Por Mairon Machado
Convidados: Bruno Marise, Diogo Bizotto e Luiz Carlos Freitas
O War Room esse mês é sobre um dos álbuns mais aclamados da história da musica, Rumours.
O álbum do Fleetwood Mac vendeu como água, mas será que sua música
condiz com suas vendas? É o que veremos nas opiniões de Bruno Marise,
Diogo Bizotto, Luiz Carlos e Mairon Machado.
1. Second Hand News
Mairon: Confesso que sempre fui curioso com relação a Rumours. A única versão que eu conheço é a do Glee, e não gostei muito. Aliás, conheço pouco de Fleetwood Mac.
Bruno: Para um álbum de separações, triângulos amorosos e despedidas, Rumours até que começa com um clima bom.
Diogo:
Esse foi um dos discos que deu início à era dos grandes blockbusters do
mercado musical, vendendo cifras absurdas logo de cara e gozando de
toda a estrutura que uma grande gravadora poderia proporcionar,
garantindo retorno gigantesco.
Mairon: Esse inicio me lembra ABBA. Esperava outra coisa ...
Luiz Carlos: Sou
fã do grupo de longa data. Mas, diferente dos mais xiitas, tendo a
preferir a segunda formação (que segue até hoje). O som do Rumours
tem uma batida bem mais próxima do pop oitentista (mesmo num disco de
77) e cada vez mais distante do blues vagabundo (no bom sentido) dos
tempos do Peter Green. "Second Hand News" ilustra bem isso.
Diogo: Gosto dessa música, mas não há nada de muito especial.
Luiz Carlos:
Começa com um toque suave, uma introdução bem leve e finaliza com um solo discreto. É legal, mas nada marcante.
Bruno: N
ão gosto de "Second Hand News". U
ma música que passa despercebida, e mal escolhida para abrir o disco.
Luiz Carlos: S
hahahaha.
im, passa bem despercebida,
2. Dreams
Diogo: J
á
com "Dreams" a coisa é completamente diferente. som de baixo magnífico
casando com o bumbo, suavidade perfeitamente calculada e passando com
muita competência a mensagem contida na canção.
Bruno: "Dreams" é uma carta aberta de Stevie Nicks para Lindsay Buckingham. Um desabafo da vocalista sobre a separação.
Mairon: A voz da Stevie nessa é muito bela.
Luiz Carlos:
"Dreams" é uma das baladas mais conhecidas do grupo e uma delícia para
quem gosta do vocal da Stevie Nicks. Simples, porém direta, tanto na
letra quanto na melodia. E seu refrão grudento consegue marcar ao ponto
de tornar o fato da música praticamente não ter solo despercebido (o que
é muito, se considerar que o Buckingham é um puta guitarrista).
Bruno: Música bem mais melancólica, com o baixo dando as cartas.
Mairon: Muito pop, bem diferente do que esperava. O Glee fez o álbum muito bem até, pelo que estou ouvindo.
Bruno: Que mané Glee??!!
Luiz Carlos: Calma que ainda vai vir mais coisa, hahahaha. Apesar de que eu ainda prefiro (por pouco) o disco anterior.
Mairon: Nada demais até o momento ...
Diogo:
Conheço várias pessoas que conhecem essa música mas não a associam
diretamente com o Fleetwood Mac, até porque algumas versões pulularam
por aí nas últimas décadas, algumas com considerável sucesso. Stevie
Nicks era um verdadeiro tamanduá em um formigueiro quando o assunto era
cocaína, mas felizmente isso ainda não havia comprometido sua capacidade
vocal na época. Acho, inclusive, que seu estilo e maneirismos de palco
influenciaram muitas vocalistas de som mais pesado e seu visual meio
"fada".
Mairon: A voz dela é bem bonita.
Luiz Carlos: Verdade, Diogo. Ela no palco, com aquelas roupas, tocando uns instrumentos estranhos e travada de pó, era linda.
3. Never Going Back Again
Mairon: Opa, essa começou bem.
Bruno: É do Buckingham essa? É quase country.
Luiz Carlos: "Never Going Back Again" mantém esse ritmo até o fim.
Bruno: Uma faixa simples, com letra bem direta.
Luiz Carlos: Não tem nada que possa caracterizá-la como "marcante", mas tem um bom embalo. É suave e com uma puta acústica.
Mairon: Gostei, acústica bem feita. Gostei dela.
Bruno: Buckingham dá o recado. "Been down one time Been down two times I'm never going back again".
Luiz Carlos: Buckingham é um show man. Além de cantar e escrever bem pra caralho, toca muito e tem uma baita presença de palco.
