, 1968)
14. Donald Fagen (Steely Dan, Solo) (126 pontos)
O Steely Dan celebrizou-se pelo extremo perfeccionismo em estúdio, a ponto de abandonar as turnês ainda em meados dos anos 1970 e concentrar seus esforços na lapidação de seus discos, convocando quantos músicos fossem necessários para tocar aquilo que a dupla Donald Fagen e Walter Becker achasse mais adequado a satisfazer suas elevadas exigências. Quando se tratava das teclas, porém, Fagen continuou assumindo grande parte da responsabilidade, especialmente com seus pianos Wurlitzer e Fender Rhodes, mas também adaptando-se aos sintetizadores. Desde muito jovem Fagen demonstrou interesse na música negra norte-americana, consumindo avidamente álbuns de artistas como Charles Mingus, Miles Davis e Thelonious Monk. Essa influência teria importância gigantesca no estilo de tocar e compor do músico, que aprendeu a amar o jazz, mas também se aventurava pelo blues e pelo rhythm ‘n’ blues, elementos essenciais na musicalidade do Steely Dan. Dono de um ataque às teclas bastante peculiar e de um fraseado riquíssimo, além de ser um subestimado vocalista, Fagen é um raro gênio a serviço da música pop, destacando-se como solista, mas, principalmente, como o fio condutor das canções do Steely Dan. (Diogo)
15. Jens Johanson (Stratovarius, Yngie Malmsteen’s Rising Force, Dio, Solo) (124 pontos)
O heavy metal não é conhecido exatamente por ser um gênero aberto a teclados em profusão. Apesar de alguns subestilos terem alçado o instrumento a uma posição de protagonismo, na maioria dos casos as teclas são deixadas em segundo plano, e seus responsáveis, relegados à posição de membros não oficiais. Um dos principais responsáveis por angariar respeito aos tecladistas no meio heavy metal e impor sua capacidade frente aos outros instrumentos é o sueco Jens Johansson. Filho de um pianista de jazz, fã de compositores eruditos como Bach e Stravinsky e influenciado por roqueiros como Jon Lord, Eddie Jobson e, especialmente, Don Airey, Jens apareceu internacionalmente em meados dos anos 1980 como integrante da Rising Force, banda de apoio ao guitarrista e seu conterrâneo Yngwie Malmsteen. Seu grande diferencial à época era o fato de ser um solista, duelando em pé de igualdade com o “patrão”, de maneira análoga à que Jon Lord fazia com Ritchie Blackmore no Deep Purple ‒ ouçam a faixa-título do álbum álbum Rising Force (1989) e compreendam. Desde sua saída da Rising Force, Jens mostrou o talento de seus dedos velozes em discos solos e ao lado de diversos artistas, mas foi no grupo finlandês de power metal Stratovarius que o músico encontrou porto seguro, fazendo parte de suas fileiras há quase 20 anos. Na banda, o sueco encontrou o veículo perfeito para colocar em prática suas linhas técnicas e eruditamente influenciadas, ajudando a propulsionar essa rapidíssima locomotiva sonora. São tantas performances impressionantes que ficou difícil escolher apenas uma para representar o talento de Jens, que, ao contrário de tantos outros, não precisa de um set gigantesco de teclados para impressionar os ouvintes. (Diogo)
Performance destacada: “Stratofortress” (Stratovarius, 2003)
16. Gregg Rolie (Santana, Journey) (122 pontos)
Greg fez tanta miséria com o grupo Santana, que tinha momentos em que o som do seu Hammond e sua voz rouca e cansada carregavam o grupo nas costas. O som de seu teclado era peça-chave naquele balanço irresistível dos primeiros anos do grupo (e que depois foi se convertendo numa ego-trip espiritual-sonora), com intervenções certeiras (não necessariamente virtuosas) mas dando a música um pouco mais do que ela precisava para ser apenas ok. Depois, partiu para dominar maçicamente as FM do mundo com o Journey (apesar de não ter participado do maior filão de seu sucesso no início dos anos 80). Ali seu estilo se modificou duas vezes – na primeira fase, uma abordagem mais jazz-rock, em que se aproximou de uma faceta de multi-tecladista e depois, trabalhando mais como um bom arranjador dentro do estilo “adulto” que o grupo foi adotando. Ali os teclados não tinham tanto destaques em solos, mas suas grandes capacidades trabalharam mais a favor da música do que do instrumento (teclado) em si. (Ronaldo)
17. Don Airey (Black Sabbath, Whitesnake, Rainbow, Ozzy Osbourne) (120 pontos)
