sábado, 29 de dezembro de 2012

U2 - 360° at the Rose Bowl (DELUXE EDITION) [2010]




Em 2009, o grupo irlandês U2 lançou No Line on the Horizon, e para divulgar seu décimo segundo álbum, saiu em turnê mundo afora com a 360° Tour, uma das mais audaciosas propostas de shows já feitas por um grupo.

Desde 1997, quando excursionou com Popmart, o U2 havia abandonado as grandes produções nos Estados Unidos, deixando-as apenas para países como o Brasil, Argentina e leste europeu. Pois na 360° Tour, o quarteto liderado por Bono Vox resolveu voltar aos Estados Unidos não para tocar em ginásios ou teatros, mas em estádios, com uma superprodução que rodou o planeta, e teve o show do dia 25 de outubro de 2009 registrado nesse belo DVD.

Apesar de meus álbuns favoritos do U2 (Zooropa e Pop) terem ficado de fora do DVD, 360° at the Rose Bowl é especialíssimo para qualquer fã dos irlandeses.

"When the Streets Have No Name"


É largar o DVD no play que já temos a imagem de uma nave espacial viajando pelo universo. Um determinado ser fala algumas palavras, e somos levados para o Rose Bowl em Los Angeles, tomado por dezenas de milhares de pessoas e com o gigantesco palco ocupando boa parte do gramado do estádio, um dos maiores do mundo.


Com a entrada de Bono, Larry Mullen Jr., The Edge e Adam Clayton pelo meio da multidão, começa o show com a pancada "Get on Your Boots", seguida por "Magnificent", duas pérolas de No Line on the Horizon, que até a presente data, constitui o último lançamento oficial de estúdio feito pelos irlandeses. Em "Magnificent", antes de começar a cantar, Bono homenageia algumas cidades, entre elas, a Terra da Garoa, São Paulo.

"I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight"

Aos poucos, Bono, Clayton e The Edge começam a passear pelo palco, assustadoramente grande. A altura do palco é de cincoenta metros, com suas quatro pernas apoiando um telão circular imenso, que mostra em detalhes tudo o que acontece no palco. Até Larry Mullen passeia por ele, tocando tambor em "I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight", a qual ganhou uma versão bem dançante, relembrando os anos 90 do U2.

"Mysterious Ways" é a primeira canção mais antiga a ser apresentada, e é incrível como as imagens captam a enorme quantidade de câmeras fotográficas no estádio, na maldita inclusão digital que assola não só o Brasil, mas todo o planeta.


"Stuck in a Moment You Can't Get Out Of"

Em "Beautiful Day", vemos Bono sentado nas escadas que levam do centro do palco para a parte externa do mesmo, enquanto as escadas movem-se em círculo, e em "I Still Haven't Found What I'm Looking For", com a apresentação individual de cada membro da banda feita por Bono, temos o primeiro momento de emoção do DVD, com todo o estádio cantando as frases iniciais da canção, e levando nas costas "Stand By Me" (Ben E. King), arrancando arrepios pelo corpo de quem vê e ouve esse espetáculo.

Diversos são os momentos emocionantes: a versão acústica de "Stuck in a Moment You Can't Get Out Of", apenas com The Edge ao violão e Bono soltando sua voz, justificando sua presença nas listas de melhores performers de todos os tempos, bem como a plateia iluminada por uma bela luz vermelha; a participação especial do astronauta belga Frank DeWinne, direto da Estação Espacial Internacional, entoando parte da letra de "In A Little While", Bono e The Edge desafiando-se e tentando unir as mãos em "Until the End of the World", com o palco móvel aproximando-os muito perto, mas não o suficiente para ambos se tocarem.

O telão formando um cone

Em "The Unforgettable Fire", o telão desmancha-se sobre a cabeça dos músicos, virando um imenso cone iluminado, em uma tecnologia impressionante. Já em "Ultraviolet (Light My Way)", uma gigantesca nave espacial pousa no centro do Rose Bowl (simulada no telão do palco), e Bono surge com uma roupa repleta de lasers, segurando um microfone em forma de volante e também impregnado de lasers, criando um efeito muito interessante.

A sequência com "Sunday Bloody Sunday", com Bono ajoelhado, agarrado a uma bandeira do Reino Unido, jogada ao palco, a homenagem para Aung San Suu Kyi em "MLK" e as crianças subindo ao palco com a máscara desta Birmânesa (que viveu em prisão domiciliar em seu país  por mais de vinte anos, sendo libertada em novembro de 2010) durante "Walk On" são os momentos mais comoventes do espetáculo, que não para por aí.

Desmond Tutu, em "One"

Outro belo momento vem nas palavras do arcebispo africano Desmond Tutu antes de "One", falando sobre a ajuda internacional na cura de doenças como AIDS e Malária em seu país, através da One Campaign, mostrando o lado social que o U2 vem pregando nos últimos anos.

