domingo, 3 de abril de 2011

Styx - Parte II



Estamos no ano de 1975, e nele, o guitarrista John Curulewski decide sair do grupo Styx para dedicar-se mais a família e ao ensino de música, pouco antes de uma turnê de divulgação do álbum Equinox começar.

O escolhido para substituir Curulewski foi o jovem guitarrista Tommy Shaw. Nascido em Montgomery, Alabama, no ano de 1953, Tommy deixou a cidade natal após acabar o ensino médio na Robert E. Lee High School para ingressar no conjunto The Smoke Ring, por onde teve uma breve passagem, ingressandono MSFunk, por onde tocou por três anos, excursionando pelos Estados Unidos. Em uma passagem do MSFunk por Chicago, Tommy foi descoberto pelos irmãos Panozzo, que após a saída de Curulewski, foram atrás do baixinho, que agora já integrava o grupo Harvest.

A estreia de Tommy Shaw

Tommy assumiu as seis cordas e logo partiu para excursionar divulgando Equinox, indo para os estúdios onde o Styx começaria uma incrível sequência de vendas de LPs com o álbum Crystal Ball.

Lançado em 1976, esse álbum marcou o início de uma série de álbuns de ouro e platina que o Styx que manteria pelos próximos cinco anos, deixando clássicos eternos na discografia do grupo. O LP começa com os sintetizadores apresentando guitarra e baixo que fazem o tema central de "Put Me On", com uma levada clássica da introdução, que nos traz as vocalizações cantando um excelente rock, com destaque para as intervenções de moog e para os vocais de James sobre o belo acompanhamento do Styx. O excelente solo de James possui sessões marcadas, que levam a viajante sessão de teclados, onde a canção torna-se um belo progressivo, com os vocais de Dennis acompanhados por violões, harmônicos e belas vocalizações, voltando ao riff inicial com muito pique encerrando a canção com uma complicada sessão de sintetizadores.

A suave "Mademoiselle" começa com frases em francês, e as vocalizações cantando o refrão, e a canção, cantada por Tommy, tem um andamento melódico e vocal muito similar as canções do Queen na fase A Night at the Opera / A Day at the Races, com destaque para o belo tema instrumental, recheado de vocalizações que leva ao curto solo de guitarras gêmeas sobre as vocalizações que cantam "sweet Mademoiselle" e repetem o refrão, encerrando com mais "sweet Mademoiselle" para o ouvinte.


"Jennifer" começa com as vocalizações de Dennis, e o embalo da canção é muito bom, com destaque para o peso do refrão, onde as vocalizações novamente se sobressaem. Dennis segue a letra, retornando ao refrão e então temos o rápido solo de James, com muitos efeitos, retornando ao refrão e encerrando a canção com mais vocalizações de Dennis e outro rápido solo de James.
O lado A encerra-se com a bela introdução de violões e os vocais de Tommy para a faixa-título. "Crystal Ball" tornou-se um dos primeiros hinos para os novos fãs do Styx, passando a ser tocada frequentemente nos shows. A introdução acústica cresce com a entrada das vocalizações, e assim, o peso pega no ótimo refrão, onde as vocalizações entoam o nome da canção com um pesado acompanhamento. Dennis faz um bonito solo no sintetizador, levando a  um curto solo de guitarra, voltando ao peso, com Tommy seguindo a letra e retornando ao refrão, com várias intervenções da guitarra de Tommy, encerrando a canção com mais um curto solo de Tommy.
 Styx em show de 1976

"Shooz" abre o lado B com o riff de guitarra e estalos de dedos. As vocalizações de Tommy surgem, seguido por um curto tema com o slide, também tocado por Tommy, em um som embalado pelas guitarras e pelo andamento boogie de John e Chuck, com destaque para os solos de guitarra, com Tommy ao slide e com James no melhor estilo Jimi Hendrix.

 A bela "This Old Man", composta por Dennis em homenagem a seu pai, surge com o emocionante tema das guitarras gêmeas, e assim, Dennis passa a cantar acompanhado apenas pelo dedilhado do violão. Sintetizadores passam a acompanhar o violão, e chegamos ao centro da canção, com sinos tubulares e vocalizações, trazendo o bonito refrão, com os vocais cantando na melodia do tema das guitarras gêmeas, acompanhados pelo hammond, os Panozzo e os acordes pesados das guitarras. Um curto tema com o hammond é repetido por baixo e guitarra, levando ao solo de Tommy, voltando ao refrão e encerrando com a sessão dos sinos tubulares acompanhados por uma marcha e as vocalizações de Dennis.

A peça clássica para "Clair de Lune", de Debussy, possui apenas o piano de Dennis, introduzindo "Ballerina", que encerra o vinil com a introdução dos vocais acompanhados pelo piano apenas. O hammond surge, e assim, o Styx passa a acompanhar os vocais de Dennis em mais uma leve canção, que transforma-se com a entrada do dedilhado da guitarra, onde Dennis passa a cantar de uma forma diferente, e assim, as vocalizações com os "lá-lá-lá" e "o-o-o" levam ao final da canção com muito peso das guitarras e dos Panozzo, além dos delirantes acordes de hammond e das intervenções das guitarras gêmeas, enquanto James solta o wah-wah nos ouvidos dos fãs e Tommy manda ver em arpejos e bends.

Versão gold de Crystal Ball

Embora tenha alcançado apenas a posição 66 no seu lançamento, Crystal Ball conquistou platina em 1978, sendo o primeiro a receber a versão em vinil-ouro, juntamente com os quatro LPs que o sucederam. O grande sucesso ficou por conta de "Mademoiselle", que alcançou a posição # 36 nas paradas americanas.

O disco que elevou o Styx ao status de mega-grupo

O Styx manteve o pique, e após uma curta série de apresentações, em 7 de julho de 1977, uma data especial principalmente pela superstição numérica, lançou o primeiro álbum a realmente fazer sucesso. Acaso com a numerologia? Não se sabe, mas o sétimo álbum do Styx, The Grand Illusion estourou nas paradas dos Estados Unidos, elevando o nome do grupo para um dos maiores no rock americano.