A extensa lista de colaborações ao longo da carreira de Don Airey é um verdadeiro “quem é quem” do rock pesado britânico: Black Sabbath, Rainbow, Ozzy Osbourne, Whitesnake, Jethro Tull, Judas Priest, Wishbone Ash… Todos esses e muitos outros contaram com o talento de Airey em estúdio e/ou ao vivo. Isso sem falar em sua longa parceria com o falecido guitarrista norte-irlandês Gary Moore, com quem registrou seis álbuns de estúdio, e naquela que talvez seja sua maior conquista: substituir o insubstituível Jon Lord no Deep Purple, posição que ocupa há mais de 12 anos. Apesar de ser eruditamente treinado, Airey sempre fez jus às formações pelas quais passou, encaixando linhas que mostram espírito roqueiro e contribuem positivamente para os mais de 280 discos que contam com sua assinatura ‒ dados do próprio músico. Usuário de um grande setup, que inclui diferentes tipos de teclados e órgãos, como o Hammond A100, Airey utilizou uma combinação de equipamentos ‒ entre eles o Yamaha CS80 ‒ para extrair o som daquela que certamente é uma das introduções mais emblemáticas de uma canção na história do heavy metal: “Mr. Crowley”, de Ozzy Osbourne, provavelmente sua mais lembrada criação. (Diogo)
Performance destacada: “Mr Crowley” (Ozzy Osbourne, 1980)
18. Tuomas Holopainen (Nightwish) (112 pontos)
Meu tecladista favorito de todos os tempos. O cara que criou a minha banda favorita de todos os tempos. E toca os meus teclados favoritos de todos os tempos. Tuomas atualmente manda na música finlandesa. Em minha opinião, o tecladista criou as atmosferas mais lindas do Heavy Metal e tudo o que o Metal Sinfônico é hoje deve-se a ele. Influenciado por trilhas sonoras, o finlandês faz questão de criar melodias diferenciadas nos teclados do Nightwish. Ele sabe perfeitamente como fantasiar, emocionar, entristecer e alegrar. O Nightwish não precisa tocar com uma orquestra porque Tuomas consegue criar uma inteira ao toque de seus dedos. (André)
19. Mike Pinder (The Moody Blues) (102 pontos)
Mike Pinder pode não estar entre os músicos mais técnicos que ilustram esta edição da série. Pouquíssimos, porém, ostentam tão grande pioneirismo quanto o tecladista que ganhou o mundo como uma das principais forças criativas do The Moody Blues e foi um dos grandes responsáveis pela popularização daquele que é meu teclado favorito: o mellotron. Tendo trabalhado na companhia responsável pela montagem do equipamento, Pinder empolgou-se com as possibilidades do instrumento, tido por ele como “minha própria orquestra”. Além de tê-lo adotado em todos os álbuns ao lado do The Moody Blues a partir do clássico Days of Future Passed (1967), o músico também o apresentou a John Lennon, que o usaria pela primeira vez na canção dos Beatles “Strawberry Fields Forever”, mais um grande passo para a divulgação do mellotron, que se tornaria quase indispensável no então incipiente rock progressivo. Mais que tudo isso, Pinder sempre demonstrou um bom gosto invejável em seus arranjos, uma das principais marcas registradas da banda, que nunca mais soaria tão interessante após sua saída, em 1978. Vale lembrar que o artista não limitou seu talento ao mellotron: além de ser um ótimo vocalista, Pinder também executava com maestria piano, sintetizador moog, cravo e outros tipos de teclados, além do chamberlin, um “parente” do mellotron. (Diogo)
Performance destacada: “My Song” (The Moody Blues, 1971)
20. Hugh Banton (Van Der Graaf Generator) (100 pontos)
A forma como o tecladista Hugh Banton começou a me conquistar foi bem devagar. Ouvir os discos do Van der Graaf Generator e entender a complexa construção harmônica que exala dos dedos de Banton ao tocar as teclas de seu instrumento não é tão simples, e foi lendo sobre sua carreira, bem como vendo vídeos dele em ação tanto na década de 70 quanto agora, nos anos 2000, que me assombrei com o seu estilo musical. Baixinho, Banton transforma-se em um gigante, fazendo uma base maluca do moog com uma das mãos enquanto sola no Hammond com a outra, ou ainda quando cria uma complicadíssima base no pedalboard (instrumento tocado com os pés) enquanto trava duelos assustadores dele com ele mesmo em instrumentos diferentes como os citados (ou outros que ele domina naturalmente) ao mesmo tempo. A mente de Banton certamente usa mais dos 5% que um sujeito normal usa, pois além de tocar muito, o cara desmontou todo seu instrumento só para ver como ele funcionava, e não satisfeito, adicionou fontes, geradores e efeitos que tornaram-se únicos no rock progressivo. Ele não é virtuoso como Keith Emerson, não é veloz como Rick Wakeman e tão pouco técnico como Kerry Minnear, mas a capacidade de levar suítes praticamente sozinho, acompanhado apenas pela percussão de Guy Evans e deixando Peter Hammill à vontade para cantar, faz de Banton hoje para esse que vos escreve o maior tecladista de todos os tempos, algo que dia após dia aumenta ainda mais sua vantagem diante do segundo. (Mairon)
Performance destacada: “Childlike Faith, in Childhood’s End“ (Van Der Graaf Generator, 2010)
* Kerry Minnear e Duke Ellington tiveram o mesmo número de pontos, e Minnear ficou na frente por ter tido mais citações.