Diogo:
"Never Going Back Again" é mais "estranha" que second hand news, mas é
melhor, até porque as habilidades de Lindsey no violão são muito
agradáveis e a gravação, como o Luiz disse, é de uma qualidade absurda.
4. Don't Stop
Mairon: Essa é a unica que realmente conheço, e é outra que me lembra muito ABBA.
Luiz Carlos: Todo grupo tem aquela música que vira a clássica pra encerrar seus shows. No caso do Fleetwood Mac, é "Don't Stop".
Bruno: Realmente, tem muito de ABBA.
Mairon: Mas ABBA é melhor. Os primeiros discos nao sao assim né?
Bruno: Não, é outra banda simplesmente.
Luiz Carlos: Melhor a sua bunda! A letra otimista e o ritmo envolvente fazem dela o trunfo de despedida.
Diogo:
Aho que essa até as minhas falecidas avós conheciam. É bem simples mas
funciona muito bem, como tantos outros clássicos indiscutíveis de
grandes artistas.
Bruno: Gostei das intervenções de guitarra.
Mairon: "Winner Takes it All" >>>>>>>>> Rumours. E gostei das intervenções de guitarra [2]
Luiz Carlos:
"Don't Stop" é uma pequena amostra de uma característica marcante do
grupo que é a interação entre os membros. Quase todos cantam (Lindsey,
Stevie e Christine), tem bons momentos de bateria e uma guitarra linda.
Diogo: Comparar "Winner Takes it All" com quase tudo é sacanagem, tanto lírica quanto musicalmente.
5. Go Your Own Way
Bruno: Agora sim, a melhor música do disco.
Luiz Carlos:
É fácil uma das melhores do grupo. A letra é simples, mas até
irrelevante, haja visto que é mais um pretexto pra puxar uma balada de
refrão grudante e ritmo envolvente.
Bruno: Discordo!
Luiz Carlos: Já eu concordo comigo mesmo, tipo, a letra é bacana, mas não é o foco da música.
Bruno: Acho a letra uma versão visceral de Buckinhgam sobre o fim de seu relacionamento.
Mairon: Clássica, também conhecia. Gosto do som da bateria.
Luiz Carlos: O que marca mais, a meu ver, é o ritmo.
Bruno: Destaque pra linha de baixo.
Luiz Carlos: O refrão é grudento pacas, e Lindsey rouba a cena, tanto no violão quanto na guitarra.
Bruno: A melodia é o forte.
Luiz Carlos: O solo é foda demais, e li em algum lugar que foi eleito um dos dez melhores de todos os tempos.
Mairon: Putz, quem elegeu esse solo entre os dez + tava mal.
Diogo:
Baita música com B maiúsculo. Vem em um crescendo fantástico, deságua
em um refrão arrebatador recheado de backing vocals muito bons.
Mairon: Por favor, expliquem a questão da separação para mim.
Luiz Carlos:
Resumindo: Lindsey e Nicks eram casados. aí ela cheirou toda a cocaina
do mundo enquanto ele bebia de não ficar de pé, além dos desgastes dos
shows e atritos com os demais membros. Acabaram se separando. Mas não
recordo se foi antes ou depois desse disco.
Bruno: E a Christine McVie também tinha um rolo com alguém da banda, ou algo assim.
Luiz Carlos: Christine era casada com o Mick Fleetwood, salvo engano.
Diogo: A Christine e o John eram casados.
Mairon: Não houve traição?
Luiz Carlos: O solo do final é lindo.
Mairon: O solo final é bom, esse sim.
Bruno: Dizem que Rumours é o álbum definitivo sobre separações e relacionamentos fracassados.
Luiz Carlos: Analisado enquanto conjunto, pode ser.
Diogo: Isso é porque não ouviram Tunnel of Love, do Springsteen.
Luiz Carlos: Mas a música definitiva deles sobre fracasso amoroso é "So Afraid". Ali é de doer no cú!
Mairon: Na questao de separações, fico com Blood on the Tracks (Bob Dylan), ou o primeiro los hermanos.
Diogo: DEUS MEU!!
Luiz Carlos: Eu fico com qualquer disco do Tom Waits, hahahahaha. Tipo, Closing Time.
6. Songbird
Mairon: Gostei dessa balada, quem canta? Não é a Stevie ...
Bruno: Mcvie?
Luiz Carlos: Sim.
Mairon: Bonita, a melhor até agora.
Luiz Carlos: O foda desse disco é que os singles de sucesso não foram exclusivamente de um dos membros.