Clássicos como "Where the Streets Have No Name", "With or Without You" e "Vertigo" misturam-se  a canções recentes, mas de mesmo porte, como "No Line on the Horizon", "The City of Blinding Lights", "Unknown Caller", "Elevation" e "Moment of Surrencer" (essa com um spetacular efeito criado pelos celulares ligados e reproduzidos no telão), totalizando vinte e três canções apresentadas em pouco mais de duas horas de duração de um belo DVD, que não termina por aí, já que a edição DELUXE conta com um DVD bônus, no qual o fã encontra diversos mimos especiais.

"Ultraviolet (Light of Way)"

Temos um material exclusivo para computador, com fotos da turnê feitas por The Edge, Protetores de tela, papel de parede e weblinks, um documentário chamado Squaring the Circle: Creating U2360°, mostrando todos os detalhes da construção do palco, os gastos, as ideias e projetos feitos para o mesmo, uma versão de "Breathe", ao vivo no mesmo show registrado no DVD1, a construção e desmanche do palco para a apresentação de Berlin, no formato Time-Lapse, entrevistas com os membros da banda pouco antes de estreiarem a turnê em Barcelona, e mais alguns momentos do show realizado na noite de abertura da perna americana, em Chicago.

Complementam o DVD dois diversos clipes da turnê por diferentes países (destacando a apresentação na Irlanda), os clipes oficiais de "Get on Your Boots", "Magnificent", "I'll Go Crazy If I don't Go Crazy Tonight", a versão ao vivo de "I'll Go Crazy If I don't Go Crazy Tonight", gravada em Barcelona, e o Making of dos clipes de "Magnificent e "Get on Your Boots".

Homenagem a Aung San Suu Kyi, em "Walk On"

Em tempo, um pequeno livreto com vinte e três páginas está inserido na capa interna do DVD, com fotos retiradas da apresentação no Rose Bowl.

Um DVD essencial, assim como Rattle and Hum (1988) e Live at Red Rocks: Under a Blood Red Sky (1984), e que em pouco mais de quatro horas, mostra o U2 como há muito não víamos em cima de um palco, com respeito ao fã e recheado de tecnologia. 

Track list 

DVD 1

1. Get on Your Boots
2. Magnificent
3. Mysterious Ways
4. Beautiful Day
5. I Still Haven't Found What I'm Looking For
6. Stuck in a Moment You Can't Get Out Of
7. No Line on the Horizon
8. Elevation
9. In a Little While
10. Unknown Caller
11. Until the End of the World
12. The Unforgettable Fire
13. City of Blinding Lights
14. Vertigo
15. I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight
16. Sunday Bloody Sunday
17. MLK
18. Walk On
19. One
20. Where the Streets Have No Name
21. Ultraviolet (Light My Way)
22. With or Without You
23. Moment of Surrender


DVD 2 (EXTRAS)

1 - Squaring the Circle: Creating U2360º - A Documentary
2 - U2360º Tour Clips"
3 - Breathe (Live at the Rose Bowl)
4 - Berlim Time-Lapse Video
5 - European Tour Opening - Barcelona
6 - North America Tour Opening - Chicago
7 - Videos: "Get on Your Boots", "Magnificent", "I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight", "I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight" (Live at Barcelona)
8 - The Making of "Get on Your Boots" Video
9 - The Making of "Magnificent" Video
10 - Rom Content: Edge's Tour Photo Gallery, Screensavers, Desktop Wallpapers, Weblinks

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Cinco Discos Para Conhecer Keith Relf


Um injustiçado. Assim podemos definir Keith Relf. Afinal, ele foi um dos fundadores de duas das maiores bandas do rock mundial, e foi responsável pela criação de um gigante dos anos 70, o Led Zeppelin. Do blues ao progressivo, passando pelo hard setentista, psicodelia, soul e tantos outros estilos, Keith teve uma carreira escondida por detrás de seus famosos ex-companheiros de Yardbirds (Eric Clapton, Jeff Beck e Jimmy Page), mas deixou, em sua breve carreira musical, discos fantásticos e merecedores de audições intermináveis. Esses são apenas cinco de diversos discos para conhecer um genial músico

Yardbirds - For Your Love [1965]

O primeiro disco de estúdio do Yardbirds é uma coletânea de singles lançados apenas nos Estados Unidos e outros lançados na Europa. Na época, o grupo estava sofrendo uma transição nas guitarras, com Jeff Beck substituindo Eric Clapton, mas o blues-pop do grupo já estava sacramentado. A maioria das canções são versões dançantes para clássicos de outros artistas, como "For Your Love", "I'm Not Talking", "I Ain't Got You" e "A Certain Girl", nas quais Keith além de cantar muito, solta o fôlego em passagens da harmônica que marcaram época. Keith ainda cômpos a obra-prima "I ain't Done Wrong", além de ajudar nas experimentações de "Sweet Music". O maior sucesso do LP ficou por conta da bonitinha "Good Morning Little Scholgirl", famosa por ser o primeiro hit da carreira de Clapton. O Yardbirds ainda se formava como banda, mas apesar de jovens, o potencial criativo e bluseiro dos cinco meninos é essencial em qualquer sala de boa música.

