quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ravi Shankar [1920 - 2012]



A manhã de hoje amanheceu mais triste no mundo da música. Nada mais nada menos do que um dos maiores gênios que a humanidade viu e ouviu no século passado, e ainda conseguiu apreciar um pouco de sua obra nesse século, nos deixou: Ravi Shankar.

Nascido Robidro Shaunkor Chowdhury, na cidade de Varanasi (Índia), Shankar surgiu para o mundo ocidental em meados da década de 60, conquistando uma legião de fãs tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. O Sitarista inseriu o instrumento (Sitar) no mundo do rock, e acabou influenciando grupos como The Beatles, Rolling Stones, Yardbirds, Led Zeppelin, Faces, The Who e muitos outros.

O menino Shankar começou a aprender música com cinco anos, através das aulas de violino dadas por seu pai, o violinista V. Lakshinarayana. Com quinze anos, deixou sua cidade Natal, mudando-se para a França, aonde foi fazer o papel de dançarino na companhia de dança de seu irmão, Udar Shaunkor. Chegando na Europa, começou seus estudos de Sitar, e não demorou para compor os primeiros ragas, apresentados em excursões pela Europa e Estados Unidos.

Durante uma apresentação na Inglaterra, em 1965, Shankar foi apresentado a George Harrison. O Beatle era fã de Shankar, mas a apresentação do músico acabou alimentando uma chama experimental em Harrison que pariu "Norwegian Wood" (gravada em Rubber Soul, 1965) e também apresentou-o visualmente no filme Help! (1965). O primeiro grupo a usar a Sitar na verdade foi o Yardbirds de Jeff Beck, na clássica "Heart Full of Soul", e dali, o instrumento não parou de aparecer nos álbuns de centenas de bandas de rock, jazz, blues e até pop.
George Harrison e Ravi Shankar

A parceria com Harrison foi levada durante muitos anos. No famoso Concerto for Bangladesh (1973), Shankar foi a atração principal, e lá, fez questão de não receber nenhum honorário, apesar da insistência de Harrison em pagá-lo. Paciente e tranquilo, era convidado certo para a maioria das grandes salas norte-americanas, francesas, inglesas e demais países da Europa, difundindo a música oriental e misturando a mesma com a ocidental, como comprovam os belos álbun West Meet East Vol. 1 (1996), e West Meet East Vol. 2 (1967), ambos com o violinista Yehudi Menuhin. 

Ravi Shankar em Monterey

Mas Shankar não foi só importante por causa disso. Seu carisma, simpatia e sabedoria, faziam dele um guru para os demais músicos que o acompanhavam e o seguiam. Durante os festivais de Monterey (1967) e Woodstock (1969), Shankar foi o único músico a ser dado um cachê, principalmente pela importância dele na presença de outros artistas.

Seus ragas de longa duração são verdadeiras viagens dentro da mente humana, meditativos, atraentes, inspiradores de energia e sabedoria. Ouvir os discos de Shankar - que gravou no total mais de sessenta álbuns - é uma aula de sabedoria, música e paz.

Shankar faleceu vítima de uma operação cardíaca, sem conseguir recuperar-se da mesma. Deixou como herança, além de sua música, um carisma inigualável. Fora sua filha, a cantora Norah Jones, a qual estaria apresentando-se hoje em Porto Alegre, e fazendo turnê pelo país, mas que cancelou tudo devido à morte do pai.
Mais um gênio que se vai ...
Norah revela-se ano após ano com um talento muito grande, que se não chega aos pés de seu pai, é por que seu pai foi um gigante no mundo em que viveu.

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