Bruno: Se repararem na letra, é mais uma que toca no tema separação.
Luiz Carlos: Essa é dor de cotovelo pura.
Diogo:
Muito comenta-se sobre a Stevie Nicks, mas eu gosto do estilo mais
elegante da Christine McVie. sem contar que, além de cantar, ela mandava
ver nos teclados e afins da banda.
Mairon: Lado A sem sal para mim.
7. The Chain
Bruno: Até agora a música mais triste do disco, sem dúvida.
Luiz Carlos: Essa música é a cara do Rumours:
simples, sem muitos arrodeios, letra crua e honesta e uma melodia
enxuta. Eu gosto do estilo mais elegante da Christine McVie [2]. Que
definição do carai!!. THE CHAIN é a música mais foda de todas, e merece
ser analisada com calma.
Bruno: Melodia country na introdução.
Luiz Carlos: A introdução pega mais pro folk.
Diogo: Não confundam country com folk...
Bruno: Não foi confusão. Achei que tem uma melodia com toques de country.
Luiz Carlos: Da letra, temos a síntese do que trata o disco: relacionamentos desfeitos (ou, no caso, "correntes quebradas").
Bruno: Letra carregada de mágoa.
Mairon: Gostei dessa, bons vocais e harmonias bem encaixadas, o órgão e o crescendo são muito bons. Melhor faixa do disco.
Luiz Carlos: Essa alternância de ritmos, saindo o violão e entrando a bateria dá um baita impacto pra quem houve, além do baixo, claro.
Letra carregada de mágoa [2].
Mairon: Vou ter que ler as letras para entender o disco.
Diogo: Rumours,
em geral, soa como se sua produção tivesse custado muito caro. Pior que
eu gosto disso. Alguns dos meus discos favoritos são assim, como Hotel California (Eagles) e A Night at the Opera (Queen).
Luiz Carlos:
A melodia conta isso tanto quanto a letra: a mágoa começa branda,
alternando com momentos mais rápidos, desembocando num ritmo crescente
(o baixo) e no desabamento completo (o solo).
Mairon: Musicalmente, não é ruim, e "The Chain" é muito boa perto das demais.
Luiz Carlos: Esse solo, é fantástico as distorções do Lindsey,
Diogo: Gostei das definições do Luiz. Endosso-as.
Mairon: Que baixão! Baita solo! Legal!
Luiz Carlos: A BALADA ...
Bruno:
Confesso que nunca tinha reparado em "The Chain". Sempre achei "Go Your
Own Way" o Destaque do disco. Mas confesso que numa audição mais atenta
achei "The Chain" a melhor composição.
Mairon:
Esse som da bateria é fascinante. Até que enfim algo realmente bom no
disco. Vou ver o episodio do GLEE para ver como eles detonaram "The
Chain" lá.
8. You Make Loving Fun
Mairon: Ó, inicio disco, gostei! O lado B está melhor que o lado A.
Bruno: Pegada bem final dos anos 70. Disco total.
Mairon: É a McVie de novo?
Diogo:
Olha essa Christine, rapaz... não adianta, gosto mais dela que da
Stevie. Apesar de todos os maneirismos da Stevie no palco, acho que a
Christine soa muito mais sensual.
Mairon: Cara, ABBA dá um laço nisso. Estou gostando mais da McVie também.
Luiz Carlos:
O que dizer de uma das músicas mais gostosas de se ouvir já gravadas?
Como o Diogo bem disse, o vocal da McVie é "charmoso", elegante. A
sonoridade evoca uma produção boa, limpa, e os solos do Lindsey
conduzindo a música são um destaque à parte. O refrão, dos mais
grudentos já feitos, é o ponto alto. Ah, esqueci de falar da letra, que é
dessas coisas gostosas de você dedicar pra namorada pra fazer um
agrado.
Bruno: Depois de inúmeras faixas carregadas de mágoa, tristeza, "You Make Loving Fun" traz um clima mais otimista, com uma pegada disco e bela performance do Buckinhgam
Luiz Carlos: A guitarra no final é bem disco.
Diogo:
Acho que é sonho pra muitos baixistas e bateristas conseguirem uma
sonoridade como essa: natural, "quente", bem definida, bem acústica ...
9. I Don't Want to Know
Luiz Carlos:
"I Don't Want to Know" é daquelas músicas que parecem ter sido gravadas
enquanto os membros jogavam sinuca e fumavam maconha na beira da
psicina. Otimista, feliz, mas completamente esquecível.
Diogo: Essa deve ser a mais passável do disco até agora.