Keith Relf (vocals, harmônica), Eric Clapton (guitarras), Chris Dreja (guitarras), Paul Samwll-Smith (baixo, vocais), Jim McCarty (bateria), Jeff Beck (guitarra em 2, 6 e 11).

Participações especiais


Brian Auger (harpsichord em 1)
Denny Pierce (bongos em 1)
Ron Prentice (baixo acústico em 1)
Giorgio Gomelsky (backing vocals em 8)
John Paul Jones (backing vocals em 9)
Manfred Mann (teclados em 9)
Mike Hugg (vibes em 9)
Tom McGuinness (guitarra em 9)
Mike Vickers (guitarra em 9)


1. For Your Love
2. I'm Not Talking
3. Putty in Your Hands
4. I Ain't Got You
5. Got to Hurry
6. I ain't done Wrong
7. I Wish You Would
8. A Certain Girl
9. Sweet Music
10. Good Morning Little Schoolgirl
11. My Girl Sloopy

Yardbirds - Little Games [1967]

Alguns podem pensar: "Mas como Roger: The Engineer não está nessa lista?". Acabo excluindo essa discaço por que ele é muito mais importante para a carreira de Jeff Beck, e não de Keith Relf. Mas em Little Games, Relf mostra toda sua genialidade. O Yardbirds muda de estilo, assume o psicodelismo e lança talvez (polêmica) o melhor disco de 1967. Com a entrada de Jimmy Page nas guitarras, a lisergia rola solta, e as experimentações ampliam-se como formigas em um formigueiro. O agito da faixa-título é um aparte, pois o que predomina é a psicodelia alucinógena, como em "Smile On Me" e "Glimpses". O bluesão "Drinking Muddy Water" é desconcertante pela pegada de todos os membros. Muitos conhecem "White Summer", a faixa solo de Page que ele apresentava nos shows do Led Zeppelin, mas Little Games não é exclusivo de Page. Com apenas dois covers ("Little Games" e "No Excess Baggage"), o maior destaque fica para uma canção exclusiva de Relf, a linda "Only the Black Rose", indicando os rumos progressivos que ele iria tomar dois anos depois.

Keith Relf (vocals, harmônica, percussão), Jimmy Page (guitarras), Chris Dreja (baixo), Jim McCarty (bateria, backing vocals)

Participações Especiais

Nicky Hopkins (teclados)
Clem Cattini (bateria)
John Paul Jones (baixo e violoncelo em 1)

1. Little Games
2. Smile On Me
3. White Summer
4. Tinker, Tailor, Soldier, Sailor
5. Glimpses
6. Drinking Muddy Water
7. No Excess Baggage
8. Stealing Stealing
9. Only the Black Rose
10. Little Soldier Boy

Renaissance - Renaissance [1969]

Fugindo do pop beat, e também da psicodelia apresentada no Yardbirds, Relf funda o Renaissance. Misturando música erudita com rock, agregou na banda sua irmã, Jane Relf, o ex-colega Jim McCarthy e os ótimos Louis Cennamo e John Hawken, e criou um novo estilo dentro do rock progressivo, parindo umas das melhores criações no estilo. E Relf também muda seu estilo de cantar, como em "Innocence", na qual piano, baixo e bateria fazem uma base densa e envolvente. Além disso, o vocalista demonstra talento na guitarra, fazendo interessantes passagens em "Island" e na própria "Innocence". "Wanderer" possui uma belíssima sessão instrumental, e é a principal canção de Jane no álbum. A espetacular "Kings & Queens", com piano e baixo fazendo a base para os vocais de Relf, é a melhor amostra do som que o Renaissance consagrou com Annie Haslam nos vocais, com uma cadência singela e emocionante. E os delírios de "Bullet", com Relf sugando a harmônica como nos velhos tempos de Yardbirds, complementam um álbum importantíssimo para o rock progressivo. 


Keith Relf (vocals, guitarra, harmônica), Jim McCarty (bateria, vocals), John Hawken (piano, harpsichord), Louis Cennamo (baixo), Jane Relf (vocals, percussão)

1. Kings and Queens
2. Innocence
3. Island
4. Wanderer
5. Bullet"

Medicine Head - Dark Side of the Moon [1972]

Brigas internas, mudanças na formação, a Renaissance seguiu seus rumos, e Relf tocou seu barco. Depois de uma tentativa frustrada de seguir carreira solo, e de mergulhar como produtor de discos (destacando o álbum Magical Love, do grupo Saturnalia, o primeiro a ser lançado com um picture disc em 3D), Relf foi convidado para fazer as linhas de baixo do Medicinhe Head, do qual já havia produzido alguns singles, e completando o trio ao lado do guitarrista John Fiddler e da bateria  competente de John Davies. O disco abre com a pegada "Back to the Wall", mas divide-se em algumas baladas hard ("In Your Eyes", "You and Me" e "On This Road"), canções flower-power ("Sittin' in the Sun" e "Only To do What is True") e o hard de "You Can Make it Here". A melhor faixa é a pesada "Kum On", com Fiddler pisoteando o wah-wah como manda o figurino tradicional do hard rock. Um disco que, se não é fundamental, apresenta uma faceta diferente do loiro vocalista (agora baixista) britânico.

