sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Notícias Fictícias Que Gostaríamos Que Fossem Reais: Jethro Tull - A Drunk Passion Play [2013]




Por Mairon Machado (criação do texto) e Pablo Ribeiro (criação das artes do Box)

Há quarenta anos, o grupo britânico Jethro Tull lançou seu sexto disco de estúdio, A Passion Play, que se tornou uma obra atemporal dentro da longa discografia do grupo de Ian Anderson (flauta, violões, voz, saxofone, percussão, harmônica), principalmente por vir após o incrível Thick as a Brick (1972), e, assim como seu antecessor, ser um álbum conceitual, composto exclusivamente apenas da canção que dá nome ao LP.

A Passion Play mostra um Jethro Tull com novas inspirações, com uma letra conturbada (narrando a história do homem após a morte) e destacando principalmente a utilização do saxofone (por parte de Anderson) ao longo de toda a canção, o que acabou levando à imprensa especializada da época a apelidar o grupo de Van der Tull Generator (uma alusão aos britânicos do Van der Graaf Generator). Na época, o grupo era composto por Anderson, Martin Barre (guitarra, violões), Barriemore Barlow (bateria, tímpano, percussão), John Evan (piano, órgão, sintetizadores) e John Hammond-Hammond (baixo, violões, narração).

Imagem interna do livreto, com fotos e textos inéditos


A complexidade de "A Passion Play" está em um nível bem acima de "Thick as a Brick", e se tornou o verdadeiro caso "Ame ou odeie". Surpreendentemente, o álbum foi o mais vendido no ano de 1973 nas paradas americanas, seguindo os passos de Thick as a Brick (que havia conseguido esse êxito um ano antes) e consolidando o Jethro Tull como uma das principais bandas do rock progressivo.

Enquanto muitos fãs torcem o nariz, outros tem o álbum no topo da lista de melhor do grupo, e parece que não são só os fãs, já que o líder do Tull, o citado Ian Anderson, há exatos vinte anos lançou o CD duplo Nightcap: The Unreleased Masters 1973–1991, em uma camuflada comemoração aos vinte anos (na época) de A Passion Play, já que o primeiro CD, My Round: Chateau d'Isaster Tapes contém as gravações originais de "A Passion Play", registradas em 1972, e que foram adaptadas ou reformuladas para se tornarem o sexto disco do grupo.

Pois agora, Anderson mais uma vez presta seu tributo ao disco, e lança no mercado o incrível Box Set A Drunk Passion Play, que certamente irá atiçar os fãs e não fãs do grupo, devido a um conteúdo diferenciado e raro, mas que saiu em uma tiragem limitada (e numerada) de apenas mil cópias, feitas somente por encomenda.

O Consultoria do Rock entrou em contato diretamente com o próprio Anderson, e foi agraciado com um exemplar da caixa diretamente das mãos do cidadão, e trazemos nossas impressões sobre a mesma. O Box possui dimensões 40 cm x 40 cm x 10 cm, em um material bem trabalhado e resistente, mais massivo e grosso do que o que estamos acostumados a ver.


Imagens da reprodução do encarte original de A Passion Play,
inseridas nos posters que acompanham a caixa



O Box consiste de quatro mídias. A primeira é um inovador sistema de gravação, misturando na mesma mídia o formato blu-ray e o formato DVD comum, trazendo A Passion Play e My Round: Chateau d'Isaster na íntegra, com uma remasterização feita diretamente das fitas originais e escolha para Stereo ou 5.1 Surround System. O mais interessante é que é possível ouvir a mídia em qualquer aparelho, inclusive no CD Player, pois a mesma foi desenvolvida para reconhecer imediatamente aonde está inserida, e reproduzir as canções registradas para o formato especificado. Uma novidade que deverá ser seguida por outros grupos em breve.

A segunda e a terceira mídia são CDs que apresentam o show realizado pelo Jethro Tull em Los Angeles, na data de 22 de julho de 1973, um dia antes do álbum chegar às lojas daquele país, e uma das raras apresentações na qual o mesmo foi interpretado na íntegra. Esse show já circula pelo mundo através de um bootleg chamado Supercharged Through L. A., mas aqui, ganhou uma digitalização que torna a audição muito prazerosa, sem nenhum chiado ou ruído. O quinteto manda ver "A Passion Play" e ainda interpreta boa parte de "Thick as a Brick", além de petardos como "Wind-Up", "Aqualung" e "Cross Eyed-Mary".

Por fim, a quarta mídia é um DVD com raras apresentações do Tull entre 1972 e 1975, destacando diversas versões para "Thick as a Brick" e "A Passion Play", aonde podemos conferir por exemplo imagens originais da turnê de Thick as a Brick, jamais lançadas oficialmente e aqui em um tratamento de excelência visual, imagens nunca vistas da turnê de A Passion Play e uma jam session feita pelo grupo em Londres, 1975, com mais de vinte minutos de duração. Ainda no DVD, temos nos extras uma longa entrevista com Anderson, contando como foi o processo de gravação de A Passion Play, bem como a história interativa de " The Story of the Hare Who Lost His Spectacles", um dos trechos de "A Passion Play", especialmente para crianças e um jogo na qual você responde perguntas sobre a carreira do Tull e também sobre a história de A Passion Play. Na medida que você acerta as questões, a bailarina bebe um copo de uísque, e no final, quando todas as perguntas foram respondidas corretamente, a bailarina aparece bêbada, deitada conforme a capa original do LP, certificando a imagem irônica que o grupo sempre apresentou desde sua origem.
Whiskey
Uísque de doze anos acompanhando a caixa


Falando em uísque, talvez esse seja o maior atrativo da caixa (além da música, é claro). Isso mesmo, dentro do caixote, há uma garrafa de um litro de uísque escocês doze anos, desenvolvido especialmente para este lançamento, com rótulo personalizado e assinatura de Anderson. O uísque é Maravilhoso, com um sabor inigualável, e ao mesmo tempo que lamenta-se não preservar o mesmo para a posteridade, é impossível beber apenas um gole do mesmo durante a audição das mídias. Uma sacada genial, mas que torna a caixa ainda mais inacessível por nossas bandas.

Complementam o Box dois pôsters em tamanho 40 cm x 30 cm, com as capas do A Passion Play original e do caixote aqui resenhado, tendo internamente a reprodução da capa interna original de A Passion Play, com o convite ao espetáculo inserido junto às letras da canção de forma idêntica ao lançamento de 1973, e um livreto capa dura, trazendo fotos da época, textos inéditos e entrevistas com pessoas envolvidas na gravação de A Passion Play.

Enfim, apesar do preço bem salgado, e de ter saído somente lá fora, corra atrás desse magnífico lançamento, e delicie-se com a música (e o uísque) de uma caixa que nem parece real.

Todo o material da caixa

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