O LP começa com a excelente faixa-título, com o belíssimo início marcial do hammond e da bateria acompanhado pelos acordes de guitarra e baixo, trazendo os vocais de Dennis, com uma ótima sessão marcada de baixo, bateria e guitarra, alternando momento mais calmos, como o refrão e o solo de James, e outros mais pesados, como o solo de Tommy.

Uma boa faixa de abertura, que é seguida pelo primeiro clássico, "Fooling Yourself (The Angry Young Man)", com os sintetizadores apresentando o tema central, seguidos pelos acordes de violão, onde temos um curto solo de moog, e assim, voltamos ao tema inicial, para apenas o violão, baixo e bateria fazerem um leve acompanhamento. O hammond aparece acompanhando os vocais de Tommy, com destaque para as intervenções do sintetizador de Dennis, responsável pelo solo principal, acompanhado sempre pelo andamento leve de violão, baixo e bateria.

"Superstars" possui um progressivo início, com as notas marcadas de baixo e guitarra acompanhando as vocalizações sobre os acordes de hammond, em mais uma leva canção cantada por Tommy, com destaque para o solo de guitarras gêmeas, em uma canção suave, que antece a clássica "Come Sail Away", o grande sucesso deste álbum, que abre apenas com os famosos acordes de piano e a voz de Dennis, seguida pelos sintetizadores e por mais um leve acompanhamento dos Panozzo, até as guitarras surgirem, com John mostrando suas influências em Keith Moon (The Who), e então a canção ganha ritmo, chegando no grudentíssimo refrão que entoa o nome da faixa, levando a sequência de eletrônicos durante o solo de moog, e então, a sequência The Who retorna a letra e a repetição do refrão, encerrando o lado A com muitas vocalizações durante o solo de Tommy.

 Premiação de platina dupla de The Grand Illusion

Mais um grande clássico abre o lado B, "Miss America", com os acordes de sintetizador fazendo o inesquecível tema inicial, que então leva ao fantástico riff das guitarras, inspirado em "Minstrel in the Gallery" (Jethro Tull), e assim, o vocal de James cantar uma deliciosa e pesada disco-music, com um dos mais pesados refrões da carreira do Styx, onde as vocalizações entoam o nome da canção enquanto James grita "are you".Uma das melhores canções do álbum e da fase Tommy, sem sombra de dúvidas, com o embalante acompanhamento dos Panozzo, com destaque para a sequência de solos de Dennis (com o sintetizador) e James.

"Man in the Wilderness" começa com o riff da guitarra, voltando as canções mais leves com a entrada dos vocais de Tommy, os quais são acompanhados apenas por violão e pelo hammond, além do andamento suave dos Panozzo. Destaque para o bom arranjo vocal e a combinação dos eletrônicos e sintetizadores de Dennis, que levam ao belo tema instrumental do solo de Tommy, no melhor estilo do hard setentista, e para a fantástica e arrepiante sequência final, com as guitarras gêmeas e as escalas menores que retornam ao refrão, encerrando essa ótima canção.

Então, vem a espetacular "Castle Walls", com a marcação de Chuck trazendo a melodia do órgão e do hammond entre batidas nos pratos. Dennis passa a cantar na melodia do órgão, e a canção vai adicionando teclados sempre com o acompanhamento do baixo, estourando com a entrada das vocalizações, que cantam o belo e emocionante refrão, com as guitarras comandando um pesado riff ao fundo. Então, Tommy faz um curto solo, com escalas jazzísticas, até um longo acorde de sintetizador servir de base para o tema dos sintetizadores, que muda completamente a canção, ganhando peso com os acordes da guitarra, com muito sustain, e as viradas Perteanas de John. Mais sitnetizadores aparecem, voltando a marcação do baixo, que agora, acompanha a melodia inicial, que está sendo feita por hammond e pelas guitarras gêmeas, de onde brota James, para fazer um belo solo tendo a melodia inicial ao fundo, voltando ao refrão e encerrando com as notas jazzísticas de Tommy.

Depois dessa maravilha, "The Grand Finale" encerra o LP com o baixo puxando os acordes de hammond, guitarra e as batidas nos pratos, que apresentam as vocalizações. Dennis canta uma rápida estrofe, e então, entre solos de Tommy e James, a  curta canção vai para o seu final, encerrando imponentemente um belo álbum, que alcançou a sexta posição nas paradas americanas logo no seu lançamento.

Versão Gold de The Grand Illusion

Meses depois, o álbum consquitava platina tripla, se tornando o álbum mais vendido da carreira do Styx até aquele momento. A capa de The Grand Illusion foi projetada pelo pintor René Magritte, e possui o nome de Carte Blanche. "Fooling Yourself (The Angry Man)", atingiu a vigésima nona posição, enquanto "Come Sail Away" foi direto para a sexta posição da Billboard, um grande marco para o grupo.

 A sequência do sucesso do Styx, agora com Pieces of Eight

Uma bem sucedida turnê foi realizada, mas a onda do sucesso inspirava o quinteto, que novamente se trancou nos estúdios para produzir o terceiro disco de ouro da carreira da banda. Pieces of Eight foi lançado em primeiro de setembro de 1978, e manteve a sonoridade de The Grand Illusion, mesclando baladas com momentos mais pesados, e registrando pelo menos mais dois clássicos para a coleção do grupo.

O LP abre com "Great White Hope", onde barulhos de público trazem a voz de Dennis apresentando o grande show que irá acontecer, em uma pesada canção cantada por James, onde o estilo Keith Moon de John novamente se revela, com destaque para o momento progressivo no solo de Dennis. "I'm Ok" vem na sequência, com a bateria trazendo as vocalizações, e assim, o riff de guitarra e do órgão da Catedral de St. James surgem, deixando apenas o órgão apresentar os vocais de Dennis, e com um andamento mais leve que "Great White Hope", apresentando uma letra de esperança onde o destaque com certeza vai para o refrão, o solo de Tommy e para o belo solo do órgão da Catedral de St. James.

