Hoje, irei apresentar o Maravilhas do Mundo Prog de um ponto de vista bastante pessoal. Afinal, há algum tempo que eu venho pleiteando apresentar essa canção, mas dificilmente encontrava material para contar a história do grupo inglês Mandalaband. Sendo assim, apresentarei a história do grupo após passar pelos minutos encantadores de "Om Mani Padme Hum", e antes, de como conheci o fantástico álbum de mesmo nome, lançado em 1975.
Dentre minhas diversas visitas em sebos do Rio de Janeiro, em um determinado dia mergulhei em um dos meus preferidos, localizado na Galeria Siqueira Campos, no coração de Copacabana e bem ao lado da estação de metrô com mesmo nome. Ali, entre diversas quinquilharias, objetos antigos, gibis entre outros, há um acervo discográfico bastante interessante, onde você consegue encontrar algumas preciosidades - usadas - com valor girando entre R$ 1,00 a R$ 150,00 reais (esse foi o valor mais caro que vi em um LP na tal loja).
A bonita contra-capa de Mandalaband |
Os proprietários do local fazem a divisão dos LPs por ordem alfabética, agrupando bandas internacionais de um lado, bandas nacionais de outro, cantores internacionais em mais outro lado, cantoras internacionais noutro lado, enfim, a divisão é muito bem feita, o que torna prática a busca por especiarias. Porém, é notável o total desconhecimento dos proprietários com diversos artistas, sendo que frequentemente eu encontrava discos de grupos nacionais no meio das bandas internacionais (exemplo mais clássico: Viper). Além disco, o cuidado com os discos não é dos melhores. A maioria dos LPs estão muito sujos, e apesar de todos eles terem a capinha plástica protetora seja por fora ou por dentro, a mesma também geralmente não está no seu melhor estado.
Como existe essa facilidade para procurar discos, costumava passar algumas horas dentro do sebo, e vi o mesmo sempre recebendo lotes e lotes de vinis, que acabavam espalhados pelo chão. I! Quanta coisa boa eu achei ali de barbada. Elis Regina dos anos 60, Keith Jarrett, Bob Dylan, Charlie Mingus, ...
O lado A de Mandalaband, apenas com a Maravilha de hoje |
Um desses dias, eu vasculhava os vinis em busca de algo para comprar, e me deparei com uma capa bastante danificada coitada, mas muito bela. Mal dava para se ler o nome da banda, e então fui para a contra-capa. Ali constava o nome Mandalaband, e na divisão de faixas, o lado A contendo apenas uma única canção. Fascinado que sou por suítes, fiquei alguns minutos matutando se levava o vinil para a casa ou não, principalmente por conta da capa, que estava realmente muito danificada. Quando vi o preço do bichinho (R$ 3,00), juntei a fome com a vontade de comer e arrematei o mesmo.
John Stimpson, Dave Durant, Vic Emerson, Tony Cresswell (atrás) e Ashley Mulford |
Depois de algumas semanas em quarentena, coloquei o vinil para rodar, exatamente na suíte que ilustra hoje nossa série Maravilhas do Mundo Prog. Dividida em quatro movimentos, "Om Mani Padme Hum" narra a história da luta do povo do Tibet contra os chineses, bem como o desenvolvimento do budismo naquela região, e seu registro contou com a participação do London Chorale. Detalhe que toda a letra da canção é no idioma tibetano, o que torna a mesma ainda mais atraente e curiosa. Além disso, o nome da suíte é um Mantra budista de origem indiana, que foi posteriormente levada para o Tibet, e cujo significado é "Da lama nasce a flor de Lótus".
Ashley Mulford nos anos 80 |
Essa Maravilha começa com sintetizadores brotando de todos os lados da caixa de som, permeada por teclados e estranhas vocalizações, até que um breve tema de sintetizador surge, trazendo a voz grave de Dave Durant, explodindo no primeiro e grandioso solo de Ashley Mulford (guitarras), com destaque para a levada estonteante de John Stimpson (baixo) e Tony Cresswell (bateria), além das intervenções precisas dos sintetizadores de Vic Emerson.