John Fiddler (vocals, guitarra, piano), Keith Relf (baixo, guitarras), John Davies (bateria). 
1. Back To The Wall
2. In Your Eyes
3. Sittin' In The Sun
4. On This Road
5. You And Me 
6. Kum On
7. Only To Do What Is True
8. You Can Make It Here

Armageddon - Armageddon [1975]

O último lançamento com a voz de Relf é simplesmente o melhor de sua carreira. Armageddon faz parte de uma trilogia rara e essencial dentro do hard 70 (ao lado de Captain Beyond e Warhorse, dos grupos de mesmo nome). Este único registro do grupo é um petardo direto, de um dos melhores álbuns da história. Nele, os ingredientes característicos do estilo são apresentados. Melodia e harmonização ("Silver Tightrope"), agito de balançar a cabeça ("Paths and Planes and Future Gains") e peso ("Last Stand Before"). Ouvir os quinze minutos de "Basking in the White of the Midnight Sun" é ter a certeza de uma viagem enlouquecedora entre acordes rasgados e riffs pegajosos. O auge do álbum é "Buzzard", com a guitarra de Martin Pugh fervilhando notas e Relf mandando tudo para o espaço, cantando furiosamente e soltando sua raiva contra tudo e contra todos. Uma fantástica despedida para os fãs, já que Relf faleceu meses depois, no dia 14 de maio de 1976, eletrocutado por sua guitarra enquanto fazia sessões de ensaio para o seu primeiro álbum solo! Uma grande perda para a música, mas com um legado rico e original em sua Discografia.

Keith Relf (vocals, guitarra, harmônica, percussão), Martin Pugh (guitarras), Louis Cennamo (baixo, vocals), Bobby Caldwell (bateria)

1. Buzzard
2. Silver Tightrope
3. Paths and Planes and Future Gains
4. Last Stand Before
5. Basking in the White of the Midnight Sun


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

David Bowie - Station to Station (DELUXE EDITION) [2010]


Quando um box set é lançado, geralmente pensamos: "Puxa, lá vem uma leva de raridades, canções inéditas, outtakes e mimos de determinado artista para com um(a) determinado(a) álbum (carreira). Pois o Box Station to Station, na sua versão DELUXE, não apresenta muito disso na parte musical, e apesar da boa quantidade de mimos materiais, decepciona quando falamos de música em si.

O álbuStation to Station foi lançado por David Bowie em 1976, em um momento complicado da carreira do artista. Afundado em drogas, Bowie resolveu partir para um retiro no Canadá, e lá, gravou o principal álbum da sua fase soul (que ainda inclui o ótimo Young Americans, de 1975), e viu sua carreira tomar novos rumos a partir de então, quando mudou-se para a Alemanha e registrou a trilogia Low (1977), Heroes (1977) e Lodger (1979).

Livreto com fotos e informações

É nessa fase que surge o personagem The Thin White Duke, que assim como Ziggy Stardust, ficou registrado nos anais da história do rock como um dos mais importantes personagens da música mundialNo álbum, somente clássicos, desde a faixa-título (um imponente épico de quase dez minutos de duração), passando por "TVC15", "Stay", "Golden Years", "Word on a Wing" e "Wild is the Wind". Um dos melhoes discos da carreira de Bowie, sem sombra de dúvidas, e que recebeu um box set comemorativo aos trinta e cinco anos de seu lançamento no final de 2010.

Box contém nada mais nada menos que cinco CDs, três LPs e um DVD. A princípio, a empolgação pelo material é enorme, mas, quando vamos mergulhar nas canções contidas nesse vasto material, acabamos nos decepcionando.

Memorabilia

A versão original dStation to Station possui pouco menos de quarenta minutos, e o que poderia ter sido ampliado para no mínimo setenta minutos, considerando os relançamentos de outros artistas, naufraga em uma repetição incoerente das canções originais, considerando apenas mixagens diferentes. 

O CD1 apresenta apenas a versão original, com as seis canções citadas e nada mais. Já o CD 2 traz as mesmas seis canções, porém com a masterização feita pela gravadora RCA para o relançamento do álbum, em 1985. Já o CD3 é ainda mais curto, somente com as versões que saíram no formato de compacto para "Golden Years", "TVC15", "Stay", "Word On A Wing" e "Station To Station", essas duas últimas em versões totalmente inéditas no formato de CD (as demais já haviam saído em outro relançamento de Station to Station, na década de 90). Só nesses três CDs estão pouco mais de cem minutos, o que seria facilmente compilado em dois CDs.