Violões apresentam o tema do sintetizador que introduz "Sing for the Day". As vocalizações cantam o refrão no melhor estilo Yes, e assim, Tommy passa a cantar sobre o andamento do hammond e dos violões, além da leve cadência dos Panozzo e das intervenções do sintetizador. O refrão volta, e após um curto tema do sintetizador, mandolim e violão acompanham o solo de Dennis. O refrão é repetido, e Tommy segue a letra da canção, que encerra-se com um tímido tema no mandolim de Tommy.

A curta vinheta "The Message", repleta de sintetizadores, nos leva para a "Lord of the Rings", com uma boa introdução, onde as vocalizações cantando o refrão são acompanhadas pelo riff da guitarra, trazendo os vocais de James em mais uma canção suave, com destaque para a sessão instrumental, onde sinos tubulares e um ritmo marcial da bateria acompanha as notas de sintetizador e guitarras, voltando a sequência da letra que encerra o lado A com a repetição do refrão e um curto solo de Tommy.

Chuck, Dennis, James, John e Tommy

O lado B abre com a clássica "Blue Collar Man (Long Nights), onde o famoso riff do sintetizador abre espaço para a levada AOR dessa grande canção cantada por Tommy, regada de peso, e com destaque para as grudentas vocalizações do refrão mais famoso do LP e para o oitentista, e muito bom, solo de Tommy.

A guitarra dedilhada e sintetizadores nos apresentam a sensacional "Queen of Spades", onde os vocais de Dennis, acompanhados apenas pelo dedilhado da guitarra, cantam a melhor canção de Pieces of Eight, com muito feeling, até a canção mudar com a entrada do baixo e da bateria, em um funkzão delirante, na linha de "Miss America", com o riff pesado das guitarras acompanhando os vocais de Dennis, e as vocalizações entoando o trabalhado refrão que antecede o solo de James, feito pelo acompanhamento funkeado, e depois o solo de Tommy, com muitos sustains e um andamento mais lento, voltando os vocais de Dennis e assim, encerrando essa ótima canção após o virtuoso solo de Tommy, que leva aos sintetizadores finais sobre o dedilhado da guitarra.

"Renegade" começa apenas com a voz de Tommy a capela, seguido pelas vocalizações também a capela, fazendo uma interessante introdução, que transforma-se em um dançante faixa com a entrada dos instrumentos, com destaque novamente para o solo de Tommy, e chegamos a "Pieces of Eight", uma balada cantada por Dennis, com muitos sintetizadores e o dedilhado da guitarra antecipando o hard farofa dos anos 80, com destaque para a marcada e trabalhada sessão instrumental, onde Dennis solta os dedos no bonito tema do piano, que lembra muito canções do Supertramp.

O LP encerra-se com a instrumental "Aku-Aku", onde o dedilhado da guitarra é seguido pelo tema central feito pelo piano. A canção avança em cima do tema do piano, ganhando a adição de bateria, baixo, sintetizadores e também de guitarras, em um leve andamento que fecha calmamente o oitavo álbum do Styx.


Versão Gold de Pieces of Eight

Assim como The Crystal Ball, Pieces of Eight atingiu a sexta posição em vendas quando de seu lançamento, conquistando platina tripla. Posteriormente, o álbum ainda chegaria na segunda posição, graças ao sucesso dos singles de "Sing for the Day" (quadragésimo primeiro), "Blue Collar Man (Long Nights)" (vigésimo primeiro) e "Renegade" (décimo sexto).

Uma bem-sucedida turnê pelos Estados Unidos, e não tão bem-sucedida na europa, e com o número de vendas atingindo níveis cada vez maiores, serviu para o Styx preparar-se para o próximo lançamento. Durante boa parte do ano de 1979, o Styx entrou para os estúdios, e manteve a característica de se auto-produzirem, o que aconteceu desde sua entrada na A & M Records. Estreando no Pumpkin Studios, Shaw, Young, Dennis e os irmãos Panozzo trabalharam para manter o nível dos três discos anteriores, mas se aproximavam cada vez mais de um estilo que começava a tomar conta da América, o Adult Oriented Rock, ou simplesmente AOR.

 Mais sucesso com Cornerstone

Em outubro de 79, surgia o álbum do grupo mais ligado ao AOR, Cornerstone, que lançou ainda mais dinheiro para o já forrado bolso dos integrantes do Styx, graças ao sucesso de canções como "Borrowed Time", "Why Me", "Boat on the River" e a mais famosa canção do grupo, "Babe". O álbum abre com a leve "Lights", com os acordes de sintetizadores e violão introduzindo a canção. Tommy passa a cantar, acompanhado apenas pelo violão, com destaque para o belo arranjo vocal feito pelo grupo, com vocalizações que vão se encaixando com a letra de Tommy, chegando ao refrão que destaca uma bonita balada, a qual se transforma para o solo de Tommy, virando uma swingada canção com os riffs de sintetizador e da guitarra, voltando ao refrão para o encerramento da canção.

"Why Me" começa com os vocais de Dennis, e com a levada do piano elétrico muito próxima a canções do Supertramp, e com as vocalizações semelhantes as canções do Queen na fase A Night at the Opera /  A Day at the Races, em mais uma leve canção com destaque para o refrão, com muitas vocalizações, e para o solo de sax feito por James Eisen, que duela com a guitarra de James.

Entçao, vem o grande sucesso do LP, "Babe", uma balada melosa, que começa com o piano elétrico de Dennis, fazendo o riff mais conhecido da carreira do Styx, trazendo os vocais de Dennis, chegando ao famoso refrão, que arrancava gritos histéricos das mocinhas nas plateias por onde o grupo tocava através da frase "babe, I love you!", que é o ponto de maior destaque dessa canção, que estourou nas paradas, atingindo rapidamente a primeira posição em todos os charts americanos.