O The London Choir acompanha a melodia do baixo, bem como os vocais de Dave, sempre com o ritmo alucinante da bateria ao fundo, enquanto Ashley sola absurdamente em seu mundo próprio ao fundo. O crescendo imponente que o coral dá para a canção, bem como as intervenções surpreendentes dos sintetizadores, fazem você criar uma expectativa cada vez mais positiva sobre o primeiro movimento, que continua com mais um solo virtuoso de Ashley acompanhando os vocais de Dave, até que a canção muda repentinamente diminuindo o ritmo e apresentando uma bela passagem com os sintetizadores imitando uma pequena orquestra, encerrando a primeira parte com um show a parte feito pelo coral em companhia dos sintetizadores. Particularmente, todos os músicos fazem uma performance incrível, mas Tony Cresswell é um monstro na bateria, com uma pegada veloz e diversas viradas incansáveis.
Vic Emerson |
A entrada do segundo movimento surge com estranhos barulhos, caindo em um momento solo de Vic ao piano, no melhor estilo de grandes nomes do instrumento como John Tout (Renaissance) ou Rick Wakeman (Yes). Seu solo é acompanhado por sintetizadores, e na sequência, Vic salta para os sinos tubulares, dando sequência para seu solo com piano acompanhado pela furiosa cozinha de baixo e bateria, em uma encantadora sessão jazzística.
O segundo movimento novamente destaca a incontrolável performance de Tony, baterista o qual eu procuro ouvir outros discos há algum tempo, mas infelizmente conheço apenas esse, e Vic explora seu piano com uma técnica exemplar. Sintetizadores modificam o andamento da canção, com um bonito solo de clavinet sendo executado sobre um andamento cadenciado de bateria e baixo, quase que como uma valsa, e com leves intervenções da guitarra que encerram esse mágico movimento, o qual é totalmente instrumental.
John Stimpson nos anos 80 |
A voz de Dave retorna para abrir o terceiro movimento, soltando a voz sobre as passagens de clavinet e sintetizadores que mais uma vez surgem de tudo que é lado das caixas de som, e o grande momento desse terceiro movimento é o longo duelo de guitarras e sintetizadores que está no centro dele, com baixo e bateria dividindo o espaço em batidas idênticas. O vocal quase que como barítono de Dave aparece com mais uma estrofe, encerrando o terceiro e mais curto movimento com um rápido tema feito pelo clavinete.
Por fim, um longo acorde de órgão e uma batida swingada trazem o quarto e último movimento, com a guitarra de Ashley surgindo carregada de distorção em mais um majestoso solo, repleto de marcações e viradas feitas ao mesmo tempo por piano, guitarra, baixo e bateria. As variações no andamento desse solo são de chorar, tamanha a beleza instrumental construída pelo grupo, seja com as camadas de sintetizadores ou com a virtuose extrapolada da guitarra, bem como o andamento fascinante de baixo e bateria, e então, "Om Mani Padme Hum" encerra-se com Dave e os sintetizadores dividindo espaço junto do coral, fazendo o ouvinte abrir um grande sorriso, e no meu caso, um sorriso mais que faceiro por ter acertado a mão em uma das melhores compras que já fiz.
David Rohl |
Ainda temos o lado B, com mais quatro canções: "Determination", uma faixa veloz, quase hard, com um andamento extremamente complicado e um show a parte dos teclados de Vic, e Ashley detonando com o wah-wah; a calma "Song for a King", mais na linha da delicadeza de "Om Mani Padme Hum", lembrando bastante grupos como Illusion e Birth Control, a ensandecida "Roof of the World", a qual é impossível tentar seguir e entender o que Tony faz na bateria, e outro baita solo de Ashley, e o leve rock de "Lookin In", com Vic dando um showzinho particular no órgão. Aos que querem conhecer um pouco do álbum, ele está disponível em alguns sites para download, mas não posso publicar esse texto sem o vídeo raríssimo de "Roof of the World", disponibilizado por David Rohl em seu canal do youtube.