LPs e CDs do show no Nassau Coliseum

Os dois últimos CDs compensam um pouco a frustração, apresentando de forma oficial o show realizado no Nassau Coliseum Uniondale, de Nova Iorque, na noite do dia 23 de março de 1976, promovendo Station to Station com uma banda competentíssima, destacando a presença do tecladista Tony Kaye (ex-Yes).

Mas, ao voltarmos nossos ouvidos para os LPs, recebemos no primeiro LP a versão original de Station to Station, e nos outros dois, o show no Nassau Coliseum Uniondale sem tirar nem pôr nenhuma canção a mais. Pior ainda é o DVD. 

Para quem espera ver uma apresentação ao vivo com a bela produção de palco feita para a turnê do álbum, ou clipes de Bowie, nada disso. O DVD é apenas de áudio, trazendo as seis canções de Station to Station no formato original, com uma masterização stereo mix 48/24 LPCM stereio e no formato 5.1 Surround, ou seja, nada de mais para um disco tão importante. Enquanto ouvimos as canções, a tela da TV fica apenas apresentando o nome da canção que estamos ouvindo. Decepcionante ...

Memorabilia

Por outro lado, considerando a parte gráfica de Station to Station DELUXE EDITION, o fã não tem do que reclamar. Dentro da enorme (e pesada) caixa que estão os CDs, LPs e DVD, também estão presentes um pôster ghigante de Bowie no papel de "O Homem que Caiu na Terra" (1976), um livreto com vinte e quatro páginas, trazendo fotos inéditas do show no Nassau, bem como fotos raras de Bowie e de memorabilia (a maioria já conhecida do site bowienet), uma pasta chamada On Stage 1976, com seis fotos de Bowie no formato painel, réplica do acesso aos camarins, réplica do ingresso, réplica de uma Biografia de Bowie, digitada na máquina de escrever e apresentada aos fãs durante os shows, réplica do histórico dos membros da banda que acompanhavam Bowie durante a turnê (cujo original era divulgado à imprensa) e ainda três imagens de Bowie no tamanho 10"x8".

LP, DVD e CDs com Station to Station em diferentes mixagens

Complementa a sessão de mimos outra pasta, a Replica Fan Club, trazendo uma réplica do cartão de Membro do Fã Clube de Bowie, assim como o certificado de participação no mesmo, na qual o fã comprador pode colocar seu nome, dois cartões de colecionador, duas fotos no formato A4, dois bottons e uma réplica de quatro páginas da biografia de Bowie. 

Enfim, a caixa em termos de mimos é uma interessante pedida, mas considerando a parte musical, os responsáveis bem que poderiam ter caprichado um pouco mais. Se você é muito fã, e tem o dinheiro do décimo terceiro sobrando, atire-se, se não, invista na versão original que já está valendo a pena.


Todo o vasto material da edição DELUXE de Station to Station
Track list

CD 1: Station To Station (original analogue master)  
1. Station To Station
2. Golden Years
3. Word On A Wing
4. TVC15
5. Stay
6. Wild Is The Wind

CD 2: Station To Station (1985 RCA CD master) 


1. Station To Station
2. Golden Years
3. Word On A Wing
4. TVC15
5. Stay
6. Wild Is The Wind

CD 3: Singles Versions E.P. 

1. Golden Years
2. TVC15
3. Stay
4. Word On A Wing 
5. Station To Station (PREVIOUSLY UNRELEASED VERSION)

CD 4: Live Nassau Coliseum '76

1. Station To Station
2. Suffragette City
3. Fame
4. Word On A Wing
5. Stay
6. Waiting For The Man
7. Queen Bitch

CD 5: Live Nassau Coliseum ’76 

1. Life On Mars?
2. Five Years
3. Panic In Detroit
4. Changes
5. TVC15
6. Diamond Dogs
7. Rebel Rebel
8. The Jean Genie

DVD: audio only

Station To Station (original analogue master, 96/24 LPCM stereo)
Station To Station – (new Harry Maslin 5.1 surround sound DTS 96/24 and Dolby digital)
Station To Station (new stereo mix 48/24 LPCM stereo)

* Os LPs apresentam o mesmo track list dos CDs 1, 4 e 



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ravi Shankar [1920 - 2012]



A manhã de hoje amanheceu mais triste no mundo da música. Nada mais nada menos do que um dos maiores gênios que a humanidade viu e ouviu no século passado, e ainda conseguiu apreciar um pouco de sua obra nesse século, nos deixou: Ravi Shankar.

Nascido Robidro Shaunkor Chowdhury, na cidade de Varanasi (Índia), Shankar surgiu para o mundo ocidental em meados da década de 60, conquistando uma legião de fãs tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. O Sitarista inseriu o instrumento (Sitar) no mundo do rock, e acabou influenciando grupos como The Beatles, Rolling Stones, Yardbirds, Led Zeppelin, Faces, The Who e muitos outros.