A fantástica "Never Say Never" surge com os violões e os acordes de guitarra, com o Styx cantando o refrão em francês, em uma linha muito próxima ao grupo sueco ABBA, com o vocal principal feito por Tommy, e que é seguida por outro grande clássico, a linda "Boat on the River", uma espécie de "Lady in Black" (Uriah Heep) composta pelo Styx, começando com o bonito andamento do mandolim, violão e sintetizador, que apresenta então a marcação do baixo, trazendo os vocais de Tommy, em uma linda levada e melodia, que aos poucos ganha a adição de um acordeão (tocado por Dennis) e também da marcação no chimbal. Os vocais de Tommy estão carregados de sentimento, e a composição no geral é belíssima, e o solo de mandolim feito por Tommy nos joga em um campo qualquer da europa, encerrando o lado A com Dennis e Tommy cantando juntos.

Tommy, James, Dennis, John e Chuck
O lado B abre com "Borrowed Time", onde os sintetizadores introduzem a canção mais próxima do AOR em todo o álbum, alterando momentos pesados feito pelas guitarras de James e Tommy, com outros mais dançantes, como a levada geral da canção para os vocais de Dennis, tendo John tocando bateria eletrônica.


"First Time" é mais uma balada, onde o piano elétrico novamente introduz os vocais de Dennis, em uma canção muito similar a "Babe", com diferença no trabalho vocal na frase "Don't Be Afraid of Love", que parece ter saído de algum álbum do Bee Gees, e no acompanhamento da letra, novamente lembrando Queen. O Queen também é revivido durante o solo de Tommy. Essa faixa conta ainda com um bonito arranjo de cordas, somando mais uma balada para o Styx.

"Eddie", composta por James, é a mais pesada canção do LP, com um interessante riff, onde John revive seus momentos Moonianos, e com o bom refrão, repleto de vocalizações que antecedem o sensacional solo feito pela guitarra sintetizada de James e também pela guitarra normal.

Efeitos de sintetizadores nos levam para a melhor canção do LP, "Love in the Midnight", onde violões dedilhados trazem os característicos vocais de Tommy. O piano elétrico faz algumas notas, e as vocalizações aparecem sob os vocais de Tommy, até chegarmos ao refrão, onde guitarra, baixo e bateria marcam o tempo para as vocalizações cantarem  junto com Tommy esse grudento refrão, e depois, alternando a sequência de frases entre Tommy e vocalizações, chegando na bonita sessão instrumental, onde baixo e guitarra fazem o riff enquanto vocalizações cantam um determinado tema. Dennis sola no sintetizador, com muitos efeitos, e assim, Tommy faz o Floydiano solo na guitarra, voltando a sequência que antecede o refrão, o qual é repetido e encerra a canção com o pesado riff da sessão instrumental acompanhado pelas cordas, enquanto Tommy faz vocalizações e sola ao fundo.

"Babe", além de atingir o número 1 das paradas, também foi o single mais vendido da carreira do Styx, com mais de um milhão de cópias apenas nos Estados Unidos. Os outros singles citados tiveram as seguintes posições: "Borrowed Time" (sexagésimo terceiro) e "Why Me" (vigésimo sexto). Já "Boat on the River" estourou na europa, principalmente na Alemanha e Suíça, onde atingiram a primeira posição.

Cornerstone foi o primeiro álbum do Styx a ser Top 5, chegando a segunda posição, vendendo mais de 3 milhões de cópias e conquistando platina tripla. A turnê que seguiu, batizada de The Grand Decathlon Tour, foi a mais bem sucedida até aquele momento. Tudo ia bem para o grupo na virada da década de 70, e para os que não acreditavam, ainda ficaria melhor. Se Cornerstone havia gerado pelo menos dois grandes singles de sucesso, o próximo álbum teria cinco singles estourando na América.


Depois da grande turnê de Cornerstone, o grupo voltou aos estúdios, e assim, começou a trabalhar em um ambicioso projeto para o próximo álbum. Trazendo um tema totalmente conceitual apresentado por Dennis DeYoung, a ideia era narrar a história do Teatro Paradise, um famoso teatro de Chicago. Muitos acharam que não daria certo, mas, eles estavam errados.


O conceitual Paradise Theater
Narrando a história de um teatro fictício chamado Paradise, o Styx contestava as mudanças sonoras que ocorreram no final da década de 70, criticando inclusive a eles mesmos, em um álbum sensacional, que foi batizado simplesmente com o nome de Paradise Theatre.

Lançado em 19 de janeiro de 1981, mostra o grupo ainda mais ligado ao AOR, começando com "A. D. 1928", onde o piano elétrico faz o tema que apresenta os emotivos vocais de Dennis. Vocais computadorizados aparecem, e após a segunda estrofe, começa o rock de "Rockin' the Paradise", com uma ótima introdução seguida pelos vocais de Dennis, em um rock dançante onde as vocalizações cantam o nome da canção, e também com um bom solo feito por James, ondea levada do baixo, piano e bateria é típica dos grandes rocks da década de 50.


"Too Much Time on My Hands" vem na sequência, com os sintetizadores fazendo o riff de mais um grande clássico da carreira do Styx, abrindo espaço para o andamento oitentista e os vocais de Tommy, chegando ao famoso e grudento refrão cantado pelas vocalizações e com as inesquecíveis palmas entre o nome da canção, levando ao bom solo de Tommy, para repetir o nome da canção por algumas vezes, e assim, voltamos ao andamento oitentista dessa canção que narra o auge do sucesso do Paradise, encerrando com a repetição do grudento refrão.


"Nothing Ever Goes as Planned" possui uma bela introdução, com o solo de Tommy apresentando os vocais de Dennis, que são acompanhados por pesados riffs, e a canção desenvolve-se com um dançante andamento dos Panozzo, além de um arranjo de metais para a Hangalator Horn Section comandado por Ed Tossing, e de um belíssimo trabalho vocal no refrão. Destaque para o tema dos metais que leva ao solo de Tommy, feito com o wah-wah, em um clima bem leve e dançante, narrando sobre o começo da falência do teatro. Voltamos então ao refrão, encerrando a canção com o tema dos metais e um solo de saxofone feito por Steve Eisen.