Bruno: Concordo. Junto com a primeira.
Mairon: Daqui há pouco vai sair um "Mama Mia, Here I go again", aposto!!
Luiz Carlos: Eu também concordaria em passar, hahahahahahahaha!! Uhahuhuahuahuahuauha!
Mairon: Deixa eu ouvir, estou gostando. É ABBA puro!
Bruno: Canção com cara de filler.
Diogo: Da próxima vez é melhor o Mairon escolher um disco do ABBA.
Luiz Carlos: Quando vocês tiverem tempo, sugiro ouvirmos o The Dance, disco ao vivo deles de 1997 que é coisa linda. Solos geniais demais.
Bruno: Melhor disco do Fleetwood Mac é o Then Play On.
Luiz Carlos: Da fase Peter Green, sim Bruno.
Mairon: Eu esperava outra coisa do Fleetwood Mac. Decepção total.
Bruno: Mairon, são três fases completamente diferentes. Pode ser que você goste mais da era Peter Green.
Luiz Carlos: Sim.
Mairon: É, vou ter que estudar mais sobre a banda. Tem um disco ao vivo deles que vendeu bastante. É dessa época?
Luiz Carlos: É o duplo The Dance, Mairon.
Bruno: E tem a fase Bob Welch também.
10. Oh Daddy
Luiz Carlos: Música forte e dolorida pra caralho. Essa é linda demais, sei nem o que falar dela.
Mairon: Essas partes só acusticas estou curtindo. O lado B é melhor que o Lado A com certeza. Muito boa.
Bruno: Realmente, bela faixa.
Diogo:
Olha essa mulher cantando, rapaz... certamente um dos destaques do
disco, mesmo em comparação com as já ótimas "The Chain" e "Go Your Own
Way".
Luiz Carlos: E a melodia me lembrou "Maggot Brain", do Funkadelic, com toques de Johnny Cash na letra.
Bruno: Mais uma letra direcionada ao Fleetwood.
Mairon: A McVie tem uma voz que chega a dar medo. A Stevie é mais guriazinha virgem. O disco ao vivo que eu falo é o Live, de 1980.
Luiz Carlos:
Mas a Stevie tem aquele charme junkie na voz de cabrita (vá, por vezes,
lembra isso, hahaha) que mostra um envolvimento completo. era como se
ela e a música fossem uma só.
Bruno: Acho que não cabe tanta comparação. A Nicks é bem mais visceral, a mulher tem colhões.
Diogo:
Às vezes fica a impressão de que eles ouviram o Hotel California e
chegaram para o produtor: é ESSE som de baixo e bateria que nós
queremos.
Mairon: Pior Diogo, é bem por ai. O som de bateria é idêntico, e eu gosto, assim como o trabalho dos violões aqui é bonito.
Luiz Carlos:
A bateria e o baixo são limpos e altos, o que mostra que não focaram no
tradicional (guitarra e vocal). isso indica que cada instrumento
deveria aparecer e "dizer" algo.
Diogo:
Eu AMO essa sonoridade da segunda metade dos anos 70, com muito esmero
no estúdio e cuidado para que tudo soe com nitidez, mas de uma maneira
natural. nada dessa coisa asséptica de hoje em dia.
Luiz Carlos: Geração autotune, né Diogo? Hahahaha.
11. Gold Dust Woman
Luiz Carlos: Taí a pegada country, Maresia.
Mairon: Geralmente as maiores músicas em um disco de canções curtas são as melhores, veremos. Essa é a Stevie né?
Bruno: Essa é totalmente country. E mais uma letra carregada.
Diogo: Fantástico trabalho de cordas nessa música. Imagino que seja difícil reproduzi-la ao vivo com exatidão
Luiz Carlos:
Resumo "Gold Dust Woman" como música que colocaria para abrir um filme
sobre uma mulher que voltou a uma cidade do velho oeste para se vingar
de canalhas que mataram sua família e roubaram seu dinheiro. A trilha
sacana, esmera, perigosa e misteriosa evoca essa sexualidade latente em
forma de perigo. Deliciosa. Seria numa cena de assassinato.
Mairon: O filme do Luiz se chamaria "A Vingança de Emanuelle (nos bares de Texas)".
Luiz Carlos: HUAHUAHUAUHAUHAHUAHUUHA! Mas concordam que renderia uma otima trilha de filme da Emanuelle?
Diogo: Renderia uma trilha para um filme beeeeeem melhor.
Luiz Carlos: Reparem nas guitarras "rasgando" o som ao final junto com o som dos copos quebrados.
