quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Saxon - Sacrifice [2013]



Há alguns anos, a New Wave of British Heavy Metal invadiu o mercado mundial, consagrando riffs e solos que viraram fama através de nomes como Def Leppard, Tygers of Pan Tang, Tank, entre outros. Porém, com o passar do tempo, o desinteresse pelo estilo foi diminuindo, e hoje, poucos são os grupos que ainda se mantém na ativa. Sem dúvidas, os dois nomes de maior destaque são o Iron Maiden e o Saxon.

Enquanto o primeiro insiste em viver do passado há pelo menos treze anos (afinal, desde o lançamento de Brave New World, em 2000, que os álbuns do Iron são uma tremenda repetição sobre si mesmo, e ano após ano, Steve Harris e cia. vem repetindo as famosas turnês do grupo nos anos 80, com um último álbum de inéditas lançado há quatro anos), o Saxon vem lançando álbuns regularmente, com competência e exímia garantia de qualidade.

Nibbs Carter, Nigel Glocker, Biff Byford, Doug Scarratt e Paul Quinn
Atualmente, os ingleses contam com Biff Byford (vocais), Paul Quinn (guitarra), Doug Scarratt (guitarra), Nibbs Carter (baixo) e Nigel Glocker (bateria), ou seja, a mesma formação que gravou o excelente Call to Arms há dois anos, e o quinteto continua mantendo o nível em cima com o mais recente álbum, lançado em março desse ano.

Sacrifice é este novo petardo, e abre com a vinheta "Procession", uma faixa medieval que é apenas uma brisa que nos leva para o estouro de um tornado na poderosa faixa-título, candidata a melhor canção do Saxon nos últimos vinte anos, com um riff assustador e o wah-wah comendo solto, além de uma performance soberba de Nigel. Não é a toa que essa canção inclusive ganhou um interessante video-clipe. A introdução com os mandolins em "Made in Belfast", fazendo um ritmo folk, combina perfeitamente com o peso imposto durante o resto da canção, muito pesada para os padrões do Saxon, mas de magnífica massagem para os ouvidos, e comprovando que o Saxon atual, apesar de em nada lembrar o Saxon do início dos anos 80, tem capacidade suficiente para gravar ótimas canções. 

A voz de Byford continua impecável, como comprovamos na veloz "Warriors of the Road", uma homenagem para a Fórmula 1 e que certamente irá agitar o coração dos fãs mais antigos, enquanto "Guardians of the Tomb" é uma aula de composição para os fãs do Iron Maiden ver como é fácil fazer uma canção fantástica usando apenas os famosos acordes de Em, C e D sem soar chato. É uma pena que muitos esqueçam de Byford quando citam os principais vocalistas da New Wave, enaltecendo Bruce Dickinson e Rob Halford. Atrevo-me a dizer que hoje, Byford é o único que conseguiu manter a voz intacta, e sem dúvidas, está em um nível acima dos outros dois.

Saxon em 2013 (divulgação de Sacrifice)
As guitarras da dupla Scarratt e Quinn soam cada vez mais irmãs, principalmente na introdução e na melodia gêmea de "Stand Up and Fight" (tipicamente Saxon dos anos 80), enquanto é impossível não lembrarmos do Black Sabbath de Tony Martin durante "Waking the Steel", com um refrão grudento e pronto para ser entoado nas arenas, além de um melodioso solo feito por Quinn.

A reta final é de um soco atrás do outro, com "Night of the Wolf", outra que irá matar a saudade dos fãs conservadores, com um belíssimo riff de guitarras, uma interessante passagem de violões e fantásticos solos individuais de ambos os guitarristas, a suja "Wheels of Terror", com destaque para a cozinha Carter/Glock, uma das melhores que o Saxon formou em sua longa carreira, e também para mais uma fantástica sequência das guitarras gêmeas, e encerrando com a simples "Standing in a Queue", como que os ingleses dizendo: "Somos capazes de tudo, até de fazer uma canção simples, mas encarando novos desafios", e com Quinn caprichando em mais um belo solo.


Versões especiais de Sacrifice: Digipack Edition (acima);
Deluxe Limited Fan-Package (Abaixo)


Existe uma versão em digipack, com um CD bônus trazendo regravações para cinco canções do grupo: "Crusader", do álbum de mesmo nome em uma versão orquestrada, "Just Let Me Rock", também de Crusader e com poucas novidades, versões acústicas para "Requiem" (Solid Ball of Rock) e a clássica "Frozen Rainbow" (do álbum de estreia) e uma revisão sem novidades para "Forever Free" (do álbum de mesmo nome).

Também é interessante a caixa especial (Limited Fan-Package), com os dois CDs citados, um CD gravado ao vivo em 2012, chamado Live in Haarlem, uma jaqueta e ainda, um possível (apenas quinze) ingresso para um Meet & Greet com os músicos da banda, bem como a presença garantida em algum espetáculo do grupo. Essa caixinha é em uma tiragem limitada em apenas 500 cópias, e estou sedento para conseguir uma versão.

Sacrifice é um disco curto, com pouco menos de quarenta minutos, mas afiado e pronto para figurar nas listas de melhores lançamentos do ano, garantindo mais anos de vida para uma das melhores bandas da atualidade. 

Contra-capa do CD


Track list

1. Procession
2. Sacrifice
3. Made in Belfast
4. Warriors of the Road
5. Guardians of the Tomb
6. Stand up and Fight
7. Walking the Steel
8. Night of the Wolf
9. Wheels of Terror
10. Standing in a Queue

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