Mais um clássico complementa o lado A, agora com "The Best of Times", que narra sobre o eminente fim do Paradise. O início se dá com a mesma melodia de "A. D. 1928", com o tema do piano, a voz de Dennis e as vozes computadorizadas, porém com a letra diferente, que nos leva a mais um grande refrão, cantado apenas pelas vocalizações do quinteto. O solo de Tommy também é repleto de vocalizações, com uma melodia muito bonita feita por piano, baixo e bateria. A letra retorna, e o refrão surge novamente, com as belas vocalizações cantando a letra e encerrando a canção.



Uma das últimas fotos da formação clássica nos anos 70

"Lonely People" abre os trabalhos no lado B, com barulhos de chuva e trovões tendo ao fundo gritos e um jazzístico solo de saxofone, para a bateria apresentar o riff dançante do sintetizador, com os vocais de Dennis acompanhados por baixo, bateria e teclados que seguem a melodia vocal. Os momentos pesados do vazio e da solidão dentro do teatro são muito bem retratados pelas guitarras, com destaque para os solos de Tommy e James e para as vocalizações do refrão ,além de Eisen participar novamente encerrando a canção com mais um solo de saxofone.


Eisen também está solando em "She Cares", que destoa do conceito geral do álbum, com o riff de guitarra seguido pelo embalo do baixo, bateria, violão e acordes de piano, trazendo a voz de Tommy, em uma canção romântica que parece não se encaixar com o contexto geral. "Snowblind" traz o álbum de volta aos trilhos, com piano elétrico, baixo e percussão apresentando os vocais de James repletos de efeitos, e a canção cresce, chegando ao refrão, cantado por Tommy em um andamento levemente bluesístico, com boa participação das guitarras, onde a letra narra sobre o reconhecimento do fim do Paradise. O solo de James é excelente, com muitos bends e notas velozes, tendo o bom acompanhamento dos Panozzo e as vocalizações do Styx cantando o nome da canção.


"Half-Penny, Two-Penny" apresenta o ótimo riff da guitarra, com o excelente andamento de John e Chuck trazendo a voz de James. A marcação do baixo é grudenta e extremamente dançante, modificando-se no emotivo refrão, onde as vocalizações contam sobre a venda do Paradise por uma merreca de dinheiro, e assim, barulhos demonstram a demolição do teatro entre acordes de piano e o badalar de um sino, sempre com o marcante baixo de Chuck, levando aos excepcionais solos de Tommy e James. A canção encerra-se com um belo tema da guitarra e do sintetizador, além de uma nova participação de Eisen, solando sobre esse tema que, feito apenas pelo piano, nos leva para "A. D. 1958", onde o Paradise passa a existir apenas na memória de quem o conheceu, e com a letra cantada sobre a mesma melodia do piano de "A. D. 1928", fechando esse excelente álbum conceitual da carreira do Styx.

Versão com a imagem em laser
Uma versão limitada do vinil apresenta uma imagem em laser do teatro e do nome da banda gravada nos sulcos de uma das faces do mesmo, versão essa cobiçada por todo fã de música que se preze.  Paradise Theatre vendeu mais de 3 milhões de cópias, tornando se rapidamente número 1 em vendas e o quarto álbum de platina-tripla em sequência, um fato raro.


Dos singles extraídos, tivemos "Nothing Ever Goes as Planned" (quinquagésimo quarto), "Snowblind" (vigésimo segundo), "Rockin' the Paradise" (oitavo), "The Best of Times" (terceiro) e "Too Much Time on My Hands" (segundo).

Algumas polêmicas envolveram o álbum, como alguns acusandoo grupo de mensagens satânicas subliminares e também da defesa do uso de cocaína, o que parece existir em "Snowblind". Isso não manchou a imagem do Styx, que partiu para a sua primeira grande excursão mundial, onde o auge foi a passagem pelo Japão, de onde inspirariam-se para compor o próximo álbum, o qual também traria um tema conceitual.



O último LP do Styx
Dennis criou toda história, onde em um futuro não muito distante, Dr. Everett Righteous, um maníaco líder da Majority for Musical Morality (MMM), torna-se uma pessoa influenciável dentro do país através da TV a cabo e da internet. Assim, ele passa a criticar o rock, acusando Elvis Presley de ser o responsável pela decadência moral e econômica dos Estados Unidos. Carismático, Dr. Righteous ganha poderes com a mídia, e assim, a MMM consegue banir o rock das rádios e TVs americanas.


Rober Orin Charles Kilroy era um dos grandes astros do rock na época, e com a nova lei, teve que encerrar as atividades. Kilroy então organiza uma turnê nacional de despedida, culminando as apresentações com um show no Paradise Theater, diante de milhares de fãs e também de seguidores da MMM. Um conflito entre os seguidores pró e contra o rock acaba levando a morte de um integrante da MMM, e assim, Kilroy é preso e condenado a viver sob torturas do Dr. Righteous ao lado de diversos outros astros do rock.


O tempo passa e os robôs manufaturados japoneses são os principais personagens da sociedade moderna. Os chamados Mr. Robotos servem para atividades de trabalho pesado como também para auxiliar humanos com deficiência. Dr. Righteous, agora um grande líder nacional, praticamente exterminou o rock da América, que agora existe apenas entre rebeldes que ainda insistem em ouvi-lo.


Um desses rebeldes é Jonathan Chance, que além de curtir muito rock, é um grande fã da carreira de Kilroy, e tenta de todas as formas manter o nome do ídolo vivo. Kilroy já passou um longo tempo na prisão, sendo torturado com imagens e falas contra os músicos e contra as letras, acusando de "paixão ao demônio", "uso de drogas", "abuso de adolescentes" entre outros.