O menino Shankar começou a aprender música com cinco anos, através das aulas de violino dadas por seu pai, o violinista V. Lakshinarayana. Com quinze anos, deixou sua cidade Natal, mudando-se para a França, aonde foi fazer o papel de dançarino na companhia de dança de seu irmão, Udar Shaunkor. Chegando na Europa, começou seus estudos de Sitar, e não demorou para compor os primeiros ragas, apresentados em excursões pela Europa e Estados Unidos.

Durante uma apresentação na Inglaterra, em 1965, Shankar foi apresentado a George Harrison. O Beatle era fã de Shankar, mas a apresentação do músico acabou alimentando uma chama experimental em Harrison que pariu "Norwegian Wood" (gravada em Rubber Soul, 1965) e também apresentou-o visualmente no filme Help! (1965). O primeiro grupo a usar a Sitar na verdade foi o Yardbirds de Jeff Beck, na clássica "Heart Full of Soul", e dali, o instrumento não parou de aparecer nos álbuns de centenas de bandas de rock, jazz, blues e até pop.
George Harrison e Ravi Shankar

A parceria com Harrison foi levada durante muitos anos. No famoso Concerto for Bangladesh (1973), Shankar foi a atração principal, e lá, fez questão de não receber nenhum honorário, apesar da insistência de Harrison em pagá-lo. Paciente e tranquilo, era convidado certo para a maioria das grandes salas norte-americanas, francesas, inglesas e demais países da Europa, difundindo a música oriental e misturando a mesma com a ocidental, como comprovam os belos álbun West Meet East Vol. 1 (1996), e West Meet East Vol. 2 (1967), ambos com o violinista Yehudi Menuhin. 

Ravi Shankar em Monterey

Mas Shankar não foi só importante por causa disso. Seu carisma, simpatia e sabedoria, faziam dele um guru para os demais músicos que o acompanhavam e o seguiam. Durante os festivais de Monterey (1967) e Woodstock (1969), Shankar foi o único músico a ser dado um cachê, principalmente pela importância dele na presença de outros artistas.

Seus ragas de longa duração são verdadeiras viagens dentro da mente humana, meditativos, atraentes, inspiradores de energia e sabedoria. Ouvir os discos de Shankar - que gravou no total mais de sessenta álbuns - é uma aula de sabedoria, música e paz.

Shankar faleceu vítima de uma operação cardíaca, sem conseguir recuperar-se da mesma. Deixou como herança, além de sua música, um carisma inigualável. Fora sua filha, a cantora Norah Jones, a qual estaria apresentando-se hoje em Porto Alegre, e fazendo turnê pelo país, mas que cancelou tudo devido à morte do pai.
Mais um gênio que se vai ...
Norah revela-se ano após ano com um talento muito grande, que se não chega aos pés de seu pai, é por que seu pai foi um gigante no mundo em que viveu.

Review Exclusivo: Madonna (Porto Alegre, 09 de dezembro de 2012)



Por Mairon Machado

O que leva uma artista como Madonna a ainda estar nos palcos? Afinal, ela já está com cincoenta e quatro anos, ganhou muito dinheiro, é mãe e seu status parece apagar-se perante os jovens. Afinal, ela é a responsável pelo surgimento de "artistas" como Britney Spears e Lady Gaga. Para que, sair de sua casinha confortável, entre colchas e lareira quentinha, com uma empregada lhe servindo a toda hora, e se desgastar em cima de um palco, muitas vezes abaixo de chuva, levar críticas de uma imprensa desmoralizada, que só quer sugar a sua fama, de "roqueiros" invejosos que não admitem a importância de Madonna em suas vidas, mesmo sabendo que se não fosse por ela, talvez os videoclipes de metal das bandas mais diversas jamais existiriam na MTV. Para que?

E para que eu iria em um show da Madonna? Afinal, eu ouvia Madonna quando eu tinha entre cinco e dez anos. O auge da minha paixão infantil foi o lançamento de Like A Prayer, em 1988, e depois, tudo foi pro ralo, com uma sequência de discos que eu não entendi na época, e um amor incontrolável pelo progressivo. Gastar uma fortuna (o ingresso mais caro que eu já paguei na minha vida), deslocar-me 800 Km, sair de casa, dos braços da minha companheira, das brincadeiras com o meu enteado, da tranquilidade do meu lar, para me socar no meio de trinta mil pessoas só para ver e ouvir a Madonna. Para quê?

Eu obtive todas essas respostas no último dia 09 de dezembro, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre.

Antes de ter a resposta, passei por vários martírios. O show, marcado para as 19:30, certamente não iria começar no horário. Afinal, Madonna já havia se atrasado em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas em Porto Alegre foi um exagero. Quase quatro horas de atraso levou muitos babacas da social do Estadio Olímpico a vaiar a cantora e mandar ela tomar naquele lugar.