Depois de conhecermos a Maravilha de hoje, e passarmos pelo complemento do álbum Mandalaband, vale então o registro da história dessa magnífica banda, a qual começa em 1974, quando Rohl decidiu formar um grupo que pudesse divulgar seus estudos sobre o Tibet. Nascido em Stretford, Rohl desde pequeno foi um apaixonado pelas maravilhas do Egito Antigo, ao mesmo tempo que desenvolvia seus estudos de piano. Com dezessete anos, formou seu primeiro grupo, o The Sign of Life, que durou pouco mais de dois anos, até que Rohl largou a música para fazer o curso de fotografia na Manchester College of Art. Seus trabalhos o levaram a conhecer Justin Hayward, o guitarrista, vocalista e líder do Moody Blues, para quem Rohl trabalhou criando a bela arte interna do álbum A Question of Balance (1970).
A capa interna de A Question of Balance, com fotos por David Rohl. |
Ainda na escola de arte, Rohl teve seu primeiro contato com a música, formando o grupo Ankh, um projeto financiado pelo guitarrista e vocalista Eric Stewart (futuro 10CC). O dinheiro de Eric ajudou ao Ankh registrar suas primeiras demos, e consequentemente, um contrato com a Vertigo, que chegou a registrar as demos através de um LP, nunca lançado oficialmente. Apesar disso, Rohl tinha créditos com os produtores, e para ele foi oferecida a oportunidade da construção de um estúdio na cidade de Poynton, o qual Rohl batizou de Camel Studios, mostrando mais uma vez sua paixão pelo Egito (lembrando que Ankh significa "Sinal de Vida" em egípcio).
Foi nos estúdios Camel que nasceu a Mandalaband. A suíte "Om Mani Padme Hum" foi uma das primeiras composições que ele criou, e logo tratou de conseguir músicos para gravá-la, tornando-se a primeira demo do grupo, junto com outras composições criadas pelos demais músicos, os quais eram os já citados Dave Durant (vocais), Vic Emerson (órgão, moog e clavinete), Ashley Mulford (guitarras), John Stimpson (baixo), Tony Cresswell (bateria), e que formaram a Mandalaband. Ashely e John faziam parte do grupo Friends, e os demais vinham de pequenas bandas da Inglaterra.
Mandalaband em 1975: John Stimpson, Vic Emerson, David Rohl, Tony Cresswell e Ashley Mulford |
Essa demo chegou na gravadora Chrysalis Records, que assinou com a Mandalaband. O sexteto virou uma das grandes esperanças da gravadora, que investiu na Mandalaband, colocando-os como banda de abertura para o guitarrista Robin Trower durante sua primeira turnê como headliner pós-saída do Procol Harum. O Mandalaband tocou durante toda a perna inglesa da turnê, durante fevereiro de 1975, totalizando vinte shows com audiência média de 2 mil pessoas por apresentação, que tinha como principal destaque a apresentação na íntegra de "Om Mani Padme Hum".
Porém, nem tudo foram flores. Ashley tinha apenas dezoito anos na época, e era um assíduo consumidor de ervas capazes de expandir sua mente, vivendo no meio de uma comunidade hippie praticamente sem dinheiro nenhum. Para piorar, sua namorada engravidou, e a filha acabou nascendo no meio da turnê. Ashley teve que vender a única propriedade que tinha para poder sustentar sua filha, que era a guitarra. Só que Ashley acabou usando parte do dinheiro para experimentar mais algumas ervas, e com isso, acabou passando alguns dias detido na cadeia de Buckley Hall.
Um substituto era necessário com urgência, e conta a lenda que o músico convidado foi nada mais nada menos que Robert Fripp, que havia acabado de extinguir o King Crimson. Porém, quando Fripp deparou-se com os solos de "Om Mani Padme Hum", desistiu de participar do projeto, por considerar as mesmas extremamente difíceis. Coube então para Vic fazer as partes da guitarra nos teclados e no clavinete.
Mandala que deu origem a capa de Mandalaband, pintada por David Rohl |
Ashley voltou para a banda, e as sessões de gravação de Mandalaband começaram agora sem outro membro, exatamente o líder David Rohl, que deixou a banda logo no primeiro dia de gravação, indo trabalhar em Manchester, já que a gravadora não queria a participação dele na mixagem, mas sim um produtor experiente como John Alcock, responsável depois pelos álbuns mais famosos do Thin Lizzy, Jailbreak (1976) e Johnny the Fox (1977).