Jonathan, um jovem e esperto garoto, consegue infiltrar-se através da rede de computadores dentro do sistema central de imagem e som da prisão onde está Kilroy (um hacker, antes dessa palavra se tornar famosa), e assim, passa a exibir imagens de apresentações de Kilroy ao longo da carreira, as quais, quando vistas por Kilroy dentro da prisão, o levam a se dar de conta do que está acontecendo fora da prisão.


O astro do rock decide fugir, e então, disfarça-se de um Mr. Roboto Guarda. Vestido como um Mr. Roboto, Kilroy se move pela cidade, deixando códigos em grafites que serão decifrados por Jonathan, levando-o a encontrar seu ídolo no antigo teatro Paradise, agora, o Museu de Patologia do Rock, criado pelo Dr. Righteous.

Kilroy como Mr. Roboto


Aqui começa o LP Kilroy Was Here, lançado em 1983, apresentando uma moderna história conceitual que bate de frente com o que o rock, e principalmente o Styx, sofria de ataques naquela época. Musicalmente, Kilroy Was Here é mais fraco que Paradise Theatre, mas mesmo assim, apresenta boas canções e mais alguns clássicos, começando com a sensacional abertura de "Mr. Roboto", onde os sintetizadores apresentam o riff que será seguido pela melodia vocal, com diversos eletrônicos ao fundo, até surgirem as vozes computadorizadas cantando em japonês, e assim, começa a letra, a qual é cantada por Dennis, em um pop oitentista, com bateria eletrônica, que conta o que são os Mr. Robotos, e que Kilroy é um deles agora. Sintetizadores e guitarras sintetizadas são constantes nessa ótima canção, e nos levam para o famoso refrão em japonês, com as vocalizações do Styx cantando as falas entre vozes computadorizadas.


"Cold War" também é outra canção bem anos 80, com o riff e vocalizações cantando o nome da canção introduzindo os vocais de Tommy. Aqui, Jonathan conta a Kilroy como o mundo mudou sem o rock. Destaque para o bom solo de Tommy. Após, temos a famosa balada "Don't Let it End", onde mais sintetizadores introduzem os vocais de Dennis, em mais um famoso refrão que é seguido pelo interessante solo de Tommy. Aqui, conhecemos um pouco do passado de Kilroy.


O lado A encerra-se com "High Time", onde Kilroy narra para Jonathan todas as torturas que passou dentro da prisão. O início com bateria eletrônica apresenta vocalizações e sintetizadores, em mais um pop, porém com levadas jazzísticas, que é cantado por Dennis. Kilroy decide finalmente lutar contra a moralidade de Dr. Righteous e assim, chegamos no lado B, onde conhecemos o Dr. Righteous através dos vocais de James em "heavy Metal Poisoning", talvez a melhor canção do LP, onde o excelente riff da guitarra apresenta o hammond, e também os vocais de James. O complicado e marcado acompanhamento dos irmãoz Panozzo serve para ouvirmos algumas das maléficas ideias do líder da MMM, em um rock dançante e ao mesmo tempo pesado, em comparação com as demais canções, falando mal do rock, e principalmente do heavy metal, que destrói a juventude em favor de sexo, drogas e rock'n'roll.

Styx durante turnê de Mr. Roboto


"Just Get Through This Night" acalma os ânimos, com sintetizadores e o Shami-sen deTommy (uma espécie de guitarra japonesa) levarem até as notas do piano elétrico, em uma sombria introdução com o Shami-sen ao fundo. Os vocais de Tommy surgem acompanhados pelos sintetizadores, e então, piano elétrico, baixo e bateria passam a acompanhar a letra de uma balada que nos conta como Jonathan irá colaborar com Kilroy na batalha contra Dr. Righteous.


"Double Life" é onde isso ocorre, com o Dr. Righteous assumindo sua insanidade e esquizofrenia. Muitos sintetizadores trazem novamente os vocais de James, com um pop tipicamente oitentista, com destaque para o grudento refrão cantado pelas vocalizações, onde Dennis faz um solo muito legal com o sintetizador.


"Haven't We Been Here Before" apresenta o tema no piano elétrico, e assim, os vocais de Tommy são acompanhados pelo piano, como Styx fazendo mais uma balada, onde o bonito refrão é dividido entre os vocais de Dennis (fazendo o papel de Kilroy) e de Tommy (fazendo o papel de Jonathan), contando ainda com um belo solo de guitarras sintetizadas, e finalmente Jonathan e Kilroy destroem a carreira de Dr. Righteous, e assim, em "Don't Let it End (reprise)", o sintetizador faz a melodia de "Mr. Roboto", bem como a guitarra, trazendo os vocais que contam o final da história, com os jovens podendo ouvir novamente o rock através de uma canção agitada e dançante, regada de solos de guitarra e com as vocalizações entoando o nome da canção.

Kilroy Was Herer foi o último álbum de platina, atingindo a terceira posição em vendas e  deixando os singles "High Time" (quadragésimo oitavo), "Don't Let It End" (sexto) e "Mr. Roboto" (terceiro).

Mais uma grande turnê acontece, apresentando um palco todo especial, que contava a história de Kilroy Was Here com muitos efeitos visuais e também interpretações de Dennis, disfarçado de Mr. Roboto durante a canção de mesmo nome,  Tommy  fazendo o papel de Jonathan Chance em "Haven't We Been Here Before" e James trajando as vestimentas do Dr. Righteous e tendo a companhia dos capangas Tenente Vanish (Chuck) e Coronel Hyde (John) durante "Heavy Metal Poisoning". Três dos quatro vídeos feitos para produzir o álbum, "Mr. Roboto", "Don't Let It End" e "Heavy Metal Poisoning", foram filmados praticamente ao mesmo tempo, além de serem usados como um minifilme.


O show acabou se tornando um problema, já que os custos eram muito altos, e então, poucas apresentações acabaram se realizando. Além disso, Tommy estava insatisfeito com a forma como Dennis estava controlando a carreira do Styx, e logo após o término da turnẽ de Kilroy Was Here, ele saiu da banda para seguir carreira solo.