Gigantesco palco da MDNA Tour

Esses mesmos babacas, quase que de meia em meia hora, gritavam:" Grêêêêmioooo, Grêêêêmioooo, Grêêêêmioooo", como se o clube de futebol  Portoalegrense fosse algo mais importante do que o show que iriam assistir. Rale-se o futebol, estamos diante de um mito, e sempre esses imbecis vêm ressaltar paixão clubística só por que se acham no direito de fazer o que querem no seu estádio ou no estádio do rival (vide a vaia que os gremistas deram em Bruce Dickinson dentro do Ginásio Gigantinho, do Sport Club Internacional, em 2008).


Mas tudo bem, esse atraso de mais de três horas fez eu refletir. Afinal, eu fui levado para o show por uma paixão de vinte anos atrás. Então, o que seriam algumas horas perante tantos anos de espera?


A entrada no estádio causou um impacto ao ver o palco. Muito alto, ele ocupou metade do estádio, indo no meio da plateia. Era fácil de ver que iríamos estar observando os movimentos da Diva Pop em cada instante, pois tudo foi muito bem projetado. Com exceção da abertura ...



DJ Fabrício Peçanha

As 20 horas, o DJ Fabrício Peçanha. Não gosto de bate estaca, mas até que o guri se saiu bem, misturando Nirvana, Guns N' Roses e Rolling Stones com música dance. Em uma hora de apresentação, estava tranquilo, e o pessoal aprovou o que ouviu. 


O problema é que na sequência veio outro DJ, no caso a dupla Felguk. Aí foi demais. Duas horas de bate-estaca ninguém aguenta. Cada vez que uma "música" terminava, era uma sonora vaia, mas, como o pessoal do Felguk tinha direito a uma hora de apresentação, ficaram lá em cima nessa uma hora. Eu me sentei e esperei passar. Não dava para aguentar tal falta de bom senso. Que colocassem qualquer banda a fazer uma música decente, seria melhor do que o que foi apresentado. 


Como Madonna nem havia chegado no estádio, segundo as informações que chegavam até nós, a mesa de som providenciou um rápido repertório, aonde rolou Stones, Bowie (melhor momento de toda a abertura, com "Let's Dance" e "Fame"), Red Hot Chili Peppers e outros. 


Bom, foram-se os DJs e, como atraso pouco é bobagem, foram-se as canções pop que tentavam animar a plateia. Impacientes, muitos mandavam a diva ao inferno, culpando ela do atraso. Eram 23:30 quando o gigantesco sino que estava no alto do palco começou a badalar, com monges cantando cantos gregorianos e uma belíssima visão no telão, formando a parte interna de uma igreja gótica.


Aqui, podemos ver com detalhes o principal diferencial do show de Madonna: a encenação artística e o palco. Tudo ocorre como se estivéssemos em um teatro. Dezenas de dançarinos preenchem os espaços com danças diversas, ora acompanhando Madonna, ora fazendo danças individuais. Nas escuras, nos dois cantos do palco, ficam os músicos (na esquerda teclados e guitarra, na direita bateria e baixo). 



"Gang Bang"

O centro do palco é livre, e interage com o imenso telão. As vezes o telão abre-se no meio, trazendo dançarinos, cenários, músicos. É embasbacante. Toda a movimentação de palco cansa só de ver, mas não tem como não ficar maravilhado com o apresentado. Isso durante as quatro primeira canções. Em "Gone Girl Wild" foi a citada igreja; em "Revolver" uma cidade em guerra, com Madonna e os dançarinos empunhandos armas; em "Gang Bang" um quarto de hotel, e Madonna assassinando todos os homens que desejam fazer mal à ela, e em "Papa Don't Preach", voltou a ser a igreja.


Uma pena que "Papa Don't Prech", o primeiro clássico oitentista apresentado por Madonna no show, tenha sido só a primeira parte, seguida pela versão completa de "Hung Up", a primeira que fez o Olímpico sacudir de verdade, com Madonna sendo acorrentada pelos dançarinos, e mostrando seus dotes de atriz. 


"I don't Give A" contou com participação especial (via telão) de Nicki Minaj cantando "Heartbeat", e então, batidas marciais surgiram nas caixas de som do Olímpico. Dançarinas vestidas de animadoras de torcida apareceram com suas micro-saias, assim como Madonna, a líder das animadoras, enquanto no alto, os dançarinos marchavam sobre o palco, muito acima das cabeças das meninas, e lá permaneceram tocando a sua caixa e fazendo coreografias durante "Express Yourself", canção na qual Madonna soltou-se de vez, esquecendo a carranca que carregava até então, e inclusive, desistindo do playback.