Listas Individuais
André Kaminski
- Tuomas Holopainen
- Richard Wright
- Rick Wakeman
- Ken Hensley
- Robert John Godfrey
- Jonathan Cain
- Oliver Palotai
- Jon Lord
- Jens Johansson
- Luiz Schiavon
- Ralf Hütter
- Vangelis
- Keith Emerson
- Geddy Lee
- Arnaldo Baptista
- Don Airey
- Geoff Downes
- Jim Corr
- Freddie Mercury
- Janne Warman
- Elisa Wiermann
- Marcus Viana
- Jordan Rudess
- Anne Nurmi
- Chris Lowe
- Tomas Bodin
- Mike Pinder
- Paul Raymond
- Patrick Moraz
- Harry Oellers
Bruno Marise
- Stevie Wonder
- Arnaldo Baptista
- Jon Lord
- Rod Argent
- Ken Hensley
- Duke Ellington
- Herbie Hancock
- Elton John
- Nick Cave
- Donald Fagen
- Mickey Lee Soule
- Thijs Van Leer
- Tony Banks
- Bernard Summer
- Christian “Flake” Lorenz
- Ray Manzarek
- Thelonious Monk
- Ian Mclagan
- Matthew Fisher
- David Sancious
- Gregg Rolie
- Don Airey
- Trent Reznor
- Rick Wakeman
- Freddie Mercury
- David Bowie
- Jerry Lee Lewis
- Jimmy Smith
- Ray Charles
- Geddy Lee
Davi Pascale
- Rick Wakeman
- Jon Lord
- Ray Manzarek
- Nicky Hopkins
- Stevie Wonder
- Billy Preston
- Tony Banks
- Matthew Fisher
- Elton John
- Ray Charles
- Rick Wright
- Steve Winwood
- Jerry Lee Lewis
- Kevin Moore
- Jens Johansson
- Geoff Nichols
- Don Airey
- Derek Sherinian
- Arnaldo Baptista
- Billy Joel
- David Bryan
- Guilherme Arantes
- Jonathan Cain
- Jordan Rudess
- Fabio Laguna
- Billy Powell
- Tuomas Holopainen
- Jon Oliva
- Mic Michaeli
- Luiz Schiavon
Diogo Bizotto
- Keith Emerson
- Mike Pinder
- Donald Fagen
- Rick Wakeman
- Richard Wright
- Jon Lord
- Nick Rhodes
- Jonathan Cain
- Gregg Rolie
- Garth Hudson
- Kerry Minnear
- Ken Hensley
- Jens Johansson
- Jim Peterik
- David Sancious
- Roy Bittan
- Stevie Wonder
- David Paich
- Steve Porcaro
- Alan Wilder
- Vince Clarke
- Tony Banks
- Don Airey
- Patrick Moraz
- Geoffrey Downes
- Tony MacAlpine
- Robert Lamm
- Steve Walsh
- Claudio Simonetti
- Dennis DeYoung
Mairon Machado
- Hugh Banton
- Duke Ellington
- Kerry Minnear
- Josef Skrzek
- Keith Jarrett
- Arnaldo Baptista
- Rick Wakeman
- Joe Zawinul
- Jon Camp
- Michel Petrucciani
- Mark Stein
- Thelonius Monk
- Keith Emerson
- Tony Banks
- Flavio Venturini
- Vincent Crane
- Jurgen Fritz
- Jan Hammer
- John Paul Jones
- Nicky Hopkins
- Irmin Schmidt
- Rick Davies
- Jon Lord
- Thijs Van Leer
- Falk Rogner
- Ray Manzarek
- Ken Hensley
- Alice Coltrane
- Gregg Rolie
- Cesar Camargo Mariano
Ronaldo Rodrigues
- Keith Emerson
- Rick Wakeman
- Herbie Hancock
- Jimmy Smith
- Dave Stewart
- Jon Lord
- Vincent Crane
- Brian Auger
- Chick Corea
- Vangelis
- Patrick Moraz
- Greg Rollie
- Rick Van der Linden
- Jan Hammer
- Tony Banks
- Manito
- Mike Ratledge
- Larry Young
- Ken Hensley
- Kerry Minear
- Jurgen Fritz
- Elias Mizhrai
- Tim Blake
- Mike Oldfield
- Dave Greenslade
- Keith Jarret
- Don Airey
- Luiz Paulo Simas
- Rod Argent
- Edgar Froese
A briga é boa!
ResponderExcluirPior Felipe. Qual sua lista? Abraços
ResponderExcluirJEAN-MICHEL JARRE
ResponderExcluirBoa lembrança
ResponderExcluirEu acompanho muito vocês e as suas listas. Eu sou o maior fã do Ronaldo Rodrigues.
ResponderExcluirTemos um gosto bem parecido.
Porém eu fico intrigado pelo fato do Ronaldo não curtir Uriah Heep, tão pouco o seu brilhante tecladista Ken Hensley.
Top 4 geral está perfeito
Olá meu caro Schmidt. Obrigado pelo comentário
ExcluirDê uma olhada nessa matéria. Talvez você mude a opinião
https://www.consultoriadorock.com/2012/11/02/cinco-discos-para-conhecer-o-hammond-no/
Abraços
Universo de talentos em teclas, cada um com sua característica alcançando o top da matemática em musica.
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentário Adriano. Abraços
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