O primeiro ao vivo



Em 1984, era lançado o primeiro álbum ao vivo do grupo, Caught in the Act Live, que apresentava canções registradas durante a turnê de Kilroy e mais uma canção inédita, "Music Time", que se tornou um hit Top 40. Uma versão em VHS com o mesmo nome foi lançada, onde pode se conferir toda a parafernália do palco dessa turnê, e recentemente, em 2007, recebeu a versão digital em DVD. Porém, os dias do Styx haviam chegado ao fim, com Dennis e James partindo para uma carreira solo de não muito sucesso, enquanto os irmãos Panozzo largaram o mundo da música durante um bom tempo. 


Em 1989, Tommy formaria o grupo Damn Yankees, ao lado de Ted Nugent (guitarras, vocais), Jack Blades (baixo) e Michale Cartellone (bateria). Outros destaques dessa época vão para o sucesso da canção "This is the Time', composta por Dennis para a trilha de Karate Kid II e para o álbum de James com Jan Hammer, City Slicker, lançado em 1986.


Último álbum com John Panozzo
Em 1990, depois de seis anos separados, o Styx voltava a ativa, agora com Glen Burtnik substituindo Tommy, além dos irmãos Panozzo, James e Dennis. Com uma sonoridade bem mais moderna, o Styx nascia das cinzas, com um álbum medianom, Edge of the Century, que mesclava baladas ("Carrie Ann",  "Show Me the Way" e "Love at First Sight") com rocks modernos ("Love is the Ritual", "Not Dead Yet" e "World Tonite"), onde "Love is the Ritual" e "Show Me the Way" se destacaram nas paradas americanas. 


A primeira, cantada por Burtnik,  atingiu a nona posição, enquanto "Show Me the Way" foi uma das mais pedidas nas rádios americanas durante o ano de 1990, atingindo a terceira posição.  Um destaque que merece ser dado é o fato das rádios americanas terem incluído "Show Me the Way" como um hino adotado pelas tropas americanas que lutavam na guerra do golfo, inclusive com algumas rádios tocando uma versão editada com os filhos de alguns militares cantando o refrão da canção. 

Styx 90: Dennis, James, Chuck, Burtnik e John


O Styx fez uma curta turnê e encerrou novamente as atividades após a compra da A & M pela Polygram em 1991. Um álbum intitulado Son of Edge foi registrado, com essa formação, mas nunca foi lançado oficialmente. Canções que pertenciam a ele foram lançadas posteriormente em coletâneas e discos solos.

Em 1995, Tommy Shaw, Dennis DeYoung, James Young e os irmãos Panozzo se reuniram para regravar "Lady" para a coletânea Greatest Hits (1995). Uma turnê para divulgação da coletânea foi sugerida para ocorrer em 1996, mas, John passava por sérios problemas de saúde, e veio a falecer em 16 de julho de 1996 devido a cirrose.

Ao vivo em homenagem a John Panozzo
O Styx continuou por insistência de Chuck, que queria homenagear o irmão, e assim, uma série de shows foi feita tendo Todd Sucherman na bateria, e que foi registrado no álbum ao vivo Return to Paradise, o qual apresentava três novas canções de estúdio: "On My Way", "Paraduse" e "Dear John", essa última escrita por Tommy em homenagem ao principal baterista que passou pelo Styx.

Return to Paradise foi muito bem sucedido nas paradas, alcançando ouro nas vendas e com o single de "Paradise" chegando a vigésima sétima posição na parada da Billboard, o que motivou o Styx a lançar mais um álbum de estúdio.

O retorno de Tommy após 17 anos
Assim, 17 anos depois, Tommy Shaw, Dennis DeYoung, James Young e Chuck Panozzo voltavam a gravar um álbum de estúdio. Com a bateria comandada por Todd Sucherman, Brave New World foi aguardado com muita expectativa pelos fãs.  Lançado em 1999, ele apresenta boas canções, como "I Will Be Your Witness",  "Number One", "Fallen Angel", a faixa-título, "Heavy Water" e "Verything is Cool". Baladas como "While There's Still Time" e "Goodbye Roseland" mantinham a linha de canções melosas da banda, e demonstravam também a pouca participação vocal de Dennis. Canções mais simples como "Best New Times" e "What Have They Done to You" mostram que o Styx trabalhou  para produzir um álbum coeso e pronto para o mercado americano do final dos anos 90, que foge muito do que os fãs antigos esperam de um álbum do grupo, empregando samplers e melodias vocais pouco inspiradas.

Mesmo assim, foi um bom álbum, derrapando apenas nos reggaes "Great Expectations" e "High Crimes & Misdemeanors" e que teve uma recepção amena, alcançando a décima posição nas paradas, com o único single do CD, "Everything is Cool", sendo um fracasso comercial.
Styx em 98: Tommy, James, Dennis e Chuck

Novamente, os conflitos pessoais interferiam na carreira do Styx. Enquanto Tommy e James desejavam voltar ao hard rock, Dennis queria levar o grupo para estilos mais próximos da Broadway, e isso ficou bem destacado em Brave New World. Com a baixa venda do LP e dos singles, bem como a quase participação dos teclados e dos vocais de DeYoung, que temporariamente passava por problemas de saúde com os olhos. A turnê planejada para acontecer foi desejada ser atrasada por parte de Dennis, mas o grupo saiu em turnê mesmo assim, contando com o tecladista Lawrence Gowan.