Rohl acabou sendo convidado para participar da mixagem depois do álbum pronto, já que a gravadora não havia gostado do que tinha ouvido. Quando o criador da Mandalaband ouviu o mesmo, ficou também bastante insatisfeito com o resultado final, tendo que remixar tudo novamente para conseguir recriar a potência e a atmosfera da versão original de "Om Mani Padme Hum", até que Mandalaband é lançado em outubro de 1975, com uma última mixagem que novamente deixou Rohl insatisfeito. Apesar disso, a versão oficial é uma Maravilha, conforme citado acima, sendo o preferido dos fãs e inclusive tendo rodado bastante no programa BBC Radio One. A versão demo acabou saindo oficialmente anos depois, como bônus do álbum Mandalaband I, na versão em CD que saiu no final dos anos 90.
Capa (acima) e contra-capa (abaixo) de The Eye of Wendor: Prophecies, destacando o bonito encarte do LP. |
Depois de Mandalaband, o grupo acabou, com Vic, Dave, Ashley e John formando o grupo Sad Café, junto de Ian Wilson (guitarras). Por lá, Dave ficou pouco tempo, sendo substituído por Paul Young (futuro Mike & The Mechanics). De Dave nunca mais se ouviu falar durante muito tempo. Rohl acabou indo trabalhar junto ao Indigo Sound em Manchester, onde foi o responsável pela criação da trilha sonora da primeira versão do filme O Senhor dos Anéis, a qual também nunca foi lançada, por conta de não conseguir financiamento suficiente para concluir a obra. Porém, ela acabou sendo aproveitada no segundo álbum da Mandalaband, que demorou dois anos sendo gravado, e foi batizado The Eye of Wendor: Prophecies, um álbum que tem como conceito a principal obra de J. R. R. Tolkien, e que originalmente era para ter sido lançado no formato triplo, mas acabou saindo mesmo no formato simples em maio de 1978.
No registro, Rohl contou com a participação de diversos músicos, destacando Noel Redding, Justin Hayward, Kim Turner e Eric Stewart. É difícil fazer qualquer comparação com Mandalaband, já que as canções de The Eye of Wendor: Prophecies são mais curtas, e claro, como o tema é conceitual, encaixam-se formado uma interessante história, com momentos bastante atraentes, principalmente nas exóticas variações de "The Eye of Wendor", carregada de orquestrações e fortíssima candidata a melhor canção do LP, a potência dos metais de "Ride to the City" ou a hipnotizante viagem de "Dawn of a New Day", com a inconfundível voz de Justin Haywrd, ou o piano de "Aenord's Lament", e outros inesperados, como a dançante "Florian's Song", o andamento típicamente ABBA de "Silesandre", o insano saxofone da linda "Funeral of the King" O relançamento de The Eye of Wendor: Prophecies, agora como Mandalaband II, na década de 90, trouxe como bônus versões originais de três canções do álbum: "The Eye of Wendor", "Silesandre" e "Black Riders".
Nesse meio tempo, Rohl trabalhou arduamente como produtor, sendo seus principais trabalhos ao lado de Barclay James Harvest - Octoberon (1976), Gone to Earth (1977), Live Tapes (1978), e XII (1978) - além de ser o responsável pelo surgimento do grupo Vega.
David Rohl e sua paixão pelo Egito Antigo |
Nos anos 80, ele abandonou a música para voltar aos seus estudos sobre o Egito Antigo, concluindo o curso de Egiptologia em 1990, na University College London, e formando-se doutor em História Antiga na mesma Universidade em 1996. Uma das especialidades de Rohl eram as escavações, sendo que nesta área, ele trabalhou para o Instituto de Arqueologia de Londres em sítios da Síria e Egito. Rohl também trabalhou como apresentador de diversas séries de documentários sobre o Egito Antigo e escreveu diversos livros sobre o tema, ganhando o apelido de O Verdadeiro Indiana Jones.
Porém, a música sempre se fez presente na vida de Rohl. Em 2003, ele construiu seu próprio estúdio na Espanha, no alto de uma montanha na cidade de Kandovan, com uma linda vista para o mar Mediterrâneo. Por lá, entre fevereiro de 2007 e junho de 2009, ele fez o terceiro registro da Mandalaband, agora batizada Mandalaband III, trazendo a participação de Ashley Mulford novamente nas guitarras, além de Troy Donockley (Uilleann pipes, whistles, guitarras e bouzouki), Marc Atkinson (violões e voz), Jose Manuel Medina (teclados, violões e backing vocals), Sergio Garcia (violões), Kim Turner (bateria, percussão e bandolim), Craig Fletcher (baixo e backing vocals), Barbara & Briony Macanas (backing vocals), e Woolly Wolstenholme (teclados e voz).