"Express Yourself"

Até "Express Yourself", foi notável a participação dos dançarinos, do palco, da iluminação, enfim, mas Madonna estava muito pouco a vontade. Com o agito enlouquecido da plateia (homossexuais vibraram com as cenas homossexuais exibidas no telão durante a canção), Madonna foi à frente da plateia, e se entregou. Aqui eu percebi que até então, o playback comia solto, mas depois, não houve mais. E se houve, foi gravado antes, pois eu conheço as canções muito bem, e a forma como Madonna cantava correspondia com o que era apresentado nos telões, todos os movimentos, fugindo bastante das versões originais. Pode ter rolado playback depois de "Express Yourself" (antes com certeza era), mas depois, se foi, foi muito bem feito. 

Ainda em "Express Yourself", ela cantou uma parte de "Born this Way", mostrando a semelhança entre a canção de Lady Gaga e a sua, e depois disse um alto "She's Not Me!". "Give All Your Lovin'" acalmou os ânimos, e o palco se iluminou todo para "Turn Up the Radio", virando uma boate anos 80, com Madonna fazendo as deixas de DJ, e gritando: "You can do it better!". Uma percussiva "Open Your Heart" em nada lembrou o clássico de True Blue (1986), mas foi bom de ouvir. 


O palco no formato de igreja

Extasiada, Madonna sentou-se no centro do palco. As luzes se apagaram e ela chamou todos os dançarinos para sua volta. Diante dos 30 mil fãs, confessou: "Eu não queria estar fazendo esse show. Eu estou doente, e nada bem. Mas ter vindo aqui discutir se apresentava ou não, e feito a passagem de som diante de vocês (N. R. eram 18:30 quando Madonna subiu ao palco para passar o som, e o estádio já estava praticamente lotado), fez eu ver que ainda vale a pena estar diante de fãs, por que sei que muitos de vocês nunca me viram ao vivo, e por isso, vale a pena eu dar o melhor de mim para vocês!".

As palavras soaram como um desabafo, e ela seguiu: "Eu sei falar três palavras em português: 'Caralho', 'Gostosa' e 'Piriguete'.". Todos riram muito com o sotaque da americana falando as mesmas, e concluiu: "Esse é o primeiro show que eu faço na América do Sul que não chove, obrigada meu Deus! Porto Alegro (insistiu muito nesse Alegro), Brasil, obrigada por uma noite sem chuva". A expectativa era de que viesse "Rain", mas Madonna apresentou o namorado aos fãs e, sentada, cantou "Masterpiece", praticamente a capella. 



Bailarinos voadores em "Express Yourself"
Foi muito bonito o desabafo de Madonna, mostrando uma sinceridade muito grande, que poucos artistas admitem. O sorriso então invadiu a face da cantora, que apesar do tempo, ainda esbanja sensualidade. Uma versão eletrônica de "Justify My Love" desagradou bastante, fugindo da sensual versão originak, mas "Vogue" levou esse que vos escreve ao delírio, e um desfile de roupas foi improvisado sobre o palco. Vieram "Candy Shop", "Human Nature" (e um strip-tease sem sal de Madonna), "I'm Addicted" e "I'm Sinner", nessas com o palco virando de tudo um pouco.

"Like A Prayer" foi o ápice do espetáculo. Fiel a versão original, contou com um imenso coral, uma cantora fazendo os vocais finais sobre os demais dançarinos, e Madonna vestindo a camiseta da seleção brasileira, segurando a bandeira do Brasil e curtindo muito a agitação da plateia.


"Celebration" encerrou a celebração, colocando todos para dançar, e sem nenhum bis, apenas com um boa noite, Madonna despediu-se de todos.



Refrão de um clássico

O show em termos de produção foi espetacular. Musicalmente, é uma pena que Madonna cante com playback, e fique boa parte do tempo fora do palco (talvez trocando de roupa, talvez por causa da gripe). O imenso valor do ingresso não fez jus ao apresentado como música, mas como arte, foi muito bom, principalmente por que os dançarinos de Madonna fizeram um show a parte (teve uma sessão de contorcionismo que até agora não entendi como o cidadão conseguiu fazer o que ele fez).


E a resposta que eu queria é simples. Fui ao show para ver um ídolo mundial, que está fazendo shows para ser vista por pessoas como eu, que nunca presenciaram sua divindade no palco. Talvez eu esteja errado, mas acredito que a carreira da americana não vai durar muito mais. Quem viu Madonna no auge, em 1992, viu um símbolo mundial explodindo como um vulcão. Agora, é um foguinho leve, que ainda queima, mas não arde.


Ainda bem que eu consegui ver e ouvir isso ao vivo. Se ela voltar, já tenho a resposta para não ir ao show: "Eu já vi Madonna!"


O palco como uma locomotiva

Set list


1. Girl Gone Wild
2. Revolver
3. Gang Bang
4. Papa Don't Preach
5. 
Hung Up
6. I Don't Give A
7.
Express Yourself
8. Give Me All Your Luvin'
9.
Turn Up the Radio
10.
Open Your Heart
11. Masterpiece
12. Justify My Love
13. Vogue
14. 
Candy Shop
15. Human Nature
16.
I'm Addicted
17.
I'm a Sinner
18. Like a Prayer
19. Celebration

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