Mairon:
Trabalho vocal bem feito, o que mostra que a banda tinha talneto. Pelo
que ouvi, o guitarrista é O CARA na banda. A música é estranha aos meus
ouvidos, mas não posso dizer que é ruim. Esse crescendo final deixa uma
expectativa bem vinda, e funciona.
Luiz Carlos:
O solo final, com notas e distorções longas e repetitivas, lembra o de
"The Chain". Lindsey costuma fazer muito isso, como em "So Afraid" e
"Come".
Diogo:
Instrumentalmente, sim, eu também acho que o Lindsey é o cara. mais
completo e com mais recursos que Mick e John, que cumpriam bem seus
papéis, mas sem tanto brilho quanto ele.
Luiz Carlos:
Lindsey, pra mim, marca muito pela paixão com que toca e canta (e isso
ele demonstra no palco, também). a visceralidade na música a torna
sincera e mais direta.
Considerações Finais
Bruno:
Ao contrário de muitos fãs da fase Peter Green, não execro essa nova
sonoridade do Fleetwood Mac com Buckingham e Stevie Nicks. Basta apenas
encarar como uma banda diferente. Mesmo sendo um som extremamente mais
polido e radiofônico que anteriormente, temos um pop bem feito e
sofisticado, que se encaixa perfeitamente na definição de pop como
"acessível" e não apenas comercial. Mesmo assim, ainda prefiro o disco
auto-intitulado ao Rumours, que apesar de ser um bom álbum, não me agrada tanto.
Mairon:
Esperava bem mais de um disco que vendeu horrores ao redor do mundo, e
ficou na primeira posição tanto na Inglaterra quanto nos EUA (e mais
cinco países pelo que li). Não encontrei nada de novo ou que me fizesse
virar fã da banda. Com exceção da vocalista McVie, e do guitarrista
Lindsey, o resto é muito simples e sem firulas. Enfim, as letras devem
ter feito a diferença. Agora, que o disco é bem gravado e com uma ótima
produção, com certeza, mas a sensação que passa é que o clima na banda
era terrível. Eles acabaram depois do álbum?
Luiz Carlos: Não, lançaram mais uns 10 discos, hahahahahahahahahaha.
Diogo:
Devo admitir que meu maior interesse no disco deve-se mais à sua
sonoridade do que no conjunto da obra em termos de composição. Ok,
algumas músicas são verdadeiramente excelentes ("Dreams", "Go Your Own
Way", "The Chain", "You Make Loving Fun", "Oh Daddy" e "Gold Dust
Woman"), mas comparando com outros arrasa-quarteirão da época, como Hotel California,
o Fleetwood Mac ainda ficou devendo um pouco. Claro, isso não tira o
mérito da banda de maneira alguma, especialmente de Lindsey e Christine.
Luiz Carlos: Adoro o Tango in the Night, de 80 e alguma coisa.
Mairon: O que vocês me recomendam para gostar de Fleetwood Mac? o Rumours não deu certo.
Bruno: Then Play On e Bare Trees.
Mairon: São do Peter Green Bruno?
Bruno: O primeiro sim, o segundo é da fase Bob Welch.
Luiz Carlos:
Mairon, tente começar pelo Peter Green, que é certeza de você se
amarrar. Aí, gostando do grupo por esses, fica mais fácil pegar a
simpatia pela nova fase.
Mairon: Beleza, vou atrás. Diogo, o Hotel California é incomparável com o Rumours, e em 1976, só o Presence bate ele. Tem outros discos que vão bater taco-a-taco, mas Hotel California é fantásticamente melhor que Rumours, sem dúvida.
Diogo:
Muitos afirmam, como alguns lembraram, que esse é o disco definitivo
sobre separações e afins. no entanto, e sei que sou suspeitíssimo pra
falar, nada soa tão maravilhosamente belo e honesto quanto Tunnel of Love, de Bruce Springsteen. Esqueçam letras clichês sobre amor entre casais. Nesse disco está o que vocês precisam ouvir.
Mairon: Ainda tem o Blood on the Tracks do Bob Dylan, o mais cortador de pulsos da história.
Luiz Carlos: Songs of Love and Hate, do Leonard Cohen, ou Closing Time, do Tom Waits. Músicas pra fazer o coração despedaçar e lançar os cacos pelo cú.
Bruno: Para mim o disco definitivo sobre separações é o The Boatman's Call, do Nick Cave. Nada reflete tão bem o sentimento de quem acabou acabou de ser chutado como esse disco.
Mairon: Valeu gurizada. Abraços.
Luiz Carlos: Bjs
Bruno: Abraços:
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