Retorno da Mandalaband nos anos 2000 |
Vale a pena ressaltar que Wooly e Turner também participaram da Mandalaband na década de 70, sendo parte dos diversos músicos que registraram The Eye of Wendor: Prophecies em 1978. Além disso, Wooly foi membro do grupo Barclay James Harvest a partir de 1978. Esse time lançou o terceiro registro, BC – Ancestors (2009), um álbum bastante voltado para a onda New Age, com pitadas fortes de rock progressivo, seguindo trabalhos de nomes como Enigma, Enya e Buddha Bar. A definição do álbum mostrada no encarte já antecipa: "Este é um álbum sem-vergonha de ser rock sinfônico, no qual pretendemos criar temas majestosos, melódicos, com toques da atmosfera e do ambiente Celta, ..., as orquestrações são complexas e ricas, com mínimas concessões para o padrão de quatro-peças de uma fórmula comum ao rock".
O álbum é conceitual, narrando os tempos antigos antes do nascimento de Cristo, contando sobre o nascimento das grandes civilizações desde o Éden, passando pelos sumérios, Assírios, babilônios, gregos, até chegar ao povo Egípcio. As canções que chamam a atenção dos ouvidos são aquelas com o trabalho de guitarra em destaque, no caso "Ancestors", "Nimrod", "Karum Kanesh" ou ainda a arrepiante orquestração do poema "Roots". No geral, BC - Ancestors é uma grata experiência.
Último álbum da Mandalaband até o momento |
Em 2010, a coletânea dupla Ressurection (2010) trouxe os dois primeiros álbuns da Mandalaband com uma nova mixagem e mais bônus. Pouco depois, quando as gravações do quarto álbum começaram a ser feitas, Wooly faleceu, em 10 de dezembro de 2010, quando suicidou-se após uma longa batalha contra problemas mentais.
AD – Sangreal é outro álbum conceitual, que chegou às lojas em junho de 2011, totalmente dedicado à Woolly. Por suas canções, temos a história da lenda do Cálice Sagrado, com José de Arimatéia e sua sobrinha, Maria Madalena, carregando o sangue de cristo em um Cálice Sagrado de Israel para a Europa. A viagem de ambos é narrada através de quatorze faixas épicas, a maioria delas verdadeiros hinos musicais, mantendo o clima New Age de seu antecessor, e carregado nas orquestrações e corais. Os destaques ficam justamente pelo desenrolar da história, muito bem narrada, mostrando a chegada de Maria Madalena nas montanhas de Provence, a construção da primeira Igreja em nome de Jesus por José de Arimatéia, em Glastonbury, a conversão ao cristianismo de Linus, filho de Caradoc, rei de Gales e outros fatos importantes e enigmáticos se ocorreram ou não, já que musicalmente todo o álbum é bastante coeso, deixando como relevância a linda "Saracens", apimentada por magníficas linhas orientais.
A banda foi renomeada para Mandalaband IV e uma nova formação, agora com Alison Carter (backing vocals), Lynda Howard (backing vocals), Morten Vestergaard (baixo), Pablo Lato (baixo), e David Clements (baixo). Porém, a principal novidade vai para o retorno de Dave Durant ao posto de vocalista do grupo, aparecendo soberba e arrepiantemente na segunda parte de "The Kingdom of Aragon", com o mesmo vozeirão dos anos 70.
Mandalaband em 2009: Troy Donockley, Kim Turner, Jose Manuel Medina, Ashley Mulford, Barbara Macanas, Briony Macanas, Marc Atkinson, David Rohl e Simon Waggott. |
A banda está atualmente em um processo de estagnação, mas provavelmente, quando menos esperar, um novo álbum trazendo as histórias de David Rohl poderá aparecer para os fãs se deleitarem, e quem sabe, uma Maraviha como "Om Mani Padme Hum".
Essa música é uma verdadeira obra prima. Destaque para o teclado e a guitarra.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, nobre Axl. Saudações!!
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