Durante a turnê, em 1998, Chuck revelou para os fãs que era homossexual e que também era portador do vírus HIV. Em 5 de junho de 99, o Styx fazia sua última apresentação com Dennis, tocando no Children's Miracle Network Telethon. Uma batalha judicial entre Styx e Dennis acabou levando a saída do tecladista, e assim, após um acordo, o grupo permaneceu na ativa, com Dennis seguindo carreira solo.
Styx 99: Tommy, Dennis, Chuck, Todd e James
Uma enxurrada de coletâneas e álbuns ao vivo foi lançada no início dos anos 2000. Arch Allies: Live at Riverport (2000), Styx World: Live 2001 (2001), At the River's Edge: Live in St. Louis (2002) e 21st Century Live (2003) preparam nos palcos a nova formação do Styx para entrar nos estúdios. Porém, com Chuck tendo que focar-se nos problemas de saúde, Burtnik retornou ao Styx, agora como baixista, com Chuck participando das gravações enquanto a saúde permitiu. 
O bom e incompreendido Cyclorama

Assim, lançaram Cyclorama (2003), com a formação tendo Tommy, James, Lawrence, Todd e Burtnik. Um ótimo álbum, mas que não agradou nem aos fãs antigos e nem aos novos, vendendo muito pouco. O bom rock de "Do Things My Way" abre os trabalhos em alto nível, mas as oscilações estão presentes no punk-Green Day de "Kiss Your Ass Goodbye", cantada por Burtnik, o metal moderno de "Captain America", cantada por James, a balada "Fields of the Brave", cantada por Lawrence, e na acústica "Yes I Can", cantada por Tommy e Burtnik", que mostravam a versatilidade vocal do Styx em canções que parecem ser de diferentes bandas, apesar de estarem presentes no mesmo CD. 

A bela "Killing the Thing That You Love", revela o talento vocal de Burtnik e uma bonita interpretação ao piano, feita por Lawrence. Já "Bourgeois Pig", com os riffs pesados de guitarra, é uma engraçada e descontraída vinheta que também não se assimila em nada do que foi registrado pelo Styx até então. 

Burtnik, James e Tommy (2003)

Mais peso pode ser encontrado no riff de "One With Everything", onde  os vocais são mais trabalhados e muito próxima do progressivo dos anos 90, com um ótimo solo de sintetizador. Uma das melhores canções do CD sem dúvida. "Waiting for Our Time" também chama a atenção, alternando momentos acústicos com pesados, e com destaque para o belo trabalho vocal do refrão. Outra com um belíssimo trabalho vocal é a recriação para "Fooling Yourself (Palm of Your Hands)", onde o fantástico início com todos a capela leva a uma curta recriação do famoso refrão desse clássico de The Grand Illusion.

Em termos sonoros, "These Are the Times", cantada por James, é a melhor do CD, com um excelente refrão cantado por todos, e que apesar da modernidade da bateria, não tem como não voltar ao final da década de 70, principalmente pelos momentos progressivos dos sintetizadores e das ótimas passagens instrumentais. 

"More Love for the Money" e "Together" apresentam o Styx mais coeso de Brave New World, e a derrapada é "Genki Desu Ka", que encerra o CD com vocalizações cantando o nome da canção em uma levada muito moderna.

Burtnik deixou o grupo em 2003, partindo para uma carreira solo, e foi substituído por Ricky Phillips, que havia passado pelo grupo Bad English. Essa nova formação participou, em 5 de junho de 2004, do Crossroads Guitar Festival, tocando covers para Jimi Hendrix,  Beatles, Slim Harpo e B. B. King, o que inspirou o grupo a gravar um álbum somente com covers.

O álbum de covers Big Bang Theory
Assim, em 2005 o grupo lançou Big Bang Theory, que foi bem sucedido na parada da Billboard, ficando entre os cinquenta álbuns mais vendidos daquele ano. Um álbum de covers bem versátil, com destaque para "I Am the Walrus" (Beatles), "Locomotive Breath" (Jethro Tull), "One Way Out" (Allman Brothers) e "Wishing Well" (Free). Chuck tocou baixo apenas em "Locomotive Breath".
Styx 2006: Chuck, James, Tommy, Lawrence, Ricky e Todd
No mesmo ano, Dennis lançou o CD The Music of Styx - Live with Symphony Orchestra, que continha regravações para clássicos do Styx, além de três novas canções, vendendo mais de 50 mil cópias somente no Canadá, onde nos shows da turnê, Burtnik apareceu como convidado. Em contra partida, o Styx lançava o CD e DVD One With Everything, onde o grupo toca ao lado da Contemporary Youth Orchestra, apresentando duas canções inéditas: "Just Be" e "Everything All Time".

No mesmo ano, no dia 21 de abril, a RIAA revelou que o Styx havia alcançado a incrível marca de 17 milhões e meio de álbuns vendidos apenas nos Estados Unidos. O grupo abriu para o Def Leppard no mesmo ano, e em 16 de outubro de 2007, recebeu o Lifetime Achievement Award pelas expressivas vendas.
Flyer da turnê com o REO Speedwagon
Em 2008 o grupo fez uma rápida turnê de verão, tocando durante 53 datas em 12 semanas. Já em 2009, o grupo excursionou ao lado do REO Speedwagon, com quem inclusive gravaram o single "Can't Stop Rockin'", lançado em 23 de abril do mesmo ano. A turnê continuou até fevereiro de 2010, quando o grupo fez a última apresentação no Sprint Cup Auto Club 500, em Fontana, Califórnia.
EP de regravações

Uma nova excursão pela América do Norte foi realizada em maio de 2010, tendo como convidados os grupos Foreigner e Kansas, e em julho de 2010 foi lançado o EP Regeneration: Volume 1, apresentando 6 regravações para clássicos do Styx e mais a inédita "Difference in the World", coincidindo com a The Grand Illusion / Pieces of Eight Tour, onde ambos os LPs eram tocados na íntegra.
Flyer da turnê com Kansas e Foreigner
Em 10 de novembro de 2010 o Styx confirmou uma turnê pela Grã-Bretanha ao lado de Journey e Foreigner, com 5 datas agendadas para junho deste ano, e, nesse ano, no dia 18 de março de 2011,o nome de Dennis passou a não ser mais mencionado no site oficial do grupo, que segue em carreira com suas apresentações e com uma briga que parece não terá mais fim com o seu principal tecladista.

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